The True Love



Capitulo 6


Em Grimmauld Place


- Tivemos muitas mortes hoje, amigos e companheiros, homens e mulheres como todos nós, que lutam por um futuro melhor, pela igualdade e pela liberdade. Em nome deles, lutaremos.


O discurso de Dumbledor era ouvido por todos, no salão de festas da casa dos Black, Narcisa ainda estava bastante debilitada no entanto ouvia tudo ao lado das irmãs. Inês já tinha ferida das costas cicatrizada graças a ajuda de Sofia. Diana tinha algumas escoriações e estava ao peito de Harry que também apresentava algumas feridas mas nada de grave. Bellatrix e Sirius estavam sentados numas cadeiras altas aparentemente bem, faltavam ali umas quantas pessoas. Dedalus Diggle, Sturgis Podmore e Benjy Fenwick haviam morrido.


Inês estava ainda cheia de dores, mas não havia grande coisa a fazer, não ficaria com marcas mas as dores iriam perdurar por alguns dias.


Draco estava também com bastantes cortes no corpo, ainda com a varinha na mão. Deixará de ter pai, aquele monstro não poderia ser pai dele. Olha para a irmã, com apenas 11 meses de diferença, Inês era a pessoa em que ele mais podia confiar, doce, simpática, risonha e sobretudo corajosa.


Inês era muito parecida fisicamente consigo. Cabelos loiros, olhos azuis, os mesmos traços no rosto, dignos de um Black. Acabou finalmente a reunião e Draco olhou para Sofia que se encontrava a falar com o irmão e com Diana.


Se não tivesse sido um pau mandado não teriam acabado, ele gostava dela, ela era corajosa, ambiciosa, linda e sobretudo gostava dele, mas ele mais uma vez tinha cedido a vontade do pai, que achava uma falta de elegância um Malfoy namorar uma meio-sangue, filha do Potter. Ele tinha sido tão estúpido, como é que alguém no seu perfeito juízo trocava Sofia. Ninguém!


Tinha de falar com ela, desse por onde desse, e não podia passar daquele dia.


- Sofia. Espera por favor.


Já iam todos a subir quando Draco a chamou, algumas pessoas olharam para trás, Inês sorriu ao irmão, desejando-lhe força. Sofia parou no primeiro lance de escadas, olhando para um Draco confuso e ansioso, cheio de cortes e ainda assim que conseguia tirar-lhe o folgo com os seus olhos azuis…


Desceu, ainda a contragosto, para a sala seguida por Draco.


- Sofia, eu…


- Draco, antes de mais, quero dizer-te que não te odeio, muito pelo contrário desejo-te as maiores felicidades, por isso não tens de te sentir mal por algo, bem boa noite.


Sofia ira a virar costa, quando uma mão forte a puxa para trás e a última coisa que se lembra é dos lábios de Draco sobre os seus, as mãos dele na cintura dela, e dela corresponder o beijo com mais paixão do que pensava ser possível.


- Eu quero pedir-te desculpas, e que me aceites de volta, porque foi um perfeito idiota e sei que ninguém como tu precisa de aceitar um rapaz porque tem qualquer um que quiser, mas eu não consigo olhar para ti sabendo que não és minha, não conseguiu ficar sem ti, fazes-me falta, o teu sorriso faz-me falta, o teu cheiro faz-me falta, tu és tudo o que eu preciso. Eu amo-te. Por favor fica comigo.


Draco respirou bem fundo, quando acabou o discurso e olhava apreensivo para ela. Sofia não sabia o que fazer. Era estranho ver Draco Malfoy suplicando por algo, muito menos por amor, pelo amor dela. E o pior era que Sofia não sabia o que fazer.


- Draco eu amo-te – Um sorriso brotou dos lábios dele imediatamente – Mas eu não posso nem quero voltar a sentir o que senti quando namorava-mos. A frente dos teus amigos julgavas-me, criticavas-me, eu sei que nós tínhamos combinado que mantínhamos tudo em segredo, mas foi demais, para mim e para ti, e agora quem me garante que não vai ser o mesmo, eu amo-te muito que nunca pensei amar, mas eu não consigo passar pelo mesmo, lamento.


Ela virou costas, mas ele disse repentinamente:


- Aceitas casar comigo?


