Os marotos também amam



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                        *Capitulo Quarenta e Um:  Os marotos também amam*


                               “Desde o dia em que você apareceu, o resto do mundo se tornou totalmente desnecessário.”


 


 


Seu coração batia como asas de borboletas, centenas de batimentos por segundos, seu corpo tremia levemente de nervoso e suas mãos suavam nervosas. Não era possível que ele descobrira ou desconfiara, ela tentara de todo jeito não demonstrar nada, nem sequer os enjoos, forçando-se muitas vezes a comer até quando não conseguia sentir o cheiro de comida, então como ele descobrira?


O som de que a seta estava ligada irrompia emudecendo todos os outros sons, como se não houvessem buzinas, motores, motos, nada lá fora, nenhum som, apenas aquele indicando que o carro entraria naquele prédio. Naquele prédio, onde ela podia agora ler com mais nitidez as palavras que fazia um frio descomunal perpassar seu estomago, como se estivesse descendo uma montanha russa.


Eles desceram diretamente ao subsolo, onde seu pai estacionou o carro no estacionamento do prédio, parecia conhecer todo mundo, pois quando adentraram o prédio seguindo para os elevadores, ele cumprimentara os seguranças que trabalhavam por ali. Mas como isso era possível? Ele já estivera ali antes?


Sem entender nada, Patsy acompanhou o pai, agora dentro do elevador, cujo ele apertara para seguir direto ao 18º andar. Okay, ela tinha certeza de ter visto que a tal clinica de analises era no terceiro andar, então isso significava que eles não estavam indo pra lá, certo?


Respirando levemente aliviada, Patsy tentou parecer normal, não tremula, não suando frio, não enjoada e desesperada. Evitava olhar para o rosto do pai, como se do seu lado estivesse um ex namorado cujo namoro terminara tão mal que lhe dava ânsias olhar pro rosto dele, mesmo que fosse pelo canto dos olhos. Por isso quando o elevador parou e abriu a porta, ela seguiu diretamente a frente, saindo do elevador sem sequer olhar para o pai.


Então ela viu a sua frente um andar com paredes que refletiam a si mesma, e em letras douradas bem no meio, estava escrito:


KENSIT AUDITORIA


 


Assim que se aproximou da porta de vidro, elas se abriram automaticamente, surgindo a recepção onde uma bela moça sorria educadamente, falando atenciosamente um “Bom Dia, Sr. Thomas”, assim que seu pai passou por ela, sorridente.


Seu pai sorridente? Desde quando ele era tão simpático e sorria tanto? Nos últimos tempos ela só o vira emburrado, com a cara fechada, como se tivesse comido ratazanas no jantar e não as tivesse digerido direito.


O que ela imaginou ser uma parede se abriu revelando um longo corredor a frente, onde seu pai seguiu.


Portas de vidro com nomes iam passando, nomes de departamentos, homens e mulheres de social, sorridentes, com ar de importantes, tudo ia passando por ela, enquanto ela adentrava o enorme andar. Seu pai virou à esquerda e subiu uma escada de mármore branco, onde acima havia diversas salas de reunião, com paredes de vidro desenhado e enormes portas de mogno, mas ele seguiu direto, abriu uma porta de vidro e saiu no que parecia uma imensa sacada com vista para toda São Paulo, mas não era bem uma sacada, havia a frente uma enorme sala, onde ele entrou e deixou a porta aberta pra que ela entrasse.


Ele estava sorrindo.


A sala era imensa, uma janela imensa de vidro mostrava São Paulo do alto, onde nada se ouvia apenas o silencio, era como se não houvesse nada lá em baixo, nenhum transito, nenhum caos, a avenida paulista nunca fora tão silenciosa, pensou ela.


Uma mesa de mogno imensa se encontrava ao fundo, cadeira de couro alta e confortável, a decoração era impecável, um quadro do pintor brasileiro, Di Cavalcanti estava pendurado na parede próximo a mesa, e ela nunca imaginou na vida que pudesse achar a sala onde seu pai trabalhava um sonho onde qualquer um gostaria de trabalhar.


Ela mal percebeu quando a porta se fechou e seu pai se sentou em sua mesa, de frente para um notebook aberto, ao lado vários papeis, provavelmente coisas da empresa.


— Por que você não se senta? – A voz dele não estava mais zangada, era como se aquele fosse o seu pai de antigamente, como se nada nunca tivesse acontecido, e aquilo era muito estranho, por que, por um minuto, ela sentiu falta daquele pai de novo.


Ele sorriu e suspirou quando ela se sentou, pegou alguns papeis que estavam a frente do notebook e colocou-os na pilha ao lado, junto com os demais, e então finalmente a encarou.


Patsy sentiu um frio perpassar seu corpo, imaginou que ele fosse dizer qualquer coisa, brigar, xingar, falar que era tudo aquilo que a família do Remo estava tentando tirar deles, qualquer coisa, qualquer coisa, menos aquilo:


— Filha, eu sei o quanto você esta com raiva de mim, e eu espero que um dia você me entenda, e entenda os motivos que eu tenho pra odiar tanto aquela família que você... – Ele suspirou, abaixando os olhos, antes de continuar. – Eu só queria te mostrar tudo isso, a nossa empresa, por que a partir de hoje, ela também será sua.


Ela sentiu seu queixo caindo e sua mente ficando vazia, incapaz de pensar em qualquer coisa para dizer de imediato.


Como assim, a empresa era dela? Como assim a partir de hoje? Ela iria ser estagiaria ali? Ela franziu o cenho e abriu os lábios, pronta para indagar.


— Mas... Como... – Mas antes que pudesse terminar, a porta se abriu e outra moça entrou, era mais velha do que a recepcionista, mas vestia-se igual, era bonita, mas parecia ter quase a mesma idade de sua mãe.


— Sr. Thomas, desculpe incomoda-lo, mas o senhor pediu que o avisasse imediatamente quando o Ribeiro chegasse.


— Ah sim, sim. Obrigado Iara. – A moça bonita saiu e seu pai voltou-se pra Patsy, sorridente. – Preciso resolver um assunto importante, mas volto rápido. Pode ficar a vontade. Se quiser andar pela empresa pra conhecer tudo melhor, pode ir, qualquer coisa avisa a Iara, ela é minha secretaria.


Ele se levantou, com seu ar importante de diretor e presidente da empresa, e se encaminhou em direção à porta, deixando Patsy ali, pregada na cadeira, olhando a sala vazia ao redor.


Ficar a vontade? Como ela ficaria a vontade ali? E então seus olhos caíram sobre o notebook aberto sobre a mesa e uma ideia louca invadiu sua mente.


 


                                                                       ***


Apesar de suja de vomito, cheirando a pinga e banheiro publico, ela ainda era linda, ainda tinha as bochechas rosadas, os lábios vermelhos e um corpo delicado, e ainda fazia-o sentir-se como um menininho quando estava com ela, mesmo que ela estivesse adormecida em seus braços.


Ele a colocou devagar sobre sua cama e suspirou. Havia pegado um taxi para chegar até seu apartamento, deixando a moto no estacionamento, sabia que não haveria problemas, já conhecia o pessoal de lá e só pagaria um pouco mais caro no outro dia, mas isso não era problema.


Apesar de bêbada e de ter caído sobre o chão do banheiro, ela não estava muito suja, apenas a blusa preta que usava, o rosto estava apenas com a maquiagem levemente borrada, mas fora isso, ainda estava linda.


