Presentes de Natal



Capítulo 3


 Presentes de Natal


 


            O mês seguiu e nas luas cheias Sirius, James e Peter se transformavam em animais para acompanhar Lupin em suas transformações. Logo estavam chegando as festas de natal e os alunos voltavam para suas casas para comemorarem as festas.


             - Vai passar as férias de natal aonde, Sirius? – perguntou James. Sempre soube que o amigo não tinha uma boa relação dentro de casa. Com uma família repleta de sonserinos, ter um grifinório completamente fora dos padrões dos Black era algo difícil de lidar.


             - Aqui em Hogwarts, como no ano passado, por quê? – perguntou curioso. Em seu segundo ano na escola, James o convidara para passar todas as datas festivas na casa dos Potter.


             - Estava pensando em te chamar pra passar o natal conosco, o que acha?


             - Pontas! Obrigado, cara, mas já passei as férias de páscoa lá, não acho que seus pais gostariam de me ver mais uma vez... já me viram o ano todo no segundo ano...


             - Deixa disso! Quando eu dei a idéia, eles aceitaram no ato! Eles te adoram!


             - Bem, tudo bem. – aceitou Sirius um pouco corado. É claro que gostava, adorava passar as datas festivas na casa dos Potter que o recebiam muito bem. Era uma segunda família, ou melhor, a família que ele sempre sonhou em ter.


             Os dois saíram planejando o que fariam no pequeno vilarejo de Godric’s Hollow onde os Potter moravam. Lupin passaria as festas junto com sua família e encontraria Sirius e James no vilarejo, pois os Lupin moravam perto de Godric’s Hollow. Peter passaria o natal na escola como castigo de seus pais por ter tirado duas notas baixas em Poções e Feitiços.


             Sirius, Lupin e James subiram no Expresso de Hogwarts para voltarem para King Cross. Encontraram uma cabine e sentaram. Estavam rindo e conversando sobre as festas quando alguém entrou na cabine dos dois. Lily estava com três sacolas nas mãos que seriam destinadas aos três garotos.


             - Bom, não queria que vocês fossem sem que eu me despedisse. É natal e eu fiz presentes para todos. O de Peter eu já entreguei, falta o de vocês... espero que gostem.


 


            Os três meninos abriram os embrulhos. James ganhou um cervo de pelúcia costurado a mão com detalhes feitos com tinta. Sirius ganhou um cachorro negro de pelúcia e Lupin um lobo. Os marotos ficaram impressionados com o carinho que Lily fez os presentes.


             - O de Peter posso imaginar que é um ratinho, não é? – comentou Lupin olhando admirado para o lobinho.


             - Obrigado, Lil... Evans. – agradeceu James com o rosto escarlate. Ele pensava que por todas as brigas que tiveram, Lily Evans nunca lembraria dele no natal. Afinal, foi o primeiro natal que Lily deu algum presente a ele.


             - Valeu, Lily! – disse Sirius entusiasmado – é igualzinho a mim!


             - De nada. Bom, é melhor eu ir antes que o trem saia...


             - Espera, não vai passar o natal em casa? – interrompeu James.


              - Não, esse ano preferi passar na escola. Minha irmã andou um pouco... triste depois da minha última correspondência e então achei melhor que eu ficasse na escola esse ano.


             - Vai ficar bem aí? – perguntou Lupin. Desde o segundo ano que os dois são amigos. Lily era amiga de Peter, Sirius e Lupin, só não se dava muito bem com James, com quem vivia brigando.


             - Claro, Peter vai passar o natal na escola também então prometi que o ajudaria a estudar Poções. Bom natal para os três.


             Dizendo isso, Lily saiu da cabine e do trem e deu um tchauzinho do lado de fora junto a Hagrid. James ficou encarando o pequeno cervo de pelúcia por alguns instantes se perguntando onde ela encontrou tempo para os amigos e por que, nesse ano, ela resolveu dar um presente a ele. Idéias começavam a passar por sua cabeça que o deixavam mais corado do que já estava quando recebeu seu presente.


             - Ela vai ficar bem mesmo aí com o Peter? – perguntou James a Sirius e Lupin. – Sabem, vocês são mais amigos dela do que eu... não sei se ela já passou algum feriado na escola.


