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-Hey Albert, cheguei! – Marlene anunciou quando entrou em casa ao final de tarde, largando os sapatos ao canto do hall. E, no canto oposto, o cão negro estava parado com uma coleira na boca.


 


-Ei, oi pra você também... – A mulher se agachou para acariciar o cachorro, que fechou os olhos e começou a arfar daquele jeito que a fazia rir. – O que quer? – Ele ganiu e entregou a coleira na mão dela, ficando de pé.


 


Bem, de pé nas quatro patas, como um cão fica.


 


-Quer passear? – Ela fez cara de cansada, mas levantou-se e colocou a coleira nele. – Okay, vamos lá – Abriu a porta e saiu, caminhando ao lado do cachorro, a guia nas mãos.


 


Caminharam pelo mesmo bosque de antes, mas o cachorro parecia querer levá-la até algum lugar. Ela seguiu-o calmamente, precisava espairecer aquele dia cansativo de trabalho, de qualquer modo. E aquele cachorro tinha algo estranho nele, como se soubesse mais do que um cachorro poderia saber.


 


Foram até uma praça diferente, ao lado de uma rua cheia de lanchonetes e restaurantes. O cachorro deu um pulo e a coleira escapou da mão de Marlene.


 


Sirius planejara tudo às pressas. Sabia que os Marotos iam á uma pizzaria toda quarta feira naquele horário, por isso tivera de ser rápido em convencer aquela garota maluca á caminhar. Pensando bem, nem sabia o nome dela.


 


Ao ver-se livre da mão dela na coleira, correu para a pizzaria que estava bem ao lado deles. Para sua sorte, Remus estava sentado com James e Lily em uma mesa na parte de fora do estabelecimento, para onde ele se dirigiu.


 


-Ei, o que...? Ah, Sirius, é você? – Remus passou a mão na cabeça dele, logo reconhecendo-o. Marlene chegou logo depois, vendo o rapaz loiro com a mão na cabeça do cachorro.


 


-Ahm, ele não devia ter feito isso, me desculpe, a coleira escapou... ele, é s-seu? – Ela perguntou vendo a intimidade do loiro com o cão negro, ambos olhando-os.


 


-Ah, sim, ele é meu amigo – Remus disse simplesmente, passando a mão na cabeça do cachorro para enfatizar a ligação. – O nome dele é Sirius e se perdeu de mim há alguns dias quando caminhávamos. Estava procurando por ele e os meus amigos me trouxeram aqui para que me acalmasse e comesse alguma coisa – Indicou James e Lily com a cabeça, ambos acenando.


 


Marlene parecia profundamente decepcionada e ligeiramente triste. Aproximou-se do cão e tirou-lhe a coleira. Sirius ganiu baixinho.


 


-Então perdão, desculpa mesmo... eu o levei para minha casa e, bem, ele está limpinho e bem alimentado, não se preocupe... – A morena foi se afastando sob o olhar dos três amigos e o do cão. Agora entendia aquela melancolia por parte do cachorro. Aquele rapaz parecia ser um dono muito afetuoso, pelo jeito que sabia como acariciar atrás das orelhas do cão de um jeito que ele balançava a perna.


 


-É, bem, me desculpe... já vou indo pra casa – Marlene virou as costas para ir embora, o coração doendo. Apegara-se demais àquele cachorro.


 


-Não quer, ham... jantar com a gente? – Remus ofereceu e Marlene virou-se, sorrindo amarelo.


 


-Não, obrigada, eu acho que vou pra casa mesmo. – Disse, mas o cão impediu-a de prosseguir, mordendo seu sobretudo e não deixando-a ir.


 


-Eu acho que ele quer que você fique – Lily comentou com um sorriso cordial. Marlene sorriu amarelo novamente.


 


-Tudo bem, eu como com vocês – Largou a bolsa e o sobretudo na cadeira na ponta da mesa, sentando-se. Remus então se levantou quando Sirius ganiu, lançando um olhar significativo para James, que levantou-se também.


 


-Vamos ao banheiro – Remus declarou sob o olhar de estranhamento de Marlene.


 


-E vai... levar o cachorro? – Perguntou e Remus sorriu amarelo.


 


-É, eu... estou com medo de perdê-lo de novo. Não posso passar por esse sofrimento mais uma vez. – Respondeu e ela assentiu com a cabeça tristemente. Então viu o seu cão estranho, mas adorado, desaparecer dentro da pizzaria.


 


Ele não era mais seu.


 


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