Desta nem ela nem mesmo ele estavam a espera. Sofia parecia incrédula com o que ouvia, eles tinham 15 anos não era idade para casar, por amor de Merlim, mas ela sabia bem que aquilo significava algo mais que um casamento, aquilo era a maneira de Draco prometer que ficaria com ela desse no que desse.


Agora havia sido ela, saltou praticamente para os seus braços e beijou-o, tantas vezes que achou que não consiga parar.


- Sim! Mas casamento só daqui a uns anos! – Ela sorria, mas a sua expressão ficou séria novamente – Tu sabes que muitas pessoas nos vão julgar, não sabes?


- Não quero saber o que os outros pensam, já me importei com isso tempo demais e quase te perdi, agora a única coisa que quero é estar contigo e proteger-te!


- Eu não preciso de protecção! Sei-me defender


- Eu sei! Tu és a minha princesa guerreira.


Beijaram-se feliz, adormecendo mais tarde nos braços um do outro deitado no sofá da sala da árvore genealógica dos Black.


Com o passar dos dias tudo parecia cada vez melhor, já poucos apresentavam feridas resultantes da batalha e Narcisa já se encontrava divorciada de Malfoy. Sim, porque ela mesmo dizia “Narcisa Black soa muito melhor não é!?”


Claro que dinheiro nunca fora problema, para além não quer qualquer dinheiro ou bem de Malfoy, ela tinha acesso a sua herança pessoal, a parte dos Black, quer a permanecer na casa, com a um cofre repleto de dinheiro dela.


Ela estava a adorar viver novamente em Grimmauld Place, toda a movimentação, azafama e barulheira eram dignas de sorriso por toda a parte, com o aproximar das aulas todos ultimavam os preparativos, ou seja, os serões daquela casa era passados com os rapazes com os respectivos narizes dentro dos livros, enquanto as raparigas corrigiam e faziam alguns textos teóricos para eles, Inês estava sentada a janela, relendo pela milésima vez os trabalhos de história de magia, já que Granger se tinha recusado a corrigir e completar os de Ron, Inês tinha-o feito, nem estavam muito mal faltavam alguns pormenores mas pareciam ter o essencial.


Diana revia os de Harry e de Draco de poções enquanto Sofia os de encantamentos. Rigel não parecia precisar de grande ajuda, a mãe havia-lhe perguntado se precisava mas o mesmo disse que apenas estava a acabar aos pontos que tinham ficado incompletos. Ele sempre havia sido um bom aluno, com bastante talento para a varinha eram tão inteligente como a irmã e com a prima Inês, no entanto era mas prático e simples, apenas sabia o que precisava e o que lhe dava para tirar boas notas.


Inês ainda não havia falado muito com a mãe, apesar de gostar muito dela e sua relação com ela havia sido sempre distante, muito devido as ausências da mesma, que por imposição de marido, que não gostava que ela visita-se a filha que tinha tido antes do casamento com ele. Narcisa nunca lhe havia revelado que era o pai de Inês e a mesma só havia descoberto devido a uma carta que lhe foi entregue quando havia completado 11 anos. Inês era filha de Narcisa Rosier Black e Regulus Artucus Black, sim isso mesmo, Inês era nada mais, nada menos do que fruto de uma relação entre Black, o que fazia dela a única herdeira de Regulus e a sua única filha, que o próprio apenas virá uma vez. Tinha-lhe dado, contudo, algo que Inês ainda hoje usava, o colar de com o brasão da família Black.


Subiu para o quarto, amanhã era dia um de Setembro, o que significava que completaria 16 anos no primeiro dia de aulas. Nascerá a 1 de Setembro de 1979, a exactamente 15 anos e 364 dias atrás, por sorte, tal como gostava de afirmar, nascerá no primeiro dia de Setembro para poder andar no mesmo ano que os primos e que Sofia, que faziam anos mesmo no final de Julho.


Abriu a porta e foi directa ao banheiro, ocupava o antigo quarto do pai, por opção, deixando o quarto da mãe para a mesma, algo lhe dizia que assim ficaria mais a vontade. Dividia o quarto com o irmão, pois a outra alternativa era o mesmo ir dormir com Harry e Ron, algo que parecia não agradar muito a Ron nem a Draco, para Harry era indiferente já que eram raras as noites que não passava com Diana.


