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Segunda feira de manhã, Hogwarts, salão principal.


 


-Lily, eu preciso falar com você – James chamou-a em alto e bom som, chamando a atenção de algumas pessoas sentadas em volta. Ele estava suado e visivelmente nervoso, com os lábios apertados, os olhos arregalados e os punhos cerrados.


 


Ela olhou-o de esgoela e voltou a olhar o prato.


 


-Não tenho nada para falar com você, Potter – A força dele murchou com essa resposta, levando alguns momentos para que se recompusesse.


 


-Claro que tem. Claro que tem, Evans. – Ela ergueu os olhos ao ouvir o nome sair daquele jeito cínico dos lábios dele, ignorando aquilo.


 


- Ela está fingindo, James – Marlene disse baixinho após prostrar-se ao lado dele. – Vamos, Lily, vá logo falar com ele.  – A morena pediu para a amiga, indicando a porta do salão.


 


A expressão da ruiva endureceu.


 


-Eu não tenho nada para falar com esse traste, Marlene. Ele já me disse tudo que tinha pra me dizer, e eu já entendi qual é a dele. Então muito obrigada, mas não, não quero falar com ele – A ruiva simplesmente levantou-se da mesa, catou sua bolsa e saiu à passos duros do salão.


 


-Ela vai ceder, James – Marlene consolou-o incerta. – Ela tem que ceder.


 


James ficou ali, o olhar doído, e deixou o salão também.


 


“Espero que não tenha feito besteira” Marlene pensou, agradecendo à Merlin que Sirius a abraçasse por trás e beijasse seu rosto, apoiando-a. “Merlin o ajude”.


 


---


 


Cinco minutos depois, Hogwarts, corredor ao lado do salão principal.


 


-Lily! Lily, espera! – James chamou-a no corredor, vendo-a sumir de um corredor para outro.


 


Ela tentou correr, mas ele era muito mais rápido e segurou o pulso dela.


 


-Solta o meu pulso, Potter – A garota comandou, a postura agressiva – E é Evans, para você.


 


James riu e andou para frente, fazendo-a caminhar de costas até que batesse com as mesmas na parede suavemente.


 


-O que pensa que vai fazer, garoto? Eu vou denunciar você, eu vou azará-lo tantas vezes que... – Sob as ameaças dela, ele passou a mão por seus cabelos.


 


-Você pode ficar quieta um instante? – Perguntou divertido e ela se calou, ainda irritada, mas ligeiramente envergonhada.


 


James então fitou-a com um sorriso no olhar. Lily sentiu um baque, como se ela fosse uma pedra de gelo, e James, o sol.


 


Não queria derreter.


 


A mão dele foi para sua nuca e entrelaçou-se firmemente aos seus cabelos, fazendo-a arrepiar-se. Maldito, como é que sabia do seu ponto fraco. Fechou os olhos e mordeu os lábios para não gemer.


 


Então, quase que em câmera lenta, causando-lhe pânico, desespero, os lábios de James foram se aproximando dos seus, se aproximando, se aproximando...


 


-Ei, Lily! – Uma voz interrompeu-os e Amos Diggory apareceu pelo corredor, acenando para ela. O semblante dele se transformou ao ver James Potter. – O que tá fazendo com esse cara, hein? – Amos perguntou, empurrando James para longe dela.


 


Lily ficou estática.


 


-Ele tá te incomodando, é, Lily? Eu dou um jeito nele já... – Amos ameaçou dar um soco em James, que se abaixou, sem revidar. Olhava para a ruiva, esperando uma resposta dela.


 


- Você abusou da Lily! Eu mesmo vi, com os meus olhos, você tava agarrando ela! – Amos bradava, tentando acertar James, que somente se esquivava. A ruiva finalmente saiu do transe no qual se encontrava.


 


Estava confusa. Amos era seu amigo e estava tentando protegê-la... já tinha dado várias investidas nela, investidas polidas e cordiais, totalmente diferentes das de Potter. E Potter era só... só...


 


-Amos, pára – Ela disse e o garoto ficou estático, virando-se para ela. Estava estupefato.


 


-O que, Lily? Mas esse cara...


 


-Esse cara, Amos, é meu amigo. E não estava fazendo nada de errado. Eu estava... estava consentindo – Disse aquilo com dificuldade, fazendo os dois ficarem ainda mais pasmos.


 


James abriu um sorriso leve, quase imperceptível. Mas Amos, ah, este ficou repentinamente agressivo.


 


-Do que está falando? Você está com ele também? Se bandeou pro lado das vadias do Potter, é isso? – Ele aumentava o tom de voz a cada palavra, fazendo-a estremecer levemente enquanto ele se aproximava.


