Como você se sente?



(Ps. A musica abaixo faz parte de um trecho da fic. Caso nao queira ouvi-la, clique no Player abaixo)











                                                         


                                                                        *Capitulo Vinte: Como você se sente?*


 


                                   “O olhar terno fora substituído pela mágoa e pela tristeza. O sorriso dera lugar a feição de ódio. As palavras doces deram lugar às de escárnio, ironia e desdém. Mãos que antes afagavam, agora podiam bater...”


 


 


O salão principal estava escurecido sendo iluminado apenas pelas luzes piscantes que mal iluminavam os cantos repleto de casaizinhos e cintilava nos vestidos de gala espalhados pelo salão levemente anuviado pela fumaça do gelo seco que vinha de alguns cantos do salão.


Lilian estava muito feliz, até aquele momento, a noite parecia perfeita, parecia que tinha sido feita especialmente pra ela.


Bom, pelo menos era isso que ela pensava até aquela garota aparecer. /¬¬


— Queria falar com você, Thi, pode ser agora?


Thiago olhou pra garota, parada próxima a ele e à Lilian e pensou, pela primeira vez na vida, como era ruim ter tantas meninas no pé dele. Será que aquela garota não tinha semancol não?


— Agora? Se você não percebeu, eu to ocupado, Mayara. Foi mal.


Segurando na cintura de Lilian, Thiago a puxou afastando-os da garota. Não seria possível que a menina iria segui-los para atormentar ainda mais né?


Contente por ninguém mais pedir para falar com ele, Thiago voltou a abraçar Lilian, dançando a próxima musica lenta que recomeçava a tocar.


— Foi mal, essas meninas estão enchendo o saco o dia inteiro hoje. – ele fez uma carinha de quem sentia muito e Lilian sorriu sem jeito, tentando não demonstrar que dentro dela um ser revirava estranhamente agora.


— Tudo bem. – Lilian disse estranhamente e Thiago a olhou por segundos, antes de ela continuar. – Nos outros bailes você trazia alguém?


Ela indagou como quem não queria nada, mas sentindo seu estomago afundando antes mesmo de ouvir a resposta.


— Ah, sei lá, eu trazia, mas assim que chegava eu deixava a mina por ai e ia pegar outras.


Lilian assentiu levemente, sem conseguir dizer nada. Era por isso que tantas meninas ficavam no pé dele e estavam em cima dele naquele dia, porque em outros bailes ele era de todas, um pouquinho de cada uma, durante a noite toda.


Sentindo o ser dentro dela revirando-se enjoadamente, Lilian desviou os olhos, recostando a cabeça levemente ao ombro dele, fingindo estar tudo normal.


— Lilly. – Chamou Thiago baixinho em seu ouvido e ela respondeu um “oi” próximo ao ouvido dele, sem ter forças para encarar seus lindos olhos castanhos esverdeados.


— Você... Você não gosta de mim, não é?


 


                                                                                        ***


  Patsy não sabia o que estava acontecendo com ela, quando em passos rápidos ela quebrou a pouca distancia entre ela e Remo, o envolvendo pelo pescoço e o beijando intensamente. Mas fosse o que quer que fosse, a estava consumindo agora mais do que nunca, ao sentir a mão de Remo apertando sua cintura e a puxando pra mais perto de si, fazendo o corpo dela colar ao dele.


Remo nunca, desde que começara a namorar Patsy, havia sentido algo como sentia naquele momento, um calor percorria suas veias e seu corpo, deixando-o completamente vulnerável, fazendo qualquer mínimo toque dela, causar-lhe sensações que ele mal conseguia explicar.


Descendo a mão pela cintura de Patsy, Remo segurou-a com cuidado, a erguendo do chão, colando o corpo dela ao seu e caminhou lentamente em direção à cama, tropeçando no tapete antes de chegar ao destino, fazendo-o tombar de lado sobre a cama com Patsy junto dele, fazendo-a gargalhar animadamente, e deitar-se sobre ele, o beijando carinhosamente em seguida.


Remo acariciou o rosto de Patsy, selando o beijo e a puxando pra cima, fazendo-a deitar-se completamente na cama, enquanto ele tirava os sapatos com os próprios pés e deitava próximo dela, acariciando o rosto de Patsy antes de beijá-la dessa vez mais intensamente. O calor dentro dele começava a aumentar cada vez mais.


