Capítulo 22



No capítulo anterior...


 


Minutos depois, os dois já avistavam a estrutura da plataforma novamente. Ao se aproximarem mais, apontaram as varinhas um para o outro e murmuraram rapidamente um “Homorphos”.  Então, os dois sentiram—se voltar ao normal, e nadaram até a superfície. Assim que emergiram, as garotas acordaram, como se despertassem de um transe, inalando todo o ar que seus pulmões pediam, sendo imitadas por seus ‘salvadores’.


 


== ♥♥ ==


 


No capítulo de hoje...


 


Ainda tentando recuperar o ar, os quatro adolescentes foram puxados para cima da plataforma, que agora parecia ainda mais cheia do que antes. Harry sentiu muitas pessoas ao seu redor, e, quando conseguiram, por fim, se levantar, uma Fleur desesperada se aproximou deles, puxando Gabrielle para um abraço apertado, e murmurando qualquer coisa em um francês ininteligível.


 


— Arry! — chamou a francesa mais velha. — Arry... Você salvou minha irrmã... E ela nem erra su refém! — a francesa beijou as bochechas do moreno — E você — ela se virou para Will e lhe deu um abraço apertado — Willy... Você ajudou! Obrrigada, cunhadinh', obrrigada!


 


— Ah, que isso... Eu só... – William tentava falar, mas era tomado cada vez mais pela vergonha.


 


— Arry! Obrrigada por me salvarrr! – agradecia a francesa mais nova, enquanto dava um beijo na bochecha do mais velho dos Potter.


 


— Ah, tudo bem. O Will ajudou bastante! – disse Harry, meio que tentando ‘jogar’ a garota para cima do irmão, enquanto ia em direção à sua namorada.


 


— Willy! – exclamou a pequena Delacour, enquanto ia até o garoto Potter e ficava um pouco na ponta dos pés, tentando alcançar o pescoço ainda molhado do rapaz. Quando finalmente conseguiu o que queria, a garota levantou o rosto, até alcançar a boca do bruxo e colar ali os seus lábios.


 


A surpresa tomou conta de William. Ela o estava beijando! O que ele tanto queria estava acontecendo! O garoto tratou logo de corresponder ao beijo, porém, ao se dar conta do que estava fazendo e do tanto de pessoas ao redor, resolver interromper o beijo imediatamente.


 


— Obrrigada, querrrido Willy! – dizia a pequenina francesa, totalmente agradecida pelo seu salvamento... E quem sabe pelo beijo, também.


 


William sorriu de imediato, ainda um pouco corado. Mas seus olhos se arregalaram e seu rosto ficou ainda mais vermelho quando ouviu uma voz atrás de si dizer:


 


— William, meu filho... O que está acontecendo aqui?


 


Era seu pai.


 


♥♥ Pequena Pausa ♥♥


 


— Gina! – chamou o garoto Potter, assim que avistou a namorada. – Você está bem? Está tudo bem?


 


— Harry, eu estou bem. Se acalme. Não quero que fique igual o Sirius. – a garota riu baixo, apontando com a cabeça para o padrinho do namorado, que se encontrava ali perto com a esposa.


 


Harry imediatamente a soltou, virando—se para o padrinho e indo correndo em sua direção e dando um abraço apertado.


 


— Sirius! Madrinha! – ele dizia.


 


— É né, a gente avisa e é largada de mão. – murmurou baixo Gina, com certa ironia na voz; arrancando risos dos demais.


 


— Ei garoto, está me molhando. Alguém pode trazer uma toalha para o Harry? O filho do Pontas tá todo encharcado, parece até que ainda está dentro d’água! – o Black gritou se separando do garoto e pedindo a bendita toalha.


 


— Tá, tá bom... Desculpa padrinho do meu coração! – ironizava Harry. – Mas e aí, Madrinha? Como é que estão as coisas aí dentro? – perguntou, apontando para a barriga da mulher.


