Capítulo XV



Capítulo XV


“_Você me quer? – a voz dela era irônica. Sirius devia saber que aquele tom nunca funcionaria com ela.”


- Amy Potter -


            _Eu só estou dizendo que ele é muito estúpido por não te convidar! – Amy ria da expressão irritada de Hermione – Todo mundo vê como ele adora você... Mesmo sendo burro e lerdo...


            _Amy, por favor... – a outra revirou os olhos.


            _Mas é verdade! Ginny que me desculpe, mas o irmão dele está é muito devagar pro meu gosto... – ela provocava a amiga, sabendo que Hermione ficaria ainda mais brava.


            _Ronald é um idiota. – ela murmurou – Mas não por isso! – completou, antes que Amy pudesse dizer qualquer coisa.


            _Eu acho que... – a ruiva disse, mas logo estacou, virando a cabeça um pouco de lado – Droga. Mione, eu tenho que ir...


            _O que? Onde você tá... Amy! AMY POTTER! – a morena exasperou-se, bufando alto antes de rumar para o corredor que levava à Biblioteca, na direção oposta à da ruiva.


            _Ei, ei, ei, ei... – a voz de Sirius fez-se audível atrás dela, e Amy suspirou pesado. O moreno segurou o pulso dela, e puxou de leve, para que a menina olhasse para trás – Você tá fugindo de mim, Amy?


            _Eu? – ela olhou para os lados – Não, Sirius... Impressão sua. – sorriu amarelo – Na verdade eu tava só... Só indo até... até... você sabe, Six... – ela gesticulou, nervosa.


            _Ahn... – ele sorriu de canto.


            _A casa do Hagrid! – Amy sorriu – Isso! Eu preciso muito ver o Hadgrid, então... preciso ir. – ela soltou o braço dele e começou a andar.


            _Amy, por que você tá fazendo isso? – ele a segurou novamente, mais forte dessa vez.


            _Não é nada, Sirius... eu só... – ela tentava inventar uma desculpa plausível, algo completamente inviável.


            _Só está fugindo de mim há uma semana porque não quer conversar sobre o que aconteceu... – ele estava irritado com toda aquela brincadeira de gato e rato.


            Amy respirou fundo, sabendo que ele estava certo. Mas não queria conversar com ele. Não saberia o que dizer. Pior, tinha medo do que diria. Medo do que estava começando a entender que sentia. Estar com Sirius era maravilhoso quando eram amigos, mas estava tornando-se viciante de uns tempos pra cá... aquilo tinha que significar alguma coisa... Mas ele era Sirius, seu melhor amigo.


            _O que você quer falar? – ela colocou as mãos nos bolsos da jeans... quanto menos contato, melhor.


            _Falar? – ele arqueou as sobrancelhas – Normalmente, quando uma pessoa se propõe a uma conversa, significa um diálogo. Diálogo entre duas pessoas, caso não se lembre.


            _Diálogos, que geralmente começam com alguém falando... – ela retorceu o nariz, olhando para cima para vê-lo direito.


            _Amy, deixe de infantilidade... – Sirius segurou os braços dela. Queria que ela dissesse. Dissesse que se sentia da mesma maneira estranha que ele se sentia. Que confessasse que o queria tanto quanto ele a ela. Mas Amy não estava tornando as coisas mais fáceis.


            _Eu não estou sendo... – ela considerou as palavras dele – Tá, Sirius, é infantilidade. – revirou os olhos pesadamente – Fala logo...


            _Simples assim? – ele sorriu de canto – Ok. Se você insiste... Eu não sei o que deu em mim...


            _É. – Amy parecia decepcionada – Eu tambem não, foi uma coisa de momento e...


            _Cala a boca. – ele riu de canto enquanto Amy despejava palavras incessantemente – Eu disse que não sei o que deu em mim, Amy... – ele deu dois passospra frente, fazendo a ruiva recuar o mesmo – Porque eu nunca quis tanto alguém antes como eu quis ficar com você... – a voz dele era baixa, e o som rouco no ouvido da menina fazia Amy pensar duas vezes antes de completar uma sentença.


            _Sirius, você deve estar confundindo das coisas... – ela murmurou – Aquilo foi... você sabe... momento. Só isso.


            _É? – Sirius colocou-a contra uma parede e sentiu os batimentos de Amy acelerando-se, colados ao seu corpo – Então porque eu continuo sentindo a mesma coisa agora?


            Amy sentiu a boca dele procurando pela sua, mas virou o rosto antes que Sirius pudesse alcançá-la. Não devia ser assim...


            _Sirius, pára. – pediu com um fio de voz.


            _O que foi?? – ele inquiriu, frustrado.


            _Você é meu melhor amigo. Não tem sentido isso. Não tem sentido o que eu senti perto de você no dia do Torneio. Não é certo...


            _Mas eu quero você, Amy... – a voz dele era baixa. Controlada e controladora.


            _Você me quer? – a voz dela era irônica. Sirius devia saber que aquele tom nunca funcionaria com ela – Você devia saber que o que desejamos e o que temos, nem sempre se revelam sendo a mesma coisa, Sirius. – ela empurrou o peito dele, andando dali com rapidez.


            _Amy... – ele chamou – Amy, volta aqui...


