Amor para Além da Vida



Caros leitores,


Finalmente, chegamos ao último capítulo de A Prisioneira das Trevas. Quero agradecer de coração a todos que leram essa fanfic, e que mesmo eu tendo que me revirar um pouco na história para manter a linha que tracei a 4 anos atrás, acho que me saí bem. Lembrando que estou escrevendo outra fanfic "Meu, Seu, Nosso Futuro" (que na minha sincera opinião é bem melhor que essa) e que ainda está no comecinho. Confiram e comentem!


Obrigada, e até onde os ventos nos levarem!


 


* * *




Cap 24: Amor para Além da Vida


 


Lilian acordou no dia seguinte com a claridade da enfermaria. Ela sentia a cabeça doer um pouco, ela esfregou os olhos cegos por causa da luz (fazia tempo que ela não via a luz do dia), e imediatamente sentiu um cheiro doce de flores. Ela sentou na cama e viu que haviam várias flores diferentes perto da cama dela, sendo que uma rosa estava embaixo de sua mão, além de vários bilhetes, cartas e doces.


- Parece que os alunos de Hogwarts lhe prepararam algumas surpresas de boas vindas.


Dumbledore chegou e sentou-se ao pé da cama onde Lílian estava. Os óculos meia lua estavam baixos e ele esboçava um leve sorriso.


- Bom dia diretor. – ela disse cheia de alegria, apesar da voz um pouco fraca.


- Tive que proibir visitas à enfermaria porque todos queriam ver como você estava. Mas pelo jeito conseguiram que alguns ramalhetes chegassem a você.


Ela sorriu e passou e sentiu o perfume da rosa que estavam sob sua mão.


- Eles são muito gentis. Responderei todas as cartas.


Dumbledore sorriu mais uma vez.


- Srta. Evans, sei que não é uma boa hora, mas precisamos conversar sobre algumas coisas. Preciso saber exatamente porque Voldemort a queria tanto.


Ela se estremeceu um pouco ao ouvir o nome dele, mas logo acalmou-se.


- Ele disse que eu geraria o menino que o destruiria. Não entendi como ele pode saber disso, mas seu objetivo era tornar-se pai do tal menino, impedindo que tal coisa acontecesse realmente. Mas eu não compreendi... porque eu?


- Eu não sei Lilian, mas ele está certo. Há uma profecia que diz que haverá um menino que nascerá para destruí-lo, embora a informação que você seria a mãe me é desconhecida.


- Eu só gostaria de esquecer tudo isso... professor, ele me transformou em uma Vampira! E... – ela corou de repente – acho que estou esperando um filho.


Dumbledore, ao contrario do que ela pensou, não mudou sua expressão calma.


- Lilian, coisas aconteceram, algumas boas e outras más. Eu já obtive a informação da sua transformação da Madame Ponfrey, e ela está cuidando para tirar o veneno vampírico de seu corpo. Talvez isso demore alguns dias, além de ser um pouco doloroso... mas não se preocupe, já estamos cuidando disso e logo você voltará ao normal.


- Mas enquanto ao bebê?


Dumbledore sorriu.


- Embora o que você e o Sr. Potter fizeram foi um pouco irresponsável diante das circunstâncias em que estavam, você não espera nenhum filho.


Lilian não sabia onde esconder o rosto vermelho irradiante.


- M-mas como professor? Eu tenho certeza que senti... coisas... que davam certeza que eu estava grávida...


- Sim eu sei. E talvez este tenha sido um plano muito brilhante pra quem o fez.


- Como assim?


- Lilian, quando você foi raptada, Severo Snape me confessou que era um Comensal e que queria ajuda para tirar você de lá, porque havia se arrependido do que fez. Eu já tinha minhas suspeitas sobre ele, mas ao invés de expulsá-lo e entregá-lo aos aurores, resolvi fazer um plano. Primeiro, eu precisava de Tiago de volta para Hogwarts, para que ele não morresse nas mãos de Voldemort. Mas como fazer com que ele saísse de lá? Ai veio-me um plano. Eu precisava que você mesma libertasse Tiago de lá, pois do contrário aquele rapaz nunca sairia dali. Então pedi a Severo que sempre colocasse uma poção na sua bebida que simulasse uma gravidez, para que você ficasse apavorada e lutasse pra salvar o suposto pai da criança. Severo me contou que Voldemort mantinha o Anjo da Morte aprisionado em uma masmorra, e que ele faria de tudo para ajudar quem o libertasse. Severo tentou várias vezes, sem sucesso, até que você conseguiu, o que foi um grande passo para o nosso plano. Você fez exatamente como previsto, e em pouco tempo Tiago, Sirius e Lupin estavam de volta ao castelo, além da Comensal Sophia Felton, que ajudou-nos a criar um plano, desta vez para salvar você. O resto da história você já sabe.


