capítulo dois.



capítulo dois,


(ou aquele que encontramos Alex.)




Foi fácil para Fred se despedir dos avós, pega um punhado de pó de flu e ir parar em frente a Floreios e Borrões. Rosa veio logo atrás, sendo seguida por Tio Ron e Tiago.


Fred e Rosa caminharam lado a lado fazendo brincadeiras e lembrando de suas marotices, enquanto Tiago mantinha Ron ocupado logo atrás.


- Fred, tudo bem contigo? – perguntou Rosa apreensiva


Fred a olhou repentinamente diferente.


- Tudo bem Rosa, - ele deu um sorriso torto – por quê?


- Bem, é que você costuma ser sempre falante, e comunicativo, hoje está calado, triste.


Ele sorriu novamente.


- É, só pensando.


- Sabe, sou sua amiga, você pode conversar comigo.


Eles chegaram em frente á Madame M. para comprar as roupas e Tiago estava lá e acenou para eles. Fred e Rosa continuaram a caminhar. Era um dia nublado em Londres, e o Beco estava cheio de gente, que como eles, deixaram as compras escolares para a última hora.


- É que, você tem o Tiago sabe?


Rosa parou um minuto.


- Na verdade, não. Não sei. O que você quer dizer com “tenho o Tiago”?


- Bem, veja. Nós dois, eu e você. Somos primos e amigos.


- Sim, - disse Rosa – é verdade.


- Mas, você e o Tiago, são amigos e primos. Penso como se o Tiago gostasse de você como num algo a mais, mas como vocês são primos, as coisas tendem a se complicar.


Rosa entendeu, e sorriu.


- Logo, - continuou Fred – você tem o Tiago, mas eu não tenho. Não o Tiago, quer dizer, não tenho uma pessoa.


- Entendi. Mas, bem. É mesmo complicado. Não tenho o Tiago, em primeiro lugar, em segundo lugar, você tem a mim, e ao Tiago, e depois, tenho certeza de quê, cedo ou tarde você vai mesmo encontrar alguém para ter. Alguém que você, e ninguém mais vai ter.


Ela o abraçou e ele agradeceu com um sorriso. Nenhum dos dois podia saber, sentir ou supor que o alguém de Fred estava bem ali do lado, há algumas lojas de distância, tentando tirar um gato de debaixo de uma cômoda.


- Mas, Sra° Pittsburg, a Sra. Precisa mesmo fazer alguma coisa, eu não posso simplesmente is embora e deixar o Zed aqui.


- Alex, o quê eu posso fazer? Já disse ao gato que aquele pequeno dragão não vai fazer nenhum mal a ele, mas e daí? Ele não me escuta. Não deve ter um pingo de sangue mágico nesse gato.


- Mas eu precisava trazer ele aqui, e se ele fosse morrer? – Alexis Quilala rolou os olhos e deu um suspiro. Como era tão difícil aquela mulher entender que o gato era tão mágico quanto qualquer gato mágico, mas que não podia fazer mágica de ser mais mágico (?). Aquele gato era tudo o quê ela tinha, não podia morrer mesmo, tadinho, vinha se sentindo tão mal nos últimos dias...


- O seu gato não vai morrer Alex, vai viver tanto quanto um carvalho. Você está dando salmão pra ele?


Alex ouviu o gato fazer um muxoxo embaixo da cômoda que tinha na loja da Sra. Pittsburg, e mais uma vez de um suspiro. Ainda tinha que comprar seus livros e se Zed não saísse de debaixo da cômoda, como ela faria? Deixaria ele lá? Não uma verdadeira Grifinória nunca deixava os amigos para morrer. Ninguém fica para trás. Ou ao menos, no universo de Alex, ninguém se esconde debaixo das cômodas.


- Eu tentei dar salmão pra ele sim, mas ele não está comendo. Depois que a Chica Bá morreu, ele parou de tomar leite, faz uma semana. Então eu comecei a dar salmão pra ele, fresco mesmo, mas nem isso ele come. Quando ele está com muita fome come água da privada! Da privada! Veja se isso é vida?


- Sinto muito querida, mas além de eu não ter nada o quê fazer, preciso ir atender meus outros clientes.


A mulher saiu balançando os cabelos louros que caiam em cascata por sobre os ombros. Não tinha como ela saber, o trabalho que seria tirar Zed Leppelin de debaixo da cômoda.


Alexis agachou, e começou a conversar com o gato.


- Zed, você sabe que a Alex tem que ir comprar os livros não é mesmo?


- Prrrr. – respondeu o gato


- Você sabe que a Alex tem que voltar pra casa rápido por quê o Ben teve que ficar com a Gabinha?


- Prrrr. Respondeu o gato, muito compenetrado em se lamber.


“Saladin, mestre dos gatos egípcios, por favor me ilumine.”


