Capítulo 21



No capítulo Anterior…


 


[...] — Enfim, nada contra você, mas eu prefiro as ruivas. — o mais velho piscou marotamente para a namorada, que apenas gargalhou alto. — E eu só fiz isso pra pegar o seu lugar, e, como pode ver, meu plano funcionou.


 


William bufou.


 


— Que seja. Ei! Eu mandei uma carta para mamãe hoje e ela me respondeu, contando algumas novidades, e adivinhem só: a Tia Lene tá grávida.


 


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Capítulo 21


 


Harry e Hailey se entreolharam, e Harry gargalhou.


 


— Aham. Sirius Black vai ter um filho com Marlene McKinnon, e um marciano vai parar na minha frente para pedir essa travessa de quiabos — ironizou Harry apontando uma travessa repleta de quiabos que se situava à sua frente.


 


Quando o moreno de óculos terminou sua fala, um cabeçudo corvinal baixo, magricela e franzino de cabelos curtos e ralos orelhas muito pontudas, olhos esbugalhados e pele meio esverdeada se aproximou do grupo muito envergonhado e relutante, e, com uma voz estridente, se dirigiu ao irmão Potter mais velho:


 


— Com licença, senhor Potter, sou Martin Marccino, e meus colegas estão querendo saber se o senhor e seus amigos irão comer esses quiabos. — disse o garoto apontando a mesma travessa citada pelo moreno, momentos antes. Harry apenas meneou a cabeça com os olhos arregalados, e sinalizou que o garoto pegasse os quiabos. — Obrigado, senhor Potter!


 


Ainda em transe, Harry acenou e o garoto se retirou.


 


Após a saída do Corvinal, o grupo se entreolhou com semblantes um tanto chocados, e, após alguns segundos, todos caíram na gargalhada.


 


— Então... Ainda duvida de que eu esteja falando a verdade? — Will ainda ria, tirando a carta de sua mãe do bolso de sua calça.


 


Hailey tomou o pergaminho das mãos do irmão e leu-o atentamente, fazendo uma cara que mesclava descrença e surpresa.


 


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“Caro Sr. Sirius Black,


 


Devo dizer que estou completamente desapontada com você e minha madrinha. COMO ASSIM VOCÊS ESTÃO ‘GRÁVIDOS’ E NÃO ME AVISAM?! Sabem o quão ruim é saber pelo Will que vocês vão ter uma cria depois de anos de enrolação?


 


Estou completamente decepcionada. Que espécie de tio eu tenho que não me conta em primeira mão o que acontece de importante enquanto estou desperdiçando meu tempo na escola? Isso é torturante!


 


Espero uma explicação plausível para essa história e ai de você se não me mandar!


 


Com carinho,


Hailey Lílian Potter.”


 


— Pronto. Agora é só esperar a resposta. — murmurou Hailey para si mesma, enquanto observava, da janela de seu dormitório, a coruja branca de seu irmão Harry levar a mensagem até seu tio. A ruiva deu um pulo quando olhou em seu relógio — Caramba! Preciso descer, as aulas começam em dez minutos! — e, com isso, foi em direção à primeira aula do dia: feitiços, com Flitwick. — Bom, ao menos não é História da Magia. — murmurou com um suspiro resignado.


 


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O tempo se passou, e, com ele, o mês de janeiro se passou, e a Segunda Tarefa se aproximava cada vez mais. Certo dia, os Harry e Hailey estavam no jardim junto dos Weasley, Cedrico, Hermione, Neville, Luna e outros alunos do sétimo ano da lufa-lufa conversando amenidades enquanto aproveitavam uma magnífica tarde livre de aulas. William estava em algum ponto desconhecido do castelo com, Harry desconfiava, Gabrielle.


 


— Então — começou Hermione certa hora. —, Harry, Cedrico, a tarefa está chegando… Vocês já conseguiram desvendar a pista do ovo? A Minerva disse que a tarefa vai ser dia 20, e já estamos no dia 16…


 


Cedrico deu de ombros com um sorriso.