 


♥♥ Continua ♥♥


 


O garoto já suava frio, com medo da reação do pai. Mas para a sua total surpresa, o que o seu pai fez foi rir e dar um abraço totalmente orgulhoso no filho, enquanto dizia:


 


— Esse é o meu filho!


 


William ficou totalmente corado com a atitude do pai, porém meio aliviado. Agradecia por ser filho de Tiago e não de outra pessoa. Se fosse outro, com certeza brigaria com ele pela cena exposta a todos e pela idade tão inferior da garota.


 


— Ahn... William, ela é a Gabrielle? – perguntou o patriarca dos Potter, logo após soltar o filho e deixar este ser abraçado (lê—se sufocado) pela mãe, que estava ao lado do pai do garoto.


 


— É sim, pai. Essa é Gabrielle Delacour. Gabrielle, esses são meus pais, Lílian e Tiago Potter. – apresentou William.


 


— Olá, senhorr e senhorra Potter, estou encantada em conhecê—los!  — a jovem murmurou fazendo uma pequena reverência.


 


— Olá querida! – disse Lílian, admirando a total beleza da garota, mesmo esta sendo ainda tão pequenina.


 


Naquele instante, a voz de Dumbledore soou, despertando todos e atraindo sua atenção para o diretor de Hogwarts:


 


— Senhoras e senhores, por favor, atenção. Já chegamos a uma decisão. A chefe dos sereianos, Murcus, nos contou exatamente o que aconteceu no fundo do lago e, portanto, em um consenso do júri, decidimos atribuir a cada campeão, as seguintes notas...  A Srta. Fleur Delacour, tanto quanto sua amiga, embora tenha feito uma excelente demonstração do Feitiço Cabeça-de-bolha, foi atacada por grindylows ao se aproximar do alvo, e não conseguiu resgatar sua refém. Recebeu vinte e cinco pontos.


 


Ouviu—se Fleur murmurar baixo, perto dali, algo como “Eu deverria receberr um zerro!” por não ter conseguido salvar sua irmã. Mas a forte voz do diretor continuou:


 


— O Sr. Cedrico Diggory e o Sr. Narrow, que também usaram o Feitiço Cabeça-de-bolha, foram os primeiros a voltar com a refém, embora tenham chegado um minuto após o limite de tempo. — Ouviram—se grandes aplausos dos alunos da Corvinal e Lufa—Lufa entre os espectadores. Hailey, abraçada ao namorado viu Cho lançar um olhar feio a Cedrico. —Portanto, recebeu quarenta e sete pontos.


 


Quem ela pensa que é, pra depois de tudo, querer ter alguma moral?”— perguntou—se a jovem Potter.


 


— O Sr. Vítor Krum usou uma forma de transformação incompleta, mas ainda assim eficiente, e foi o segundo a voltar com a refém. Recebeu quarenta pontos. Seu colega, Sr. Draco Malfoy, desistiu de continuar, ao se ver próximo dos sereianos. – continuou Dumbledore. Harry lançou a Draco um sorrisinho de deboche.


 


“Arrá! Eu sabia que ele não iria ganhar! Imagina se ele tivesse demorado mais com a Mione? Como será que ela iria ficar? Eu iria matá—lo se isso acontecesse!” – pensava Rony sobre Krum, com certo ciúme.


 


— O Sr. Harry Potter voltou por último e ultrapassou em muito o prazo de uma hora, além de ter usado transfiguração bastante avançada, junto ao seu irmão William Potter. Contudo, a chefe dos sereianos nos informou que o Sr. Potter foi o primeiro a chegar aos reféns, e o atraso na volta se deveu à sua determinação de trazer todos os reféns à segurança, e não apenas o seu.


 


— O que?! – exclamou um Tiago raivoso. – O meu filho salvou duas pessoas! Duas! Eu não admito que ele pegue um lugar tão baixo!


