Capítulo XIV



            Capítulo XIV


"_Sirius... não morre, por favor..."


- Amy Potter -


 


            _Oi, gente... – Amy disse, levemente ofegante, as bochechas tomando um tom avermelhado como o dos cabelos. Ela subiu as escadarias da arquibancada correndo, nervosa demais para andar em uma velocidade normal.


            _Amy! Filha! – Lilian sorriu abertamente, segurando a menina com força entre os braços, apertando-a com força – Que saudade... Que saudade de você! Está tão linda...


            _Saudade de você, mamãe! – ela o abraçou da mesma forma – Pai! – os olhos verdes da menina se fixaram na figura de James logo atrás da ruiva, e ela pulou nos braços do menino – Ai, papai, que saudade de você! – disse em tom baixo, apertando os ombros de James no abraço.


            _Minha princesa... – ele sorriu, afagando os cabelos da menina – Você não faz ideia da falta de que sinto de vocês naquela casa...


            Amy sorriu, e passou adiante, a fim de cumprimentar os padrinhos, que esperavam atrás de James.


            _Amy Potter. – Sirius sorriu para a ruiva, que esperou até que ele lhe abrisse os braços para lhe dar um grande abraço de urso, como fazia desde que se entendia por gente – Cuidando bem do descabeçado do meu filho?


            _Tentando, tio... – ela suspirou pesadamente – Tentando...


            _Você é a que melhor consegue, Amy, te garanto... – Lene sorriu abertamente para a ruiva, antes de abraçá-la também.


            _Preparada, tia? – ela sorriu de canto para a morena.


            _Preparadíssima... – ela suspirou – Só não entendo como alguém pode ser 100% puxado ao pai... isso não é justo!


            Amy riu alto, despediu-se dos adultos, e sentou-se na fileira de baixo, junto com Hermione, Ginny, Harry e Rony.


            _Oh, meu Merlin... – suspirou pesadamente ao se deixar cair sobre a cadeira ao lado de Mione.


            _O que aconteceu? – a garota dos cabelos cacheados perguntou à ruiva.


            Amy apenas gesticulou em com uma das mãos.


            _Nem pergunte... – ela se abanou um pouco, tentando colocar os ânimos do lugar.


            _Desejou boa sorte ao Six? – ela insistiu, arqueando uma sobrancelha.


            _Ahn? – Amy prendeu-se à última palavra da garota, sem prestar atenção ao resto.


            _Esquece... – Hermione maneou a cabeça, rindo.


            Passaram-se alguns poucos momentos de apreensão nas arquibancadas, mas que não podiam ser sequer comparados aos ânimos de dentro da tenda onde estavam os competidores do Torneio.


            _Venham aqui, venham... – professor Dumpledore sinalizou com as mãos longas para que os três se aproximassem – Senhores... – os olhos dele se pousaram sobre Krum e Sirius – e Senhorita... – olhou brandamente para Fleur – Vocês agora são competidores Tribruxos. Assim que entrarem naquela arena, não poderão contar com nada além de si mesmos e suas varinhas. Lá dentro, encontrão cada um uma criatura diferente, por quem terão de passar. Cada uma delas guarda uma urna, que vocês devem recuperar.... – os três ficaram bastante tensos. Pelo histórico do torneio, enfrentar uma criatura, poderia significar qualquer ser absolutamente amedrontador.


            Dumbledore conjurou um saquinho verde esmeralda, que se sacudiu furiosamente nas mãos do velho diretor.


            _Primeiro as damas... – ele sorriu de forma característica, estendendo o saquinho para Fleur, que, com as mãos trêmulas, tirou de lá a miniatura de um ser bípede e emplumado, que sapateava na palma das mãos dela – Hmm... O occami... – Dumbledore disse, arqueando as sobrancelhas – Muito, muito orgulhoso ele é.


            Fleur respirou fundo, e observou enquanto era a vez de Krum sortear seu desafio. O búlgaro tirou uma miniatura de uma criatura dotada de cabeça de leão, corpo de bode, e rabo de dragão.


            _Quimera. – o rapaz disse em tom baixo, engolindo seco ao ver a miniatura da criatura feroz que teria de enfrentar.