 


— Eu consegui desvendá-la dois dias depois do baile. É bem óbvia, na verdade... Chega a ser meio irônico.


 


— Eu não — disse Harry, corado, recebendo olhares de descrença de todos, e um tapa no braço dado por Gina. — Ei!


 


— Como assim não desvendou? — questionou Hailey com certo ceticismo na voz. — Harry Tiago Potter! Faltam menos de cinco dias para a maldita Tarefa! COMO você espera conseguir qualquer resultado na prova se você ainda NÃO SABE a pista do Ovo?


 


— Ah! Qual é, Lilly! Você tá parecendo a mamãe.


 


— Qual é nada, Harry! — intrometeu-se Gina com um semblante que misturava incredulidade e preocupação. — Harry, amor, essas provas são feitas para testar os conhecimentos e habilidades dos alunos participantes. Eu andei pesquisando sobre ele… Sabe quantos campeões já morreram por falta de preparo nessas tarefas?


 


— Mas, Gina…


 


— Tá legal, chega, os dois! — cortou-os Hermione — Você também, Hailey! — completou quanto a ruiva abriu a boca para contestar. Então, a grifinória se virou para Cedrico, que assistia a cena dos dois Potter e da pequena Weasley com a sombra de um sorriso leve nos lábios. — Cedrico… O que você quis dizer com “meio irônico”?


 


Cedrico a olhou com um sorriso discreto, mas que fazia Hailey perder o fôlego toda vez que o recebia.


 


 — Bem, foi como eu descobri a pista, na verdade. Eu pesquisei sobre os torneios anteriores, e vi que eles sempre usavam algum dos quatro elementos naturais nas Tarefas. O “elemento” dos Dragões é o Fogo… então eu tentei queimar o Ovo, mas não deu em nada, afinal ele é bem resistente. Então eu pesquisei um pouco mais, e, fazendo estabelecendo padrões lógicos, e percebi que, geralmente, o elemento usado na segunda tarefa era o oposto do que era usado na primeira. Por exemplo: se a primeira Prova envolvia o Ar, na segunda eles faziam algo relacionado à Terra, e assim por diante. Então, como queimar o ovo não deu certo, a única solução que eu vi foi…


 


— … Mergulhar o Ovo na água! — completou Hermione animada. — Isso é brilhante! Como você não foi parar na Corvinal? Quer dizer… Uau! Como eu não pensei nisso antes?


 


O lufano gargalhou.


 


— O chapéu até pensou em me mandar para a Corvinal, como meu pai, ou para a Grifinória, como minha mãe, mas algo o fez mudar de ideia.


 


— E o que foi? — perguntou Luna curiosa, com o mesmo semblante distraído de sempre.


 


— Não sei… Ele não disse — sorriu o rapaz, dando um beijo na testa da namorada e se levantando, sendo seguido pelos amigos do sétimo ano.


 


— Aonde vão? — perguntou Hailey.


 


— Biblioteca. Temos um teste do Snape amanhã, e ele está um saco comigo porque eu estou competindo, e não um sonserino estúpido. — gargalhou o lufano.


 


Hermione arregalou os olhos e deu um tapa na própria testa, ajuntando seus pertences e se levantando em um salto.


 


— Droga! Eu esqueci! Temos um teste de Transfiguração amanhã eu não estudei! Harry, Rony e Neville, para a Biblioteca já! — demandou a garota.


 


— Mas, Mione… — tentou protestar Neville, olhando de Luna para a morena com olhos pidões.


 


— Mas nada! Pode se levantar! Você fica com a Luna depois! Vamos! Você sabe que seus pais pediram, no casamento do Sirius, que eu fizesse você estudar junto conosco! Então se levante antes que eu resolva mandar uma carta à Dona Alice!


 


O garoto se despediu de Luna, Gina e Hailey, e se levantou, seguindo a garota ao lado de Harry e Rony. Os lufa-lufas apenas riam dos garotos recebendo ordens de Hermione e conversavam animadamente entre si.


 


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Era noite do dia 17, e Harry se encontrava no banheiro dos monitores do quinto andar do Castelo pela primeira vez.