Saiu passados quinze minutos pronta do banheiro. Os cabelos apanhados e como pijama: uma camisola com o símbolo dos Gryffindor e uns calções vermelhos grená, “patriota!” gostava Draco de dizer sempre que ela vestia aquilo.


Sentou-se em frente da mesa que tinha lá, tirando a pouca maquilhagem que tinha no rosto, foi quando estava sentada que ouviu a porta ranger suavemente, pensou que era Draco, e apenas disse:


- Despacha-te a arranjar para irmos dormir, amanhã temos de estar prontos cedo.


- Eu também concordo, mas não é a mim que tens de dizer isso.


A voz fina da mãe foi imediatamente reconhecida por Inês.


- Desculpe.


- Não tens de pedir desculpa querida, devia ter batido antes de entrar.


- Não tem problema. – Inês não parecia muito a vontade com a mãe, e Narcisa apercebeu-se disso. A filha desfez o coque que tinha feito e deixou o cabelo loiro cair pelos ombros, pegando na escova de prata e começando a penteá-lo. A mãe aproximou-se dela e tocou-lhe suavemente na mão, tirando-lhe a escova.


- Posso?


- Sim. – Narcisa pegou em algumas meixas do cabelo loiro da filha e começou a penteá-lo calmamente.


- Eu queria falar contigo antes de partires para Hogwarts. – Narcisa mantinha-se bastante concentrada no cabelo da filha – Eu queria pedir-te desculpa por tudo o que tenho feito contigo ao longo deste anos, por não ter ficado contigo, por não ter sido forte o suficiente para dizer não. Peço imensa desculpa por ter feito crescer sem mãe, mas ainda sim tornaste num rapariga linda e perfeita, nenhuma mãe poderia ter mais orgulho na filha do que eu tenho em ti, tornaste-te alguém corajoso, leal e sobretudo justa. Sei que tu o que disser não vai fazer justiça ao que te fiz, mas quero que saibas que te amo tanto como amo o Draco, e que se alguma vez me quiseres de volta na tua vida, eu estarei pronta.


Terminou o que disse ao mesmo tempo que terminava de pentear o cabelo loiro de Inês, que tinha agora os olhos marejados de copiosas lágrimas. Pegou na varinha e com um leve toque fez com que os cabelos de Inês ficassem lisos e com um leve perfume a rosas. – Pronto.


Depositou a escova em cima da mesa, e quando finalmente Inês teve reacção, conseguiu apenas dizer.


- Porque agora? Porque não há tantos anos atrás! Eu precisei tanto de ti. Houve momentos em que achei que estava sozinha, em que desejei estar junto do meu pai porque ao menos lá não sofria com a distância que tinha de ti. Agora que eu aceitei tudo, agora que sei que tenho sempre o meu irmãos e os primos ao meu lado é que tu dizes que estás pronta. Eu esperei por ti quase quinze anos e tu nunca lá estiveste.


As lágrimas caiam dos olhos de Inês sem restrição e Narcisa amaldiçoou-se em pensamento por ter feito a filha passar pelo que passou.


- Não me resta mais nada do que pedir perdão, não posso mudar o que já foi feito por mais que me arrependa. Aceito e percebo que não me querias na tua vida…


Inês levantou-se e disse apenas:


- Mãe.


Foi o suficiente para que Narcisa soubesse que a filha ainda precisava dela mais do que nunca. Abraçaram-se enquanto Narcisa deixava algumas lágrimas rolarem-lhe pelo rosto.


- Meu anjo, tu és tão bonita.


- Por favor não me deixes mais…


- Nunca.


Narcisa passou as mãos no rosto da filha, vendo em como os traços do seu rosto se assemelhavam aos seus e aos de Regulus. Ela o a havia amado, ainda amava a imagem de que tinha dele, do eu sorriso, um sorriso que Inês herdará, sem dúvida. Olhou de relance para o relógio que estava no quarto, meia noite e meia hora.


- Parabéns meu amor.


Inês apenas sorriu depois de algum tempo, Draco entrou e não pode evitar sorrir. Eles deitaram-se, Narcisa beijou a testa de cada um dos filhos desejando-lhes uma boa noite. Sorriram e no final Draco diz.

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