- Zed, eu vou te dar o quê você quiser quando a gente chegar em casa, até compro uma nova Chica Bá. Mas por favor saia dai por quê minha perna já está doendo.


Foi o fim, quando o gato entendeu que sua dona pretendia compra-lo com uma nova mãe, ele andou em círculo e deitou, muito confortavelmente com cara de quem pretendia morar embaixo da cômoda para todo o resto da eternidade.


Ainda no Beco Diagonal Rony, Fred, Rosa e Tiago saiam da Madame M. e se encaminhavam para a Floreios e Borrões.


Quando passaram em frente a Loja de artefatos mágicos para animais houve uma confusão. Havia uma menina que estava agachada na porta quase chorando, e dai tinha um balcão do lado dela, e uma cômoda. Estava começando a juntar gente em frente á loja, e uma mulher de cabelos louros veio vindo mandar todo mundo voltar pra sua vida, e deu uma olhada braba pra garota que estava com cara de choro.


Rony foi até saber o quê estava acontecendo e se havia alguma maneira de ajudar. Se ‘barraco’ já ajunta gente, imagine se um astro do Quadribol estiver no meio. A coisa ficou feia.


“- Mas aquele não é Ronald o Rei?”


“- Você acha? Pensei que ele fosse mais baixo?”


Num segundo já havia três mulheres e dois caras cantando “Rei, Rei, Rei. Wesley é nosso Rei.”


Rony foi afastando as pessoas da loja, e Rosa o perdeu de vista. Fred e Tiago aproveitaram a deixa e entraram na loja. A mulher de lá estava muito fula mesmo.


- Com licença senhorita? – perguntou Tiago gentilmente – não sei bem o quê se passa, mas tenho certeza que meus primos e eu podemos te ajudar a resolver.


Ok, pouco humilde.


Alexis parou por um momento as suas tentativas frustradas de tentar tirar o gato de debaixo da cômoda. E os encarou. Um, que ela inevitavelmente foi obrigado a olhar primeiro por quê ele tinha uma beleza verdadeiramente exótica, era mais forte, cabelos bagunçados, loiro, olhos azuis, barba por fazer, jeans gasto camisa branca e camiseta xadrez por cima, e um all star. Ele estava de all star até hoje. Bem, não até hoje, devia ter trocado, tirado e lavado, mas, ainda era o mesmo, exatamente como ela se lembrava. E lembrava. Não todos os segundos, ou minutos ou mesmo dias, mas lembrava.


Namoraram até. Ou será que não havia sido um namoro? Será quê? Para ele, significara a mesma coisa que para ela? Ou será quê? Bem talvez não significasse nada, porque o escudeiro estava junto e a havia chamado de senhorita, o que quer que senhorita significasse para eles, para ela era um tom formalidade, que queria dizer que ela era uma estranha.


Aquele era Fred Wesley, e o escudeiro (que também era o cavaleiro, tanto fazia para eles) e o outro, ela teve certeza assim que o viu, era Tiago Potter. Onde estava a outra? A que completava o grupo? O senso crítico, aquela que dava a palavra final, o cérebro, e também a beleza, a vida flamejante, onde estava Rosa?


- Não. Está tudo bem. Eu apenas estou. – céus, por quê ela não tinha continuado a amizade com aqueles garotos mesmo? Estavam lá tão amigos quanto antes. Ninguém fica para trás. – Tiago?


Ela sabia que era ele é claro, sabia que era ele Fred. Simplesmente não havia como não ser. Mas precisava fingir surpresa, certo? Não podia dizer simplesmente “Oi, eu sei que são vocês por quê eu ainda tenho aquela foto que nós tiramos no terceiro ano, e eu fico olhando pra ela sim. E é, vocês mudaram e cresceram mas, não é como se eu não pudesse reconhece-los, certo? – e rir.” Não ela não podia, e definitivamente, não faria aquilo.


- Ó céus, é a Alex. – Alex pensou que ele fosse sorrir, e ele sorriu por quase meio segundo, mas dai uma sombra perpassou seu rosto e depois ele ficou sério, e depois confuso, e daí não sabia o que dizer. – veja Fred. É. A. Alex.


Fred, que Alex reconhece primeiro, mesmo que estivesse de costas, se virou e ficou um pouco pálido.


- É. Alex? – ele olhou de um lado pro outro, olhou para o céu, para o branco Gringotes que estava por ali, impondo certo respeito, para a sorveteria Florescue que estava á duas quadras do outro lado da rua, para as corujas engaioladas no interior da loja, para a balconista/dona/atendente/mulher estranha e chata da loja, para os ratões pretos e seus tônicos alaranjados que ficavam dentro de gaiolas em cima do balcão, para a multidão de pessoas que cercavam Tio Ron, por fim olhou para o chão na esperança de que houvesse um bueiro ali, e no quão feliz ele seria se pudesse pular lá dentro, num último instante olhou de Tiago para Alex, e disse novamente – Alex? Alexis? Não Tiago, não pode ser a Alexis, a Alexis fugiu. – a ultima palavra foi meio cuspida, ou jogada.


