Ciúmes.



Capítulo 4 – Ciúmes


O que foi aquilo? Severo ainda estava em transe quando percebeu que Lily já tinha ido embora. Mas por quê? Sem conseguir encontrar nenhuma resposta para a grande quantidade de perguntas que já se formavam em sua cabeça, recomeçou a andar. Resolveu que o melhor a fazer seria continuar seu caminho, afinal já estava atrasado para a aula de Feitiços.


Após a sineta tocar, um enxame de alunos se espremia pelos amplos corredores de Hogwarts, famintos e ansiosos para mais um maravilhoso almoço. Severo saíra apressado, sem mesmo terminar de ouvir as recomendações do professor Flitwick para o estudo dos N.O.M's. Precisava falar com Lily,antes mesmo do almoço. Não conseguira se concentrar na aula, as explicações do professor não passavam de meros zunidos enquanto Snape tentava entender o que havia se passado minutos atrás.


Teria Lily ficado com ciúmes? "Claro que não? Por que ela teria ciúmes de alguém como você? Você não é nada." Disse uma voz em sua mente. "Se bem que a cara dela não foi nada satisfatória quando Slughorn o colocou com a Narcisa. Isso sem falar no tom desprezível com o qual repetiu o apelido dado pela colega."


Ao tentar, com sucesso, interromper o debate em sua mente, Snape continuou andado, à procura da amiga. Entre um mar de cabeças, destacava-se a ruiva. Lily estava sozinha e ainda parecia aborrecida. O garoto correu até ela e gritou:


– Lily, espera.


A garota se virou.


– Sev! Ah Sev, me desculpe por ter saído daquele jeito. Não sei o que me deu.


No fundo sabia. Sabia que não tinha gostado nada do jeito que Narcisa havia tratado Severo, muito menos do beijo que tinha dado nele. Mas não queria demonstrar nada disso. A última coisa que queria era que Severo pensasse que estava com ciúmes. O que, infelizmente era verdade. Mas ora, qual era o problema? Não podia ter ciúmes de um amigo? Só estava com medo de perdê-lo, só isso.


– Está tudo bem. – disse Snape. – Parece preocupada,Lily. Quer conversar depois do almoço?


– Eu... eu estou bem.


Snape não se convenceu.


– Olha, vamos nos encontrar na frente do lago, como sempre. – a garota abriu a boca para contestar, mas Snape a cortou – Não Lily, vamos sim. Eu quero falar com você.


Lily não teve mais o que discutir.


– Ok.


E seguiu para a mesa da Grifinória.


Mais tarde, Snape encontrava-se sentado em frente ao Lago Negro, observando a Lula Gigante. Não estava muito certo se a ruiva viria ao seu encontro, mas logo a viu. Lily vinha correndo e quase derrapou ao chegar à margem do lago. Sentou-se ao lado do amigo e foi logo perguntando:


– Sobre o que queria conversar?


– Não vai dizer nem um "oi"? – perguntou Severo, tentando adiar a conversa. Há poucos minutos estava amaldiçoando a si próprio por ter chamado a amiga para conversar.


– Desculpe, é que fiquei realmente curiosa. – disse Lily, corando levemente.


– Tudo bem. Na verdade eu queria te fazer uma pergunta.


– Vá em frente.


– Bem... Lily, eu queria saber por que você ficou tão brava quando me despedi da Narcisa.


A garota ficou vermelha, quase atingindo o mesmo tom de seus cabelos.


– Eu n-não fiquei brava. É que, poxa, ela te conhece há duas horas e já quer ficar te beijando? E que negócio é esse de vocês se encontrarem na biblioteca hoje à noite? O que vão fazer? – disse quase sem ar.


Por mais que tentasse se controlar, Lily tremia de nervosismo. Snape acariciou suas mãos levemente. Aquelas palavras o iluminaram. Então era isso? Estaria Lily com ciúmes? Será que se entrosar um pouco mais com Narcisa Black seria a chave para finalmente conseguir a garota de seus sonhos? Resolveu testá-la um pouco mais:


– Calma! Sabe, a Ciça é bem legal e acabamos ficando amigos. Ela está com dificuldade em poções, mas é muito empenhada e está tentando melhorar. Então me ofereci para ajudá-la com aulas complementares, só isso.


Lily tirou as mãos bruscamente.


– Ah claro, como não pensei nisso antes?– disse irritada. – Vocês se conhecem há, deixe-me ver, 3 horas? E já estão amiguinhos, trocando apelidos carinhosos e combinando de se encontrar na biblioteca pra simplesmente "estudar"? – Lily estava à beira de lágrimas, fazendo um esforço inútil de contê-las. – Agora só falta me dizer que sentiu o perfume do cabelo dela vindo da poção e... e...


Não conseguia mais falar. Não sabia o que estava acontecendo. Por que tudo isso mexia tanto com ela? Não devia sentir ciúmes. Devia estar feliz pelo amigo ter encontrado alguém com que tivesse afinidade, mas não conseguia. Então simplesmente levantou e correu em direção ao castelo.


Snape ficou ali, parado. Lily definitivamente estava morta de ciúmes. Sabia que era maldade fazer isso, mas está era sua única arma, sua única estratégia. Iria testá-la. Encontraria Narcisa naquela noite e faria o possível para se aproximar, o suficiente para fazer Lily entender de uma vez por todas que o amava.


Enquanto isso...


Avery e Mulciber estavam sentados na mesma sala de aula vazia, aguardando a chegada da garota Black. Ouviu-se uma batida de leve na porta. Mulciber a destrancou.


– Entre.


A loira entrou devagar, fechou a porta e se aproximou dos rapazes.


– Então?- perguntou Mulciber curioso.


Narcisa respirou fundo e começou a relatar os acontecimentos do início do plano:


– Bom, por enquanto está dando tudo certo. Consegui convencer o Prof. Slughorn de me colocar com Snape durante a aula, dando a desculpa de que estava tendo dificuldade.


– Vimos vocês conversando durante a aula. – disse Avery.


A garota continuou:


– Tentei puxar conversa. Ele é bastante duro. Frio. Depois que terminamos a poção, eu perguntei se ele podia me dar uma aula particular hoje à noite. Combinamos para depois do jantar, na biblioteca.


– Excelente. – elogiou Mulciber. – Realmente exc...


– Espere. – Narcisa o cortou. – Ainda não cheguei na melhor parte.


Dizendo isso, tirou um pequeno frasco de suas vestes e entregou a Mulciber.


– Amortentia.


Os garotos a fitaram. Então Mulciber sorriu.


– Deixe-o conosco.


Narcisa gritou:


– NÃO! É MEU E...


– Cale a boca, quer que alguém venha aqui? – sussurrou Avery.


– É melhor nos dar essa poção Ciça, ou vamos ter que entregar a certo alguém isso aqui. – alertou Mulciber, tirando um pequeno diário da mochila.


Narcisa ficou totalmente branca.


– Você prometeu...


– E cumprirei se nos entregar a poção.- disse Mulciber.


A garota logo entregou o pequeno frasco.


– Quando vai me devolver?


– Assim que terminar o plano. De um jeito positivo, é claro. – riu Mulciber.


– Vocês não leram, certo? – perguntou a garota, visivelmente nervosa.


– Que pergunta estúpida, é claro que sim. – respondeu Mulciber cínico.


– Inteirinho. – completou Avery.


E num acesso de risos, os garotos saíram da sala, deixando Narcisa cada vez mais decidida em executar o plano com perfeição.


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É isso ai, pessoal.


O próximo capítulo será beeeeeeeem interessante. Aguardem.


E continuem comentando!

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