 


Ao entrar, se deparou com uma visão de se espantar. Logo, o garoto notou uma grande banheira que mais parecia uma piscina com dezenas de torneiras por onde saím águas puras e com aromas, diversos tipos de sabão e espumas coloridas, que estavam postas como um gigante pedestal, formando um labirinto de torneiras.


 


Havia, também, um gigante vitral no fundo do banheiro, que dava ao local uma aparência mágica e aconchegante, por onde batia a luz do dia iluminando o recinto pelo vidro colorido, onde a imagem de uma bela sereia que penteava o cabelo periodicamente observava todos os que entravam e saíam. O chão de marfim que parecia novo de tão branco brilhava sob a luz das velas que iluminavam o local, dispostas em um magnífico lustre circular no centro do banheiro.


 


Harry ligou as muitas torneiras e esperou a banheira se encher, tirando a Capa da Invisibilidade que usava e a colocando à borda da banheira. Quando a água quente e cheia de espumas chegou quase à borda, o garoto desligou as torneiras, despiu-se e, lembrando-se do que a amiga-irmã dissera no dia anterior durante a conversa com Cedrico, pegou o ovo e mergulhou, abrindo-o em baixo d’água. Imediatamente, um coro inquietante de belas vozes começaram a sair do ovo:


 


Procure onde nossas vozes parecem estar,
Não podemos cantar na superfície,
E enquanto nos procura, pense bem:
Levamos o que lhe fará muita falta, 
Uma hora inteira você deverá buscar, 
Para recuperar o que lhe tiramos, 
Mas passada a hora — adeus esperança de achar.
Tarde demais, foi-se, ele jamais voltará.


 


O garoto, após ouvir a melodia calma, ponderou sobre seu significado por alguns instantes, e pensou no vitral do banheiro onde uma sereia penteava seus cabelos esporadicamente. Então, como num flash, Harry quase pôde ver as palavras “Sereianos” e“Lago Negro” escritas à sua frente, ainda embaixo d’água.


 


. Pela visão periférica, Harry notou uma movimentação ao seu lado e, ao se virar, sentiu seu coração disparar enquanto se sobressaltava imensamente com a visão de…


 


 


 


=== PAUSA DRAMÁTICA… ===


 


— Sirius, eu estou grávida, e não morrendo!


 


— Mas Lene!


 


— Mas nada, Black! Pare já com essas frescuras, ou eu vou fazer greve de sexo até cinco meses depois de essa criança nascer!


 


— Mas Lene!


 


— Sirius, eu não preciso que você me dê banho ou me vista!


 


— Mas…


 


=== CONTINUAÇÃO ===


 


— MURTA! — exclamou Harry emergindo na superfície da água, buscando o ar que se esvaíra de seus pulmões quando viu garota-fantasma o encarando embaixo d’água… ou melhor… encarando outras partes de seu corpo com uma expressão uma tanto quanto… safada. — O que faz aqui?


 


— Oi, Harry. — disse o espectro de forma que, somada aos olhares de cobiça, deixava o garoto totalmente constrangido. — Senti sua falta. Por que você não visita mais o meu banheiro? A propósito, belo corpo você tem. — ela soltou um sorrisinho malicioso.


 


A garota morta ia se aproximando do moreno, enquanto ele recuava gradativamente, tentando esconder seu corpo com a nuvem de espumas que, há essa hora, já se tornava cada vez mais escassa.


 


— Sabe, Murta, é que… — a fala do garoto foi interrompida pela própria garota.


 


— Então, Harry Potter, eu estava “andando” pelo encanamento esses dias e encontrei restos de Poção Polissuco. Anda fazendo coisas escondido de novo, Harry. — ela ronronou o nome do garoto.


 


— Poção Polissuco? Eu? Não! Eu não faço mais isso desde o segundo ano! E…


 


— Ahh, Harry, não precisa esconder as coisas de mim… Eu sempre gostei de garotos… rebeldes. — ela soltou um risinho que parecia incrivelmente com o das fúteis garotas que perseguiam Vitor Krum por todo o castelo, e isso fez o garoto sentir certa repugnância pelo fantasma, enquanto se cobria com a toalha ao sair da banheira e começar a se vestir.