Cuidadosamente, Sirius tirou o os sapatos dos pés delicados da loira e os colocou debaixo da cama, sentando-se na beirada da cama e a observando-a dormir, parecia um bebezinho dormindo tranquilamente, e Sirius quase riu diante de tais pensamentos, acariciando o rosto da loira ele tentou acordá-la, mas ela apenas remexeu-se levemente, voltando a dormir tranquilamente. Aquilo não seria fácil, mas ele teria que fazer.


Tentando não acorda-la, ele ergueu-a cuidadosamente, puxando a blusa dela pra cima e tirando-a, voltando a deita-la na cama, mas o sono parecia bem pesado por que ela sequer piscou ou resmungou quando ele abriu o zíper de sua calça e ergueu com dificuldades seus quadris para puxar a calça jeans apertada, livrando-a finalmente da peça de roupa.


Agora ela parecia um anjo sexy dormindo, não mais um bebezinho, pensou Sirius risonho, antes de pegar uma camisa de botão em sua gaveta e voltar até a cama. Seria difícil vestir a camisa nela daquele jeito, por isso Sirius ajoelhou-se sobre a cama e aproximou-se da loira pensando em como faria aquilo, mas quando ele olhou aquele rosto perto demais, ele pensou que definitivamente, não devia ter feito aquilo.


Ela era tão linda, e tão delicada e tão desprotegida, que tudo que ele sentia era vontade de abraça-la pra sempre e a proteger de tudo, de todo o mal do mundo, pra que nunca mais ninguém machucasse seu coração ou a fizesse chorar novamente, nem mesmo ele. Sem conseguir se conter, ele acariciou o rosto delicado da garota com os nós dos dedos e deixou com que a ponta de seu dedo roçasse os lábios vermelhos, levemente entreabertos, antes de se aproximar lentamente, seus lábios cada vez mais perto dos dela.


Então ela abriu os olhos e Sirius congelou, parando exatamente onde estava, olhando para aqueles olhos azuis da cor de um céu de verão.  E o tempo parou.


— Si... – Ela começou, mas não conseguiu terminar a frase, pois os lábios de Sirius grudavam-se nos seus, selando-os delicadamente, fazendo-o alcançar o céu e o paraíso da cor de seus olhos.


Sua mão se enroscou em seus cabelos louros carinhosamente e ele a puxou mais pra si, aprofundando o beijo. Que saudade ele sentira dela, de seu cheiro, de seus lábios macios, da sensação que ela lhe causava, aquela de que tudo estava bem no mundo, aquele de que ele não precisava de mais nada, apenas dela ali, consigo, e então tudo estaria sempre bem, acontecesse o que fosse, por que ela estaria ali.


Não deixaria ninguém separa-la dele, ninguém mais, e precisava dizer isso a ela, precisava, ele faria o que fosse para tê-la, pra que ela fosse só sua, ele teria que faze-la perceber isso, por que ele inteiro era dela, de corpo, alma e coração, como nunca jamais tivera sido de nenhuma outra, Sirius Black era dela.


— Ah Lia. – Ele disse quando seus lábios diminuíram a intensidade do beijo, enchendo os lábios rosados dela de leves selinhos, fazendo-a rir, como sempre fazia, e ele segurou o rosto dela entre as mãos para observa-lo, com os olhos brilhantes. – Não faz mais isso, por favor.


Ela suspirou e virou o rosto, fazendo Sirius puxa-lo levemente, ainda o segurando entre as mãos.


— Eu não quero perder você de novo. – os olhos azuis encontraram os olhos acinzentados e eles se entreolharam por uma eternidade.


— Por que...?  - Mas, mais uma vez, ele não a deixou terminar, selando seus lábios aos dela, ele disse baixinho e carinhosamente.


— Por que eu amo você, eu amo você. – Ele afastou para olha-la, acariciando seu rosto delicadamente. – Será que você não vê? Eu amo você, Lia.


Então ele a beijou, dessa vez intensamente.


 


                                                           ***


Assim como ela imaginava, o notebook estava aberto, na área de trabalho havia uma foto da família Kensit, ela, a mãe e o pai. Por segundos ela olhou a foto, antes de suspirar e ir direto ao ponto, não sabia quanto tempo teria, mas provavelmente não seria muito.


Sentou-se na cadeira de couro macia e encarou o notebook, rezando pra que nele houvesse alguma pista, alguma coisa que a ajudasse a descobrir por que o pai dela odiava tanto a família de Remo.


Pastas do trabalho.


Pastas de financeiro.


Balanço patrimonial.


Balanço financeiro do mês.


Balanço isso, balanço aqui, além de diversas pastas que ela percebeu ser das empresas que a empresa de seu pai fazia auditoria. Mas que droga, não era possível que ali não tivesse nada.


A última pasta se chamava ‘Kensit’, provavelmente eram mais coisas da empresa, mas mesmo assim ela abriu. E como imaginara, documentos da empresa, contrato social, CNPJ, contrato de sócios.


Nada.


Nada de interessante, não era possível, não era possível que não tivesse nada ali. Abriu outra pasta que havia dentro daquela, era uma pasta sem nome especifico, apenas pasta um, e dentro dela havia fotos, fotos de seu pai e a família.


Outra pasta dentro da pasta. Fotos do irmão de seu pai. Outra pasta dentro da pasta e mais fotos.


Desanimada, Patsy clicou sobre uma foto e apertou “enter”, provavelmente eram mais fotos, ou da família, ou da empresa, ou do seu tio falecido, era obvio que ela não encontraria nada ali. Mas quando a imagem apareceu na tela do notebook, ela engasgou.


Seu pai, seu tio e Gregório Lupin. Os três. Juntos. Abraçados. Como assim?


Sem pensar duas vezes ele passou para a próxima foto.


Seu pai e o pai de Remo, abraçados.


Próxima foto.


Seu tio e o pai de Remo, abraçados.


Apesar da foto parecer antiga, quando eram jovens, ela tinha certeza que era o pai de Remo, certeza.


Mas quando a próxima foto apareceu, ela sentiu um frio invadir seu estomago, congelando tudo por dentro.


Não era uma foto comum, não era sequer uma foto, era uma imagem, uma imagem de um documento digitalizado.


Seus olhos percorreram o documento e seu coração disparou. Era aquilo, finalmente descobrira o motivo de tantas brigas, era aquilo, só podia ser.


O som de sapatos de salto ecoou do lado de fora, antes da maçaneta da porta girar, fazendo Patsy pular da cadeira e correr para o seu lugar, se jogando contra a cadeira que há minutos ela estivera sentada, bem no momento em que a porta se abria.


— Oi mocinha. – Disse a moça, a mesma que avisara seu pai sobre alguém que ele queria ver. Iara, se ela bem se lembrava. Sorria simpática, parada a porta da sala. – Você quer alguma coisa? Uma agua, um café? Ou quem sabe um suco bem geladinho?


Patsy sorriu sem jeito, realmente ela queria um suco, sua garganta estava seca, agora mais do que nunca com o que descobrira, com o susto, com a respiração ofegante, é, ela precisava de uma bebida bem gelada, e isso talvez lhe desse tempo, tirando a mulher de perto e dando a ela a chance de copiar os documentos antes que seu pai voltasse.


Sorrindo ela acenou, antes de dizer.


— Ah, eu aceito um suco. – A moça sorriu, satisfeita e disse que voltava logo.


E assim que a porta se fechou, Patsy correu até a cadeira, enfiando a mão dentro da bolsa que encontrava-se em seu ombro e revirando-a em busca do seu pendrive, ele tinha que estar ali, sempre estava ali, em algum lugar.


