Sétimo ano.



Hogwarts, sétimo ano.




 


“Draco Malfoy, estudante da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, ganhou nesta semana o prêmio de melhor conto bruxo do ano com sua obra intitulada Hogwarts e Seus Segredos. Um bruxo brilhante de apenas dezoito anos de idade, que vem se superando e mostrando, desde pequeno, o poder que possui e a vontade incessante que tem de se sobressair, notada em seus feitos estudantis, blá, blá, blá...” – Zabine lia no O Profeta Diário, enquanto Draco e seus amigos ouviam sentados perto da lareira no Salão comunal.




“ÊÊÊÊÊÊÊ!!!!” – Eles comemoraram e bateram palmas para seu colega prodígio enquanto este tentava não se deixar dominar pela vermelhidão em seu rosto.




“OLHA! DRACO REPRESENTANDO, GENTE!” – Goyle falou.




“Mas ainda tem mais!” – A voz de Hermione rompeu à barulheira. Enquanto ela se aproximava dos colegas, todos se calavam.




“Mais o que, amor?” – Draco quis saber.




“Você recebeu essa carta e...”.




“Você leu uma carta minha?” – Draco perguntou surpreso. Hermione fazia isso desde quando?




“Sim, por quê?” – Perguntou despretensiosa.




“Não, por nada. Mas, e aí?” – O sonserino estava tão agitado e envaidecido que não se continha perante mais novidades.




“TUDO BEM GENTE! SILÊNCIO!” – A garota falou alto e em bom tom, subindo no sofá. Draco ficou tenso: Hermione parecia diferente. Ela pegou a carta e a abriu. “Como Ministro da Magia, é meu dever informar que, sob acordo de todo o Ministério, Draco Malfoy está sendo convocado para uma entrevista com o Conselho Legislativo, tendo em vista sua maior idade e o término de seus estudos na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. O Ministério se faz muito interessado nos seus dons políticos e sociais. Pedimos que esteja presente conosco às nove horas em ponto, nesta terça-feira. Atenciosamente, O Ministro!”. – Hermione leu.




A turma ficou totalmente estática.




“E ainda tem mais!” – Ela falou antes que eles despertassem. Voltou a ler: “PS: Estou muito orgulhoso e satisfeito com você, filho. Lucio Malfoy”.




“OOOOWWWNNNN!!!” – Toda a turma falou em coro.




“Papai está orgulhoso, cara!” – Zabine zoou. Mas não deixou de abraçar Malfoy com apresso, o parabenizando.




“MALFOY! MALFOY! MALFOY!” – Os sonserinos cantaram e britaram juntos.




Draco permaneceu estático, olhando ora para o documento nas mãos de Hermione, ora para a pilha de seu livro na mesinha de centro. Estava incrédulo demais.




“Então, Draco! Meus parabéns!” – Hermione entregou o papel para ele e o abraçou.




Draco retribuiu ao abraço emocionado. Não segurou as lágrimas e pela primeira vez a turma o viu chorando. Houve um abraço grupal, que fez o Salão Comunal parecer pequeno.




“Hermione”, – ele iniciou quando o fuzuê se acalmou, e ele cessou o choro. “Muito obrigado Hermione!”.




“Está me agradecendo? Draco, isso é tudo seu! Você merece!” – Hermione falou derramando lágrimas à vontade, segurando o rosto de Malfoy como se não acreditasse no que ele estava dizendo.




A turma toda se calou e prestou atenção tentando ser discreta. Mas não importava, por que nem Draco nem Hermione enxergavam alguém além deles mesmos.




“Não, Mi, Você fez quem eu sou hoje! E não há ninguém que te ame mais que eu!”.




“Eu também amo você demais, Draco!” – Hermione se entregou aos braços do sonserino e, desta vez, a turma não fez mais que se retirar silenciosamente.




Ninguém nunca vira caso sequer parecido com o deles dois em toda história de Hogwarts. Os invejosos explodiam de ódio por isso, os amigos se desfaziam em alegria e condescendência, os admiradores se espelhavam neles e a escola toda se inspirava e progredia sob os exemplos dos sonserinos.




“Mione vem comigo?” – Draco perguntou.




Hermione assentiu silenciosamente, sem forças para falar algo entendível. Então, sem se importar com mais nada, os dois aparataram. Quando chegaram, se viram dentro de uma suíte de decoração simples. Era uma construção de madeira, repleta de vasos floridos, e tudo muito confortável. Pelas janelas laterais, não era visto nada além de árvores, porém, era possível escutar um murmúrio distante. Hermione olhou para Draco surpresa.




“Não é possível!”.




“É minha retribuição” – Disse ele abrindo a porta e mostrando a paisagem estonteante de um mar no horizonte.




Estavam numa ilha, sem nome, sem identificação, sem ninguém além de quem eles precisavam: um do outro.




Hermione andou até a porta e inspirou o ar que entrava. Draco sentia seus olhos molhados enquanto via ela deslumbrada com a beleza do lugar. A abraçou por trás, desfrutando do perfume de rosas que Hermione trazia.




“Obrigada Draco”. – Disse ela, emocionada, virando para ele e o beijando.




Draco e Hermione se deram ao trabalho apenas de entrar e encontrar a cama no cômodo. Não precisavam se preocupar com mais nada, nem ninguém. Os dois se beijaram se tocaram e se sentiram. Sentiram coisas que eram quase inumanas de tão grandiosas e prazerosas. Sentiram a razão de suas vidas como nunca provaram antes.




Tudo tinha um sabor novo, uma textura especial, um cheiro diferente. Eles sabiam que era a essência deles, sem alteração de nenhuma forma. Queriam um ao outro como a escuridão queria a luz. Queriam atingir limites que o céu desconhecia. E a graça do amor lhes deu o prazer de conhecer o indescritível, de desfrutarem um do outro no mais alto nível de doação e unção.




Draco encostou seu rosto ao de Hermione, ambos tinham as faces úmidas de lágrimas e suor. E ele beijou a pele dela, percebendo que queria sentir aquele mesmo sabor para o resto de seus dias, e nunca se enjoaria.




Hermione abraçou Draco com braços e pernas e o trouxe para dentro de si. Mas mais fundo que isso: para dentro de sua alma. Ela sentiu subitamente que, mesmo assim, poderia se esvair e desaparecer da presença dele. Esse pensamento terrorista só não perdurou por que Draco se fez mais presente que nunca, olhando nos olhos dela, com a intimidade de alguém que vive dentro do outro.




A promessa de eternidade e infinito se encontrava dentro do azul celeste dos olhos dele. A jura de amor recíproco estava no mar escuro dos dela.




 


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