            _Sobra então para o senhor Black... – Dumbledore esperou que Sirius tirasse do saquinho a sua prova – a manticora. Boa sorte, meus jovens... Agora depende de vocês.


            Sirius pegou a sua miniatura e a observou entre os dedos. Cabeça humana, corpo de dragão e rabo de escorpião. “Letal nas duas pontas...”, pensou, sorrindo de canto. Agora era mais real. Ele tinha mesmo chances de não sobreviver à manticora. E por um momento, tudo o que pensava era em Amy. Na possibilidade de nunca poder dar continuidade ao que eles tinham começado. Balançou a cabeça de um lado a outro, afastando da mente aqueles pensamentos. Ia sair vitorioso daquela prova. E depois poderia encontrar Amy. Sim, era isso que aconteceria. Ele precisava acreditar.


            A primeira a sair da tenda foi Fleur Delacour. Krum e Sirius escutavam, sem poder observar, aos gritos da garota, aos feitiços que ela lançava incessantemente, e que não pareciam fazer efeito. Dez minutos. Quinze. Vinte minutos e nada. Um grito de Fleur. A torcida estremecida e depois imersa em silêncio. Vivas ecoaram, no momento em que eles escutaram um gemido animal, e palmas de toda a arquibancada. A loira irrompeu pelo local com um grande e cansado sorriso no rosto, as vestes sujas, cabelos fora do lugar, vários arranhões e um forte vergão no rosto, além de uma urna em mãos.


            _Sorte. – ela sorriu para Krum, quando ele deu alguns passos em direção à porta, e saiu, confiante.


            Demorou muito tempo. Quase quarenta minutos depois, o moreno, depois de arrancar berros da torcida e uivos de sua quimera, entrou na tenda mancando muito de uma perna que sofria de um arranhão fundo vindo das garras da quimera, um olhar vitorioso e sua urna também em mãos.


            “Vamos lá, Six... É só passar por uma manticora, pegar uma urna e encontrar com Amy. Só isso...”, entoou baixo como um cântico para se convencer de que seria fácil.


            _Vamos lá. – murmurou, entrando na arena.


            Os olhos da torcida estavam pregados no moreno que entrava lentamente no círculo de terra abaixo das arquibancadas. Marlene segurou-se fortemente ao braço de Sirius quando o desafio de Sirius foi revelado ao público.


            _Uma manticora? – ela arregalou os olhos, apavorada – Que tipo de gente escolhe um ser desses para uma competição estudantil? Sirius, pelo amor de Merlin, tire nosso filho de lá! – os olhos dela se encheram de lágrimas.


            _Calma, meu anjo... – o moreno, tão apreensivo quanto a esposa, abraçou-a – Vai ficar tudo bem... Vai acabar rápido... Ele vai conseguir...


            _Sirius... – os olhos de Amy estavam vidrados no moreno, acompanhando seus passos, cheios de desespero. A manticora estava a uns 15 metros de distância, espreitando. – Sirius... não morre, por favor... - ela se arrependeu de não ter insistido em continuar o que faziam antes da prova. Queria beijá-lo. Queria sentí-lo. Queria-o vivo. Muito vivo ao seu lado.


            _Shhh... – Hermione tentou acalentá-la, as próprias mãos trêmulas – Vai ficar tudo certo...


            _Vamos lá, Sirius... Vamos lá... – Harry levantou-se da cadeira, vibrando com o quase-irmão – Fica bem, cara...


            Sirius andou lentamente, examinando a exata posição da manticora, calculando cada movimento. Escondeu-se atrás de algumas pedras, espreitando. A criatura movimentava-se quase preguiçosamente, a cauda de escorpião balançando, de forma assustadora, por trás do corpo. Talvez o melhor modo de enfretá-la fosse pela frente... A língua passando sobre os dentes afiados, entretanto, não ofereciam muitas formas de escolha. Precisava se livrar de um dos lados... aquele bicho era duplamente letal... Cortar a cauda. Era o que devia fazer primeiro.