Ela ouviu vozes e sentiu o coração acelerando, mas que droga, ela precisava copiar aqueles documentos, era sua única chance.


Quando sua mão se fechou envolta de um pequeno objeto metálico, ela sentiu o coração bater mais aliviado, enfiou no notebook e selecionou a pasta inteira para copiar e colar diretamente para seu pendrive.


“COPIANDO...”


O som das vozes aumentou, agora ela podia ouvir, seu pai conversava com alguém, pareciam caminhar conversando, e pelo jeito não pareciam estar com muita pressa, graças a Deus.


Desesperada ela encarou o notebook. Anda, anda, anda.


“COPIANDO...”


— Vai logo. – Ela disse baixinho, os ouvidos mais atentos do que nunca na voz do pai que se aproximava lentamente, o coração pulsando tão forte que parecia que sairia pela boca.


Ela ouviu aquele nítido som de alguém segurando a maçaneta e sentiu o coração congelar no peito, a porta se abrindo lentamente, a voz de seu pai mais próxima do que nunca, ele iria ver, ele iria pega-la ali, como ela iria sair dessa sem ele desconfiar de nada?


— Acho uma boa ideia, por que você não vem jantar em casa hoje? – Seu pai riu de alguma coisa que alguém disse e ela o viu parado na porta, a mão na maçaneta, os olhos em alguém que estava do lado de fora.


“COPIANDO...”


DROGA. Ela não conseguiria.


— Excelente. Faça isso, vou esperar... – E alguém disse alguma coisa, e Patsy rezou pra que a pessoa chamasse seu pai pra fazer alguma coisa, qualquer coisa fora daquela sala naquele momento.


“COPIADO”


Graças a Deus.


Ela puxou o pendrive antes que o notebook dissesse que ela já o podia retirar em segurança e levantou-se num pulo, correndo ate sua cadeira e se jogando nela, tão rápido que até o próprio The flash se assustaria, bem no momento em que ouvia seu pai dizer.


— Vem cá, vem conhecer minha filha, a futura dona de tudo isso aqui. – Então seu pai adentrou a sala, sorridente, e Patsy sentiu que seu coração sairia pela boca.


Sorte, sorte, sorte, ela tinha que agradecer a sorte no fim do dia por estar com ela ali, fim do dia, ela mal podia esperar pra que o fim do dia chegasse e ela pudesse contar ao Remo o que descobrira, finalmente eles saberiam da verdade. De toda a verdade.


 


                                                           ***


 


Era difícil acreditar que num momento as coisas poderiam estar tão bem, e no segundo seguinte, tudo estar desabando, ela não conseguia entender muito bem como essas coisas podiam acontecer, mas aconteciam. Infelizmente aconteciam, e com ela isso era quase uma regra, tinha que acontecer pelo menos uma vez por mês.


Maldito azar.


Lagrimas desciam incessantes por seu rosto, encharcando tudo, seu corpo, encolhido sobre a cama sacudia-se vez ou outra com o choro, enquanto ela abraçava o próprio travesseiro tentando parar de pensar nele. Quanto mais pensasse, mais choraria, mas como não pensar? Ele mentira pra ela, ele a enganara, a traíra, e agira como se nada tivesse acontecido, e ela podia esperar tudo dele, menos isso, não achava que ele pudesse chegar a tal ponto.


Por que isso tinha que acontecer com ela? Por quê?


Seu celular piscava incessantemente, nenhum som saia dele, mas ela podia ver o nome piscando na telinha, aquele nome que ela não iria atender.


Tacou o celular no pé da cama e ouviu o mesmo caindo no chão, foda-se, pensou, se quebrar pelo menos ele não iria poder ligar mais pra ela, afinal de contas, não queria mesmo falar com ele, não queria ver ele, por culpa dele a decepção a machucava por dentro como se alguém a estivesse chicoteando por dentro, açoitando seu coração, causando uma dor quase insuportável. E como doía, tanto que ela mal conseguia respirar.


— Que droga, Lilian Evans. – Ela disse a si mesma, virando-se na cama e encarando o quarto escurecido a frente.


Tinha que parar de pensar nele, tinha que fechar os olhos e dormir e esquecer que ele existia, esquecer que ele mentira, que ele a enganara, que ele a traíra, e sabe Deus  o que mais. Tinha que esquecer, por que ficar remoendo tudo aquilo não a ajudaria em nada, e ele não merecia aquilo, não merecia nenhuma lagrima sequer.


Mas pensando bem, chorar de vez em quando faz bem, é bom colocar tudo pra fora, antes de seguir em frente, por isso ela abraçou forte o travesseiro e pensou: só uma ultima vez, só uma ultima noite, eu vou chorar por ele.


E então adormeceu, entre soluços e lágrimas solitárias, pegando num sono profundo.


 


                                                                       ***


 


A cama estava tão aconchegante que ela demorou mais do que o normal para acordar, mesmo que estivesse despertando. Remexeu-se sobre os lençóis brancos e macios, espreguiçando e abrindo os olhos para ver que, apesar do dia lá fora, o quarto encontrava-se levemente escurecido por cortinas marrons e grossas cobrindo uma enorme janela.


Ela sabia que era dia por que uma luz clara vinha do canto do quarto, onde uma porta estava entreaberta, deixando a claridade do dia invadir parcialmente o quarto, mas fora isso, ela não fazia a menor ideia de que horas poderiam ser, de onde estava e de como chegara ate ali.


Percebendo que se encontrava apenas de calcinha e sutiã, ela levantou-se e viu sua roupa dobrada sobre uma poltrona de couro, pelo cheiro, ela devia ter bebido muito na noite passada, por isso ela ignorou as peças, pegando uma camisa preta aberta sobre o encosto do sofá e vestindo-a, constatando pelo tamanho e pelo cheiro masculino, que onde quer que estivesse, havia um homem por ali, um homem muito cheiroso por sinal.


Ela riu, cheirando a camisa mais uma vez e tendo a leve impressão de que conhecia aquele cheiro, mas sem se recordar, ela seguiu em direção à porta, caminhando descalça por um corredor.


Era um apartamento, e agora que ela caminhava pelo corredor claro pela luz do dia, ela podia sentir um cheiro delicioso de ovos e bacon invadindo suas entranhas e fazendo seu estomago revirar de fome, estava se sentindo a branca de neve quando acordara na casa dos sete anões, mas provavelmente a branca de neve não acordara de calcinha e sutiã e nem andara pela casa vestindo a camisa de um dos anões.


Quando chegou ao fim do corredor, ela parou, surgia ali uma cozinha, pequena, com um balcão separando-o de uma sala bem decorada. Mas não foi isso que chamou sua atenção, o que chamou sua atenção foi o homem parado na cozinha.


Seu coração disparou no peito e ela deu um passo pra trás, evitando que ele a visse.


Suas costas eram bem definidas, como se ele malhasse de vez em quando, mas não fosse aqueles tipos de caras bombados, tinha uma bundinha bonitinha na cueca samba canção e as pernas grossas e com os pelos negros na pele branca levemente bronzeada pelo sol, assim como as costas também eram. Era o tipo de homem que ela sonhara ter na sua cozinha, exatamente daquele jeito, quando era mais nova e sonhava com seu futuro marido. Mas nos seus sonhos, ela adentraria a cozinha, ele a abraçaria por trás quando ela parasse no balcão para beliscar o café da manha, e ele sussurraria no seu ouvido que a amava.


