O Olho das Eras



Disclaimer: Os personagens apresentados nesta fanfic pertencem à J.. Não lucro nada com esta fic, só me divirto mesmo contando uma história. Boa fic a todos!!





HERMIONE GRANGER E OS DIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO



CAPÍTULO 1 - O OLHO DAS ERAS


Já era tarde da noite quando Hermione Granger se viu mais uma vez sozinha em seu escritório. Recentemente promovida a seção de “Análise de Bens Herdados com Potencial Ligação com as Artes das Trevas” ela sentia que tinha a obrigação de mostrar serviço e cumprir as metas. Infelizmente ela parecia ser a única a pensar assim, já que todos os seus colegas de serviço preferiam largar o trabalho o mais rápido possível e jogar as responsabilidades em cima da mais nova contratada, ou seja, ela.


 


A garota deu um bocejo e piscou os olhos por alguns instantes. O sono estava quase a vencendo, mas ela teria que chegar até o item 320 se tinha alguma esperança de passar o final de semana com Rony. Ela olhou bem para o item que estava analisando, uma chaleira que assovia palavrões. “Não deve ser nada perigoso” concluiu. 


 


O escritório era bonito, permeado de estantes com séculos e séculos de conhecimento mágico acumulado. Entretanto, elas davam uma atmosfera um tanto quanto desolada ao local a essa hora da noite. A garota estava quase caindo no sono novamente quando ouviu pequenas batidas na janela. Era Pitichinho, a pequena coruja que Rony ganhou de Sirius no terceiro ano e que continuava tão alegre e saltitante quanto o dia em Hermione a conheceu. Ele trazia um envelope e ao abrir a garota reconheceu imediatamente a letra de seu marido:


 


“Querida Mione!


 


Fazendo hora extra de novo amor? Tudo bem, eu entendo a sua dedicação, mas será que tanto esforço não irá fazer mal ao nosso bebê?


 


Hermione passou a mão na barriga, quase conseguido sentir aquela vida de apenas dois meses que agora pulsava em seu ventre. Era tão bom, ver Rony tão dedicado e preocupado com o bebê que ela não cabia em si de felicidade.


 


Mas tudo bem, eu tenho certeza que você sabe o que está fazendo. A propósito, já falei com a Gina, e ela conseguiu os ingressos para o jogo de sábado. Cannons x Harpias! Eu sei que não é seu programa favorito, mas temos que ensinar desde cedo para o nosso filho esse maravilhoso esporte que é o quadribol!


 


PS: Acabei de chegar da loja e estou te esperando, e, assim que você chegar, prometo fazer aquela massagem relaxante que você tanto gosta.


 


Beijos, do seu querido Rony”


 


A garota terminou de ler a carta com um grande sorriso. Rony cismava, porque cismava que eles iam ter um filho. “Um legítimo garoto Weasley até a última ponta do fio de cabelo vermelho” como ele sempre dizia. Mas ela não, de alguma forma ela tinha certeza que aquele bebezinho seria uma menina.


 


Depois de fazer alguns afagos em Pitchitinho ela pegou um pergaminho para enviar sua resposta.


 


“Querido Rony


 


Está tudo bem com nossa filha – Hermione sublinhou com bastante força a palavra “filha” -  como eu já te falei.


 


Infelizmente estou atolada de serviço. Com certeza vou precisar de mais uma ou duas horas aqui, por isso vou entender se você não me esperar acordado.


 


Sua proposta de massagem é muito interessante, irei me lembrar dela no final de semana.


 


Te amo sabia?


 


Bjus, da sua Mione”


 


Após despachar a coruja, Hermione começou a tomar nota do item seguinte. Mesmo cansada e sonolenta, ela não deixou de perceber a beleza daquele ornamento. Ela segurava agora um bracelete prateado, reluzente, que emanava uma aura de poder e mistério. Rajado de faixas douradas que brilhavam em sincronia com o vermelho escalarte do olho de Osíris, um famoso símbolo egípcio, do seu centro.


 


De maneira quase hipnótica, Hermione se via cada vez mais envolvida na beleza daquele ornamento, na sutileza com que suas formas se intercalavam, nos hieróglifos cravados ao seu redor que pareciam significar alguma coisa maior... até que, repentinamente, um estalo seco e forte de alguma coisa se quebrando chamou sua atenção.


 


Rapidamente ela encontrou a origem de todo aquele barulho, um homem que a espionava deveria fazer algum tempo. Demorou alguns segundos para a garota reconhecer aquele que lhe era vagamente familiar. O cabelo mal-cuidado, a barba por fazer e os olhos injetados de um vermelho vivo como sangue davam um ar ainda mais asqueroso a Rodolfo Lestrange.