 


— A maioria dos juízes acha que tal atitude revela fibra moral e bravura elevadas e merece o número máximo de pontos. Mas... O Sr. Potter recebeu quarenta e cinco pontos. –proclamou Dumbledore.


 


— Aê! – exclamou Tiago com uma felicidade súbita.


 


— Meu Merlin, Harry, estamos empatados em primeiro lugar! – exclamou Cedrico, chegando perto de Harry e dos familiares.


 


— Pois é, cunhado. Mas não pense que por isso eu vou estar menos preparado! – ironizou Harry com um sorriso maroto, fazendo Cedrico rir e concordar.


 


— A terceira e última tarefa será realizada ao anoitecer do dia vinte e quatro de junho. Os campeões serão informados do que os espera exatamente um mês antes. Agradecemos a todos o apoio dado aos campeões. – finalizou Dumbledore.


 


— Ah! – gritou Lílian, de repente, assustando a todos ali perto. – Tiago! – gritou, levando uma mão à testa, e desmaiando logo em seguida, nos braços do marido.


 


— Lily!! – gritou Tiago, segurando a esposa antes que esta caísse no chão da plataforma.


 


— Mamãe! – exclamou Hailey, assustada, enquanto se afastava do abraço do namorado.


 


— Sirius, seu cachorro sarnento, me ajude a levá—la até a enfermaria! – exclamou Tiago, assustado com o súbito desmaio de sua mulher.


 


♥♥


 


— Como ela está, Papoula? – perguntava Tiago, mais uma vez.


 


— Que algazarra é esta? Isto é uma enfermaria, e não um salão de beleza que admite conversas altas! Por Morgana, façam silencio! Sr. Potter, tenho uma notícia para lhe dar. – proferiu a enfermeira.


 


A algazarra se desfez, e todos olharam curiosos para Madame Pomfrey. Estavam todos ali: Cedrico, Hailey, Harry, William, Tiago, Sirius, Marlene, Rony, Hermione, Neville, Alice e Frank, Sarah e Amos. A tarefa já havia acabado, e agora estavam na enfermaria, todos esperando pelo que Madame Pomfrey tinha a dizer.


 


— Melhor assim. – começou, quando viu que toda a zoada incômoda não era mais feita. – Pois bem, o que a Sra. Potter tem não é bem uma doença.


 


— E o que a minha mulher tem, Papoula? – perguntou Tiago, totalmente nervoso e com certo medo e perder sua amada.


 


— Ela está grávida, Tiago. – murmurou Madame Pomfrey.


 


— O QUE?! — gritaram todos, totalmente surpresos.


 


— Eu vou ser pai! De novo! – gritava Tiago, totalmente feliz.


 


— Eu... – começou Hailey.


 


— Vou... – continuou William.


 


— Ter um irmão? – terminou Harry.


 


— Ou irmã. – murmurou Hailey, indignada. – Já tem homens demais nessa família.


 


— Oh, sim. – disse Harry, em um tom claramente irônico, assentindo com a cabeça; formando uma expressão um tanto cômica discordando abertamente da irmã.


 


— Ahn... Papoula, e quando ela deverá acordar? – perguntou Marlene, apontando com a cabeça para Lílian, ainda adormecida em uma das camas da enfermaria de Hogwarts.


 


— Daqui a pouca ela deverá estar acordando. – murmurou. – Agora por favor, saiam daqui! Está ficando claustrofóbico de tão cheio, este lugar!


 


Aos poucos, as crianças foram saindo assim como boa parte dos adultos, deixando somente um Tiago extremamente preocupado para trás. Papoula entrou novamente em sua sala. Tiago sentou—se em um banco ao lado da cama onde se encontrava Lílian e murmurou baixo, enquanto mexia nos cabelos ruivos da sua esposa:


 


— Lílian... Potter. Quem diria, ahn?  A única garota de toda Hogwarts que negava querer um pedaço de Tiago Potter.


