A noite mais longa de sua vida



A sensação era a de que haviam libertado-nos de uma imensa carga somada ao medo de que aquele momento, de que aquele beijo fosse apenas um dos muitos devaneios ou sonhos que lhes assaltavam cada vez com mais intensidade.
Mas não era. Era real, estavam ali nos braços um do outro, sentindo mais uma vez o gosto de suas bocas, o toque de suas mãos reconhecendo cada milímetro um do outro, esquecendo-se do mundo por aquele breve momento.
Momento que foi quebrado bruscamente. Um miado os despertou, separaram-se como se tivessem levado um choque, ofegantes, as lágrimas manchando o rosto de ambos.

__ Gina eu...
__ Não!- cortou ela afastando-se.
__ Por favor não vá...
__ Eu volto- disse ela, mesmo contra própria vontade, contrariando o pouco de sanidade que havia em si e que lhe dizia para não ceder a um comensal.- Eu volto...

Deu as costas a loiro que ainda permaneceu alguns instantes parado no corredor, observando os cabelos ruivos dela dançando em suas costas enquanto ela saía de seu campo de visão. Ela voltaria, pelo menos agora tinha essa pequenina chama de esperança em seu peito, nem tudo estava perdido.
Finalmente entrou no quarto e largou-se na cama, os olhos bem fechados na tentativa de esvaziar a mente. Em pouco tempo adormeceu.

I have dreamt of a place for you and I

No one knows who we are there


Finalmente um sonho diferente dos que estava acostumando-se a ter. Sonhou com um lugar calmo, uma espécie de povoado, onde haviam poucas pessoas, todas desconhecidas e alheias ao fato de ele ser um fugitivo, de ele ser um comensal que supostamente sequestrara um membro da Ordem da Fênix. Sim, trazia a sua ruiva consigo, e sabia que ela viera por vontade própria. Seu semblante era tranquilo, um sorriso doce brincava em sues lábios vermelhos. Gina usava um vestido branco, que assim como seus cabelos brincavam intimamente com o vento; ele apenas a observava enquanto ela se distanciava, brincando com algumas borboletas, correndo entre as árvores, rindo, feliz.
Sorriu.



O dia, como a muito não acontecia, passou voando diante de seus olhos. Não ousara sair do quarto desde o momento em que deixara Draco naquele corredor, obviamente escondendo-se, evitando encontrar o sonserino.
“Um comensal! Aqui na ordem!- pensou ela agoniada.- Ele... céus!”
Tá, sabia que estava tentando se apegar ao que sua mente julgava ser o maior problema mas seu coração falou muito mais alto, praticamente berrava que ao invés de estar ali naquele quarto ela devia era estar lá em cima com ele, desfazendo-se de todas aquelas perguntas que tanto a pertubava. Não devia temer o que estava prestes a ouvir e além do mais... “o quê poderia ser pior que descobrir que a pessoa a quem se ama é um comensal?”, se perguntou ela saindo do banho.
Encarou-se no espelho por alguns instantes.

__ Como você é lerda!- disse a sua imagem no espelho. Gina arregalou os olhos.
__ Cala a boca!- retrucou ela saindo do banheiro em tempo de ouvir a sua imagem berrar um: Anda logo!

Certo. Estava ficando mais louca do que julgava estar, concluiu ela colocando uma camisola branca. Sim, ia dormir. Era disso que precisava, uma boa noite de sono; Se estava sem dormir porque estava preocupada com ele, agora já não tinha motivo pois ele estava ali, sob o mesmo teto que ela e definitivamente longe do perigo.
Mas... e se ele fosse o perigo?, indagou-se levantando-se de subto da cama.
“Ok. Vamos acabar logo com isso”, pensou ela colocando um fino robe para ocultar a camisola. A passos rápidos se preciptou escada acima. No caminho passou pela porta do banheiro e teve a nintida sensação de ter ouvido sua própria voz dizendo um sonoro e debochado “já não era sem tempo”, mas preferiu ignorar.

Sussurrou o nome dele, chamando-o mas não obteve resposta. Na certa já estava dormindo, já passavam das nove e Mione com certeza tão cedo não voltaria para o quarto, não depois do xilique que ela dera por Hermione ter perguntado se ela estava bem logo depois que ela acabara de reencontrar-se com Draco. Sentiu uma certa culpa por tratar a amiga assim mas tranquilizou-se, com certeza, caso ela estivesse sentida, Rony estava consolando-a da melhor maneira possível.
Sorriu com esse pensamento. Empurrou a porta de leve e esta cedeu, estava aberta. Tentando fazer o mínimo de barulho possível se esgueirou, literalmente, para o quarto, fechando os olhos hermeticamente ao empurrar a porta para fechá-la, como se isso fosse abafar o suave clique da porta se fechando.