 


A tensão daquele momento pareceu se arrastar por através dos segundos. Em um instante, Rodolfo murmurava com uma voz fria: “Me dê o Olho das Eras garota”, para no seguinte eles se atracarem em uma violenta luta física pela posse daquele magnífico objeto.


 


No meio de toda aquela confusão, o olho de Osíris no centro do bracelete foi pressionado, e um estrondo inimaginável tomou conta da sala. Antes que Hermione pudesse perceber qualquer coisa, seu corpo foi tomado por uma força absurda que a fez rodopiar num turbilhão caótico de imagens e sons. Todo o aposento a sua volta começou a desaparecer, e ela teve a estranha sensação de estar viajando a uma altíssima velocidade.


 


Alguns segundos depois, seu corpo finalmente fez contato com uma superfície sólida. A cabeça da garota parecia ainda perdida naquela confusão de imagens borradas e difusas, enquanto seus olhos lentamente reconheciam o local em que ela estava agora. Ela não podia acreditar, mas de alguma forma ela estava na enfermaria de Hogwarts! As camas, as janelas, os quadros, tudo estava disposto da mesmíssima maneira que ela sempre lembrou.


 


Foi então que aconteceu, o evento que mudou definitivamente a vida de Hermione Granger. A porta da enfermaria se abriu, com um ranger de dobradiças que praticamente anunciavam a magnitude daquele momento. Uma linda garotinha de dentes um tanto quanto grandes e cabelos castanhos bastante crespos entrou no aposento, com uma reluzente corrente dourada no peito. Demorou alguns segundos para Hermione perceber que aquela garotinha era ela mesma, quando tinha apenas treze anos de idade.


 


O impacto daquela cena a paralisou totalmente, da cabeça aos pés. Sua cabeça tentava raciocinar e encontrar uma lógica por trás de todo esse caos, embora ela simplesmente não encontrasse. Rodolfo Lestrange – o qual Hermione havia esquecido completamente – aproveitou o momento de distração para recuperar e acionar uma vez mais o Olho das Eras.


 


Apenas o clarão e a explosão que se seguiram foram capazes de despertar a garota do transe em que se encontrava. Um imponente portal azul escuro surgiu no meio daquela enfermaria, brilhando em perigosas fagulhas elétricas. De uma maneira destrutiva ele agitava todo o ar a sua volta, derrubando tudo e a todos com sua presença ameaçadora. A última porção de racionalidade na cabeça de Hermione a fez pensar que ela deveria seguir Lestrange e atravessar o portal, do contrário ficaria presa naquela situação para sempre.


 


Segundos antes de ser sugada novamente para aquele turbilhão difuso de imagens e sons ela olhou profundamente nos olhos daquela garotinha que estava na sua frente, aquela versão mais nova de si mesma que presenciava tudo aquilo com uma expressão aterrorizada no rosto. Era como se ela pudesse sentir aquele medo, fluindo por entre suas lembranças e pensamentos. Um calafrio que percorreu sua espinha e marcou sua alma de uma maneira que ela jamais ia esquecer.


 


Quando finalmente recobrou a consciência, após uma longa viagem através do estranho portal, Hermione caiu novamente com força no chão. Estava agora dentro de um casarão velho, em um salão bastante amplo, escuro e cheio de poeira. A única claridade vinha de uma enorme janela um pouco frente, composta de vários quadrados de vidros, embora alguns deles estivessem quebrados.


 


Foi então que a garota viu a paisagem, embora não fosse capaz de acreditar no que via. Uma Londres devastada, destruída, em um cenário digno do mais sombrio filme pós-apocalíptico. A neve caia por sobre as ruas vazias e o vento congelante assoviava de uma maneira assustadora. Apenas o Big Ben permanecia, solitário e totalmente em ruínas, como um marco da maravilhosa cidade que Londres havia sido.


 


De repente, uma luz ofuscante surgiu. Tão forte e brilhante que a cegou temporariamente. Ali mais adiante vinha uma pessoa, uma bruxa, ela não podia acreditar, era a Gina!


 


Ela saiu correndo em direção a amiga e a abraçou com força.


 


- Gina, sou eu a Hermione, ainda bem que eu te encontrei...


 


- Eu, é, hum...


 


- Onde estou? Que loucura toda essa? O que aconteceu com Londres e...


 


 - É, bem, é que, err, hum...


 


- Meu Deus, o que aconteceu com você? Você está me assustando – Disse Hermione ao ver o espanto na cara da garota, que estava pálida como cera


 


- Eu que estou te assuntando? – exclamou Gina quando pareceu finalmente reunir forças para falar – Hermione, você morreu a mais de sete anos atrás...

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