Mas aquilo não era nenhum de seus sonhos de criança, ela estava na casa de um homem, vestindo apenas a camisa dele e ele estava ali... Preparando o café da manha pra ela.


Lia deu um pulo pra trás quando percebeu que o homem virava-se na direção do corredor, com uma bandeja de café da manhã nas mãos.


Correndo, ela voltou pro quarto, deitando na cama e tentando controlar a respiração. Olhou pra si mesma e percebeu que estava com a camisa dele, mas quando pensou em tira-la, lembrou-se que seria pior ficar apenas de calcinha e sutiã, por isso ela pulou da cama e correu pra uma porta a frente que ela percebeu ser o banheiro, seria melhor fingir que acordara agora e vestira a camisa dele.


De dentro do banheiro, ela ouviu o ranger da porta, indicando que ele entrara e respirou fundo.


— Lia? – Ela saiu do banheiro e parou. Ele estava ali, parado próximo à cama, a bandeja do café da manhã segura em suas mãos, o peito nu, levemente malhado, a barriga tanquinho que faria qualquer mulher querer lavar roupa ali, então seus olhos subiram novamente e viram aquele sorriso, aquele sorriso lindo nos lábios grossos, o cabelo negro, bagunçado, caído displicentemente sobre os olhos, aqueles olhos azuis acinzentados que ela tanto amava. Então Lia percebeu, era como se fizesse anos que ela não o via, era como se a ultima vez que estivera com ele fosse há décadas atrás, e não semanas. E percebeu o quanto sentira sua falta.


— Eu fiz um café da manhã bem reforçado, acho que você vai precisar. – Ela caminhou na ponta dos pés até a cama e a escalou, sentando-se onde antes estivera deitada, vendo Sirius colocar a bandeja a sua frente, sobre a cama.


— Nossa! Quanta coisa, eu não vou comer tudo isso. – Ele riu, aquele riso que mais parecia um latido e que fez os pelos do corpo de Lia se eriçarem com as lembranças que causavam.


— Não se preocupe, eu te ajudo. – Ele piscou, daquele jeito charmoso de sempre e ela sorriu. Pensando bem, ela adoraria acordar assim todos os dias.


Na bandeja havia um prato pequeno com ovos mexidos e bacon, ao lado outro prato pequeno com alguns pedaços de chocottone, uma jarra de suco de laranja com dois copos ao lado e torradas com geleia. Ele pegou um garfo e deu uma garfada num pedaço de ovo e bacon.


— Como... Como eu cheguei aqui? – Tentando não encara-lo, ela pegou um pedaço de chocottone e o levou a boca, mastigando lentamente.


— Eu encontrei você bêbada se agarrando com um cara no Boca, dai você vomitou no banheiro e desmaiou.


— Boca? – Ela Indagou sem se lembrar de nenhuma balada, muito menos de boca. Sirius riu e deu outra garfada nos ovos com bacon.


— Boca Club, uma balada que tem na Augusta. Não se lembra de ter ido lá? – Lia deu de ombros, colocando um pouco de suco num copo e tomando um gole.


— Apenas flashes, acho que eu... Eu tava precisando me distrair. – Ela baixou os olhos tristemente.


— Se distrair? Você fez mais do que isso, tenho certeza, se não fosse eu, sabe-se lá o que você ia fazer com aquele cara. – Lia fez uma careta e Sirius riu, apesar de sentir o ciúme martelando seu coração como uma zabumba.


— Eu fui na minha casa. – Ela disse baixinho, pegando um pedaço de chocottone, os olhos baixos, como se tivesse medo de falar sobre aquilo ou sequer pensar.


— Eu sei. – Disse Sirius, e ela ergueu os olhos, o encarando. – Você fala bastante quando esta bêbada. – Ela fez outra careta e Sirius riu fracamente, comendo mais um pouco de ovos com bacon. – Vai morar aonde agora que vendeu a casa?


Lia deu de ombros.


— Vou encontrar algum lugar. – Sirius assentiu e colocou um pouco de suco no outro copo, tomando um grande gole. – Sirius.


Ela disse tão baixinho que Sirius pensou ser sua imaginação, mas ela o encarava como se estivesse preocupada com alguma coisa.


— A gente não... – Começou ela, sem jeito. – Quer dizer, minhas roupas, como eu...?  - Mas antes que ela terminasse, Sirius riu, quase se engasgando com o suco.


— Não fizemos nada, se é isso que quer saber. – Disse ele ainda risonho. – E foi mal, mas eu tive que tirar suas roupas, estavam muito sujas pra ficar no meu lençol. – Ele riu novamente e ela fez uma careta, sem graça.


— Obrigado. – Disse Lia sem graça, fazendo Sirius aproveitar a deixa.


— Não tem de que, se quiser da próxima vez eu deixo você pelada, vou adorar.


— Sirius! – Ele gargalhou enquanto ela pegava o travesseiro atrás dela, pra tacar em cima dele, que desviou agilmente.


— Brincadeirinha, poxa. – Ela fez uma cara feia que apenas o fez rir mais ainda.


— Tinha esquecido de como você consegue ser bobo as vezes. – Ela se levantou da cama e ele apenas a observou, risonho.


— Obrigado. – Ele observou por segundos Lia pegar sua calça jeans sobre a poltrona para vesti-la em seguida. – Aonde vai?


— Preciso ganhar a vida agora.


— Vai rodar bolsinha? Se quiser já pode começar aqui em casa mesmo, eu pago bem viu. – Ele piscou e ela, que acabava de tirar a camisa dele, jogou-a em cima do maroto que gargalhou, segurando a camisa e cheirando-a levemente. – Humm ta com o seu cheiro agora, vou dormir agarrado nela.


— Bobo. – Ela riu e mostrou a língua pra ele, terminando de vestir a blusa, enquanto Sirius num ímpeto levantava-se da cama e puxava Lia pra junto dele.


— Sirius! – Exclamou a loira, enquanto era puxada pra cima de Sirius, que voltava a se sentar na cama, mantendo Lia entre suas pernas agora.


— Que tal começarmos heim? – ele piscou e Lia bateu em seu peitoral, fazendo uma careta.


— Seu bobo.


— Sua linda. – Lia corou, desviando os olhos dele, sem jeito. – Você não lembra, não é? - Ele disse simplesmente e ela o encarou, franzindo a testa.


— Você disse que não fizemos nada. – Sirius negou com a cabeça.


— Não, não fizemos nada.


— Então o que... – As palavras morreram no ar enquanto os lábios de Sirius grudavam-se nos dela carinhosamente. A mão da cintura subindo pelas costas enquanto ele a puxava em direção à cama, fazendo-os caírem deitados. Lia riu, e ele afastou-se levemente para vê-la sorrir.


— Quero fazer você sorrir mais vezes, o máximo que puder, mesmo que pra isso eu tenha que virar um palhaço.


— Isso não vai ser difícil, você já é um. – Ele fez uma careta e ela riu, sentindo-o abraça-la, antes de gira-la na cama, fazendo-a ficar deitada enquanto ele ficava por cima dela.


Ele selou seus lábios aos dela e então a abraçou forte, enfiando seu rosto no vão do pescoço de Lia e sentindo aquele cheiro maravilhoso que emanava da pele e dos cabelos da loira, fazendo-o suspirar, antes de dizer baixinho em seu ouvido.


— Tente não se esquecer dessa vez, por favor.


— Não esquecer o que? – Ela disse igualmente baixo.


