Enigma
"Posso perdoar, mas esquecer é outra coisa" - Napoleão Bonaparte
Acordei no dormitório feminino da sonserina.
Eileen e Jés olhavam-me preucupadas.
- Ah você acordou ! - Eileen sorriu.
- O quê aconteceu ? - perguntei, levei a mão até minha tempora, que latejava.
- Tom Riddle te trouxe nos braços até aqui. - Jés disse - Disse que você desmaiou e caiu de uma escada. É sério ?
- É - menti. - que horas são ?
- Quase hora do almoço - Eileen sorriu - você perdeu todas as aulas da manhã.
Suspirei.
- Não quero almoçar - na verdade, eu não queria encarar Riddle.
- Não perguntamos se você quer - Eileen riu - você vai.
Me levantei, eu estava completamente bem pra quem tinha sido torturada, e minha varinha estava na minha mesa de cabeceira, totalmente intacta.
Devo ter feito uma cara muito confusa, porque Jés disse :
- Você soluçava desmaiada, era assustador, Riddle ficou uma meia hora murmurando um feitiço. Eileen perguntou o que era, ele disse que aliava dor.
- Ah .
Que pessoa mais... enigmática. Ele me tortura e depois me ajuda.
Era isso, Riddle era um enigma.
Saímos do dormitório e subimos em silêncio até o Salão, onde setamos bem na ponta.
- Não olhe agora - Eileen disse - mas Tom Riddle está vindo pra cá.
- Ah, não.
Me levantei e sai do Salão o mais rápido que pude, sem nem ao menos tocar na comida, deixando uma Eileen e uma Jéssica muito confusas para trás.
Mas não adiantou de nada, Riddle me seguiu.
E pior, ficamos sozinhos em um corredor. Ou seja, eu estava praticamente dizendo "Torture-me"
- Devia agradecer - ele me disse no mesmo tom frio de sempre
- Vai infernizar aquela sua gangue e me deixa em paz - respondi mal educadamente - devo te agradecer, Riddle ? Ok, obrigada por me torturar, você não sabe como essa experiência foi boa.
- Ainda bem que reconhece - ele debochou.
- O que você quer saber ? - disse com raiva
Ele brincava com uma mecha do meu cabelo. Estranhei a atitude.
Ele realmente era um enigma.
- Como sabe tanto sobre mim ?
Me aproximei dele.
- Quer mesmo saber ?
- Se eu não quisesse não estaria perguntando - ele disse, os olhos brilhavam de raiva.
Lhe dei um tapa na cara, um tapa bem dado, ficou vermelho.
- COMO VOCÊ SE ATREVE ? ESCÓRIA. - ele gritou.
- OLHA QUEM ME CHAMA DE ESCÓRIA, O MESTIÇO.
Achei que ele fosse me espancar, ou coisa do gênero. Mas ele simplesmente gargalhou.
- Não pense que vou desistir tão fácil, Amélia. - ele disse ainda rindo.
Já disse que ele é um enigma indecifrável ? Pois é.
- Ainda tinha esperanças - disse.
Ele revirou os olhos e saiu andando, virando em um corredor.
Bufei. Riddle e suas reações inesperadas as vezes me assustavam e outras me deixavam completamente confusa.
Fiquei parada que nem um vegetal olhando para onde ele tinha andado até Eileen e Jéssica saírem.
As aulas foram passando normalmente, mas eu não conseguia desprender meu olhar de uma pessoa em especial...
Ele não parecia a pessoa que ia se tornar. Como um garoto tão bonito podia virar uma coisa como aquela ?
E pelo que percebi nas aulas, ele era brilhante. Por que não usar essa inteligência para o bem ?
Ele era debochado, mas extremamente educado... pelo menos em público. Todos os professores amavam ele. Com exeção talvez de Dumbledore.
Falando em Dumbledore, ele me chamou em sua sala, só para dizer que não tinha novidades relacionadas ao vira-tempo.
Pra falar a verdade eu já esperava por isso, nada nunca dá certo pra mim, e quando tá, a vida cobra em dobro...
Mas quer saber, eu já até me acostumei com isso. O geito era ir vivendo normalmente, tomando cuidado para não alterar nada que significasse alguma coisa futuramente, é claro.
