Desfecho



Foi difícil tomar aquela decisão. Como lembrete, Draco provocava dores físicas assim que notava algum sinal da aterradora tentação de possuir Hermione. Deixaram, aos poucos, de se falar. Não mais amaram-se. A garota, é claro, estranhou. Perguntou o motivo de tal mudança e ele teve de se manter controlado para ser capaz de lhe inventar uma mentira bastante ofensiva. Chamou-a de sangue-ruim e alegou ter apenas usado-a para satisfazer seus desejos e despedaçar o coração dela, urrando que o tipo de gente que ela representava enojava-o. Olhando fixamente para os olhos castanhos de Hermione, observando as pesadas lágrimas que escorriam por sua face corada de raiva, Draco desejou desmentir tudo. Pensou em revelar o tamanho de seus sentimentos e a intensidade de seu amor, quis abraçá-la para nunca mais ter de se separar dela. Não o fez. Permaneceu rígido, imóvel, temendo que se realmente se mexesse, poderia trair a si mesmo e acabar beijando os lábios macios de Hermione. Foi com grande pesar e uma dor indescritível que Malfoy a viu virar as costas e correr, desorientada e profundamente triste, sem sequer saber que era igualmente difícil para ele ter de vê-la partir.


            Os dias que se seguiram à separação foram complicados para ambos. Enquanto Draco se fingia doente e estava estranhamente rude com os amigos, Hermione deixou de fazer os trabalhos escolares e era pega chorando com uma freqüência alarmante. Notavelmente havia algo errado com os dois, mas ninguém jamais pensou em ligar Hermione Granger a Draco Malfoy. Era inimaginável e também inconcebível que dois adolescentes tão distintos e separados por ideologias opostas se apaixonassem; e talvez tenha sido por isso que, apesar do sofrimento, Draco tenha feito a coisa certa ao abrir mão de um amor que ele certamente não mais poderia esquecer. Foi com o coração apertado que ele a viu se formar e, depois, casar-se com Ronald Weasley, um traidor do sangue. Foi com intenso pesar que ele mesmo se casou com Pansy, uma mulher que não amava e que não poderia sequer fazê-lo minimamente feliz. Ela não tinha os olhos de Hermione. Não possuía sua sabedoria gentil nem sabia fazer com que Draco perdesse a noção do tempo e do espaço quando se amavam.


            Pansy, por sua vez, cega de amor, nunca percebeu que Draco não aparentava estar apaixonado por ela. Ele exercia suas obrigações matrimoniais com uma mecânica precisão e nunca, em nenhum momento, disse que a amava. Parkinson hesitava, atônita, mas permanecia confiante de que a personalidade de Draco o impedia de expressar vividamente seus sentimentos e, assim, de maneira sórdida, ela se enganava porque lhe era mais conveniente e menos doloroso do que aceitar que não era correspondida e muito menos admirada pelo marido que tanto amava.  


            Draco não pode amar ninguém mais. Seu coração está com Hermione e é com ela que vai ficar eternamente. Mesmo que ela realmente ame Rony, mesmo que ela o esqueça e pense nele como uma aventura que não valeu a pena. Mesmo que as noites estreladas que passou com Draco não lhe causem nada senão dor e arrependimento. Malfoy gostaria que ela soubesse que não a esqueceu. Que nunca a esquecerá. Gostaria que soubesse que seu casamento é uma farsa e que largaria tudo por ela. Deixaria Pansy, a agradeceria por tê-lo suportado tão terrivelmente alheio à tudo durante tanto tempo, desculpar-se-ia por não ter dado a ela o privilégio de ser mãe, explicando que não poderia unir-se tão profundamente com alguém que não amava. Seria sincero e abnegaria tudo o que o impedisse de ser plenamente feliz com a mulher de sua vida.


            Infelizmente, seus desejos nunca foram realizados. Suas preces, jamais atendidas; e logo percebeu que estava fadado à infelicidade pelo resto de seus dias. Enfurecia-se com sua burrice e culpava à sua mentalidade infantil pela irreparável perda. Agora que era demasiadamente tarde para arrependimentos, Draco percebia que nem a fortuna nem a nobre linhagem valem o preço de um amor. Dinheiro não compra felicidade e sobrenome não preenche o vazio de um coração despedaçado. Não havia sequer um dia em que não pensasse em Hermione, mas nada podia fazer senão desejar mentalmente que ela fosse feliz, que não tivesse o mesmo destino solitário dele.


 


 


 


 


XXX FIM! O que acharam? ME DIGAAM, POR FAVOR! haha

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