            Andou sorrateiramente por trás do animal. Sabia que cedo ou tarde ela o escutaria, e procurou ficar o mais escondido possível, visível apenas o suficiente para fazer o feitiço. Lançou o encantamento, que richecoteou na cauda da manticora e passou a dois centímetros do rosto de Sirius. “Que ótimo, agora minha querida amiga sabe onde eu estou!” ele se abaixou, ofegando, enquanto sentia o som sibilante da manticora se aproximar. Tentou outros feitiços, o corpo parecia um escudo, rebatia quase todos.


            Girou em torno da pedra onde estava. A cauda era imune a feitiços, mas e a uma boa lâmina. Concentrou-se ao máximo e transformou, para espanto e admiração de todos, uma pedra em espada. De um salto, golpeou a cauda de escorpião. A manticora soltou um uivo de dor, enquanto o sangue espesso saía profusamente do rombo que se formara.


            Sirius lançou os olhos para a urna, que agora se encontrava desprotegida, enquanto a manticora ainda agonizava de dor, andando atrás dele. O moreno correu como nunca antes na vida, escutando o som do animal logo atrás de si. Uma das patas de leão fez com que ele tropeçasse, e Sirius pôde ver um sorriso se formar nos lábios humanos da criatura, enquanto ela começava seu canto baixo... sinal de que sua presa estaria morta em segundos.


            O moreno sentiu uma injecão de adrenalina, e lançou um feitiço no único local que podia pensar. Os olhos. A manticora sibilou em agonia, e Sirius levantou-se de um salto, correndo mais ainda. Seus dedos se fecharam em torno da urna, e ele sentiu imenso alívio ao ver dezenas de funcionários do Ministério adentrarem a arena e conterem o animal, que ainda tentava investir contra ele.


            Tudo estava bem.


            _Oh, meu Merlin! – Marlene levantou-se colocando as mãos sobre o peito – Sirius, ele está vivo! – abraçou o moreno, sentindo algumas lágrimas escapando dos olhos.


            _É o meu garoto... – Sirius sorriu abertamente, observando toda a torcida soltando vivas pelo moreno que beijava a urna de leve, piscando um olho.


            _Eu não acredito! – Amy sorriu, aliviada – Ele tá vivo! – ela abraçou Hermione, Harry e Ginny – O Sirius tá bem!


            _Vaso ruim não quebra, Amy... – Rony riu alto, enquanto eles comemoravam por um longo tempo.


            _A gente precisa encontrar com ele... – disse a ruiva depois de alguns minutos – Vamos, tia Lene?


            _Devem tê-lo levado para a Ala Hospitalar... – ela ainda conservava um sorriso aliviado – Vamos?


            Aos poucos, conseguiram vencer a pequena multidão que se formara ao pé da arquibancada, e em alguns minutos, chegaram ao castelo. Na porta da enfermaria, acumulavam-se algumas pessoas, querendo saber do estado dos campeões. Madame Pomfrey, ao reconhecer Sirius, Marlene, James, Lily e os estudantes, sorriu e deu-lhes passagem.


            _Esse doente não fica quieto um minuto, querendo saber quando alguém ia aparecer para vê-lo.


            Eles riram, entrando na sala grande e cheia de macas, uma delas na qual o corpo de Sirius estava estendido, mesmo que ele não se mantivesse em repouso.


            _Sirius Black Jr.! – Marlene aproximou-se dele, os olhos ferinos esquadrinhando o garoto, que tinha alguns arranhões e um braço na tala – Você ainda me deixa louca... – ela sorriu, abraçando-o com cuidado – Eu fiquei com tanto medo, meu filho... – os dedos ajeitavam a franja escura dele, enquanto Sirius ria.


            _Tô inteiro. – ele piscou, e Lene revirou os olhos.


            Sirius bagunçou os cabelos do filho, abraçando-o em seguida.


            _Estou muito orgulhoso de você. – disse em tom baixo, contendo a pontada de emoção que pulsava em seus olhos, querendo fazer cairem as lágrimas.


            _Obrigado, pai. – Sirius sorriu – Tio Pontas, tio Pontas! Veja como estou! – ele apontou para o braço – Minhas marotices terão que sofrer uma pausa para os comerciais..


            James riu do bom humor do garoto, e deu-lhe uns tapinhas nas costas.


