Garoa Fina e diversão em Hogwa







Capítulo II







Garoa Fina e Diversão em Hogwarts












– Harry, sem querer ser intrometida, mas posso lhe perguntar uma coisa? –disse Luna já interrompendo os seus pensamentos.

– Diga... –disse ele ainda olhando para fora da janela.

– Eu queria saber como é que você conseguiu a assinatura na sua autorização de visita à Hogsmead... já que o seu padrinho morreu e os seus tios não ajudam muito... –ela disse sem levantar os olhos de mais uma edição do ‘Pasquim’, o jornal do seu pai.

Fez se um silêncio mortuário dentro da carruagem. Se Luna tivesse prestado atenção aos olhares que lhe foram lançados, estaria muitíssimo arrependida pela pergunta descabida. Rony e Mione, mais uma vez, trocaram olhares cheios de códigos e significados ocultos, Neville e Gina repreenderam Luna com o olhar, no entanto, ela continuava absorta na sua leitura, e Harry parecia estar perdido lá fora. Até que ele riu, e se virou para todos, dizendo:

– Bem lembrado Luna... Foi um fato até que muito divertido! –ele suspirou e continuou mais alegre. –Quando Moody e Tonks vieram me buscar, pedi que eles me ajudassem a convencer meus tios à assinarem o requerimento... E vocês sabem que Tio Valter seria incapaz de negar qualquer coisa ao Moody, certo? –completou Harry, piscando para Rony e Hermione.

E eles riram mais uma vez, ao se lembrarem da cara de pavor que Tio Valter lançou sobre o olho mágico de Moody lá na Plataforma 9¾. Rony gostaria de ter estado lá para ver mais uma vez esse tio trouxa de Harry ceder delicadamente a algum pedido do ex-professor Alastor Moody.





Chegando em Hogsmead, a primeira coisa que fizeram foi visitar a ‘Dedos de Mel’. Rony empanturrou-se com os doces mais diversos e renovou o seu estoque de sapos de chocolates. Os outros também aproveitaram para encher os bolsos de doces, o suficiente ao menos para durar até a próxima visita. Depois resolveram seguir o itinerário e se dirigir ao ‘Três Vassouras’ para tomar uma cerveja amanteigada e comer a melhor torta de presunto e tomate da região. Eles saíram da loja todos de braços dados, mesmo porque Gina e Mione trouxeram apenas dois guarda-chuvas, e os dividiram com Harry e Rony. Luna e Neville saíram correndo na chuva feito dois bobos, e todos os transeuntes puderam sentir que o clima entre eles estava muito “bom”, por assim dizer.

Gina se divertia com tudo aquilo... Era muito bom se sentir incluída no trio, que agora se arranjava muito bem em um sexteto, desde o incidente no Departamento de Mistérios. Gina viu quando Harry a olhou de uma forma carinhosa enquanto caminhavam até a taverna, e ela estremeceu... talvez de frio, talvez de emoção.

Aquilo era surreal... e era mesmo, pois logo no meio do caminho estava Draco, fazendo gracinha para os seis, imitando Luna e Neville correndo na chuva de mãos dadas na companhia de Pansy e seus comparsas. Os sonserinos choravam de tanto rir dentro do ‘Três Vassouras’ e ela pode ouvir quando sua amiga e Neville foram vaiados ao adentrarem o recinto. “Esse Malfoy não toma jeito mesmo...” ela pensou alto. Foi então que Harry parou na porta do bar, disse algo, fez meia volta e encarou Draco, para a surpresa de poucos.





Harry estava muito feliz em ver a satisfação nos olhos de Rony ao pagar a sua conta e a de Hermione, ele pode ver o quanto seu amigo ficou orgulhoso de si mesmo. Isso significava muito para Rony, pois desde de que Fred e Jorge abriram o seu “negócio gemial”, ele passou a ganhar uma boa comissão dos gêmeos pelos produtos fornecidos diretamente aos alunos de Hogwarts. Snape é quem não ficou nada satisfeito, logo na primeira semana, com o surto de desmaios ocorridos nas suas aulas.