 


— É... – murmurou Lily, acordando aos poucos e assustando Tiago levemente. – Você poderia ter todas as garotas que quisesse, por que escolheu a mim, Tiago? – perguntou, olhando nos olhos do marido.


 


— Primeiro, por que não se pode escolher por quem se apaixona; segundo, por que a minha vida seria um completo tédio sem uma ruiva esquentada na minha ‘cola’; terceiro e último, porque você é perfeita. Eu te amo, Lily. – terminou Tiago. A ruiva sorriu e o patriarca dos Potter a beijou com paixão, radiante, tendo a certeza de que ela também o amava.


 


♥♥


 


Passou-se uma semana depois da Segunda Tarefa e da descoberta da gravidez de Lílian, e os Potter, junto com seus amigos, já começavam a sentir certo ‘ar’ de tédio pairando sobre a atmosfera do castelo. Sentado em uma poltrona em frente à lareira da sala comunal da grifinória, Harry Potter suspirou pesadamente.


 


— Me ajuda, Merlinzinho do meu coração. – ironizou o garoto. – Aqui na Terra está um completo tédio... Sem ação, sem marotices... – de repente, a face triste do rapaz pareceu iluminada, e ele afirmou: — É isso! Marotices! É disso que esse castelo está precisando!


 


Uma ideia lhe percorreu a mente. Era loucura, ele admitia, mas quem ligava? Era filho de um maroto, e a convivência constante com os outros aumenta mais a ‘loucura’. Levantou-se da poltrona e dirigiu-se até o dormitório masculino dos alunos da grifinória, era noite e precisava dormir; no outro dia colocaria seus ‘planos’ em prática.


 


-xXx-


 


— Então é isso, pessoal. — concluiu Harry.


 


Estavam todos no jardim da grande Hogwarts, Harry contava sua nova ‘ideia’ aos irmãos e amigos. Hermione o encarou, chocada; para ela era um absurdo o que Harry estava querendo fazer.


 


— Harry, o que está tentando fazer é um total absurdo! Está tentando competir para ver quem ganha mais detenções! Deveria é fugir delas, e não atraí-las para si! — falava a garota, totalmente indignada com a fala do amigo.


 


— Ah, qual é, Mione? Eu sou filho de um maroto, e você quer que eu seja um completo certinho? — ironizou o mais velho dos Potter. — Eu já não fiz quase nada nesses quatro anos, e faltam apenas mais três, então, a partir de agora, Hogwarts vai, mias uma vez, sentir os efeitos das ações de um maroto. Ou pelo menos do filho de um.


 


— Isso é errado, Harry! Você poderia, ou melhor, deveria pelo menos seguir o exemplo do Will! — disse a garota.


 


— Mione, o meu mano não é tão inocente quanto você pensa. — sorriu Harry.


 


— É. — concordou Hailey. — Você não sabe de tudo que ele já aprontou, Mione.


 


William apenas sorriu misteriosamente, embalado por doces recordações de um passado não muito distante.


 


— Bem, façam o que quiserem, então! — murmurou a garota, com uma raiva notável. — Mas não esperem que eu os ajude, depois. — e levantou-se, saindo do local às pressas.


 


— Mione... — começou Harry, mas a amiga-irmã não ouviu, e apenas continuou andando para longe deles.


 


— Eu vou conversar com ela. — afirmou Rony, e, sem esperar qualquer resposta dos demais, levantou-se e foi atrás da garota de cabelos castanhos.


 


-xXx-


 


O ruivo corria, sem olhar para trás, na direção que sua amiga seguira. Mesmo não conseguindo alcançá-la, ele corria e gritava a chamando:


 


— Hermione! Hermione, volta aqui!


 


— Roniquinho, amora! — Rony viu seu caminho sedo impedido por duas silhuetas idênticas, pouco maiores que ele.


 


— Ah, saiam daqui, Fred e Jorge! — reclamou o mais novo, tentando passar pela ‘barreira’ formada pelos irmãos.


 


— Na-na-ni-na-não! — exclamou Fred, impedindo o irmão de passar.