Primeiro estágio, negação aqui vamos nós.


Rosa chegou de repente e disse aos dois:


- Papai conseguiu me dizer que estava indo desaparatar em casa, porque era simplesmente “impossível fazer compras três dias antes das aulas” e que “ninguém devia ser submetido a fãs ensandecidos, a menos que fosse louco também. Mal reconheci papai, negando a fama daquele jeito.” Mas, o que foi que aconteceu? Por que vocês estão brancos? Tudo bem, a multidão já passou.


“Rosa, coitada”, - pensou Tiago – “não faz a menor idéia do que é que estava por vir.”


- Rosa, essa aqui é a Alex.


Alex meio que já tinha se levantado, mas Zed estava embaixo da cômoda.


- Eu, é. – Rosa não sabia muito bem o quê dizer, por quê aquela era A Alex. – É... Eu conheço a Alex, oi Alex, quanto tempo, e uau você está diferente.


- É, obrigada, eu – respirou fundo “Eu estou tentando tirar o Zed de debaixo da cômoda” – obrigada.


- A Beauxbatons fez bem pra você. – disse Fred de maneira malvada.


- Obrigada, mas, não creio que a Beauxbatons faça bem para ninguém a não ser para as que nasceram lá. – respondeu simplesmente, segurando o braço direito com o esquerdo.


- Bem, Alexis, - disse Fred – e o quê a trouxe aqui de volta? Precisou fugir de alguém por lá e teve que voltar?


É claro que ela estava alucinando, ele não estava dizendo nenhuma daquelas palavras duras, não estava, de maneira nenhuma jogando na cara dela, nada do quê ele a obrigara a fazer três anos antes.


Rosa, um poço de solidariedade, interviu.


- É, Fred, posso falar com você um minuto?


Fred fulminou-a com o olhar, e daí ela saiu puxando-o pelo braço.


Tiago colocou a mão no bolso, depois cruzou os braços na frente do peito, e daí passou a mão pelos cabelos.


- Por que você voltou?


“Direto como sempre não Tiago?.”


- Por que eu parti?


“Muito esperta Alex.”


- As coisas não vão ser fáceis, você sabe. 


- Eu não esperava que fossem. Nunca esperei você sabe.


Ele sorriu, e deu um abraço nela.


Alex sobressaltou, esperava que eles mandassem ela ao exílio. A última coisa que esperava era que a aceitassem de volta. Ora. Mas por quê não aceitariam? Ela não fizera nada. Não fora ela quem traira, quem humilhara, quem abandonara. Tudo o que fizera fora fugir do sofrimento. Não se arrependia de forma alguma.


Por algum tempo até tentara conviver, sobreviver. Mas sobreviver não é viver.


Rosa voltou com um meio sorriso de lado puxando Fred pelo braço, ele meio que tentava se esconder, evitando encará-la.


- Então, - começou Rosa – o quê estava acontecendo aqui quando chegamos?


- Bem, é que o meu gato, - ela estava sem posição, sem lugar pra mãos, trocando o peso de um pé para o outro, do jeito que as pessoas costumam ficar quando acham que vão ser descobertas a qualquer momento – a mãe dele morreu e ele não têm comido direito, então o trouxe aqui pra ver se encontrava algum tipo de vitamina, ou algo do tipo. Acontece que ele está preso embaixo dessa cômoda já faz uma hora, eu nem sei se ele ficou preso, ou se simplesmente decidiu que não vai sair.


Fred se abaixou, Rosa, Tiago e Alex o olharam, encarando-o por um momento. Ele olhou nos olhos do gato, e no momento seguinte, quando estendeu os braços o gato se enroscava confortavelmente no colo do Maroto.


Alex o olhou espantada e com pouco de raiva. Pegou o gato e agradeceu, se despedindo de todo mundo disse que tinha do voltar pra casa, e passar no mercado pra tentar alguma outra comida com o gato, terminaria de fazer as compras no dia seguinte.


Rosa compreendeu que Alex já tivera muitas surpresas para um dia só. Quando a ex-Marota saiu, com algumas pequenas sacolas numa mão, e o gato mau egípcio no outro, nenhum dos três que ficaram puderam evitar pensar que, aquele, seria um longo ano.


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n/a: Terminado. Enrolei sim, e por isso sinto desapontá-los com um capítulo pequeno. Mas não sei, não estou curtindo tanto escrever essa fic, até por que estou escrevendo Vento no Litoral pro concurso da Anne, e só fico com a cabeça naquela fic... Eu viajei e isso atrasou ainda mais a atualização, sinto muito. Sei que ultimamente não ando merecendo, mas comentem por favor...


Beijos ;*


P.S.: Watching, obrigada pela capa (:

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