Caminhou lentamente, segurando a respiração até que viu o recorte do loiro deitado na cama. Afinal, por quê estava agindo daquele jeito?! Era só chamá-lo e pronto!
Aproximou-se um pouco mais, a lua iluminava um pouco do rosto dele pois a cama se encontrava debaixo da janela. Estava na cama geralmente usada por Fred, Gina reparou. Viu o rosto dele exibir uma expressão serena, quase podia se ver um sorriso brincando em seus lábio, os cabelos caindo displicentemente sobre seu já não tão pálido rosto, mais platinados que nunca sob a luz do luar que lhe deixava com um ar mais misterioso que o de costume.

Já sem a menor noção de por quê estava ali naquele quarto, ela se aproximou ainda mais da cama. Abaixou-se ao lado dele, observando-o. Como se tivesse vida própria, sua mão seguiu de encontro aos cabelos dele, tirando os que caíam sobre seus olhos carinhosamente para depois acariciar o contorno de sua face, adimirando aquele rosto que tanto via em seus sonhos. Desejou poder vê-lo sempre assim, em paz. Com o quê estaria ele sonhando...?
Algo em sua mente despertou.
Enquanto ela estivera sem dormir, preocupada, cheia de dúvidas e receios, questionamentos... ele estava ali dormindo em paz?! Provavelmente como estivera dormindo desde sempre, concluiu ela afastando-se incomodada ante essa possibilidade.

Ao levantar-se, sabe-se lá como, Gina acabou por bater a cabeça num pequenino lustre do baixo teto do quarto. Praguejou baixinho, o que de nada adiantou pois o barulho provocado pelo choque fez com que o loiro acordasse, encontrando-a segurando a cabeça.


__ Você está bem?- perguntou ele saltando da cama oferecendo apoio. Ela não recusou.
__ Sim- gemeu ela irritada, sendo conduzida por ele a se sentar na cama. Sentiu um arrepio mas preferiu associá-lo ao fato de as mãos dele estarem absurdamente frias, ou talvez alucinação causada pela dor em sua cabeça..- não pretendia te acordar...
__ Você está aqui a muito tempo?- perguntou ele escondendo um sorriso.
__ Não muito- mentiu ela evitando encará-lo.


Silêncio.
Não reparara até aquele exato momento o quanto odiava a ausência de som, ausência se ignorasse a respiração dele e a dela mesma que eram os únicos ruídos ouvidos naquele momento. Poderia jurar que se uma agulha caísse no corredor isso a sobressaltaria.
Atreveu-se a virar para ele e encontrou-o com um olhar distante, observando um ponto qualquer na escuridão do quarto. Por quê estavam no escuro afinal?


__ É estranho...- comentou ele, a voz grave e cansada.- Tanto pra dizer...
__ ...e as palavras não vêm.- completou ela entendendo o que ele queria dizer.
__ E você completando as minhas frases?- estranhou ele num tom quase divertido. Ela não conseguiu evitar um sorriso, mas tratou de desfazê-lo pigarreando e levantando-se.
__ Qual era o fim que eu deveria ter ouvido naquela noite?- As palavras simplesmente pularam de sua boca, como se alguém as tivesse dito por ela pois ela mesmo espantou-se ao ouvir suas próprias palavras.
__ É uma longa história- suspirou ele abaixando a cabeça, um misto de tristeza e alívio. Tristeza por lembrar-se daquela noite e alívio por ver que ela ao menos estava disposta a ouví-lo.
__ Temos a noite toda- declarou ela tantando soar o mais politicamente correta possível. Segundos depois, perante ao silêncio dele que continuava de cabeça baixa, ela voltou a se sentar na cama, ao lado dele e emendou com sinceridade: Não tenho conseguido dormir de qualquer jeito.
__ Somos dois- disse ele vendo ela recolher as pernas e cruzá-las sobre a cama.- Acho que hoje foi a primeira vez que consegui dormir desde...
__ Eu sei- cortou ela, o coração aliviando momentâneamente. Uma dúvida a menos para importuná-la. Seus olhares se encontraram por instantes em que a terra pareceu parar de rodar, mas Gina logo tratou de desviar o olhar dele, odiava a intensidade dos olhos dele quando ele ficava sério...não que soubesse disso mas, descobrira aquilo naquele momento, concluiu confusa.