 


— Mas eu… — a fala do garoto foi novamente interrompida, mas desta vez pela porta sendo aberta estrondosamente, fazendo Murta desaparecer instantaneamente e Harry se cobriu com a Capa rapidamente, puxando o Ovo consigo e terminando de por seu uniforme ainda coberto.


 


— POTTY — gritou Pirraça, o poltergeist, surgindo próximo ao lustre de velas. — APAREÇA, POTTY-POTTER! — Pirraça berrava enquanto fazia as velas flutuarem e as portas dos boxes baterem de forma ensurdecedora.


 


Em questão de minutos, a porta — que se fechara logo que o poltergeist aparecera — se abriu novamente com um baque surdo, mostrando os professores Snape e McGonagall ofegantes, com semblantes severos.


 


— Pirraça! — exclamou McGonagall, raivosa. — Pare já com isso! Dessa forma você acordará todo o castelo!


 


Snape apenas bufou.


 


— Posso saber o porquê desse estardalhaço todo? — perguntou o professor de Poções.


 


— O ‘Pottinho-Pottie’ está fora da cama! ALUNO FORA DA CAMA! ALUNO INVISÍVEL FORA DA CAMA!


 


— PIRRAÇA! — esgoelou-se a animaga. — PARE AGORA COM ESSES GRITOS OU SEREI OBRIGADA A ENFEITIÇÁ-LO! — ela se acalmou antes de continuar. — E se eu tiver que te azarar, tenha consciência de que o Barão Sangrento saberá sobre suas façanhas.


 


poltergeist, antes zombador, agora se mostrava um tanto ofendido e assustado com a ameaça da professora. Snape apenas observava a colega de trabalho ameaçar a criatura com as sobrancelhas arqueadas.


 


— Pirraça — chamou o homem que mais parecia um morcego com seus trajes inteiramente negros e sua capa esvoaçante. — Você disse que o Potter está caminhado pelo castelo após o toque de recolher? Tem certeza?


 


Pirraça assentiu sem proferir qualquer palavra, ainda com as palavras de McGonagall em seus pensamentos. Severo olhou ao redor, e constatou que se encontrava sozinho com Minerva e Pirraça nos monitores, e então, como se uma luz se acendesse em sua cabeça, o homem começou a tatear o ‘nada’.


 


— O que está fazendo, Snape? — questionou a professora, autoritária, provavelmente questionando-se sobre a sanidade de seu ex-aluno.


 


— Pirraça disse que Potter está fora da cama. Como não há ninguém aqui, deduz-se que ele provavelmente está sob um feitiço Desilusório, o que é bem difícil para um aluno do quarto ano, mas deve-se considerar que o garoto é filho de Lilian Evans.


 


— Severo, por favor. Lilian está casada com Tiago há anos, já passa da hora de você começar a chamá-la pelo nome de casada, Lilian Potter, por mais que você um dia tenha se apaixonado por ela. Agora, se não se importa, creio que seja melhor que nos recolhermos, tendo em vista que Pirraça apenas estava sendo ele mesmo ao perturbar a paz do colégio.


 


Harry encarou o odiado professor com certo nojo, feliz pelo fato de sua mãe tê-lo rejeitado, e esperou alguns minutos após ele a professora terem desaparecido pelo portal.


 


Com um forte suspiro aliviado, Harry ajeitou seus trajes por baixo da Capa e segui em direção à Torre dos ‘Leões’ com as frases da canção que ouvira (“Levamos o que lhe fará muita falta,”; “Mas passada a hora — adeus esperança de achar” e “Tarde demais, foi-se, ele jamais voltará.”) martelando em sua mente.  


 


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— Repita! — ordenou Hermione pela milésima vez nos dois dias passados.


 


Era quase noite do dia 18, e Harry, Neville, William, Hailey e Hermione estavam rodeados de imensos livros sobre os mais diversos assuntos.