            _Eu não quero falar com você. – ela disse – Por favor, não venha atrás de mim.


            Amy respirou fundo, descendo a colina com o vento batendo no rosto e gelando o rosto, coberto de lágrimas. Não sabia por que, mas escutar aquelas palavras vindas de Sirius machucou demais. Ele falou com ela da mesma forma que falaria com qualquer outra menina com quem quisesse ficar. Como se seus desejos simplesmente devessem ser atendidos...


            A ruiva correu até o lago. Precisava pensar. Desde quando sentia-se tão abalada com Sirius? Porque teve tanta vontade de ceder e ficar com ele, sem pensar no que isso implicaria no futuro? Sentou-se na beirada do Lago Negro, apoiando o queixo nos joelhos, tentando ver o sentido pra o qual tudo aquilo apontava. E não estava gostando nada do resultado.


            _Hey, hey, ruiva Potter... – a voz arrastada e irônica veio de trás dela, mas Amy não perdeu tempo em olhar. Sabia quem era – Onde está o namoradinho? Sobreviveu ao torneio, não? – sua voz era cheia de pesar – Não foi pouca a minha torcida para aquela manticora, tenha certeza...


            _Você vai ficar aí falando sozinho por muito tempo? – Amy disse, olhando fixamente para o movimento regular das águas.


            _Você andou chorando, ruiva? – ela ouviu o som da grama amassada e percebeu que Draco sentara-se ao seu lado.


            _Não. Cortei muita cebola... – ela murmurou, irritada.


            _Finalmente caiu nas graças do Black, foi dispensada como metade desse castelo e agora está na pior fase da fossa? Relaxa, essa passa rápido. As Sonserinas que passaram por isso logo entraram na fase do desejo de  vingança, que me parece um pouco mais divertida. – ele sorriu de canto, e Amy pegou-se dando uma risada leve.


            Permaneceram em silêncio por mais um longo tempo.


            _Você sabe que se não fosse grifinória... nem irmão do Potter... nem melhor amiga do Black... nem da Granger ou...


            _Basicamente, se eu não fosse eu? – ela o encarou pela primeira vez, irritada.


            _Basicamente. – Draco sorriu, e por um segundo, Amy chegou a considerar se aquele não seria o primeiro sorriso de verdade que ela via dele – Se você não fosse você... quero dizer, na base dos seus relacionamentos, você seria exatamente a garota pela qual eu poderia me... – ele desviou os olhos, arrependendo-se de ter começado – como eles dizem...? Ah, sim, me apaixonar.


            Amy encarou-o sem entender, mas Draco riu de forma caracterísica.


            _Azar pra mim e pra você, certo? – antes que Amy pudesse pensar em formular uma resposta, ele voltou a falar – Por que você estava chorando, ruiva?


            _Nada. – ela respondeu mecanicamente – Você não entenderia mesmo... – completou, ao ver a expressão descrente do loiro.


            _O que foi? Black resolveu chamar outra para o Baile de Inverno?


            _Não... – ela riu de canto – De qualquer forma, por que você se importaria?


            _Pode não parecer, mas ver uma menina bonita chorando me deixa, no mínimo, incomodado...


            _Você percebeu que acabou de me fazer um elogio, Malfoy? – ela sorriu de canto, sentindo que os olhos azuis-gelo a esquadrinhavam de modo quase assustador.


            _É... – ele sorriu, desdenhoso – Mas acho que seria melhor se isso ficasse só entre nós.


            _Termos aceitos... – ela sorriu, observando o lago novamente.


            _Você sabe que em nenhum momento fez com que eu realmente me esquecesse o que eu quero saber, certo?


            _Eu tive esperanças que sim. – ela sorriu de modo sincerto.


            _Por que você estava chorando, Amy? – ele perguntou mais uma vez.


            _Por que eu não quero quebrar a minha cara. – ela respondeu com um sorriso condescendente.


            _Parece aceitável. – ele não tirou os olhos dela.


            _Você está perto de uma Potter por tempo demais, não, Malfoy? – ela olhou em volta, onde algumas pessoas observavam o casal sentado à beira do Lago com curiosidade.


            _Certamente que sim. – ele deu uma olhada preguiçosa para os lados – Lembre de me contar se quebrar a cara, ruiva... – ele piscou, se levantando – Talvez eu possa te ajudar com isso...


            Amy revirou os olhos, e escutou os passos dele se afastando na grama.


            _Hey, ruiva. – ele chamou, e Amy olhou para trás.


            _Seria interessante se você se permitisse saber como um Sonserino sabe agradar uma mulher... quem sabe, sábado?


            Amy sorriu de canto, sem acreditar.


            _Isso foi um convite para o Baile, Malfoy?


            _Não seja tão convencida, querida... – ele sorriu de canto – Isso foi só um aperitivo, pra te dar mais vontade.


            Ele se virou de costas e Amy deu uma gargalhada. Sim, aquilo era um convite.


 


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N.a.: Heeeey, ya!


Espero que gostem desse, como sempre espero, na verdade. hahaha


Hmmm... Mr. Malfoy... o que acharam disso? Acho que alguém tá querendo me matar agora, certo, Carol? huahauhuahauh


Comments?


Beijos, galeree! ;)

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