O último tango em Paris.



O último tango em Paris.


 


            Bateu quatro vezes na porta das amigas. Quem lhe atendeu foi Luna, que a ficou observando aparvalhada. Onde a ruiva passara a noite? Porque estava sem escovar os dentes, com a cara amassada e sem sapatos?


- Gina?


            A ruiva explicou tudo à amiga. Hermione ainda dormia, assim como Angelina. Luna soltou um risinho ao ouvir o último diálogo entre os recém-casados.


- Que faço?


- Desculpe Gi, mas eu realmente não sei. E, pelo que bem me lembre, decretaram uma lei há poucos meses que dizia que, alegando estarem alcoolizados ou não, o casal que se casasse em Vegas deveria permanecer, no mínimo, dois meses casados.


O mundo de Gina caiu. Como agüentaria às provocações de Draco por dois meses? Como resistiria à tentação? Como faria para esquecê-lo, para esquecer a noite maravilhosa que tiveram juntos, se estavam, de fato, casados?


            Poucas horas depois encontrou-se de novo com o marido, ouvindo as risadas exageradas das amigas e de Zabinni, que estava sentado à mesa do almoço com Draco. O louro logo se levantou e abraçou-lhe pela cintura, galante.


- Lindos e longos dois meses, Gina Malfoy.


            A ruiva sentiu o estômago revirar. O que seus pais diriam?!


- Senhoras e senhores, um brinde ao mais novo casal de Vegas!


            O restaurante explodiu em palmas e todas as atenções se concentraram nos dois, que lançaram um olhar mortal na direção de Zabinni. O bastardo, como pensou Gina, encontrava-se ao lado da banda e falava alguma coisa com o vocalista.


- O hotel-cassino Paris-Las Vegas tem o prazer de tocar a primeira música ao casal e assistir à sua primeira dança como Sr. E Sra. Malfoy!


            As pessoas ali reunidas soltaram longos suspiros apaixonados e puseram-se a observá-los com redobrada atenção. Alguns até ficaram de pé. Uma música lenta, sensual e ritmada iniciou-se no recinto, deixando o almoço definitivamente de lado.


- Tango – murmurou Draco, sorrindo jocoso ante a fúria da ruiva.


- Se você realmente pensa que eu...


            Não pôde, porém, concluir a frase, pois sentiu uma rosa que fazia parte da decoração das mesas ser nada gentilmente colocada na boca, enquanto o loiro ficava vermelho para não rir e conduzia a esposa, aproveitando-se da dança para lá de quente para apalpá-la sem pudor, arrancando urros dos homens ali presentes.


            Passado o momento de tontura, onde Gina se perdera no cheiro forte de homem que Draco exalava e na forma como a tocava, gentil e faceiro, delicado e sedento, cuspiu a rosa longe e empurrou-o.


- Adeus, querido. Temos dois meses até o divorcio, mas não necessariamente juntos.


            Virou-se e, ainda ouvindo as palmas, passou pelo hall do hotel pensando porque aquilo estava a acontecer com ela. Se olhasse para trás, certamente voltaria e se entregaria ao marido de bom grado, apreciando as provocantes notas do tango que se encerrava.


Tango. Draco se parecia com um Tango. Já dentro do elevador, riu. Um tango em Paris-Las Vegas. O primeiro e último.

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