Lilian ficou sem palavras. Aquilo era muita informação em tão pouco tempo.


- Severo... sempre me ajudou então?


Dumbledore assentiu com a cabeça.


- E-eu fui tão injusta com ele... falei coisas horríveis... pedi coisas horríveis...


- Eu sei Lilian. Mas ele tinha que manter-se disfarçado de Comensal, do contrário o plano nunca daria certo.


- Eu fiquei tão apavorada... pensando que meu “filho” pudesse nascer ali...


Lilian soluçava muito, enquanto várias lágrimas desciam por seu rosto.


- Me desculpe Lilian. Não tivemos outra opção...


- Eu sei, é claro que eu desculpo, é só que... me sinto tão feliz por tudo ter acabado bem! E me sinto tão egoísta em ter mobilizado tanta gente por minha causa...


- Não se preocupe com isso.


- E Teresa? Onde está Sophia? Tiago está bem? Lupin? Sirius?


- Calma, estão todos bem. O Anjo voltou a trabalhar pelo mundo, e te desejou as mais infinitas felicidades. A Srta. Felton teve que encarar um inquérito dos aurores, mas já está solta e estudando em Hogwarts na Grifinória. Enquanto aos rapazes, eles esperam a liberação das visitas, e estão ótimos de saúde. A propósito, o anel de noivado que Voldemort colocou no seu dedo foi retirado e destruído.


Dumbledore se levantou, sorriu para ela e disse finalmente:


- Não se preocupe. Todos estão felizes em ver que está bem agora. Vou liberar as visitas, mas se te incomodarem Madame Ponfrey proibirá novamente... a propósito, essa rosa – ele apontou para a que Lilian segurava – foi presente de um maroto muito apaixonado.


Lilian sorriu e enxugou as lágrimas. Dumbledore se apossou de uma pequena caixinha de Feijões Mágicos e saiu. Madame Ponfrey veio logo ao seu encontro.


- Seja bem vinda de volta querida, embora você tenha que ficar por algum tempo aqui. Você está bem desnutrida, um pouco anêmica e precisamos tirar uma grande quantidade de veneno daí.


Lilian assentiu. A enfermeira aplicou-lhe uma agulha e deixou no soro. Deu-lhe alguns remédios e saiu.


- Madame Ponfrey?


- Sim? – a enfermeira se virou para Lilian.


- Pode liberar as visitas?


A enfermeira bufou.


- Tudo bem, desde que eles não se comportem mal aqui dentro. Você precisa de muito descanso.


Ela saiu e abriu a porta. Quase que imediatamente, Lilian viu Sophia vir ao seu encontro, chorando muito.


- Lilian s-s-sua tola! Eu n-não acredito que se a-arriscou tanto pra me salv-var!


- Eu arrisquei? E você? Me ajudou muito enquanto estávamos presas... devo tanto a você...


- Não seja boba! Acho que ainda estaria lá se não fosse você...


- Digo o mesmo. Vamos parar com isso, estamos quites ok?


Sophia riu e abraçou calorosamente a amiga. Quando se soltaram, Sirius veio correndo em direção à ruiva, com a intenção de pular em cima dela. Felizmente a varinha de Madame Ponfrey foi mais rápida que isso.


- Comportem-se garotos ou proibirei visitas aqui!


Lilian riu e abraçou Sirius.


- Obrigada por tudo Sirius...


- Que nada! Sabe que eu não sou de ficar parado e ver as coisas acontecerem.


Depois veio Lupin com um belo buquê (mais flores!) e lhe deu um terno abraço.


- Hey Lilian... fico muito feliz por estar de volta.


- E eu muito agradecida por você ter me ajudado a voltar.