Gina estava se mostrando uma boa companhia, ele nunca havia reparado em como ela era divertida: fazia graça de tudo! Talvez bom humor fosse uma herança genética dos Weasley, pois ela era tão alegre e espevitada quanto Fred, e jovial como Jorge. Lembrou-se então dos companheiros de time, que deixaram a escola de uma forma tão inusitada. Até hoje o pântano criado por eles jaz debaixo da alta janela enfeitando o Salão Principal, e sempre que algum grifinório passa pelo local, esboça um sorriso de vitória ou satisfação. Se bem que lembrar do pântano era também se lembrar da velha sapa, Umbridge e dos fatos que se sucederam no ano passado.

Ela ainda estava no Saint Mungus recebendo tratamento, e pelo que soube, ficaria até o fim deste ano, para o seu alívio. No fundo, Harry também a culpava pelo que havia acontecido a si e ao seu padrinho... Os dias de detenção em que ficava a escrever pergaminhos e mais pergaminhos com o seu próprio sangue ainda estavam vivos em sua memória.

Gina convenceu a todos que deveriam ir ao ‘Três Vassouras’ antes que ele ficasse muito cheio e uma mesa para seis ficasse impossível de se arranjar, Luna e Neville saíram na frente, correndo na chuva de mãos dadas. Harry achou aquilo engraçado, mas preferiu dividir o guarda-chuva com Gina. O dia estava ficando muito bom a essa altura, e se não fosse a visão de um jovem magricela, presunçoso e com cara de fuinha ao longe imitando os dois amigos que corriam em direção à taverna, esse dia teria sido perfeito.

Todos os sonserinos riram da situação, e Harry também o teria feito se ele não estivesse ofendendo seus amigos... “Meus amigos...” ele pensou, enquanto observava Draco e Pansy correndo na chuva, imitando Neville e Luna. Ele pode ver que os dois ficaram muito envergonhados quando entraram no ‘Três Vassouras’ e foram recebidos por uma ovação descontrolada e maquiavelicamente irônica e humilhante.

– Esse Malfoy não toma jeito mesmo... –disse Gina ao seu lado, parada na porta da taverna, com um olhar de profundo desprezo pelo sonserino.

– Não vou deixar que ele humilhe os meus amigos... –murmurou Harry para si, tomando coragem e fazendo meia volta.

Harry se aproximou de Malfoy, e parou quando estavam frente a frente. Pansy parou de dançar na chuva feito uma idiota e deu um passo atrás. Draco riu ao ver os outros recuando, agora eram só eles dois. Harry sorriu e disse irônico:

– Grande senso de humor o seu, Malfoy... mas você mexeu com as pessoas erradas! Eles são meus amigos...

– Oh, me desculpe Potter! Não quis ofender os sentimentos dos seus amiguinhos... –ele retrucou em tom de deboche.

– Você continua o mesmo, Malfoy... tão sujo e arrogante quanto o seu pai... –ele sorriu de canto de boca enquanto ajeitava os óculos molhados para que pudesse enxergar melhor.

Draco teve de ser segurado por Crabble e Goyle, antes que voasse no pescoço de Harry. Mesmo imobilizado pelos comparsas, ele retrucou:

– Você há de pagar pelas suas palavras, Potter!

– Oh! Desculpe-me Malfoy! Não quis ofender os seus sentimentos também... Não chore, ta? Quem sabe o seu papai um dia saia de Azkaban...–Harry riu, acompanhado de Rony e Hermione que vinham logo atrás ao seu encontro.

– Limpe a sua boca infame antes de falar no meu pai! Você é a escória da nossa raça, “Santo Potter”! Se misturando com esses marginais... “Granger-sangue-ruim” e “Weasley-pobretão”... –ele blasfemou perdendo a linha.

– É você quem deveria lavar a boca antes de ousar falar dos meus amigos! –disse Harry segurando Rony. –Eles não são marginais assassinos como o seu pai...

– Me solte!!! –gritou Malfoy se livrando dos dois e empunhando a varinha nas fuças de Harry.

A essa altura a antiga Armada de Dumbledore estava em volta de Harry, com suas varinhas em punho, enquanto apenas os integrantes do time sonserino vinham ao auxilio de Draco.

– Parece que o infame Lucius andou perdendo prestígio, não Malfoy? Onde estão agora os seus amiguinhos? O seu pai não esta mais aqui para comprá-los, não é mesmo? –Harry disse ainda com a varinha de Draco na sua cara.