 


— Eu já repeti muitas vezes, Hermione, e já concordamos no óbvio: a Tarefa será no Lago Negro, e deverá durar no máximo uma hora. O problema aqui é encontrar algum feitiço, poção ou qualquer coisa que me ajude a respirar embaixo d’água por uma hora inteira.


 


— Hey! — exclamou Neville sem tirar os olhos do livro de Herbologia que tinha em mãos. — Eu acho que encontrei! Uma planta chamada Guelricho, do Mediterrâneo, que faz a pessoa respirar, mesmo submersa, por aproximadamente uma hora.


 


Hermione pegou o livro das mãos do garoto e correu os olhos rapidamente pela página.


 


— Impossível. — bufou a menina, nervosa. — Como você mesmo disse, Neville, a planta só é encontrada no Mediterrâneo e, até onde eu sei, isso fica bem distante da Grã-Bretanha. Sem contar que jamais conseguiríamos autorização do diretor para sair da Escola, quem dirá do país.


 


William respirou fundo e ergueu sua mão no ar, como quem pede permissão para falar.


 


— Fala, Will. — disse Harry para o irmão.


 


— Harry, eu achei um feitiço-base para a animagia, derivado do Animallia, que, de acordo com este livro — ele apontou o que estava em seu colo. —, pode ser manipulado por alguém de ‘fora’, isto é, eu, como seu ajudante, posso transfigurar parte ou todo o seu corpo em algum animal ou fazê-lo adquirir algumas características de um, e você pode fazer o mesmo comigo. É extremamente arriscado, mas é a solução mais plausível no momento.


 


Todos os presentes se entreolharam com um brilho no olhar.


 


— Irmãozinho… Você é brilhante! — disse Hailey abraçando William com força e dando um beijo estalado na bochecha do mesmo.


 


— Então… — interrompeu Hermione. — Vocês devem começar logo a praticar. Temos pouco mais de dois dias, então… mãos à obra!


 


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Na manhã do dia 20 de fevereiro, Harry e William se viam nervosos em seus trajes de banho entregues por um Elfo Doméstico em suas camas pela manhã.


 


Os irmãos caminhavam lado a lado em direção aos mesmos barcos que eram usados pelos primeiranistas para terem acesso à Escola antes da Seleção, sendo que estes se situavam às margens do Lago Negro, e, assim que completamente cheios, levavam os alunos e pais presentes a uma plataforma no centro do Lago.


 


Ao pisarem na precária construção de madeira, Harry e William (que estavam no barco com Neville e Rony) ouviram seus nomes serem chamados por vozes conhecidas ali perto:


 


— HARRY, WILL, NEV, RONY! VENHAM AQUI! — berrava um vulto de cabelos muito vermelhos, Lilly Evans, para os filhos e para os amigos deles.


 


O quarteto se aproximou de Lílian e Tiago Potter, Sirius e Marlene Black, Frank e Alice Longbotton, Sarah e Amos Diggory, Remo Lupin e Ninfadora Tonks e Cedrico Diggory, com trajes parecidos com os de Harry e William, ao lado de Dimitri Narrow, outro Lufa-Lufa setimanista (que ajudaria Cedrico na Tarefa). Em questão de segundos, os Potter e Neville estavam sendo sufocados por abraços de suas respectivas mães.


 


— Oi mãe, pai, pessoal! — disseram os irmãos Potter e Neville em uníssono ao se separarem das progenitoras.


 


— Hey, Harry, Will, Ron, Neville… Vocês viram a Hailey? — perguntou Cedrico com um sorriso para os novos amigos.


 


Harry e William se entreolharam.


 


— Eu pensei que ela viria com você! — perguntou Harry com as sobrancelhas arqueadas e um ‘quê’ de preocupação na voz. — Ou com as meninas. Eu não encontrei nem a Mione, nem a Gina, nem a Lilly hoje. Talvez elas estejam vindo todas juntas. — disse, sem convencer ninguém, nem a si mesmo, pois sua voz estava impregnada com certo temor.


 


— Talvez… — disse Cedrico com um tom de extrema preocupação que fez Tiago ter certeza de que estava certo em permitir o namoro do afilhado com sua filha, apesar da diferença das idades.