 


— O que você quer correndo atrás da Hermione, Roniquito? Não se acha muito velho para brincar de pigue-esconde?  A não ser que... — começou Jorge, tendo sua fala concluída pelo gêmeo:


 


— Você esteja pretendendo algo melhor... — era Fred deixou a malícia transparecer em sua voz. — Ou você... Roniquinho! Você não... — e mais uma vez, a fala fora completada pelo outro gêmeo; como era costume dos dois.


 


— Magoou a Mione, magoou? — perguntou Jorge, em um tom ameaçador para o irmão mais novo.


 


— M-mas é cla-claro que não! Eu nunca faria algo do tipo com ela! — exclamou o garoto, nervoso e gaguejando, mas convicto de sua última afirmação.


 


— Hum... Ainda bem! — murmurou Fred, como quem diz “Se safou moleque, cuidado na próxima, ou você morre!”.


 


— Ah, seus idiotas, saiam da minha frente, preciso ter uma conversa com a Mione! — respondeu Rony.


 


— Hun... — murmurou Fred, em um tom malicioso novamente. — Ele quer ter uma ‘conversa’ com a Mione, Jorge!


 


— Tá bem... Vocês podem ser meus irmãos, mas eu não vou hesitar em azarar os doisse não saírem da minha frente agora! — reclamou Rony, com uma raiva notável.


 


— Ai que ‘meda’! Vamos sair daqui Fred! — ironizou Jorge, caminhando com seu gêmeo para longe do local, enquanto gargalhava abertamente com o outro ruivo.


 


— Aleluia, Merlin! Pensei que eles nunca mais fossem sair daqui! — o ruivo mais jovem olhou para frente, andando mais um pouco, e bufou quando se deu conta de algo. — Esses idiotas, me fizeram perder a Mione de vista! — resmungou.


 


O quartanista andou mais um pouco por longos minutos, totalmente exausto e sem encontrar a amiga. Deu-se conta de que não estava mais próximo aos seus amigos, e sim perto do lago onde dias antes ocorrera a segunda tarefa do Torneio.


 


Olhou os alunos que estavam ali, e tentou encontrar em meio deles, a sua amiga. Porém não a encontrou. Caminhou mais ainda, e logo ouviu gargalhadas prazerosas que o fizeram parar e olhar na direção de onde vinham. Era sua amiga, sua amiga e Vítor Krum; que sorriam com uma expressão feliz no rosto.


 


— Como ela não vê que ele é um completo idiota? — murmurou Rony com um tom de voz baixo, voltando sua atenção para o ‘casal vinte’ à sua frente.


 


Os dois jovens riam tanto que Hermione nem parecia a mesma garota que, minutos antes, estava com raiva do simples e genial plano de um quase-irmão. Contudo, enquanto o ruivo observava, as risadas foram cessando e Hermione e Vitor passaram a se encarar de uma forma tão centrada um no outro que chegava a parecer intensa.


 


Os rostos foram se aproximando e respirações já eram sentidas um pelo outro. E Vítor, sem conseguir se segurar, selou os seus lábios nos da garota que tanto o encantara com a sua inteligência e meiguice.


 


Ronald Weasley arregalou os olhos com a imagem que via. Não pelo fato de o Campeão de Durmstrang beijar a sua melhor amiga — pois o ruivo já desconfiava da atração do búlgaro pela garota —, e sim pelo fator de ela corresponder ao beijo. Uma lágrima caiu dos olhos do jovem garoto.


 


Então, com a visão embaçada, Rony virou-se, deixando o casal a sós e caminhando em direção ao castelo, almejando um tempo, por menor que fosse, para ficar sozinho e tentar clarear as ideias. Em minutos estava dentro do enorme castelo novamente. Limpava as lágrimas incômodas que insistiam em cair no seu rosto.


 


— Rony! — ouviu a voz de Hailey chamá-lo atrás de si, mas ele apenas a ignorou e continuou andando em direção à Torre da Grifinória.


