Por um triz (1)



O dia amanheceu mais rápido que o normal, como se a noite tivesse durado só uma hora. Ron e Hermione fizeram o que sempre faziam de manhã, saíram e caminharam lado a lado, em calçadas diferentes, sem se verem. (N/A: Não tenho certeza se é "sem se ver" ou "verem". Enfim)
Quando chegaram à escola, havia uma grande aglomeração na frente. Os coordenadores resolveram fazer uma reunião de última hora com todos os funcionários à portas fechadas.
Ron sentiu vontade de tomar uma Coca-Cola e foi comprar na barraca do outro lado da rua. Hermione postou-se ao seu lado na hora de atravessar. Ela nem percebeu que estava ao seu lado, tão entretida estava com a música que ouvia, tampouco conseguiu ouvir os sons da rua, pois os fones abafavam. Sem se preocupar, começou a caminhar. Então ouviu um barulho estranho e crescente. Quando se virou para a origem do som, viu um carro em alta velocidade vindo em sua direção. Não conseguiu esboçar reação, exceto arregalar os olhos e escancarar a boca. Quando o veículo estava a poucos centímetros, a garota fechou os olhos e sentiu a colisão e o impacto da queda.


Ainda deitada, esperou. Não sabia o que esperar, mas ficou imóvel.

– Será que eu morri? – balbuciou.
– Não, você ainda não morreu. Mas foi por pouco. Por que você não ouviu quando eu gritei? – a voz pegou os fones que estavam caídos sobre o ombro da jovem – Ah, sim, agora entendi.

Hermione abriu os olhos e a única coisa que viu foi a claridade ofuscante do sol e protegeu os olhos com as mãos. Então um anjo de cabelos ruivos materializou-se à sua frente, fazendo sombra.

– Estou no céu? – indagou a menina com a voz pastosa.
– Digamos que eu não seria bem aceito lá – sorriu – Não, garota, você não está morta. Eu te empurrei a tempo. Você está bem? Quase caí por cima de você.

Ela não respondeu. Sentou-se e sentiu uma dor lancinante na cabeça. Tocou o foco da dor e viu que de lá saía sangue.

– Oh, droga! Me desculpe por isso! – disse Ron, segurando a mão ensanguentada de Hermione com cara de preocupação e espanto.

Com uma expressão de curiosidade, ela perguntou:
– Você está se desculpando por ter salvado a minha vida?


Ele não respondeu. Simplesmente se levantou e a carregou nos braços. Hermione não dispensou o meio de transporte (N/A: Alguém aqui o faria? Sabia que não). Ron abriu caminho na multidão (até então despercebida) e acenou para um táxi. Deitou a garota no banco de trás, mas de um modo que não sujasse o banco com seu sangue.

– Ei, ei ei! Aonde você pensa que está me levando?
– Não é óbvio? Ao hospital.
– Mas você disse que eu não fui atropelada!
– Acho que você esqueceu que está sangrando.


É óbvio que ela estava ciente do sangue que escorria, mas achava exagero ir a um hospital.
Chegando lá, Hermione levou quatro pontos no lado direito da cabeça, depois de esperar horas.
Ela nem tinha percebido que Ron se fora até ter sido atendida. Imaginou que ele estaria lhe esperando no saguão de entrada. Mas não, ele sumira.

– Seria esperar demais de alguém que eu não conheço.

Foi pra casa a pé. Alguém havia pegado sua mochila, que estava com dinheiro e celular dentro, resmungando aborrecida consigo mesma por ter imaginado que Ronald iria se preocupar com ela, convidá-la para almoçar e acompanhá-la até sua casa.
Antes de tomar banho, tentou visualizar a área em que precisou cortar o cabelo. Para seu alívio, foi num lugar discreto, as outras mechas cobriam.


 


continua...


 

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.