 


— ATENÇÃO, CAMPEÕES E AMIGOS SELECIONADOS, QUEIRAM SE APROXIMAR DE BARTOLOMEU CROUNCH PARA MAIORES DETALHES SOBRE A PROVA! — a voz de Dumbledore ecoou por entre as pessoas ali amontoadas, e os adolescentes se despediram dos familiares.


 


Harry, William, Cedrico e Dimitri encontraram Bartô próximo à borda da plataforma de madeira. Em instantes, Fleur apareceu acompanhada de uma bela garota que, assim como a Campeã, trajava um maiô azul-turquesa com o emblema de Beauxbatons e um roupão de mesma cor e emblema do maiô, e Krum chegou acompanhado de ninguém menos que Draco Malfoy, causando surpresa nos dois Grifinórios dali.


 


— Malfoy? — questionou Harry com desdém. — Você vai competir? Há-há. Mal posso esperar para ver.


 


— Isso mesmo, Potter. O que foi? Medinho de se afogar? — o loiro riu acidamente. — Prepare-se para perder na frente de seus pais e do infeliz do primo da minha mãe.


 


— Perder? Para uma doninha albina saltitante como você? Há! Eu mediria minhas palavras se fosse você, Drakie. Ou seu papaizinho oxigenado não te ensinou a ter respeito? — retrucou o moreno com um sorriso maroto.


 


— Cavalheiros! — Crouch interrompeu qualquer resposta que Malfoy daria. — Deixem as desavenças para depois. Agora, como todos devem saber, campeões, algo lhes foi roubado, e vocês terá exatamente uma hora para resgatar seu próprio, com o auxílio de seus amigos selecionados… — Harry parou de ouvir qualquer coisa ao processar as palavras do homem. De repente, tudo fez sentido. A ausência de Gina, Hailey e Hermione, e até onde pôde notar, de Gabrielle também.


 


— Eu não acredito! — murmurou Harry para Cedrico, Dimitri e William. — Pessoas! Os tesouros são pessoas! Como eles puderam?


 


— Do que está falando, irmão? — perguntou Will com curiosidade.


 


— Olhe em volta, Will! Mione, Lilly, Ginny e, pelo visto, Gabrielle não estão aqui! E todas elas têm alguma conexão com pelo menos um dos campeões. Hermione foi com Krum ao baile. Gina é minha namorada, assim como Hailey é a sua, Cedrico. E Gabrielle é irmã da Fleur! É claro!


 


— Quer dizer que Hailey, MINHA Hailey está embaixo d’água neste exato momento? — perguntou Cedrico com uma expressão de ódio no rosto.


 


— Faz sentido — disse Will —, mas… Ah, Droga! Vocês se lembram da música? ‘Mas passada a hora — adeus esperança de achar.’, ‘Tarde demais, foi-se, ele jamais voltará.’. Isso só pode significar uma coisa: se não nos apressarmos, os tesouros ficarão com os sereianos, e provavelmente servirão de jantar da Rainha deles.


 


— Srs. Potter, Potter, Diggory e Narrow, por favor fiquem aqui — Minerva apareceu ao lado deles apontando para quatro marcas na madeira gasta. Apenas confirmando mais ainda a teoria de Harry, o semblante de McGonagall era um misto de medo e preocupação, provavelmente pelos alunos que estavam submersos. — A partida será dada em minutos. Se preparem para o início da Tarefa.


 


Os quatro garotos se entreolharam e, assim como Malfoy e Krum, despiram as camisas, ficando apenas com calções próprios para nado, arrancando suspiros das garotas ao redor. Fleur e sua amiga, que mais tarde Harry descobriu se chamar Dominique Bittencourt, despiram seus roupões, atraindo olhares de cobiça da ala masculina ali presente.


 


Os oito jovens (Vítor, Draco, Fleur, Dominique, Harry, William, Cedrico e Dimitri) respiraram fundo empunhando suas varinhas e, ao som do canhão acionado por Filch, pularam em sincronia perfeita, cada um murmurando um feitiço diferente para si mesmo, ou no caso da ‘dupla Potter’, dirigindo-os um para o outro.