             - Fica despreocupado, ano passado ela também passou o natal na escola, Lily sabe se virar. – respondeu Lupin tentando confortar o amigo.


             - Ela passou a páscoa desse ano na escola também. Perguntamos se tava tudo bem na casa dela, mas ela assegurou que sim. Ela não goste que fiquemos perguntando sobre as coisas na casa dela. – completou Sirius.


             - Por quê? Só porque ela é nascida trouxa? – perguntou James curioso. Conhecendo Lily Evans do jeito que a conhecia, como rival, ele não conseguia imaginá-la preocupada com alguma confusão em casa. Para todos ela parecia perfeita.


             - A irmã dela é trouxa, não veio para Hogwarts há quatro anos atrás e por culpa disso a irmã meio que... não gosta muito dela. – respondeu Lupin com uma cara de enterro. Pelo visto o assunto da família de Lily Evans não era uma coisa boa de desenterrar quando eles voltassem para a escola.


             Depois de descobrir um pouco sobre Lily, James não mais comentou sobre isso durante a viajem toda. Sirius e Lupin conversavam sobre diversos assuntos, mas o Potter não comentava sobre nada. Só tinha olhos para seu pequeno cervo em suas mãos e lembrando sobre o que Lupin lhe havia explicado sobre Lily Evans.


             Quando chegaram a King Cross, James recuperou um pouco de auto-estima e já brincava novamente com seus amigos.


             - Bom, meus pais estão ali, vejo vocês depois. – Lupin cumprimentou os amigos com um aperto de mão e foi direto a seus pais.


             - Até mais, Remo... – disse Sirius com um aceno a mais quando o lobisomem cumprimentou seus pais. Mas o cão sabia que essa separação não seria por muito tempo, afinal iam se encontrar logo mais no vilarejo de Potter.


             Quando viram o amigo desaparecer entre a multidão, James avistou seus pais logo no final da estação.


             - Ali, Almofadinhas! Eles estão ali! Vamos!


             Sirius correu na frente como um foguete, alcançou os “tios” (era como os pais de James gostavam que Sirius os chamassem) e deu um forte abraço nos dois. James os acalcou e juntos foram em direção a uma chave de portal.


     - Chave de portal, mãe? Pensei que iríamos com aparatação conjunta como sempre. – disse James confuso.


             - Seu pai resolveu mudar um pouco as coisas. Creio que Sirius nunca viajou por uma chave de portal antes, não é? – respondeu a Sra. Potter animada e sorrindo para Sirius, que corou um pouco.


             - É verdade, nunca viajei por uma chave de portal antes. Meus pais preferem aparatar ou a rede de flu, com aquela mania de realeza que eles têm... “chaves de portal só em casos de emergência, Sirius, Regulus”. – imitou Sirius a sua mãe fazendo os três Potter rirem sem parar – Regulus vai morrer de inveja quando souber.


             James e Sirius riram imaginando a cara de Regulus ao saber da novidade do irmão mais velho. Chegaram a um pequeno rolo de jornal jogado no chão do banheiro masculino abandonado da estação. Os quatro puseram suas mãos nele e logo seus corpos desapareceram. Sirius sentiu seu corpo rodar a uma velocidade imensa e tudo a seu redor escurecer. Quando conseguiu abrir seus olhos novamente, encontrava-se em frente a casa dos Potter em Godric’s Hollow.


             - Bem vindo de volta, Almofadinhas. – disse James ao amigo estendendo a mão para que ele se levantasse. – Não é uma mansão como a sua casa, mas da pro gasto, não é?


             - Você diz isso sempre que eu venho aqui, Pontas. Sua casa é muito melhor do que a dos Black. – respondeu Sirius rindo e segurando a mão do amigo para se levantar.


             Os dois subiram as escadas até o quarto de James e colocaram suas malas sobre a cama, desceram novamente, deram um beijo na Sra. Potter e correram para o jardim que estava branco, coberto pela neve espessa.