 


I thought I saw a man brought to life


Eu pensei ter visto um homem trazido à vida


He was warm he came around


Ele era carinhoso


Like he was dignified


Ele chegou como se ele fosse majestoso


He showed me what it was to cry


Ele mostrou-me o que era chorar 


 


  Ela não conseguia ver nada a sua frente, a não ser um borrão de pessoas em seu caminho, pessoas que passavam rapidamente, misturadas ao borrão de lagrimas que embaçavam sua vista, mal a deixando ver direito por onde ela seguia, ela só sabia que tinha que sair dali, o mais rápido possível, o mais longe que conseguisse, ela queria sumir dali, simplesmente se esquecer de onde estava ou ate mesmo de quem era.


Uma dor latejante pulsava em seu coração, como se ele estivesse secando sem ar, sufocando sem água, como se estivesse se desfalecendo entre facas e gritos e dores, inexplicáveis, insuportáveis, que se misturavam as lagrimas que agora rolavam por seu rosto, pesarosas e incessantes.


Como ele podia ter feito aquilo com ela? Como ele podia ter usado-a desta maneira? E depois agir como se nada tivesse feito e ainda agir como se, se importasse, como ele fizera ha minutos atrás, a abraçando e a beijando daquele jeito, como se ele realmente sentisse alguma coisa, mas ele não sentia, ele não sentia nada, era um insensível, mentiroso e idiota.


Ela soluçou alto, alcançando a rua e correndo por ela, sem rumo.


Sirius não sabia direito o que fazer, enquanto corria atrás de Lia, tentando alcançá-la. As bebidas que estavam em suas mãos segundos atrás, haviam se perdido em algum lugar quando ele as soltara inconscientemente, mas aquilo não importava agora, o que importava era que alguma coisa tinha acontecido e agora Lia corria achando que ele realmente apostara aquilo. Ele não havia apostado, havia? Não, ele não tinha apostado, por mais que os caras do time de futebol tivessem ficado enchendo o saco dele com esse lance de aposta, ele não tinha apostado, ele simplesmente tinha os deixado falando, sem tomar partido algum, de maneira nenhuma Sirius tinha transado com Lia por causa de uma aposta absurda. Mas ela não acreditava nisso e agora tudo que ele precisava era encontrá-la e dizer aquilo a ela. Ele precisava que ela acreditasse. Ele precisava.


   





— Você... Você não gosta de mim, não é?


Lilian sentiu alguma coisa se prendendo a seu estomago, fazendo-o congelar por dentro e seu coração parar de bater por segundos. Porque ele estava perguntando aquilo?


Lilian afastou o rosto para encarar o maroto, sentia agora seu coração batendo descompassado no peito e um frio fora do comum na barriga.


Olhando-o ela molhou os lábios, abrindo-os em seguida antes de dizer com a voz levemente rouca.


— Por quê? Você... Gosta?


Thiago olhou pros lábios vermelhos de Lilian e molhou seus próprios lábios, antes de pigarrear e desviar os olhos dos dela.


Era uma pergunta direta demais, realmente, ele não deveria ter perguntado isso a ela, mesmo que algo disesse a ele que deveria ter perguntado, porque afinal de contas, ela estava tão diferente, e uma vez ela brigara com aquela mesma garota que os interrompera segundos atrás, por causa dele, porque estava com ciúmes, se ela sentia ciúmes era porque ela gostava, não era? Mas e ele? O que ele sentia por ela, agora que ela perguntara?


Thiago sentiu um nó estranho na garganta, pigarreando novamente, antes de dizer sem conseguir encarar aqueles olhos verdes novamente.


— Eu... Eu preciso de uma bebida. Você quer?


Lilian balançou a cabeça negativamente, sem conseguir emitir um único som de voz, sabendo que provavelmente Thiago nem a vira negar com a cabeça, já que ele nem sequer lhe olhava. Ela o viu soltar as mãos de sua cintura e sair caminhando enquanto Lilian permanecia parada em meio à multidão, o ser dentro dela afundando como se estivesse naufragando e seu coração se apertando de forma esmagadora, enquanto sentia uma lagrima rolando por seu rosto, incapaz de ser notada por alguém.


 


                                                                                                ***


 


Patsy sabia que suas sandálias de salto estavam caídas aos pés da cama, talvez, mas ela não parecia se importar com isso naquele momento, nem com isso, nem com nada mais, apenas com um corpo quente, forte e cheiroso sobre o seu, que a beijava de uma maneira que Patsy nunca havia sido beijada na vida.