 


— Animallia morphus regulares. — disseram os dois ao mesmo tempo. Então, instantaneamente, os corpos de ambos começaram a sofrer algumas alterações, adquirindo características de animais aquáticos, como as guelras, e tendo suas mãos e pés transformados em nadadeiras.


 


Já transformados de forma que conseguiam respirar normalmente, os dois irmãos se entreolharam e partiram em disparada para a direção oposta às armações de metal e madeira da plataforma que sustentava os espectadores.


 


-x-


 


O tempo corria, e Harry e Will logo puderam ver as estruturas da desgastada ‘fortaleza’ dos sereianos, e, não muito longe, viram quatro vultos vestidos com seus uniformes.


 


Ao se aproximarem mais, os Potter atraíram a atenção dos guardas da ‘cidade’, que, ao perceberem que se tratava de estudantes do Torneio, assentiram desconfiadamente, e retornaram seus olhares à frente.


 


Como Harry previra, os quatro vultos ali eram de Hermione, Gina, Gabrielle e Hailey, com ‘etiquetas’ amarradas aos seus tornozelos, indicando que eram os ‘troféus’ de Vítor Krum, Harry Potter, Fleur Delacour e Cedrico Diggory, respectivamente.


 


— Ei, Will! — Harry chamou o irmão ao ver que o mesmo se encontrava na frente de Gabrielle, olhando aflito para a direção de onde haviam chegado. William se virou para Harry. — Acho melhor esperarmos. Se algum deles não conseguir chegar aqui, não podemos arriscar… Teremos que levar qualquer uma delas conosco. — o moreno de óculos apontou as garotas.


 


William assentiu, e o silêncio reinou entre os dois.


 


Instantes depois, Cedrico e Dimitri apareceram ao lado deles, e desamarraram Hailey. Cedrico indicou seu relógio de pulso para os cunhados, que subentenderam que seu tempo estava acabando. Apesar disso, os dois persistiram na ideia de esperar pelos próximos competidores.


 


Não passado muito tempo, Krum apareceu sozinho, com a cabeça de um tubarão negroe corpo de homem, e, de forma ameaçadora e cortou a corda que segurava Hermione, assentindo para Harry e Will e partindo, segurando o braço da garota.


 


Mais um tempo se passou, e não havia nem sobra de Fleur ou Dominique.


 


— Harry, eu acho que elas não vêm — disse o moreno mais novo, encarando a pequena loirinha à sua frente. — Eu não posso deixá-la aqui.


 


Harry olhou bem para o irmão e, após pensar um pouco acenou orgulhoso.


 


— Então você cuida da Gabrielle e eu levo a Gina.


 


William consentiu e, juntos, os irmãos romperam as cordas que seguravam as duas meninas. Imediatamente, um pequeno exército de sereianos os cercou, apontando os tridentes para os dois garotos.


 


— Só um. — balbuciavam as criaturas.


 


— Mas não vamos abandonar nenhuma delas — disse Harry firmemente.


 


— Não! Não podem levas as duas! São as normas. — disse a criatura que parecia ter maior autoridade. A Rainha dos sereianos.


 


— Desculpe… Não pedimos sua opinião — sorriu Harry.


 


Os irmãos trocaram olhares marotos e, sacando as varinhas, gritaram juntos: “Repelio!”.


 


Em uma explosão vermelha, os sereianos foram afastados dos dois, e, segurando as cinturas de suas respectivas garotas, os Potter nadaram o mais rapidamente que conseguiram, despistando seus ‘seguidores’.


 


Minutos depois, os dois já avistavam a estrutura da plataforma novamente. Ao se aproximarem mais, apontaram as varinhas um para o outro e murmuraram rapidamente um“Homorphos”.  Então, os dois sentiram-se voltar ao normal, e nadaram até a superfície. Assim que emergiram, as garotas acordaram, como se despertassem de um transe, inalando todo o ar que seus pulmões pediam, sendo imitadas por seus ‘salvadores’.

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