             Pegaram duas vassouras e começaram a jogar quadribol. Entre os dois o jogo era muito difícil, apesar de Sirius não ser do time da Grifinória, era muito bom no jogo. James era o apanhador do time, mas sabia muito bem como um zagueiro jogava. Passaram quase a manhã toda jogando quando o Sr. Potter entrou no jardim chamando os dois para almoçarem.


             James guardou as vassouras e Sirius guardou a goles e os dois entraram na sala de estar. Viram uma figura conhecida sentada no canto da mesa sendo servida pela Sra. Potter.


             - Remo! – gritaram Sirius e James em uníssono.


             - Olá! – respondeu Lupin terminando de servir o suco para todos na mesa. – A Sra. Potter me chamou para comer quando chegamos.


             - Que demais! Durma aqui, nós falamos com seus pais. – James falava entusiasmado que seria quase um crime se Lupin recusasse seu pedido.


             - Se não for incômodo...


             - Mas é claro que não será!


             Os pais de James sorriram e Sirius e James sentaram a mesa perto de Lupin.


             As férias de natal passaram como um raio. Lupin passou praticamente todos os dias na casa dos Potter indo embora apenas à noite para sua casa. Logo estavam no Expresso de Hogwarts novamente em direção a escola.


             - Você não soltou esse cervo de pelúcia durante o feriado todo, James. Se apaixonou, é? – brincou Sirius vendo que o amigo novamente observava o pequeno cervo em suas mãos.


             - Mas é claro que não! Eu só fico me perguntando onde ela arranjou tempo para fazer isso. Me espantou ela ter me dado um presente de natal... – James respondeu com raiva e guardou o presente nas vestes novamente.


             - Ela começou a fazê-los no meio de novembro. Lily ficou bastante impressionada com o seu empenho em descobrir como nos tornar animagos. – explicou Lupin. Pela cara de Sirius, ele também sabia desde quando a menina havia começado a fazer os presentes.


             - Vocês sabiam o tempo todo o que ela iria dar de natal a vocês? – perguntou James surpreso.


             - Bom... sim. – Sirius riu – Sempre soubemos o que ela iria nos dar. Um dia eu desci para ir até a cozinha beliscar alguma coisa com os elfos quando a vi costurando. Me escondi atrás da poltrona e a observei.


             - Ela não usou magia para fazê-los, Pontas... ela os fez a mão. – completou Lupin rindo para o rosto vermelho de James.


             - À mão... Por isso que os bonecos estão com proporções desiguais, horríveis! Ela não tem talento para costura. – mesmo dizendo isso, James não conseguiu disfarçar sua satisfação.


  É claro que os bonecos não estavam tão ruins como ele havia comentado, mas também não estavam parecendo que foram feitos por uma profissional. Mas James não se importava, de alguma forma, achou muito legal que Lily tenha lembrado dele e de ter tido o trabalho de fazer todos os presentes à mão, sem o auxílio de magia que teria deixado os bonecos dignos de respeito.


             - Ele está mentindo – sussurrou Sirius ao pé do ouvido de Lupin, que sorriu. 


             Aos poucos estavam se aproximando da escola. Na estação de Hogsmead estavam Hagrid, Lily e Peter os esperando para dar boas vindas. Sirius e Lupin saíram primeiro e foram recebidos por um abraço por Lily e Peter.


             - Não me agarra, Rabicho! – gritou Sirius tentando afastar o amigo de seus braços.


             - Senti saudade de vocês! – gritou Rabicho ainda agarrado a Sirius.


             Quando James desceu, Lily o observou se aproximar.


             - Bem vin... – ela já estava pronta para abraçá-lo e ele pronto para recebê-la, mas ao ver seus olhos se encontrarem, pararam no meio do caminho sem saber se continuavam com a tentativa de abraço ou recuavam. Até que desistiram do vai-e-vem e se deram as mãos – Bem vindo de volta, Potter.


             - Por que está vermelho, James? Está doente? – perguntou Peter logo que embarcaram nas carruagens que os levariam de volta à escola.


             - Não... Eu... O quê? – respondeu James totalmente fora de órbita.


             - Você está bem? - perguntou Peter novamente.


             - Sim, por que a pergunta?


             - Você está vermelho!


             - Não, não estou... você está vendo coisas, Rabicho. – riu-se o cervo mentiroso.

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