— Que eu te amo.


           


                                                           ***


Os dias estavam sendo difíceis para todos, e ele sabia disso, pra ele as coisas não estavam sendo diferentes, mal via a namorada que vivia presa dentro de casa, não conseguia arrancar a verdade do pai e a sensação de fracasso o perseguia por todo lado, como se estivesse incapacitado de fazer alguma coisa pra mudar aquela situação, e aquilo era, definitivamente, um saco.


Mas claro que Remo não iria desistir, jamais desistira de nada na vida, e não seria agora que faria isso. Por isso, ele andava apressado, já estava atrasado, e não poderia demorar muito ou seus pais começariam a ligar atrás dele, preocupados.


O porteiro do prédio era um senhor simpático, e assim que ele adentrou, subindo as escadas até o prédio, se viu num imenso saguão bem decorado e iluminado. Os elevadores ao final o levavam diretamente ao andar desejado, por isso ele apertou 12 e esperou por segundos que o elevador indicado abrisse a porta, o levando diretamente ao andar.


Assim que o elevador parou e abriu as portas, ele se viu diante de uma porta de mogno, ao lado um pequeno aparelho brilhava em verde, onde o dono deveria colocar o dedo com a digital programada para que a porta se abrisse. Mas ele não precisou fazer isso, pois assim que parou diante da porta, a mesma se abriu.


— Sr. Lupin, é um prazer finalmente conhece-lo. - A mulher estendeu a mão e Remo a apertou, sem jeito, enquanto ela o convidava a entrar.


Era um imenso apartamento, bem decorado, e ele se imaginou morando ali, os filhos correndo pela casa, os brinquedos espalhados pela sala, era exatamente um lugar assim que ele desejava morar um dia, que ele desejava ter sua família, sua vida, ao lado da mulher que amava.


Ele sorriu simpático enquanto a mulher falava, mas ele mal conseguia prestar muita atenção, parou a sacada e olhou a cidade de cima e sorriu. As coisas iriam melhorar, ele tinha certeza, e faria o possível pra isso.


Com tal pensamento ele pensou em Patsy e no mesmo instante seu celular começou a vibrar no bolso. Era ela.


— Oi meu amor. – Ele disse sorridente, ainda com os olhos na cidade, que lá de cima parecia calma e tranquila, bem o contrario do que realmente acontecia lá em baixo.


“Remo, preciso muito falar com você. Eu descobri, eu descobri tudo.”


— Pat, calma, não estou entendendo, descobriu o que?


Tudo.” – A voz dela do outro lado da linha parecia exasperada. – “A verdade, Remo, a verdade.”


Remo congelou, ela descobrira tudo?


Se virando para ver o interior do apartamento e a mulher o observando silenciosa ao perceber que ele estava no celular, ele acenou pra ela que sorriu satisfeita.


— Calma, Pat. Eu tô indo pra ai. Eu tô indo pra ai e tudo vai ficar bem.


“Vindo pra cá? Como assim? Não, você não pode, meu pai...”  – Começou ela, exasperada, mas Remo não deixou que ela terminasse, com a voz calma, tranquila e confiante ele disse rapidamente.


— Tudo vai ficar bem, meu amor, eu prometo. Eu vou resolver tudo, de uma vez por todas.


“ Remo, o que esta acontecendo? O que você vai fazer? Não faça nenhuma loucura, você sabe que meu pai...”


— Pat. – Ele disse simplesmente, fazendo-a calar-se e suspirar vencida. – Eu te amo.


Ele sorriu e ouviu-a suspirando no outro lado da linha.


“Eu também te amo.”


— Tudo vai ficar bem. Eu prometo.


Então ele desligou o telefone e virou-se para a mulher.


Não importava o que acontecesse, Remo já tinha tomado sua decisão, era aquilo que iria fazer, era o que havia decidido pra ele e Patsy, era o melhor, para todos, e nada o faria mudar de ideia, nada o faria desistir daquilo, era uma loucura, sim era, mas e dai? Aprendera com os marotos que a vida as vezes tinha que ter algumas loucuras pra fazer sentido, ou viveríamos em vão, pra nada e por nada. Por isso, ele não pensou duas vezes, disse sim, e assinou os papeis.


Sua decisão estava tomada e sua vida, a partir daquele momento, mudaria drasticamente.


 


                                                           ***


 


— Eu não acredito!


Lilian estava parada a porta do apartamento, sua melhor amiga, Lia, estava do lado de dentro sorridente, olhando de Lilian para o apartamento.


O apartamento era grande, mas não tanto, era o tamanho suficiente para se viver bem e com espaço. A sala era imensa, bem decorada, havia uma pequena sala de jantar, uma cozinha planejada, uma mini biblioteca, uma sacada com vista para São Paulo, de onde se podia ver até o parque Ibirapuera, havia um quarto menor, para hospedes, e uma suíte ao fundo, com outra sacada, muito bem decorado também, uma TV de 42 polegadas na parede a frente da cama, uma estante com fotos, livros e pertences que Lilian percebeu serem dos pais de Lia, poucas coisas, mas ainda assim Lilian podia ver uma coisa ali e outra lá que ela sabia já ter visto na casa onde Lia morara com os pais.


Mas ali estava ela, Lia, em sua nova casa.


— Você...? Como...? – Indagou Lilian, de volta a sala, ainda boquiaberta e surpresa. Lia riu e se jogou no sofá, caindo sentada nele. Era preto, de almofadas grandes e quando Lia sentou-se afundou no tecido macio e enormemente confortante.


— Ahan, eu comprei. Hoje.


Lilian sentou no sofá menor e encarou Lia com a sobrancelha arqueada. Como ela fizera tudo àquilo em tão pouco tempo?


— Como...? – Gaguejou Lilian novamente, e Lia riu, dando de ombros.


— Eu sai da casa do Sirius e fui andando pelas ruas, então eu vi uma placa de vende-se no prédio, achei o prédio legal, entrei pra dar uma olhada, gostei e comprei. Liguei pra minha advogada e pedi pra ela terminar de fechar o negocio e fazer o pagamento.


Simples assim, como trocar de roupa. Pensou Lilian, era como se a vida fosse tão simples que chegava a ser engraçado.


— Nossa.


Lia levantou-se e foi até a cozinha, ao lado, abrindo a geladeira, ainda vazia e pegando uma garrafinha de agua, que era a mesma que ela comprara mais cedo e guardara ali.


— Na verdade, eu tenho que trazer minhas coisas, roupas e o resto. Só trouxe as pequenas coisinhas dos meus pais que eu queria guardar. Vou trazer todos os pertences do meu quarto, todos os livros da biblioteca do meu pai, e tudo da cozinha, afinal, não sei como comprar essas coisas. E você vai me ajudar, Lilly.


— Coisas da cozinha? Não me diga que você vai cozinhar. – Lia riu e deu de ombros.


— Quem sabe eu não aprendo, heim?


— Lia você é louca. Meu Deus, você é realmente louca. E sua casa? Como você fez isso? Você decidiu isso do nada? Sem falar com ninguém? Aposto que tem um dedinho de Sirius Black ai? Você tava na casa dele? Como assim? Você não tava na minha casa? Você não dormiu lá?


Lia riu do exaspero da amiga e se jogou no sofá novamente, dando de ombros.


— Calma, Lilly, não tem dedinho nenhum do Sirius, ele nem sabe que comprei o apartamento. E eu só... sei lá, decidi. Liguei pra advogada dos meus pais e disse pra vender minha casa, não quero ficar lá. Quero... Recomeçar do zero.