– Você se acha muito corajoso, não Harry? Você terá muitas chances de provar ser tão corajoso assim... Há de chegar à hora... –disse Draco quase sussurrando para que somente os dois pudessem entender as ameaças proferidas.

– Mal posso esperar... –ele continuou sorrindo ironicamente. –e avise a ele que eu estarei esperando!

Assim que terminou a frase, Harry virou-se e cumprimentou a todos com um sorriso vitorioso nos lábios. “Cansei de ser bonzinho...” pensou ele enquanto se dirigia ao ‘Três Vassouras’ acompanhado de seus colegas que o saudavam e riam da cara de Draco Malfoy, que ainda estava parado naquela chuva, com cara de poucos amigos. Pansy o cobriu com um guarda-chuva e o levou para uma outra estalagem mais sofisticada, que ficava numa travessa mais afastada.

Na porta, uma Gina esperava boquiaberta pela sua companhia, ele lhe cedeu o braço mais uma vez como se nada tivesse acontecido, e assim eles entraram no recinto sob uma ovação de dezenas de colegas que comentavam sobre o confronto entre os eternos rivais.





“Que humilhação...” pensou Draco. “As coisas a que devo me submeter pelo meu pai... essas humilhações... para provar que sou fiel a alguém que desprezo para garantir a sua segurança... Até quando? Até quando... terei de viver na sombra de meu pai... seguindo seus passos...” Ele ia seguindo a Travessa do Limo até uma velha taverna, mas requintada e bem menos movimentada. Já com as vestes secas, ele se jogou numa poltrona confortável que ficava no meio do saguão do ‘Coruja da Noite’, uma estalagem de uma simpática velhota que era conhecida como “coruja da noite” por ser animaga.

Lá estava ele com Pansy sentada ao seu lado tentando consola-lo. “Mas quem disse que preciso de consolo?” pensou enquanto evitava todas as tentativas dela de reanima-lo ou até mesmo de abraça-lo. Draco a olhou com aquele olhar vazio de desprezo, e assim ela entendeu que ele estava melhor, pois logo se retirou junto de Crabble e Goyle.

Ele mesmo teria ido embora logo em seguida, se não tivesse reconhecido dois rostos familiares: o primeiro era o de Remus Lupin, um ex-professor lobisomem de DCAT, que a julgar pelas vestes, continuava péssimo como sempre. O outro ele tinha certeza que vira freqüentando os porões de sua mansão na companhia de outros comensais. Os dois conversavam como velhos amigos no bar da pensão, em tom baixo, tentando serem discretos.

O homem misterioso, vestindo um pesado casaco marrom, avistou-o ao longe e cumprimentou com um discreto aceno de cabeça, depois pediu para que ele esperasse com um aceno de mão e assim que se livrou do professor, o que para Draco demorou longos dez minutos, veio ter com ele. Eles eram quase da mesma estatura, e Draco pode olhar bem nos olhos dele quando este se aproximou com um embrulho nas mãos.

– Sr. Malfoy, parece que o destino o trouxe aqui... –ele esboçou um sorriso, mostrando a ele seus dentes amarelos, depois fez uma leve reverência. –Eu estava mesmo à sua procura, meu jovem... Acho que seu pai gostaria muito que o senhor ficasse com isso... –ele completou com um sorriso malicioso nos lábios lhe entregando o embrulho.

Era pequeno, estava envolto em um veludo roxo, com uma fita dourada e parecia muito frágil... Assim que Draco terminou de abrir o pacote procurou o homem para agradecer, mas este não estava mais lá... “Provavelmente esteja muito longe há essa hora...” ele pensou enquanto sorria agradecido. Ele realmente precisava de um daqueles... um espelho de comunicação rápida e direta. Draco sabia o que fazer, colocou o espelho no bolso e seguiu novamente para o ‘Três Vassouras’, desta vez com forças renovadas.





Gina sorriu ao ver Harry vindo em sua direção todo sorridente, um pouco convencido, mas ele merecia todo o aplauso que recebeu dos seus colegas. Não aprovava a atitude dele quanto a enfrentar qualquer um, mas em se tratando de Malfoy, tudo era exceção. Era bom também ver que a AD ainda estava viva, esperando o momento certo para voltar com força total, e Gina mal poderia esperar para ter aulas especiais de sua matéria favorita com o seu ‘professor’ predileto.