Ela sentia a mão de Remo percorrendo a lateral de seu corpo e perguntou-se se aquele calor e aquela sensação de desejo pela mão dele eram normais. Na verdade o desejo era que a mão a apertasse ainda mais, era que o corpo dele colasse mais ao seu, se isso fosse possível, e ela nunca sentira aquilo, não daquela forma.


Patsy sentiu os lábios de Remo separarem-se dos seus e ele a olhou, deixando o corpo cair de lado na cama, apoiando o cotovelo na mesma e a cabeça na mão, olhando-a enquanto levava a outra mão ao rosto dela, acariciando-a carinhosamente.


— Me desculpe. – Ele disse baixinho. – Eu me empolguei.


Patsy o viu corar levemente, abaixando os olhos e sorriu, acariciando o rosto dele com a ponta dos dedos.


— Eu também me empolguei. – Patsy riu e abaixou os olhos, levemente envergonhada, sentindo a mão de Remo acariciando seu rosto novamente.


— Você é tão linda!


Patsy ergueu os olhos, sorrindo, ainda levemente vermelha.


— Eu nunca... – ela disse simplesmente e Remo levou o dedo carinhosamente aos lábios dela, antes de beijá-la devagar, separando os lábios em seguida.


— Eu nunca faria nada se você não quisesse, você sabe, eu jamais... – Dessa vez Patsy levou o dedo indicador aos lábios de Remo, calando-o.


— Remo eu sei... Mas eu... – Ela não conseguiu dizer o que sentia, nem o que queria, mas sabia que o queria, não importasse como.


Ela sentiu a mão dele carinhosamente em seu queixo e quando ergueu os olhos, sentiu os lábios dele nos seus, fazendo-a fechar os olhos e beijá-lo, sentindo o beijo inicialmente carinhoso e lento ir se aprofundando lentamente.


  


♪  Well you couldn't be that man I adored


Bem, você não pode ser aquele homem que eu adorei  ♪


 


 O céu que ao começo da noite encontrava-se estrelado agora exibia mais nuvens escuras que apagava qualquer vestígio de estrelas que exibira mais cedo. Pequenas gotas de chuva, finas e quase imperceptíveis, caiam do céu sobre o asfalto quente daquele dia, deixando no ar um cheiro indescritível de chuva de verão. Ela sabia que costumava adorar aquele cheiro, aquele cheiro que a lembrava de alguma tarde chuvosa e feliz demais em algum momento de sua infância que ela não conseguia se lembrar naquele momento. O céu assim como ela, deixava escapar algumas gotas que lhe escorriam pela alma, seu coração assim como o céu parecia mais cinza e pesado do que no inicio da noite, transformara-se inesperadamente e tão drasticamente que quase não se podia acreditar.


Ela sentia-se quebrada por dentro, era como se tudo aquilo fosse um grande pesadelo, o mundo desabando sobre sua cabeça, a dor em seu coração latejando, o sangue escorrendo pelas entranhas, desfalecendo-se aos poucos, o amor.


Desconcertada Lia sentiu seu corpo sentando-se perdido na beira da calçada onde ela abraçando os próprios joelhos sentiu-se ser sacudida pelas lagrimas que incessantemente escorriam por seu rosto agora abaixado sobre os joelhos.


Porque ele fizera aquilo com ela? Como ele pôde ter coragem de fazer aquilo? Como ela pôde acreditar tão idiotamente nele? Sabia desde o começo como Sirius Black era, tinha sido estupidamente idiota de ter acreditado nele e agora aquelas lagrimas, aquela dor e o papel de idiota, era tudo o que lhe restara daquele sonho imbecil que jamais poderia tornar-se realidade quando ele estava longe de ser o príncipe encantado.


 


 


A musica antes lenta era substituída por uma mais animada, para agitar os corpos na pista de dança, mas Thiago não conseguia prestar a menor atenção a musica ou sequer à pista e as pessoas que nela estavam.


Caminhando rapidamente, Thiago seguiu em direção ao jardim, precisava sair dali e respirar um ar fresco.


A pergunta que fizera a Lilian e a resposta dela agora ecoava em sua mente sem que ele conseguisse encaixar tudo aquilo corretamente.