Lilian sorriu tristemente, entendia a amiga, e se fosse com ela, não faria diferente.


— Então não tem o dedinho dos marotos nessa historia? – Lia sorriu, negando com a cabeça.


— Agora, você vai me contar o que aconteceu ou vai ficar ai fingindo que tá tudo bem? – Indagou a loira, fazendo Lilian afundar no sofá. Amigas eram assim, era uma não precisar dizer a outra se estava mal ou não, elas já sabiam apenas de olhar uma pra outra.


— Recomeçar do zero... Acho que não pode ser uma má ideia. – Disse Lilian, se levantando. – Vamos, vamos dar um jeito nesse apartamento e deixar ele com mais estilo.


Lia riu e abraçou a amiga, era bom recomeçar, mas o que tornava aquilo melhor era perceber que ela não estava sozinha. Definitivamente, ela não estava sozinha.


 


                                                                       ***


TIM DOM


Ela andava, de um lado pro outro no seu quarto, nervosamente. Não conseguia se conter, não conseguia controlar os nervos, a ansiedade, o que ele iria fazer?


Ela deu um pulo quando ouviu a campainha soando alta pelo apartamento pela segunda vez e saiu correndo do quarto, chegando à sala no momento em que sua mãe abria a porta e Remo adentrava tranquilamente. Era como se nunca tivesse acontecido nada, as brigas dele com seu pai, nada, nunca acontecera, e ali estava ele, sorrindo tranquilamente na sala de estar de sua casa, enquanto sua mãe olhava-o intrigada, virando-se dele para encarar Patsy, sem conseguir entender nada, mas já esperando que uma catástrofe acontecesse em breve. Seus olhos diziam claramente “pegue tudo e salve-se enquanto pode”.


— Sra. Kensit. – Disse Remo educadamente e a mãe de Patsy voltou os olhos pra ele, sorrindo educadamente, mas ainda com as feições de quem não entendia o que ele estava fazendo ali. Será que ele perdera a memoria dos últimos meses? – O Sr. Kensit se encontra? Eu gostaria de conversar com vocês, é um assunto sério.


A Sra. Kensit, ou Karen, se Remo bem se lembrava de seu nome, gaguejou e o olhou como se estivesse vendo um dragão na sua frente ou algo bem próximo disso, o fim do mundo talvez, mas Remo não se importou, sorriu educadamente e olhou em direção a Patsy, que ainda se encontrava parada, estática, a entrada da sala.


— Remo, o que esta fazendo? – Voltando a si, Patsy correu ate ele, o puxando pelo braço e fazendo-o voltar de onde veio, ou pelo menos tentando fazer isso.


— Eu vim resolver tudo, Pat. – Ela arregalou os olhos o olhando incrédula. Resolver as coisas? Deus o que seu namorado tinha cheirado? – Sra. Kensit, por favor.


— Eu... han... – Karen Kensit deu meia volta, desconcertada e adentrou o apartamento, provavelmente indo chamar o marido, ou indo fingir que estava em coma e não vira nada acontecer, nem ele entrar no apartamento.


— Remo, eu descobri tudo, mas é melhor resolvermos isso de outra maneira, eu preciso te contar o que aconteceu pra você entender, pra você tentar descobrir o que seu pai tem a dizer sobre isso.


— Pat, não me importa nada disso. Calma, okay, eu vou resolver tudo, se quiser vá pro seu quarto, acho até melhor, assim seu pai não vai brigar...


— O que? Ficou louco? E deixar vocês dois sozinhos aqui pra se matarem?


— Não vamos nos matar... – As palavras de Remo morreram quando seus olhos se desviaram de Patsy e encontraram os olhos do Sr. Kensit a entrada do apartamento. Patsy congelou quando se virou e viu o pai caminhando em direção à sala, então a Sra. Kensit não fingira que estava em coma.


— Sr. Kensit. – Disse Remo educadamente, e Patsy pensou que colocaria o filho pra fora pela boca. Como ele podia estar tão calmo? Tao tranquilo? O que acontecera com Remo?


Thomas assentiu com a cabeça e sentou-se em sua poltrona na sala, fazendo um gesto para Remo sentar-se. Okay, ela estava delirando, ou estava dormindo e tendo aquele sonho, provavelmente era a segunda opção.


— Gostaria de ter uma conversa séria com o senhor. Sem brigas de preferencia, não vim aqui para brigar, vim em paz.


— Claro. – Disse Thomas, o semblante tão calmo quanto o de Remo. Definitivamente, Patsy estava sonhando.


— Papai, eu sei o que... – Começou Patsy exasperadamente, mas Remo a cortou.


— Pat. – Ele disse, fazendo-a desviar os olhos pra ele, como quem diz “não me interrompa, ou você vai ser morto em breve”, mas Remo não deu atenção a isso, e pelo jeito nem o pai dela.


— Querida, por que você não vai pro seu quarto e deixa eu e o Remo termos uma conversa de homens?


— Nem pensar. – Apressou-se Patsy, pensou em dizer “pra deixar que vocês se matem? Nem pensar mesmo”, mas achou melhor não concluir os pensamentos.


— Pat, esta tudo bem. – Remo tentou tranquiliza-la, mas toda aquela calmaria dele não estava ajudando em nada.


— Sissy, não se preocupe, não vamos nos matar. – Thomas riu fracamente, como se aquilo fosse uma piadinha, algo impossível de acontecer, se ela bem se lembrava, aquilo não era algo impossível de acontecer.


— Mas vocês só podem estar brincando, o que deu em vocês? Eu quero saber o que esta acontecen...


— Sissy, por favor, tenho certeza que você vai ser informada dos acontecimentos.


— Claro indo no velório de um dos dois né. – Ela disse isso sem pensar e se arrependeu, olhando rapidamente de Remo pro pai, mas ambos pareciam rir, como se tivessem planejado tudo aquilo entre eles para brincar com ela.


Irritada, ela virou-se e saiu pisando fundo em direção ao seu quarto, murmurando algo como “se algum dos dois morrerem eu não vou no velório de ninguém.”.


Remo e o Sr. Kensit finalmente se entreolharam, provavelmente os dois estavam pensando a mesma coisa, que era hora de resolverem aquilo sem brigas, por isso Remo apressou-se antes que perdesse toda a coragem.


— Sr. Kensit, eu vim aqui por que preciso dizer algumas coisas importantes. – Ele viu o pai de Patsy assentir com a cabeça, antes de continuar. – Eu não faço ideia do que quer que tenha acontecido entre o senhor e meu pai, nem eu e nem sua filha temos conhecimento do que aconteceu, e espero que o senhor entenda isso. De maneira nenhuma, usei sua filha para me aproximar de sua família, jamais imaginei que houvesse isso entre vocês, conheço a Pat do colégio desde que era um moleque e jamais imaginei isso. Nos tornamos amigos, e nos apaixonamos, e senhor, eu sinto muito pelo que tenha acontecido entre você e meu pai, mas não temos culpa.


Remo parou, pensando que naquele ponto o pai de Patsy jogaria toda sua calma pela janela e Remo junto com a calma, mas nada aconteceu.


O semblante do Sr. kensit era de alguém que pensava profundamente, como se ele estivesse recordando-se de tudo, vivendo em seus pensamentos os momentos passados. Por fim ele suspirou e disse.


— Continue, Remo. Quero ouvir tudo o que veio me dizer hoje.  – Remo assentiu e respirou fundo, ele realmente não tinha terminado.