Após um longo suspiro Draco pôs-se a narrar sua trajetória desde o dia em que descobrira o que estava acntecendo em sua casa.
Era natal. Ao contrário do quê costumava fazer, naquele ano, Draco havia optado por passar o natal ao lado da “família”. De surpresa, sem avisar chegou à Mansão Malfoy naquela pálida manhã da semana do feriado.
Encontrou sua mãe escondendo-se atrás de óculos escuros, alegando estar com terríveis olheiras não conseguindo ocultar alguns arranhões e hematomas ao redor dos pulsos. Narcisa desconversou mandando o filho ir para o quarto após um longo e trêmulo abraço.

Naquela mesma noite Draco teve a confirmação de que seu pai era sim, tudo o que ele mais odiava na face da terra. Primeiro um longo sermão pela irresponsabilidade de sair da escola sem visar, enquanto devia estar de olho no Potter e seus amiguinhos, depois uma longa narrativa sobre os planos que havia traçado para Draco se tornar um comensal, somados a uma humilhante série de comparações com seu primo Nicolai e as afirmações de que Draco definitivamente não tinha competência o suficiente para se tornar um comensal.
Vinho, muito conhaque, Wisky... e então a discussão.

__ ... por que jamais Milorde aceitaria um bebezão borra fraldas como você.- comentava Lúcio mexendo nas pedras de gelo de seu Wisky- Desgraça dessa família, vergonha...isso sim, é o que você é...
__ Chega Lúcio- interveio Narcisa tentando impor alguma firmeza na voz.- Ele é seu filho...
__ Filho... foi só pra isto que você prestou, trazer esta desgraça ao mundo. Arruinar o nome de minha família- rosnou ele.
__ Não fale assim com ela- disse Draco levantando-se. Faltava pouco para que perdesse o controle...
__ Moleque insolente- vociferou Lúcio arremeçando o copo contra Draco que se abaixou, evitando que o copo acertasse em cheio seu rosto.- Suba!
Draco encarou o pai, espumando de ódio, os olhos faíscando enquanto seu corpo emanava ondas incandescentes de calor. Estava prestes a abrir a boca para dizer que não quando sua mãe interrompeu.
__ Obedeça seu pai- disse Narcisa secamente, indo de encontro ao filho.
__ Não...
__ Vá- disse ela firmemente, segurando o rosto dele, vendo seu rosto determinado refletido nos olhos do filho.- Eu vou ficar bem...

Ficar bem? Nada estava bem, nada ficaria bem depois do maldito momento em que botara os pés naquela escada.
Quase morta. Quase morta era o estado em que sua mãe se encontrava quando ele finalmente conseguiu quebrar o feitiço colocado na porta de seu quarto e se livrar dos malditos elfos que tentavam impedir que ele descesse.
Ela estava caída no meio da sala, o rosto impassível ensanguentado e ele, seu pai, usando-a como se fosse apenas um objeto. De fato foi a primeira vez que usou uma maldição imperdoável com êxito, tamanho o ódio e a raiva que o possuiram ao ver aquela cena. Aplicou a maldição cruciatus naquele monstro ao qual chamara de pai desde quando se entendia por gente.

Narcisa pareceu acordar ao ouvir o berro do filho ao lançar a maldição. Caiu no chão, sem forças para se manter de pé mas ainda conseguindo pedir que ele não fizesse aquilo. Draco atendeu seu pedido, não que se importasse com Lúcio mas sim por que após aquelas palavras Narcisa ficou inerte, sem nenhum sinal de movimento ou respiração.
Estuporou o pai, sorte pois ele havia perdido a varinha ao receber a maldição e também por que ele estava demasiado bêbado.


A primeira coisa que lhe veio a mente foi tirar sua mãe daquele lugar mas, como?
Snape. Snape o ajudaria. Pegou o corpo inerte da mãe e levou para seu quarto onde a colocou cuidadosamente em sua cama, ela continuava sem sinais de estar viva. Correu para a lareira e conseguiu contactar o professor que em pouco tempo chegava a mansão Malfoy, mais pálido e exasperado que ele próprio.
Na manhã seguinte foi obrigado a ver seu pai, a cara de que nada havia acontecido, apenas reclamando com os elfos devido a demora do café da manhã. Sanpe aceitou ficar na mansão pelo menos até o fim do feriado, com a desculpa de que estava fazendo alguns estudos com Draco que “não poderiam ser realizados sob o nariz de Dumbledore”. Lúcio, embora contrariado, aceitou. Desde então começou a implicar mais com “amigo”, ou pelo menos assim pareceu a Draco.