Era obvio que ela gostava dele, as cenas de ciúmes, o jeito que ela ficava sempre que via Mayara, principalmente se a visse falando com Thiago, deixava tudo claro a ele que ela gostava dele, mesmo que até então ele não tivesse processado isso corretamente em sua mente. Mas e quanto à pergunta dela? Thiago gostava de Lilian?


Pegando um copo de alguma bebida, Thiago parou a porta que dava para o jardim, vendo que agora algumas gotas de chuva caiam sobre o gramado enquanto ele virava o copo nos lábios em um grande gole.


Estava tão entretido em pensamentos que mal percebeu quando um cara parado ao seu lado deu um tapinha de leve em seu ombro.


― Fala Wood. – Disse Thiago virando mais um gole de sua bebida enquanto enfiava a outra mão no bolso da calça encostando-se a lateral da porta, onde por sorte era encoberto, o protegendo assim da chuva que se intensificava.


― E ai, Potter, beleza? Cadê as gurias?


Thiago olhava, sem prestar muita atenção, algumas garotas que corriam e se divertiam pelo jardim, debaixo da chuva que gradativamente se intensificava.


A guria. – Disse Thiago simplesmente, pensando no quanto isso soava estranho, Thiago Potter em pleno baile de natal, com apenas uma garota? /:s


 Pensando o mesmo que Thiago, provavelmente, Wood que também observava as meninas achando-as sexy na brincadeira que as deixavam encharcadas, com os vestidos colados aos corpos, desviou os olhos para olhar confuso pra Thiago.


― Ae, parabéns, não sabia que tinha se amarrado, Potter. Deve ter deixado muitas gurias tristes, não?


Virando mais um gole de sua bebida, sentindo a mesma queimando em sua garganta, deixando-o mais quente do que já se encontrava naquele smoking, Thiago pigarreou, afrouxando levemente a gola do smoking, como se se sentisse sem ar.


― Não cara, pior que não me amarrei, é estranho, velho. Sabe quando você começa a curtir uma mina, sem nada sério e de repente se vê assim, meio que só com ela e achando que a mina ta gostando de você, e meio perdido?


Thiago parou para observar as próprias palavras e sentiu-se mais perdido ainda, então até mesmo ele assumia que só estava saindo com a Lilian, será que isso queria dizer alguma coisa, vinda de um garoto que até então nunca conseguira ficar com uma só por mais de uma noite?


 


                                                                                                ***


 


Ele podia ouvir ao longe o barulho da chuva, como se ela estivesse longe demais que ele mal podia ter certeza de que era mesmo a chuva que caia lá fora. Seus sentidos, todos, até mesmo a audição estavam fixos numa única pessoa, aquela deitada em sua cama agora, aquela que ele deslizava as mãos pelas laterais do corpo sentindo o tecido do vestido e o zíper em uma das laterais pela metade, aquela que ele concentrava toda a sua audição em ouvir sua respiração e seus suspiros, aquela que ele concentrava todo seu tato em sentir com exatidão a maciez e calor da pele que suas mãos acariciavam, aquela a quem ele concentrava todo seu olfato em sentir com exatidão as misturas de cheiros da pele dela, misturada ao hidratante corporal e ao perfume femininamente cheiroso que causava nele sensações incríveis, e claro que sua visão se concentrava naquele corpo, em cada curva, em cada leve sarda pela pele branca, tão delicada que o fazia sentir certo receio em tocá-la por medo de quebrá-la em mil pedacinhos como se fosse uma boneca de porcelana.


Remo sentia-se totalmente entorpecido em todos aqueles sentidos, era algo completamente diferente de tudo que ele já havia experimentado na vida. Mulher nenhuma tinha aquela pele, aquele cheiro, aquela maciez, aquele jeito de menina delicada que o fazia naquele momento sentir-se mais quente e ansioso por ela do que nunca. Ele ansiava por sentir o corpo dela ao dele, tanto que aquilo chegava a atormentá-lo, ela era sua Patsy, não podia fazer aquilo com ela daquela forma, mas o desejo misturado aos sentidos, ao perfume dela, a pele macia, o fazia perder o controle, o controle que o levava a agora deslizar o zíper do vestido de Patsy e fazer o mesmo ir deslizando lentamente sobre a pele macia até sair completamente de seu corpo. Deixando Patsy seminua sobre a cama.