— Eu não quero fazer parte dessa briga do senhor com meu pai, nem eu e a Pat queremos, eu sei que o que vou dizer agora, provavelmente vai chocar o senhor, mas quero que saiba que eu amo sua filha, independente da sua briga com meu pai, da rivalidade ou do que quer que tenha acontecido entre vocês, e a Pat é a única coisa que me importa.


Ela não poderia ficar trancada no quarto sem saber o que acontecia, claro que não, por isso ela estava parada ali, na saída da sala, escondida onde nenhum dos dois podiam vê-la, ouvindo a conversa estranhamente pacifica entre eles. Se aquilo era um sonho, provavelmente era o mais estranho que já tivera na vida, e ela jamais imaginou ouvir, em sonho ou não, o que ouviria em seguida.


— Senhor, eu e sua filha vamos ter um filho. – Os olhos de Thomas se arregalaram, mas ele nada disse, e Remo continuou no embalo antes que não conseguisse terminar de fazer o que fora até lá fazer. – Ela esta gravida, e eu a amo e amo essa criança que vai vir ao mundo. Comprei um apartamento hoje e... Senhor, eu vim pedir permissão para me casar a sua filha.


Ele puxou do bolso uma caixinha e a abriu, deixando a mostra um anel brilhante, e Patsy, de onde estava sentiu o coração sair pela boca.


                                                           ***


 


— Um brinde ao noivos! – Sirius erguia o copo de sua bebida no alto, fazendo Remo e Patsy rirem, Lia e Lilian erguiam o copo de refrigerante, enquanto todos soavam um ‘timtim’, aos risos.


— Não acredito que vocês vão casar! – Todo mundo riu do comentário de Lia, apesar de que todos estavam pensando a mesma coisa, mas todos estavam felizes por isso, finalmente os dois iriam ser felizes. Finalmente alguma coisa estava dando certo pra alguém daquele grupo.


— Hey, não pensou que eu ia ficar fora dessa né? – Lilian gemeu contrariada quando Thiago chegou, dando uma palmadinha nas costas de Remo e puxando a cadeira ao lado do maroto, bem de frente pra ela, que desviou os olhos pro outro lado.


— Até que enfim, Pontas, achei que você não ia vir mais. – Disse Sirius, pegando seu copo e virando um gole.


— Foi mal, eu tava resolvendo umas coisas. – Os olhos de Thiago e Lilian se encontraram e ela desviou-os rapidamente, sentindo a raiva e a decepção borbulhando em seu estomago, se não fosse por Patsy, ela já teria jogado todas as bebidas da mesa na cara dele. – Parabéns, cara. Tô feliz por você, você e a Pat merecem.


Remo sorriu e percebeu que Thiago não estava muito bem, não tinha tido tempo de falar com o amigo nos últimos tempos, mas percebia que alguma coisa havia acontecido entre ele e Lilian, nenhum dos dois pareciam muito bem, ao contrario de Sirius e Lia, que pareciam como se nunca tivessem brigado e estivessem namorando há meses.


As conversas começaram a fluir e Thiago se sentia a cada passar dos minutos mais e mais incomodado com o fato de Lilian não olhar pra ele, toda vez que a conversa voltava pra Thiago e ele contava alguma coisa, alguma piada, alguma historia, algum comentário, ela ficava olhando fixamente pro copo a sua frente, girando-o e se concentrando nele como se fosse a coisa mais interessante do mundo, sem se interagir em nada do que ele estivesse envolvido, nenhum comentário, nenhuma risada, nem um sorriso sequer das brincadeiras que ele fazia com os outros. Nada. E aquilo o estava matando por dentro.


Quando seu copo de vodka com redbull chegou, ele virou metade de uma vez o que fez Remo perceber.


— Você tá bem, cara? – Thiago suspirou e deu de ombros.


— Deixa pra lá, não vamos atrapalhar sua noite, cara. Relaxa, eu vou ficar bem. – Remo assentiu e deu uma palmadinha no ombro de Thiago.


— Se precisar de qualquer coisa cara, você sabe que pode contar comigo.


— Eu sei. – Disse Thiago olhando pra Lilian que mais uma vez, se concentrava no seu copo de coca cola, girando-o entre os dedos.


— O que? Você tá gravida? – Exclamou Lia, surpresa e deu um gritinho de felicidade quando Patsy confirmou. – ah meu deus, eu vou ser titia. Lilly, vamos ser titias.


Lilian riu, estava feliz pela amiga, claro que estava, pelas duas, por Patsy finalmente ter conseguido, de algum jeito, ficar noiva de Remo e poder se casar com ele e viver feliz, afinal, os dois se amavam e mereciam aquilo. E estava feliz por Lia estar se recuperando, por estar bem e por ter Sirius do seu lado, e torcia pra que ele não resolvesse ser um canalha como Thiago tinha sido, mas era difícil sorrir muito ou ser totalmente descontraída com ele sentado bem na sua frente, fazendo-a se lembrar de tudo de novo, era bem difícil.


— E você já sabe se vai ser menino ou menina, Pat? – Lia parecia empolgada com a novidade, enquanto Sirius e Remo se entretinham em uma conversa totalmente diferente, alguma coisa sobre carro, mas Lilian não estava interessada, por isso ela se levantou e murmurou um “já volto” que provavelmente ninguém ouviu e saiu. Precisava sair dali, precisava parar de olhar pra ele ou de saber que ele estava ali, na sua frente, olhando pra ela de segundos em segundos.


Seguiu em direção ao banheiro e se trancou lá pelo que pareceu uma eternidade. Lavou as mãos e passou no rosto, na nuca e na testa, rezando pra si mesma pra esquecer tudo aquilo, esquecer tudo, precisava parar de pensar naquilo ou enlouqueceria.


Saiu do banheiro e seguiu em direção a mesa, e antes que pudesse se desviar sentiu seu corpo esbarrando em alguém, antes de virar-se rapidamente para dizer um “desculpa” e quando ela fez isso, seus olhos encontraram-se com aqueles olhos castanho-esverdeados e então ela congelou.


Ali estava ele, ali estava quem ela estava esquecer, nem lembrar que existia, mas assim que seus olhos cruzaram com os dele, por segundos, foi como se nada nunca tivesse acontecido, foi como se eles de algum modo ainda fossem namorados, ainda estivessem ligados, ainda pertencessem um ao outro. Sentiu um nó se formando em sua garganta, as lagrimas enchendo seus olhos, quis bater nele, soca-lo por ser tão idiota, tão imbecil de perdê-la daquele jeito, por ser tão otário de fazer aquilo com ela, mas não conseguiu, tudo o que pôde fazer foi virar-se e correr em direção a mesa, iria pegar sua bolsa e ir embora.


Quando alcançou a mesa e pegou sua bolsa, pendurada na cadeira, ouviu o som de microfone ecoando no ambiente, mas não deu bola, seus pensamentos estavam presos em outra coisa, em outra imagem, a imagem daqueles olhos castanho-esverdeados a encarando e fazendo tudo dentro dela afundar como se o chão estivesse sumindo sob seus pés.


— Lilly, aonde você vai? – Ouvia Lia, preocupada, mas não conseguiu dizer nada, pegou a bolsa e seguiu em direção a porta. O bar estava cheio, pessoas ficavam parando a sua frente, lerdiando no caminho e ela tinha vontade de empurrar todo mundo e sair correndo, mas não podia.


Então um som invadiu todo o ambiente, fazendo Lilian parar, congelando por dentro.