 


— Rony! — mais uma vez o garoto fingiu não ouvir a voz de Harry o chamando. — Não finge que não tá me escutando, não! Eu te conheço, rapaz! — pôde notar na voz do amigo um tom um pouco chateado, mesclado com nervosismo e irritação.


 


— Ronald Bilius Weasley! Volte já aqui e explique o porquê dessa atitude indesejada! — gritou uma Gina furiosa com a indiferença do irmão.


 


Rony parou de andar quando sentiu uma mão tocar-lhe o ombro. Enxugou as lágrimas rapidamente e virou-se, dando de cara com seu melhor amigo o olhando com certa raiva nos olhos.


 


— Por que nos ignorou, Ron? — perguntou William, com o cenho franzido.


 


— Estamos apenas querendo ajudar! — disse Hailey, chegando perto dos três garotos com o intuito de confortar o amigo.


 


— Hailey! Olá, meu amor. — cumprimentou Cedrico se aproximando do grupo e abraçando a namorada enquanto beijava-lhe o pescoço.


 


— Ah, ótimo! Maravilha! Hoje é o dia dos casaizinhos de Hogwarts. — ironizou o ruivo com as orelhas vermelhas, e saiu dali correndo para seu dormitório.


 


  — O que foi que eu fiz? — perguntou Cedrico, confuso, olhando para a namorada em busca de respostas.


 


— Você? Nada querido. Deve ser algo com Rony, ele já estava assim antes de você chegar. Vá entender — respondeu Hailey, dando um selinho no namorado. Cedrico não se contentou com o pequeno gesto da garota, e logo a puxou para um beijo apaixonado.


 


— Ah, fala sério. Nesse ponto eu concordo com o Rony. Vocês são melosos demais! — reclamou William, saindo do local.


 


— Aham, acredito. Se bem conheço meu irmão, ele vai é atrás da Gabrielle, e só usou o ataque do Rony como desculpa! — comentou Harry, com certa ironia na voz, abraçando a namorada por trás, e se dirigindo a Cedrico e Hailey. — E vocês dois: se comportem. Cedrico,eu agradeceria se você evitasse essas demonstrações de afeto para com minha irmã na minha frente. Ainda não engoli muito bem a diferença de idade entre vocês! — o moreno disse, ganhando uma risada de Cedrico, um tapa no braço dado por Hailey e um beijo singelo de Gina.


 


-xXx-


 


Ronald Weasley entrou como um furacão na torre da grifinória, assustando a Mulher Gorda e alguns alunos que estavam ali perto. Não se importou com os olhares confusos direcionados para si, e continuou a correr até o seu dormitório.


 


Deitou-se em sua cama assim que entrou, notando que não tinha ninguém ali. Fechou as cortinas ao redor da cama murmurando um feitiço. Apoiou os braços atrás da cabeça, e se perdeu em meio a uma embaralhada teia de pensamentos.


 


Como pôde pensar que ela algum dia gostaria dele? Como pôde pensar que ela sequerolharia para ele? Ele era um leigo comparado à ela. E o Krum... Bem, Krum aparentava ser perfeito para Hermione: alto, bonito, inteligente, e rico. Rico... Um fator que ele nunca teve ao seu favor.


 


Mas ele não iria deixar que Hermione Granger acabasse com sua autoestima. Tentaria ‘dar a voltar por cima’ e o faria na noite daquele mesmo domingo. Levantou-se em um salto da cama, limpou as lágrimas, desfez o feitiço nas cortinas e foi em direção ao banheiro do dormitório que dividia com os amigos. Precisava tomar um banho e acalmar os nervos.


 


Sentindo a água em suas costas, o ruivo tomou uma decisão. Não iria se importar com o fato de Hermione não querê-lo. Lembrando-se da cena que há pouco presenciara, Rony resolveu mudar. Dali em diante, tudo seria diferente.

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