Vê-lo sorrindo daquele jeito alegrava seu coração, e depois de se sentarem com Luna e Neville, que ficaram muito gratos pela atitude de Harry, os seis tiveram um almoço ótimo. Ficaram duas horas entretidas numa animada conversa sobre Quadribol, regada à cerveja amanteigada, e por pouco Gina não se esquece de chamar as duas amigas para fazer uma visitinha à Madame Maltikins.

– É isso ai, garotos... A gente se encontra aqui mais tarde! Agora temos que ir... –disse Gina, piscando para Mione e Luna, que entenderam imediatamente do que se tratava.

– Aonde é que vocês estão indo, afinal? –perguntou Rony muito curioso percebendo a troca de olhares entre as garotas.

– Segredo! –disse Hermione beijando-lhe a bochecha carinhosamente. –Mas você já deve ter uma idéia, não? –ela piscou, fazendo com que ele sorrisse e não perguntasse mais nada.

– Tchau então... –disse Neville um pouco desconsolado.

– A gente vai dar umas voltas na vila e volta em uma hora... –Harry falou, enquanto Rony dava-lhe uma cotovelada nada discreta por debaixo da mesa.

Gina entendeu que eles provavelmente correriam até a loja de logros mais próxima assim que Hermione desse as costas, resolveu então tira-la dali logo antes que alguém fizesse maiores perguntas. As três saíram da taverna agora sob uma chuvinha fraca que mal poderia molhar-lhes os cabelos, e seguiram até a modista da vila para encomendarem os seus vestidos. Para a surpresa delas, pelo jeito metade das garotas de Hogwarts haviam tido a mesma “brilhante idéia” de Hermione. Elas riram e começaram a conversar enquanto esperavam na fila.





Longe dali, Harry, Rony e Neville caminhavam calmamente sob a garoa gélida até a loja de logros da vila. Rony trazia dentro da capa um saco cheio de produtos da loja dos gêmeos, que pretendia vender para a Zonko’s. Ele dizia que agora passara de um simples consumidor para assumir o posto de negociante.

Encontraram Draco pelo caminho, mas este fez questão de sair de cena, e logo que eles chegaram no recinto, Rony foi recebido pelo dono e levado para os fundos da loja. Meia hora depois ele reapareceu, com cara de quem havia apanhado muito, pois estava pálido e com o nariz sujo de sangue, no entanto parecia tão feliz que veio se arrastando o mais rápido possível até os dois.

– O que houve!?! –perguntou Harry muito apreensivo.

– Os donos da Zonko´s... eles... –disse Rony se sentando lá fora da loja. –Eles gostaram dos produtos!

– Como? –Harry perguntou com uma leve desconfiança do que se tratava. –Você por um acaso não teria...

– Sim! E eles adoraram! Disse que a parte em que eu vomitei foi a melhor, mas o meu desmaio foi um sucesso! Por pouco eles não conseguiram me acordar...

– E isso quer dizer o que exatamente? –Neville parecia ter ficado interessado.

– Quer dizer que os gêmeos vêm aqui ainda esta semana para acertar os detalhes do contrato de vendas com eles! Nossa, nós vamos ficar ricos!!! –Rony sorriu vitorioso.

– Olha as coisas que os gêmeos ainda fazem com você... –riu Harry. –Deixa só a Gina e a Mione ficarem sabendo disso!!!

Eles continuaram caminhando pela vila, Rony pedindo mil e uns conselhos para o teste de amanhã, mas Harry insistia que ele deveria ser imparcial e não facilitaria para o amigo. No fundo, Harry sabia que acabaria aprovando Rony para o time mesmo que soubesse de alguém melhor, pois seria mais uma oportunidade para ficar junto do seu fiel escudeiro, no entanto, não admitiria isso para ninguém...

Gina também tinha grandes chances de ocupar uma vaga de artilheira no time, porém Harry havia visto o desempenho de uma garota do terceiro ano que o deixou realmente impressionado. Tinha um outro garoto que parecia ótimo, do segundo ano, ele era rápido, confiante, tinha muito talento, e vivia nos treinos para observar cada movimento de Angelina Johnson.

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