Vira-Tempo



" Se queres prever o futuro, estuda o passado " - Confucio




Vou contar uma história... uma história que mudou minha vida, e a vida de muitas outras pessoas também.
Era o primeiro dia de aula em Hogwarts, eu iniciaria meu 6º ano. Eu era da Sonserina, orfã, morava em um orfanato trouxa. Sangue-puro, meus pais foram mortos durante a Segunda Guerra Bruxa, mortos por Lord Voldemort.
Suspirei, enquanto virava as páginas da revista, impaciente. Parecia que o Expresso de Hogwarts resolvera demorar só para me irritar.
A porta se escancarou, Pansy Parkinson se jogou no banco da minha frente. Ah.. como eu a odiava, falsa, nojenta.. mas era raro eu gostar de alguem, minha melhor amiga, Andie, também estava morta... Voldemort.
- Ah, olá, Miller - cumprimentou seca.
- Como vai, Parkinson ? - respondi no mesmo tom - último ano ?
- Sim. Agora que toda essa guerra acabou quero terminar meus estudos em paz. Draco...
- Soube - interrompi sorrindo debochadamente - que ele está namorando uma tal de.. Astoria Greengrass, acho que é esse o nome. Estou certa ?
Me segurei para não rir da cara zangada que ela fez.
Naquele momento a porta se abriu... FINALMENTE ALGUEM.
- Ah, alô, Mia ! - Luna sorriu, ela podia ser legal e tudo mais... mas que porcaria era aquela que ela estava usando no pescoço ?!
Acho que ela notou meu olhar, porque disse:
- Ah, gostou ? Papai que fez - disse alegremente - é um vira-tempo com chifre moído de Bufador de Chifre Enrugado.
- Uhum - respondi  com meu sorriso mais falso.
Pansy saiu bufando, ela detestava tudo e todos... fico imaginando se sou muito diferente dela.
Diferente de Luna, com certeza, eu sou. Somos parentes, quer dizer, mas a esquisitisse não é de família. A tia do pai dela é minha avó. Ou seja, sou prima dela.
Não me leve a mal... eu realmente gosto dela, mas ainda acho esquisita.
- Meu pai fez praticamente o impossível pra encontrar o Bufador - ela começou.
Eu soube que ia começar com as histórias, por isso me desliguei completamente do mundo.
Fui acordar de meus devaneios com a porta da cabine batendo com força. Ah, não... eu mereço, podia ser até um filme de terror : Parkinson, O Retorno.
Aqueles filmes trouxas que tem uma menina piscopata que quer matar todo mundo porque estão em uma casa... ou viram uma fita... ou qualquer coisa do gênero.
Com aquela cara, Pansy podia fazer muito bem um papel para esses filmes.
- As outras cabines - ela olhou com nojo para Luna - estão cheias, caso contrário não ficaria aqui com... vocês.
Percebi o nojo que ela colocou na última palavra... cerrei os punhos.
Ah Voldemort... por que você não me matou ? Saco, viu, eu podia estar no céu com meus pais e minha amiga, se eu merecesse o céu, o que acho pouco provável... mas não, tenho que ficar aqui com meninas psicopatas chamadas Pansy.
- Pansy ! - Luna cumprimentou animadamente
Fala sério... ela é tão pura assim ou se faz ?
- Lovegood - ela disse o nome como se fosse alguma coisa asquerosa... não gostei - que coisa ridícula é essa no seu pescoço ?
Ah não... senta que lá vem história. Amélia, você já está sentada... ok, preciso parar de falar comigo mesma, é estranho.
Depois de todo blá blá blá da Luna sobre algum bicho que bufa e que pelo que eu me lembre ninguem além da nossa família, entre aspas, sabe que existe, Pansy resolveu encarnar o geito mais sonserina de ser.
Ela riu.
- Isso nunca que funciona... imagina ? Um vira-tempo que volta cinquenta anos atrás ou mais. Ah, que piada !
- Falo sério ! Os Chifres do Bufador...
Não ouvi o resto, voltei aos meus devaneios.. senta que lá vem outra história.
Assustada, percebi que o trem já se movia. Mérlin... quando eu me desligo, eu me desligo mesmo.
- Mia ? - Luna me "acordou"
- Oi ?! - respondi
- Você acha que meu vira-tempo funciona, não é ?
Sinceramente ? Não. Mas não ia dizer isso para ela, não ia dar aquele gostinho para a Parkinson.
- Claro que acredito, Lu.
Pansy bufou.. imaginei que se Bufadores de Chifre Enrugado existissem, seriam parecidos com ela.
Imaginei um chifre na cabeça da Pansy, estava pronta para me desligar do mundo outra vez quando Luna me chamou.
- Mia ? - ela adora me chamar, só pode.
- Ah, desculpa, eu não prestei muita atenção. - falei sinceramente.
Desde que perdera as pessoas mais importantes para mim no ano passado, nunca fui a mesma, gostava de sempre me desligar do mundo.
Era tão bom... tantas pessoas maravilhosas que morreram durante a Guerra.
Dumbledore; meus pais ; Lilían e James Potter...
Tantos... tantos.
Me toquei que me desligara... de novo. Amélia, se controle.
- Eu duvido - Pansy debochou - eu duvido que você teste, ralé.
- Hã ? - ok, eu não entendo mais nada, sério.
- Mia, ela duvidou que você testasse meu vira-tempo.
- Ah... testo, de boa - respondi.
- Mas e se você for pro passado e não conseguir voltar ? - Luna disse, parecendo preucupada.
Não vai funcionar.