Faltava um. Tiago estava parado à porta, com um sorriso cansado. Os amigos saíram para deixá-los a sós, e Tiago se aproximou. Muitas lágrimas começaram a cair incessantes pelo rosto de Lilian. Ele a abraçou, e enquanto ela chorava muito ele sentia o perfume dos cabelos dela, às vezes beijando-o também. Ficaram abraçados por muito tempo, até ela finalmente olhar pra ele e dar-lhe um profundo beijo, um bem quente e confortador, um beijo tão carinhoso e tão afobado. Era como se quisessem fundir um ao outro, pra nunca mais se perderem ou ficarem longe um do outro.


Ele parou o beijo e encostou sua testa na dela.


- Lily... quanta falta eu senti de você...


Ela chorava muito ainda, lembrando de cada momento de dor e sofrimento que passaram, de cada breve momento feliz que tiveram, de cada esperança perdida e depois reacendida. Tiago não era o garoto arrogante e prepotente que sempre julgou ser. Agora era com ele que ela queria passar o resto de sua vida, não importa o que acontecesse.


- E-eu te a-amo tanto Tiago... me sinto horrível por você... eu...


- Shh... não fale mais nada.


Ele a beijou novamente. Um beijo bastante molhado por lágrimas, que Lilian já não distinguia se eram de felicidade ou de dor. Depois ele deitou ao lado dela na cama, ficou olhando ela chorar enquanto afagava os cabelos rubros dela, os dois em profundo silêncio, apenas para sentirem um ao outro: cada respiração, cada batimento cardíaco, cada soluço, cada suspiro...


Ela finalmente abriu os olhos e sorriu pra ele, ainda com o rosto muito molhado pelas lágrimas.


- Tiago...


- Sim?


- Obrigada... por tudo o que você fez...


- Não precisa agradecer. Eu faria tudo por você, pela mulher que mais amo no mundo...


- E eu por você meu amor...


Ele deu um leve beijo na testa dela.


- Dumbledore e eu conversamos. – ele começou. Ela manteve-se em silêncio para escutá-lo. – Nós sabemos que Voldemort nunca vai lhe dar sossego, principalmente depois de tudo que aconteceu, e nós todos que fizemos parte desse episódio teremos que nos esconder.


- Eu sei disso. – ela começou. – E por isso insisti que me deixassem lá, para poupá-los dessa perseguição...


- Mas você se esqueceu que Tiago Potter está completamente apaixonado por você, e jamais te deixaria lá.


Ela sorriu e afagou os macios (e desarrumadérrimos) cabelos do amado.


- O que faremos agora?


- Simples. Eu te protegerei aonde você for.


Ela riu.


- Simples assim? O que direi aos meus pais quando você passar o dia todo na minha casa como um guarda-costas?


- Dirá que seu noivo veio te buscar.


Ela ficou muda e corou muito. Ele, com uma feição séria e um olhar penetrante, saiu da cama, ajoelhou-se no chão, segurando a mão dela carinhosamente e começou:


- Lilian Evans... eu, Tiago Potter, quero muito lhe dizer que você foi a pessoa mais importante em todos os anos em que te conheci, e estou disposto a dar meu coração para a mulher que me aprisionou, e que rouba meus pensamentos sempre que estou longe dela, a fim de me manter sempre perto dessa mulher perfeita. – ele beijou as costas da mão dela e afagou a mesma região carinhosamente. – Este maroto, que agora está suplicando de joelhos, entorpecido pelo seu olhar e pela sua beleza, gostaria de pedir sua mão em casamento para ser legitimamente minha, por toda a vida que ainda me resta. Prometo que vou lhe amar todos os dias, e demonstrar esse meu amor sendo o melhor marido que o mundo já viu. Prometo que vou protegê-la de tudo e de todos que possam te fazer mal, e lhe proporcionarei felicidade mesmo nos momentos difíceis. Eu sempre fui seu. Quero saber se agora eu posso tê-la para mim como, para amá-la eternamente como minha mulher.


Lilian estava estática. Não sabia se chorava, se sorria, se o abraçava, então fez tudo de uma vez.


- Posso considerar isso um sim?


- Claro que sim, Tiago Potter! Claro que sim!!!


Ele a beijou com ternura, e depois sorriu pra ela:


- Sei que estamos rápido demais, mas não suporto a idéia de não ter você pra mim... eu te amo ruivinha.