— Eu gostaria de dedicar uma canção a alguém, eu sei que ela esta com raiva de mim, que ela esta me odiando agora, nesse minuto, mas eu só quero que ela entenda e que acredite em mim, por favor, acredite em mim. Eu te amo.


UHUUULLLLLL


O som de pessoas gritando e se entusiasmando com aquilo invadiu todo o ambiente, e ela sentiu todo o seu ser afundando ainda mais. Conhecia aquela voz, e sabia que todas aquelas palavras eram pra ela. Sentindo as lagrimas embaçando sua vista, ela voltou a se mexer, tentando passar entre a multidão, só queria chegar ate a porta, alcançar a saída, só isso, por que quando você gente tá com pressa, todo mundo resolve ficar lerdo na sua frente?


O som de uma musica começou a invadir o ambiente, era violão apenas, uma melodia lenta e meio triste, e quando a voz dele invadiu todo o ambiente, ela engasgou e parou.


Estava de frente pra porta, mas não conseguia sair, não poderia sair, não agora.


— Eu sei que não é essa musica que você gosta, mas essa é a minha musica pra você, Lilly.


 


♪  Quando me sinto só
Te faço mais presente
Eu fecho os meus olhos
E enxergo a gente


 


Ela virou-se para vê-lo no palco, sentado sobre um banco e nos braços um violão, onde ele dedilhava a musica, fazendo-a ficar mais lenta do que o normal, enquanto a voz dele invadia todo o ambiente. Sentiu que seu coração iria parar de tanto que batia, enquanto seus olhos enchiam-se de lagrimas, embaçando sua vista e quase impossibilitando que ela o visse.


 


Em questão de segundos
Voo pra outro mundo
Outra constelação
Não dá para explicar
Ao ver você chegando
Qual a sensação


 


Seus olhos verdes rubis encontraram os dele, apesar de toda aquela gente na frente, toda a gritaria, pessoas rindo, pessoas conversando, pessoas gritando “uhul” pela declaração, ela não ouvia nada, não via nada, apenas ele, apenas os olhos dele nos seus e a voz dele invadindo tudo.


Ela sentia vontade de rir, ele tava cantando Luan Santana, ela sabia o quanto ele não gostava de Lua Santana, mas lá estava ele, cantando pra ela, aquela musica, aquela musica que ela adorava, aquela musica com aquela letra que dizia tudo. Como podia? Tudo dentro dela desmoronava, a raiva, a decepção, tudo. Mais uma vez, era como se nada nunca tivesse acontecido.


 


A gente não precisa tá colado pra tá junto
Os nossos corpos se conversam por horas e horas
Sem palavras tão dizendo a todo instante um pro outro,
O quanto se adoram
Eu não preciso te olhar
Pra te ter em meu mundo
Porque aonde quer que eu vá
Você está em tudo,


Tudo, tudo que eu preciso.


 


Ele parou, seus olhos nos dela, e então sussurrou, baixinho, mas pelo microfone ela e todo mundo pôde ouvir.


— Você está em tudo, tudo, tudo que eu preciso...


Uma lagrima solitária desceu por seu rosto, enquanto ele a via se virando e indo embora.


 


 


*N/A


Como prometido, capitulo novo e rápido o/


Não esta lá as mil maravilhas, mas não podia colocar muita coisa mais num capitulo só e não era um capitulo de muitas emoções mesmo, era uma coisa de continuidade, pra algumas coisas acontecerem, tudo isso tinha que acontecer, então me desculpem se não foi um capitulo muito empolgante e emocionante.


Mas ainda assim, espero que tenham gostado, muitas surpresas estão por vir, viu gente, vou tentar me dedicar mais na fic pra tentar termina-la logo, e vou tentar também escrever minhas outras fics, conforme disse a vocês no capitulo passado, alias a fic “better than revenge” já tem um capitulo postado, vou tentar postar hoje ainda o segundo capitulo.


http://fanfic.potterish.com/menufic.php?id=44179


Ahh gente, eu nunca tinha ouvido essa musica do Luan Santana, confesso que ele não é meu cantor favorito, gosto de uma musica ou de outra, mas quando vi esse clipe eu fiquei tipo, de boca aberta, é muito linda a musica e o clipe é perfeito, quero um amor desses pra mim, igual do clipe  ;/


Bom, é isso


A musica pra quem não sabe, se chama “Te vivo”, do Luan Santana.


Vou aproveitar e deixar meu face, podem adicionar, ta como Milly Iba, não esquentem, sou eu kkkkk


https://www.facebook.com/miih.iba


Ahh e eu fiz um Ask, mandem suas perguntas, please xD


http://ask.fm/MillyIba


e aproveito também pra deixar o meu Tumblr


http://lanahblack.tumblr.com/


 Bom, é isso pessoal


Até o próximo capitulo


Beijinhos


Lanah Black

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Comentários (4)

  • Letícia Tonks

    a sua fic é simplesmente perfeita, a patsy e o remo então? sem palavras, sem palavras para toda a fic! o thiago e a lilian estão me matando! Lanah, volta logo, por favor!

    2013-02-12
  • Chrys Malfoy

    Ai meu Deus, que capítulo liiindo! Sério, eu quase chorei com a declaração do Thiago pra Lily, por que ela tinha que ir embora??  Aaaaah, to tão feliz pelo Remo e pela Pat. Apesar de ser totalmente apaixonada pelo Remo (Pat não me bate, rs), eu torço muuito por eles!!Será que agora Sirius e Lia se acertam de vez? Tomara que siim!!! Cap mais que perfeito!To indo pra não ficar aqui chorando que nem uma bobona. Suuper beijos 

    2013-01-17
  • annalimaa_

    Que do da Patsy ela não merecia passar por isso, nada que maquiagem não esconda no rosto. AHHAHAHA Como assim ele vai entregar parte da empresa pra ela? Six e Lia simplesmente o casal amis fofo ponto. OWNNNN casa comigo Black??Caara meu coração batia acelerado junto com ela, que agonia, só falta ela não ter fechado a janela no computador. Concordo com ela, as vezes chorar faz bem, só basta eu me permitir. AHHAHAHAHAHA eu não lembro, ams a Lia já não conhecia o apartamento dele? Bema  cara dele não fazer nada já que ela estava bêbada. SIRIUS PARA DE SER PERFETIO.Desculpa James, mas essa você não supera. Lindo o Remo comprando um apartamento também.Ela descobriu e não parece que seja culpa do pai de Remo. Ao que parece Lily é a única sem casa já que Pat vai morar com Remo. Mas acho bom pra Lia sair daquela casa. AHAHAHAHAHAHHAHAH TIM DOM sério??? AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH MEUUUUUUUUUUU DEUSSSSSSSSSSSSSS COMO ASSIM???? TO TIPO A PATSY CHOCADA. James fofo, mas não perdoaria ele só porque ele cantou pra ela. Beijos e não demora, Ana.

    2013-01-12
  • Larissa Helena

    Capitulo tão lindinho *_* Amei a parte do Sirius e da Lia,eu li e li várias vezes! Thiago e Lily fofos,mas ao mesmo tempo dramático.Tomara que eles voltem capitulo que vem! Bom,que fortes emoções são essas? A Patsy vai perder o bebê? Honestamente,eu gostaria que ela perdesse o bebê! Eu sei,eu sou malvada,mas ia ser bem legal ver o Remo apoiando ela nessa perda! Enfim,volte logo Lanah,até proximo capitulo :)

    2013-01-08
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