            _Graças a Merlin! – Lily exclamou alto – Que isso serviu pra algo... e que você está vivo! – ela abraçou o moreno com força – Sirius Black Jr... Como sua mãe substituta, saiba que ainda teremos uma conversinha sobre essa sua inscrição no Torneio...


            _Ok, Tia Lily... – ele riu.


            _Aê, garotooo! – Rony tocou o braço que não estava na tipóia – Você tinha que ver, Six, as meninas estavam surtando por você. Não só essas... – ele picou, apontando Ginny, Hermione e Amy com a cabeça – as outras... Você vai ter que fazer uma agenda até o fim do ano pra ficar com todas... – ele riu e o moreno o acompanhou, arriscando uma olhadela para a ruiva que não parecia ter prestado atenção àquela conversa.


            _Você tem sorte de estar vivo. – Harry disse sério – Porque se eu perdesse o irmão mais insano que eu tenho no mundo, eu matava você de novo, cachorro... – ele abraçou o amigo com força – Você foi incrível.


            _Valeu, Harryzito. – o moreno sorriu, feliz pela preocupação do melhor amigo.


            _Incrível? Ele foi maravilhoso! Explêndido! Inacreditável! – Ginny se aproximou sorridente, beijando o rosto do moreno – Continua lindo, cunhado, não se preocupe. – ela sorriu.


            _Brigado, ruivinha... – ele riu – Viu, Mione? Pode falar, não esqueci nadinha! – ele piscou, rindo.


            _Sirius, você foi... – ela buscou a palavra certa – Completamente irreparável. Aquela transfiguração... aquilo é magia extremamente complexa! – ela sorriu, admirada – Fico muito feliz por você! – ela afagou os cabelos do amigo – Foi mesmo incrível.


            Sirius sorriu para a amiga, mas então seus olhos pararam em Amy, que o observava pacientemente.


            _Vem cá. – chamou.


            A menina andou até a cama, e percebeu um pigarro do pai à sua esquerda. As mulheres começaram uma conversa, e aos poucos, ela sentiu que as atenções se dissipavam, e que podia ficar mais à vontade.


            _Eu não acredito que você tá vivo. – ele sussurrou quando ele segurou a mão dela entre as suas.


            _Não tá satisfeita? Eu posso...


            _Eu to falando sério, Six.. tive muito medo de perder você. – completou em algo mais que um sussurro.


            _Eu também. – ele confessou, beijando-a nos nós dos dedos – Mas uma certa promessa me fez continuar.


            _Sirius... – ela corou furiosamente – Aquilo... eu... – ela olhou para os lados, pescando olhares atentos do pai e do irmão, que espreitavam como quem não quer nada – A gente conversa depois... – ela viu quando ele ficou um pouco irritado – Eu juro. A gente conversa. Só não agora. Nem aqui.


            _Promete? – ele inquiriu, encarando-a.


            _Claro, cachorrinho. – ela riu abertamente – Você foi perfeito, à propósito. – ela piscou – Ginny e Mione acabaram com todos os outros adjetivos que eu tinha pensado.


            Sirius gargalhou alto, e abraçou Amy com força, num ato tão inesperado que a menina quase gritou de susto.


            _Ah, como eu queria fazer isso... – ele riu, segurando-a entre os braços.


            _Sirius, me solta! – ela gritou, rindo, como se não estivessem em um ambiente hospitalar.


            _O que? Te soltar? Meu anjo, eu acabei com uma manticora... Segurar uma ruivinha como você é tarefa fácil pra mim mesmo com um braço só!


            _Ah, coitado... – Harry e James entoaram em uníssono, observando Ginny e Lilian.


            Amy riu, e livrou-se dos braços dele de um salto.


            _Acho que não, garotão... – ela disse, sorrindo – Fica tranquilo, Six, eu te dou uma vantagem na próxima... – piscou antes de dar uma gargalhada – Prometo.


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N.A: Uma das poucas cenas de mais ação que eu escrevi está aqui! hahaha


Espero que gostem, people! Mesmo!


Comentários, por favorr????


Ahh! Vi que tenho uma leitora novaaaaaa! *o* Luna! Espero muito que tenha curtido, flooore! haha


Beijos pra vocês! s22

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