sixteen



Sexta feira ao final de tarde, Hogwarts, salão comunal da grifinória.


 


-Tá, Remus, isso é tudo muito meloso e bonitinho, mas por que diabos está contando isso pra mim? – Sirius perguntou, sentado em um sofá, vendo Remus andar de um lado para o outro.


 


-Porque eu acho que você está com medo de gostar da Marlene. – Sirius se levantou e rosnou, revirando os olhos. – Sirius, vamos, acredite em mim! Você tem que ao menos tentar sair dessa concha na qual vive! Sério cara, como é que veio pra Grifinória se não tem coragem pra arriscar sentimentos! – Black bateu com a mão na cabeça e fitou o chão.


 


-Eu não consigo, Remus. Você sabe que desde... – Foi interrompido.


 


-Desde que Bellatrix terminou com você tão cruelmente e se casou com o Lestrange, você não consegue ficar sério com outra garota, porque ela te tratou muito mal, patati, patatá, todo mundo sabe isso Sirius – Remus sentou-se no sofá e sorriu levemente. – Você passou cinco anos da sua vida escolar apaixonado por Bellatrix, e todo o resto se lamentando por ela. – Remus completou, revirando os olhos quando Sirius olhou para ele com cara de cachorro molhado.


 


-Eu realmente amei aquela comensal, Remus – Sirius sentou-se ao seu lado e Remus passou um braço pelo ombro dele.


 


-Eu sei, cara, eu sei. Mas vai dizer que você não sente nada pela Marlene, hein? Não sente nada quando ela sorri, nada quando a mão dela te toca, nada com o beijo dela? – Remus foi perguntando e o sorriso de Sirius foi se abrindo lentamente, lembrando-se do que ele falava.


 


-Eu... sinto. Eu sinto. Mas eu tenho medo, Remus – O moreno disse passando a mão pelos cabelos. Remus riu.


 


-Eu sei que tem. Todos temos. Mas as diferenças entre Marlene e Bellatrix são notáveis, Sirius. É impossível que ela te trate como Bellatrix te tratou. A diferença mais notável entre as duas, entretanto, é o fato de que Marlene gosta de você, Sirius. Dá pra ver no jeito que ela te olha – Sirius levantou o olhar para a porta do salão comunal, por onde Marlene agora entrava.


 


Ela olhou para ele e acenou levemente, sorrindo de modo doce. Não do modo que as outras garotas sorriam para sair com ele, como se ele fosse um pedaço de carne delicioso e elas coiotes famintos, mas sim como se ele fosse a melhor coisa que podia ver.


 


Ninguém nunca sorrira assim para ele.


 


Sirius acenou e sorriu de volta, sentindo algumas palpitações estranhas.


 


O moreno se levantou do sofá e atravessou o salão comunal em direção  a Marlene, que olhava-o com expressão inquisitiva.


 


-Sirius, o que...? – A pergunta de Marlene foi interrompida pelo beijo do rapaz, que envolveu a cintura dela com os braços e tirou-a do chão.


 


Ela sorriu e colocou os dedos nos lábios quando o beijo acabou, como se quisesse entender o que tinha acontecido de verdade, fechando os olhos para guardar a sensação. Sirius colocou o cabelo dela para trás da orelha com uma mão, segurando-a no ar contra o seu corpo com um braço só, ligeiramente inclinado para trás.


 


Ele roçou o nariz no dela e não precisou dizer mais nada. Marlene fitou seus olhos, incrédula.


 


-Black, não brinque comig... – Ela ainda não conseguiu terminar a sua frase, já que ele a beijou de novo.


 


-Não brinco mais se não quiser - Ele a soltou no chão e beijou os dedos em cruz, para enfatizar a promessa.


 


-E perder todo o seu lado divertido? Nem sonhando! – Sirius sorriu largamente. Marlene subiu na ponta dos pés, ficando próxima ao ouvido dele. – Agora quer comemorar isso com um passeiozinho por aquele armário de vassouras?


 


-Eu vou adorar isso – Sirius pegou Marlene no colo e os dois saíram rindo do salão comunal, enquanto Remus sorria para si mesmo.


 


As garotas tinham razão. A bunda dele era enorme.


 


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Vinte minutos mais tarde, Hogwarts, jardins.


 


-O que há, Frank? Você só fica assim quando tem algo na sua cabeça – James perguntou ao amigo, que jogava pedrinhas no lago. Tirou as mãos dos bolsos e cruzou os braços, escorando-se na árvore mais próxima.


 


Frank ficou em silêncio algum tempo, jogando pedrinhas o mais longe que conseguia. James esperou-o se manifestar.


 


-Cara, eu não sou como você. Mas agora, eu queria muito ser. – Sentou-se no chão e James se aproximou alguns passos.


 


-Como assim? Do que está falando?


 


-Eu não faço sucesso com as garotas, James. – Frank apoiou o braço nas pernas flexionadas, ato que James imitou, sentando-se ao lado dele. – Que nem com aquele showzinho que você deu com a Lily no salão comunal aquele dia, Alice não conseguia tirar os olhos de você e... – James sorriu.


 


-Então o problema é esse. Aquela garota, Alice – Frank suspirou enquanto James batia nas costas dele. – Cara, vou te contar um segredo: eu não tenho jeito com qualquer garota. Só com as garotas que eu desejo – James deu uma risada. – Se você deseja ela, então é só confiar em si mesmo e chegar nela como você acha que deve ser.


 


Frank deu um sorriso, um sorriso de quem planeja marotagens.


 


-Como eu acho que deve ser...


 


-É cara, desse jeito mesmo. Ei, por que não chama ela pra sair em Hogsmeade nesse sábado? – O garoto de óculos sugeriu e Frank se levantou em um pulo, correndo para o castelo.


 


-Você tem razão, vou fazer isso agora! – James ria enquanto o amigo corria para o castelo, gritando aquilo para que entendesse. Ficou ali observando o lago e imaginando como Frank iria chegar em sua descobridora de bunda.


 


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