No último dia antes do regresso a hogwarts, ao abraçar a mãe para despedir-se ficou marcada então a promessa muda que fizera a ela. Não permitiria jamais que ela continuasse a sofrer daquele jeito, faria tudo, o possível e o impossível para cuidar daquela que sempre esteve ao seu lado, daquela que devotara a ele um amor incodicional mesmo sabendo que ele, era apenas o fruto de um erro do passado. Descobrira pouco depois daquele noite que aquele casamento era uma faixada. Quando mais jovem, sabia que seus pais não eram o casal perfeito mas, preocupado em corresponder as expectativas do pai, Draco jamais dera muita atenção aquilo. Foi também depois daquela noite que Narcisa lhe revelara parte de seu passado...


Gina ouvia as palavras do loiro segurando a respiração, observando silenciosamente as lágrimas que desciam por sua face e o tom amargurado que impregnavam as palavras ditas por ele, perguntando-se se teria coragem de ouvir tudo aquilo até o fim.
Tinha que ouvir até o fim. Certamente aquela seria uma noite muito longa, talvez a mais longa de sua vida.

CONTINUA

N/A: Sim sim, me matem ^^’ 6 taum se perguntando: mas e kd u resto da song??? Eu sei... não tah aki, pelo menos nau tudo mas, o capt passou por uma gigantesca reformulação. Sabe quando as idéias brotam em sua mente e vc tem a certeza d que esse é o jeito q as coisas deveriam ser? Enton, foi isso q aconteceu...
Mas se acalmem... o sol vai voltar a brilhar depois do próximo capt, ou nele mesmo ^^ e sim sim, a song termina no próximo capt(*q tah liiiiiiinnnnnduuuu, triste, mas lindu^^ *)
Certo, e agora os coments...

ChunLi Weasley Malfoy: Non é maldade nau fiaaa^^’É que realmente ficou mtu grande, tanto q dividi em 3 parte e nau duas como vc pensou 0.o É que escrevi tudo de um fôlego só, sentei em frente ao pc e fui escrevendo, escrevendo... qdo vi tava mtu gigante. Pelo menos, agora estou bem adiantada e a probabilidade de eu não atualizar eh ZERO XD. Li sua song sim e como disse tah perfeitosonaa^^ (*quem quiser passar lah passe pq vale a pena^^ o nome da fic eh “Objeção” *). Brigadaum pelo coment ChunLi^^ Kissus pra ti tb


Manuela Malfoy: Oi Oi Oi^^ sim sim, td bem comigo.Mas vem k? vc ama essa música? Huhuhuhu^^ eu nem tantu XP é que ela realmente tinha a ver com os dois casais saca? E qto vc nau gostar de songs...pode tratar de abrir uma exceção quanto as minhas ^^’pq sim sim, caso vc resolva acompanhar a minha próxima fic(*o que eu axo q vc deve fazer, senão eu vou ter q te lançar uma azaração...*) vc vai encontrar um monte de songs pelo caminho... Enton... e SIM!!! Draco e Gina...huhuhuhu^^ próximos capítulos... quentes...(*é tudo q posso dizer...*) E sim sim, tb jah li sua fic fofolina e mais uma vez digo quem tb queiser ler a fic da Manu LEIA!!!
Tb vale a pena pq tah mtu rox^^

Mya Black Malfoy: (*soh pq sou uma pessoa xata:*) se tah ótima psq vc me deu nota 4??? (*chora, pega lencinhu e faz bico pra comover a Mya*) hiuhsiuahiauhaiuahiuahiauhaiuah^^ Zuera...valeu ae pelo apoio. E u capt tae viu^^ É só voltar Sábado q vem d novu q tb vai ter mais. Bjus pra ti tb

Filipa: Tow continuando ~~’

Miaka: Aaaaaaaaaahhhhhhhh^^ KI baum q vc amou... haihaiuhiauhaiuhaiauhai, o lance do Draco não ser filho do Lúcio... nau nau Mi, ele eh filho dele sim, pode ficar tranquila (*jah t disse os motivos non?*) E...sinistro??? nhaaaa... esse capt enton foi u q??? 0.ó (*haiuahauihaiauhaiuhaiuahiauha*) Bjus pra ti e Brigadaum pelo apoio a fic viu^^



Ps.: nau podia deixar de ressaltar ixu: a maioria das almas caridosas q têm comentado na fic são Malfoys^^ É...engraçado^^ Adoro Malfoys, se vc é uma Malfoy nau deixe de comentar viu, e se nau é comente tb e mostre q as pessoas da sua família tb são legais e fazem a pobre e coitada autora ficar feliz ao ler um comentizinho ^^ (*Autora numa onda de Drama Queen non???*)

By Naniguedez

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