- Eu giro pra frente e volto para onde nós estamos. Certo ?
Não ia funcionar.
- Ah, certo. - ela disse mais tranquila.
Não deveria funcionar.
Ela estendeu o vira-tempo pra mim, peguei-o e coloquei em volta do meu pescoço.
Não era pra funcionar.
Mesmo que eu voltasse pra algum lugar no tempo... o que eu tenho a perder ou a ganhar ? Já faz muito tempo que eu não sei o que é viver.
Não vai funcionar.
Girei várias vezes, sem contar. Parkinson gargalhava.
É.. parece que não deu certo. Eu sabia.
Dei os ombros, que diferença isso fazia ?
Então tudo parou e começou a voltar, como aquelas fitas de video cassete trouxas que voltam tudo bem rápido.
Como um filme visto ao contrário, tudo começou a girar e voltar, como um filme de trás pra frente, fiquei uns 10 minutos só vendo tudo voltar . Me senti sufucada e do nada tudo parou, eu estava sozinha na cabine.
Então prestei atenção. O Expresso estava limpo... muito limpo. Não tinha notado isso e...
 CADE A LUNA E A PARKINSON ?
Matem-me.
Sai deseperada da cabine. Onde estava todo mundo ? Todo aquele povo se matando com bolinhas de papel e se entupindo de doces.
Não escutava aquelas risadas alteradas, as vozes altas... nada.
Me perguntei se tinha alguma alma viva no trem. E tinha..
Vi muitas pessoas, cada uma em uma cabine e... pelas barbas de Mérlin, que roupas eram aquelas ?
Meninas com saias até o meio das canelas, chapéus... meninos de... terno ?!
Ah não. Era uma brincadeira... uma pegadinha, só pode ser.
Sai da cabine e fui andando sem rumo. Assustada, você também ficaria se visse gente vestida que nem a sua avó em um trem só pra estudantes... ESTUDANTES VESTIDOS QUE NEM A SUA AVÓ.
É traumatico.
Será que os tais Bufadores existiam mesmo e... Amélia, você tem problemas muito maiores pra pensar.
- AI - trombei com alguem enquanto andava loucamente pelos corredores, sem rumo.  Pelo brasão no uniforme, era da Grifinória...
Senti alguma coisa quebrar... alguma coisa no meu pescoço.... OK, ISSO NÃO É NADA BOM !
- Ah, desculpe - ele disse.
- EMQUEANOESTAMOS? - gritei, como uma louca. Não que eu fosse normal... eu converso comigo mesma e... foco Amélia.
- Desculpe ? - ele pareceu confuso.
Não era pra menos, se eu fosse abordada no trem por uma louca berrando, ia achar muito estranho e provavelmente ia sair correndo, mas... foco Amélia.
- Ah.. e-eu, me desculpe. Mas... em que ano estamos ?
- Você está brincando, não é ? - ele riu - Sou Charlus Potter.
Percebi que dizer meu nome não era uma boa escolha... e se tivesse algum parente meu na escola ? Estremeci.
Eu realmente não fazia ideia de que ano era.
- Rachel - menti - Rachel Lennox.
- Prazer, senhorita -Lennox - ele sorriu.
Por favor, por favor, por favor me digam que é um sonho. Eu voltei no tempo... era a única explicação para aquelas roupas, aquele geito de falar. Aquilo tudo...
- Hã... - respira Amélia, você só precisa encontrar um lugar e usar o vira-tempo... CADÊ O VIRA-TEMPO ?
Só tinha uma parte da ampulheta, a outra estava quebrada. E nada do chifre moído de sei lá o que.
Devo ter ficado muito pálida.
- Você está bem ? - Charlus Potter perguntou, parecendo preucupado.
Charlus Potter ... Potter.... Potter... POTTER ! AH, MÉRLIN, ONDE EU ESTOU ?
- Cla-claro - menti de novo - só preciso me sentar em uma cabine, não tenho nenhuma e...
Devia estar parecendo muito tosca.
- A minha está vazia. Quer dizer, a Minnie tá lá.
- Po-posso ir ?
- Pode. Me diga, senhorita Lennox, você é gaga ?
Ri de leve. Acompanhei ele até uma cabine no final do vagão.
Meu Deus o que tá acontecendo ? Eu não conseguia nem respirar direito, estava beirando ás lágrimas... eu estava em sei lá que ano... presa. PRE-SA. P-R-E-S-A
Olhei com ódio para o vira-tempo quebrado. Se um dia eu voltasse pro presente... ou futuro, tanto faz, eu mataria a Parkinson.
Esse pensamento me fez ficar pior, eu não sentia nada... FUDEU.
Entrei na cabine que ele me indicou. Dentro, havia uma menina de cabelos muito longos, com a cara enterrada em um Profeta Diário.
Me surpreendi com a manchete. " Grindelwald ataca novamente "
Gelei, minhas mãos tremiam... Grindelwald... pela primeira vez tive alguma ideia do ano que eu estava. 1940... ou um pouco mais.
Ótimo... mas nada pôde me preparar pro que viria á seguir.
- Olá - a garota tirou o jornal da cara, ela usava grossos óculos, tinha um rosto bondoso - Sou Minerva McGonagall. Prazer.
É... eu estava falando com a versão adolescente da minha professora de Transfiguração.
Era tanta coisa de uma vez só... nunca, em toda minha vida, tinha me sentido daquele geito... desesperada, apavorada... tudo de uma vez.
Tudo ficou escuro. Só me lembro de ter caído no chão


 


N/A : É minha primeira fic, não sei se está ficando boa, de qualquer fora, espero que vocês gostem, se gostarem, comentem, se não gostarem, não sejam maldados (as) e me xinguem, pf ><

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