O Retorno a Hogwarts

As férias haviam passado depressa. Harry, apesar das adversidades, havia ganho o torneio. Todos ainda estavam muito abalados com a morte do Lufa-Lufa Cedrico Diggory, especialmente Cho Chang, e evitavam tocar no assunto. Já Hermione andava mais leve do que nunca, após passar o inverno inteiro se correspondendo com Viktor Krum, e Rony havia se isolado quase totalmente de todos os amigos, mal falava com a própria irmã.

Os dois meninos se encontraram na entrada. Depois de se abraçarem e trocarem novidades, entraram no Salão Principal. Podiam ver Corvinais, Lufa-Lufas, Grifinórios, Sonserinos, até Draco Malfoy, todos estavam lá. Bem, quase todos.

- Cadê a Hermione?

- Também não sei, Rony. Não vi ela ainda.

- Hum, então olha para trás. - disse o ruivo, olhando além dos ombros de Harry.

- Harry! Rony!

- Mione! - gritaram os dois em resposta à amiga. Ela estava ainda mais crescida do que no ano anterior. Seus cabelos estavam mais lisos e claros, e seus olhos pareciam mais brilhantes do que o normal. Ela veio correndo na direção dos meninos e envolveu Harry em um grande abraço, logo em seguida estendendo o braço para envolver Rony também. Eles estavam felizes de se reencontrar, até que o garoto se lembrou de que estava, ou deveria estar bravo com ela, então se soltou do abraço e deu um passo para trás, sua recente hostilidade se fazendo sentida.

- Er... E então, como foram as férias? - perguntou Harry, para aliviar a tensão.

- Ah, maravilhosas! Eu fui à França com meus pais! É linda! As pessoas, o ar romântico, a Torre Eiffel... Eu também troquei algumas cartas com o Vi – a garota, que mal havia achado tempo para respirar enquanto contava tantas novidades, se interrompeu. Queria evitar qualquer tipo de desentendimento naquele momento, mas Ron aparentemente não pensou o mesmo.

- Tudo bem, pode falar o nome dele, eu não ligo. E seu namoradinho? O garoto mais maravilhoso e lindo e habilidoso e tudo-de-bom do mundo, como vai? Ainda ganhando mais medalhas do que merece por voar atrás de uma bola enfeitiçada? - perguntou, sarcástico. O comentário maldoso fez Hermione se encolher, encabulada e irritada ao mesmo tempo. Respondeu, então, tentando manter a calma.

- Ele não é meu... namorado. Nunca foi. Além do mais, você idolatrava o Viktor! O que houve com você?

- O que houve comigo? Bom, eu descobri que ele é um babaca, foi isso que houve comigo! - retrucou o ruivo, bastante irritado e com a voz um pouco mais alta.

- Ah, é? Um babaca? Se você tivesse ao menos se interessado em conhecê-lo, você veria o garoto bom, inteligente e educado que ele é! - Hermione agora gritava em resposta a Ron.

- Já que você gosta tanto do seu namorado, você deveria voltar para ele! É, vai para a Bulgária!

- Eu já falei que ele não é meu namorado! E talvez eu devesse, sim, ir para a Bulgária! Daí eu não precisaria ficar aqui, ouvindo você reclamar como uma criança! Na verdade, é isso que você é, Ronald, uma criança! - berrou ela. Se virou e marchou direto para seu dormitório, seu caminho sendo acompanhado pelos olhos de todos no Salão. Ron ofegava de raiva, vermelho, e Harry e Gina apenas assistiam à cena, pasmos.

- O que você estava pensando? Você tem problemas mentais? - questionou Gina, furiosa, enquanto dava um tapa na orelha do irmão.

- Eu? Você chega e me bate do nada, e sou eu que tenho problemas mentais?

- É, você mesmo! Agora, a menos que você seja um imbecil maior do que eu imaginei, começa a exercitar seu cérebro minúsculo para descobrir um jeito de resolver tudo com a Mione, se é que isso é possível! - a ruiva bufou e saiu andando. O irmão, buscando um apoio, virou-se para Harry.

- Você viu isso? Essas meninas são loucas! Você concorda comigo, não é? - ele tentou, mas o moreno corou ligeiramente e, olhando para baixo, respondeu.

- Foi mal, cara, mas eu acho que, dessa vez, eu tenho que concordar com a Gina. Eu também não entendi muito bem o que aconteceu há pouco. Talvez você devesse... sei lá, você devesse refletir sobre isso tudo. Pensar na razão de você ter dito tudo o que disse. Talvez você esteja com um pouco de... Ah, deixa pra lá. - ele se interrompeu e saiu do lugar, caminhando apressado para a Sala Comunal da Grifinória e deixando um certo ruivo confuso e envergonhado.

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