- Eu também te amo, Potter.


Eles riram e se beijaram novamente. Madame Ponfrey alguns minutos depois decidiu que Lilian precisava descansar, e expulsou Tiago dali. Lilian deitou novamente na cama com uma felicidade que não cabia dentro do peito dominando-a.


Ela sentiu que estava sendo observada e se levantou rapidamente, procurando a varinha. Ela viu então um garoto com cabelos sebosos e muito pretos fitando-a.


- Severo? Há quanto tempo está aí?


Ele se aproximou de cabeça baixa.


- Pouco...eu só vim... ver como você estava.


Ela sorriu e esticou a mão para ele. Ele se aproximou e sentou na beira da cama.


- Severo... eu... eu estou tão envergonhada por tudo o que te disse no castelo, eu não fazia idéia...


- Não se preocupe.


Eles ficaram calados, ele ainda olhava para baixo.


- Você está bem?


Ele assentiu com a cabeça. Ela se levantou e sentou ao lado dele.


- Sabe... quando você disse... –ela corou um pouco - ... disse que me amava... eu não...


- Esqueça isso.


- Mas Severo, eu...


Ele fitou os olhos dela.


- Eu vi o Potter pedindo sua mão.


Ela corou e ficou em silêncio. Aquele silêncio ensurdecedor, com o qual nenhum dos dois sabia muito bem o que dizer.


- Lilian, eu só vim deixar isso.


Ele entregou uma pequena florzinha branca, bem delicada e perfumada. Ele levantou, e sem dizer mais nada, foi em direção à porta da enfermaria.


Ela levantou e correu em sua direção, abraçando-o por trás. Ele sentiu os braços quentes da ruiva o rodearem e fechou os olhos.


- Lilian, isso já é bem difícil pra mim...


- Eu sei. Severo, eu só quero agradecer por tudo... obrigada por se preocupar comigo, por me manter viva dentro daquele castelo. Me desculpe por... ser tão... fraca... e pedir que me matasse. Obrigada por não aceitar...


Ele se virou pra ela.


- Não se preocupe, eu já disse.


- Eu te amo Severo. Não como você gostaria mas... te amo mesmo. Eu não teria reunido forças se não fosse por você. Me desculpe por não correspondê-lo, mas talvez... isso é de coração...


Ela se aproximou dele e lhe deu um beijo de leve. Ele não demonstrou reação. Simplesmente depois que ela o soltou, ele baixou a cabeça, virou-se e foi embora.


Lilian voltou para a cama, ainda meio abalada. Sabia que tinha ferido os sentimentos de Snape, mas ela não podia fazer nada. Quando voltou pra cama, a florzinha que Snape lhe dera transformou-se em um bilhetinho em sua frente. Ela ainda um pouco confusa abriu o bilhetinho, que com uma letra meio apertada e garranchada tinha os seguintes dizeres:


 


“Se tua vida depender do meu amor, viverás além da vida, pois te amo além do amor.”


 


Lilian guardou o bilhetinho ternamente,com o coração muito apertado por ferir os sentimentos de Snape, deitou-se cansada e dormiu profundamente.


Às vezes um grande amor só tem beleza por ter sido eterno enquanto durou. Tiago e Lilian não foram diferentes. Casaram-se alguns meses depois de terminarem o sétimo ano, viveram em Godric’s Hollow por longos anos, juntaram-se à Ordem da Fênix, comandada por Dumbledore para lutar contra as Artes das Trevas, até que Lilian deu à luz a Harry Potter. Escondidos, os dois viveram intensamente um amor sem medida, compartilhando bons e maus momentos, sempre contando um com o outro.


Talvez por darem a vida um ao outro, e posteriormente ao filho, o amor dos dois tornou-se o mais intenso que já se ouviu falar. Pode não parecer, mas Voldemort acabou perdendo a luta perante o casal, já que os grandes poderes do mundo nós encontramos em atos de extrema coragem, como morrer pelo outro, ou até em pequenas coisas, como um pequeno bilhete.


Severo Snape não errou quando prometeu a Lilian que ela viveria para sempre enquanto ele a amasse. Parte dela e de Tiago Potter mantiveram-se vivas no filho, e graças a pequenas coisas de grande poder, puderam ser eternizadas nas mentes de todo o mundo.


 


* * * FIM * * *

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