Não podia deixar ninguem saber minha verdadeira identidade, isso podia causar um colapso no tempo.
Me orgulho de ter resistido as torturas do Riddle. Claro, que não tive um minuto de paz depois disso.
Ele não voltou a me torturar, mas ele sempre me olhava, sem uma expressão, suas emoções, reações, ele mesmo, era um enigma.
Os dias foram se arrastando lentamente, e quando me dei conta, já tinha se passado uma semana inteira.
Era fim de tarde da sexta , ou seja, no dia seguinte teria visita á Hogsmeade. Todos estavam animados. Mas eu não.
Resovi não ir, se Riddle me encurralasse lá, seria um problema.
Eu, Eileen e Jéssica estavamos no Salão Comunal.
Riddle e sua gangue também, mas em um lado oposto. Assim que puis os pés ali me senti obseravada. Advinha quem era.
- Então - Eileen bocejou enquanto falava - você vai amanhã pra Hogsmeade com a gente, né ?
- Hã... Eileen, desculpa, mas não vou não.
- Ah, por favooooooooor Rachel - Jés pediu.
- Não - disse com firmeza.
Elas me olharam tristes.
- Desculpe - acrescentei.
- Srta. Lennox, posso falar com você ? - Riddle estava parado de pé ao meu lado.
- Não tenho nada pra falar com você. - sibilei.
- Quem vai falar sou eu, não você - ele riu debochadamente.
Corei, aquela ele tinha vencido.
Me levantei.
- O que você quer ? - disse mal educada.
- Só conversar em um lugar mais reservado. Não seja tão insolene - ele disse seriamente, mas pude sentir o tom de ameaça escondido.
Levantei uma sombrancelha.
- Vai me matar ou coisa do tipo ?
Ele riu.
- Não. - garantiu.
- Então vamos - falei desconfiada.
Nós dois saímos do Salão Comunal sem nem dar uma palavra um com o outro.
Eileen e Jéssica abavam risadinhas. Elas realmente não entendiam a gravidade do problema, e se dependesse de mim, nunca entederiam.
Catherine Kempter me fuzilou com os olhos enquanto eu passava, mas isso era normal.
Assim que saímos ele finalmente falou.
- Só queria saber se a srta. gostaria de me acompanhar em Hogsmeade amanhã.
- Sa sale, mourir dans l'enfer, Riddle. - disse em francês.
Quando estou muito irritada eu xingo em francês ou alemão... não sou normal, eu sei.
- Traduza.
- Seu sujo, morra no fogo do inferno - ri com gosto.
Ele apenas sorriu.
- Posso considerar isso como um sim ?
- Não.
Ele levou a mão ao meu pescoço e apertou. Fiquei roxa.
- Eu disse para não ser insolene. Eu pedi uma resposta, ma belle - ele desdenhou.
Não tinha medo dele.
- A resposta é sim.
Ele deu um sorriso malicioso. Me arrepiei, agora eu fiquei com medo.
- Até lá, então.
Ele me puxou pelo braço e me deu um demorado beijo bochecha. Me arrepiei. Não sei se de medo ou...
Não, nunca.
Eu sabia o que ele queria, era uma armadilha pra me fazer falar, mas quem ia se surpreender dessa vez era ele.
Não vou deixar ele achar que pode fazer o que quiser, ele ia ver que eu não era fraca.
Entrei no Salão Comunal. Com Riddle atrás de mim.
Ele deu um sorriso debochado para a gangue. Me sentei de novo com Eileen e Jéssica. Catherine chegou mais perto, acho que para ouvir a conversa.
- O que ele queria ? - Eileen se adiantou.
- Me convidar pra ir até Hogsmeade.
O queixo das duas caíram. Não olhei para Kempter.
- Que foi ? - perguntei.
- Ele nunca levou ninguem pra Hogsmeade... ninguem. - Jés respondeu.
Dei os ombros.
- E daí ? - falei meio irritada.
Mas elas não responderam.
Bufei e peguei um pergaminho, precisava começar um trabalho de Transfiguração.
Mas percebi que cada movimento meu era vigiado, por um par de olhos azuis extremamente bonitos.
Ele era realmente um enigma.
N/A: meio paradão, não é ? daqui a pouco eu posto mais
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