 


-Diggory, eu acho que você deveria se acalmar – Amos fez menção de gritar com James, mas este calou-o com um sinal da mão. – Você não quer gritar com Lily. E não só porque eu estou aqui e não vou hesitar em te dar uns sopapos se continuar com isso, mas também porque não quer perder a amizade dela. – Quando James terminou de falar, Amos olhou para ela, incerto.


 


Saiu dali sem dizer nada, praticamente correndo.


 


Lily observou-o com admiração.


 


-Obrigada, Potter – Agradeceu-o calmamente. Potter riu.


 


-Não me agradeça ainda, ruiva. Eu ainda vou te agarrar nesse corredor – Ele voltou a colocar a mão na nuca dela, fazendo-a arrepiar-se toda.


 


Lily só conseguiu rir da ação dele, segurando os antebraços dele com a mão.


 


-E quem disse que eu vou te deixar me beijar, Potter? – Perguntou jogando os cabelos para trás em um trejeito. Não sabia por que estava fazendo aquilo, mas, bem, quando se sentia tão bem daquele jeito, por que pensar?


 


- Eu mudei, Lily – Disse seriamente, olhando-a.


 


-É, bom, bem que eu notei que o colégio estava muito calmo... – Ela riu e envolveu o pescoço dele com os braços, sem pensar. Era mais confortável, claro.


 


-Eu estou apaixonado por você – James disse e ela paralisou, sem sorrir.


 


Lily ficou sem jeito, olhando para baixo e colocando o cabelo atrás da orelha antes de olhá-lo de novo.


 


-E eu sei que não te causei uma boa impressão, mas prometo que eu consigo revirar essa sua opinião sobre mim. – Mexeu no cabelo dela, que corou levemente. Ele riu. – Está corada? – Ela fitou o chão e ele ergueu o rosto dela com uma mão em seu queixo. – Fica linda assim.


 


-E-eu... eu tenho te observado, Potter, e vi que você mudou. E tenho te admirado... – Ela evitou fitar os olhos dele, que riu novamente.


 


-Está atraída por mim, é isso? – James perguntou e ela assentiu com a cabeça timidamente. James beijou o rosto dela e abraçou-a forte, beijando-lhe o topo da cabeça.


 


Ela apoiou a cabeça no peito dele, sentindo-se dentro de uma fortaleza. Oh céus, estava ficando louca de confiar assim em Potter.


 


James soltou-a e pegou a mão dela, levando-a de volta para o salão principal.


 


-Ih, ó lá... – Sirius disse olhando para o casal que entrava no salão, rindo muito em seguida. – Amansou a fera, enfim, James? – Perguntou ao amigo, no que Lily imitou um rugido, fazendo Sirius rir.


 


-Não tem fera nenhuma pra amansar, Sirius – James se sentou no banco ao lado de Lily. – É só eu deixar ela apertar a minha bunda de novo e ela fica caidinha por mim, com certeza – Ela levou a mão por trás dele e ele deu um pulo no banco, sob as risadas dos outros.


 


-Hum... Não, Potter... continuo te dando 8,9 – Ela franziu o nariz antes de rir. James fez bico.


 


-Poxa, maldade isso aí hein... – Ela virou o rosto dele para si e beijou-o. Sirius aplaudiu enquanto uma mão de Lily ia para o peito de James e as duas dele iam para a cintura e para o pescoço dela, arrepiando-lhe os cabelos.


 


-Olha, Lily, você criticava os cabelos do Potter, mas os seus não tão muito atrás não – Alice comentou e Lily corou, ajeitando os cabelos.


 


-É, mas a sua bunda ainda não conquistou a ruiva, James. – Sirius comentou e gargalhou.


 


James piscou para o amigo.


 


- Deixa a gente chegar no armário de vassouras e a opinião dela vai mudar – As garotas riram enquanto Sirius e James batiam as mãos.


 


-Na próxima vez que eu precisar de uns beijos vou fazer um concurso de bundas de novo – Lily comentou e riu com o olhar de James.


 


As garotas se olharam maliciosamente e as mãos delas passearam pelo banco, indo até o pedaço de carne tão necessário para a atração de fêmeas em idade reprodutiva, pedaço de carne tão apreciados por essas garotas. Eles pularam do banco, riram e as beijaram, como tinha que ser.


 


Porém, o pedaço de carne acoplado aos quadris dos rapazes lhes trouxe muito mais que o simples prazer de apertá-los.


 


Por mais irônico que seja, sim, uma bunda lhes trouxe o amor.


 


E, por Merlin, que bun-amor.


 


FIM!.


 


 

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