  


You don't seem to know or seem to care


Você não parece saber ou se importar


What your heart is for


para que serve o seu coração


I don't know him anymore


Eu não o conheço mais


 


  Sirius sentia-se frustrado quando sentiu o vento gelado da rua batendo contra seu rosto, será que seria tão difícil assim encontra-la? Será que ela já estaria em casa? Bom, ela não podia ser tão rápida assim, pensou Sirius agora caminhando apressado pela rua, ela tinha que estar em algum lugar, ela não poderia ter ido tão longe assim.


Quando Sirius atravessou a primeira esquina ele viu algo logo a frente que lhe chamou a atenção, em passos receosos Sirius se aproximou, cautelosamente.


― Lia. – Sirius chamou-a baixinho, com a voz tão baixa e rouca que o fez pensar se ela realmente o ouvira.


Ela sentiu como se uma mão invisível terminasse de penetrar a adaga que repartia seu coração ao meio, ensangüentando todos os seus órgãos vitais.


Secando o rosto com as pontas dos dedos, Lia ergueu os olhos, agora num azul avermelhado feroz que fez Sirius sentir seu coração parar de bater quando seus olhos se cruzaram com os dela.


Uma mistura de dor misturado à frustração se tornou mais intenso dentro dele, vê-la daquele jeito partia seu coração em mil pedacinhos que ela jamais acreditaria ser capaz.


Lia não podia acreditar que ele estava ali a sua frente, a raiva que borbulhava dentro dela era tanta que sua vontade era socá-lo até ele sentir toda a dor que ela sentia naquele momento. Mas não, ela não o deixaria saber que a dor era tanta. Jamais. Ele não merecia.


― Ué não foi se unir a sua amada Bella? – Com a voz propositalmente mais enjoativa quando pronunciou o nome “Bella”, Lia o encarou, após levantar-se, aparentando menos nervosismo e ódio do que ela realmente sentia.


― Lia, você não... – Começou Sirius, mas parou ao gesto de desdém de Lia, fazendo Sirius erguer as sobrancelhas, confuso.


― Eu não o que? Vamos ver qual vai ser a nova mentira de Sirius Black.


O sorriso irônico nos lábios de Lia fez todas as células no corpo de Sirius se retesearem. Definitivamente a noite terminaria tão mal quanto começara.


 


 


A escuridão era quebrada pelas luzes piscantes que invadiam toda a pista de dança, a multidão dançava animada ao ritmo da musica agitada que invadia todo o salão principal, sem jamais imaginar que um coração entre a multidão pulsante batia descompassado, num ritmo mais lento e apertado do que de costume, as luzes piscantes não conseguiam iluminar o suficiente para que as lágrimas que rolavam por um rosto entre a multidão fossem notadas, por isso a dona delas, apenas limitou-se a secar com as pontas dos dedos as pequenas lagrimas enquanto saia apressadamente para o mais longe possível daquela pista de dança.


Rapidamente, Lilian alcançou o banheiro mais próximo, parando em frente ao espelho e apoiando as mãos na pia, enquanto se olhava no espelho.


Graças a Deus as lagrimas não tinham borrado em nada sua maquiagem, nada que um pouco de pó compacto e um lápis de olho não resolvesse e isso por sorte, ela tinha na bolsinha de mão que ela trouxera com ela e que estava... Ah droga, esqueci a bolsinha com a Lia, onde será que ela se meteu agora?Ah que droga, Lia cadê você quando eu mais preciso?


Suspirando fundo ainda levemente triste, Lilian passou a mão pelo rosto tentando deixa-lo com um aspecto melhor do que estava.


Porque as lagrimas sempre tinham que deixar um rastro que denunciava à primeira pessoa que o visse, a saberem que você andou chorando? Porque elas não podiam ser tão silenciosas e invisíveis que as pessoas sequer saberiam que você estava chorando mesmo que estivesse a sua frente? Seria tão melhor assim, pensou Lilian suspirando tristemente mais uma vez.


Ela não deveria ficar daquele jeito, não tinha porque ficar daquele jeito, nada daquilo a ajudaria, e se Thiago agora a achasse uma garota boba e idiota como varias por ai que morria por ele?


Não. Lilian não podia deixá-lo pensar isso dela, até porque ela não era boba e idiota, bom talvez fosse um pouco idiota por estar gostando de um garoto que tinha milhões de meninas no pé e que aparentemente adorava isso o suficiente para não trocar uma multidão por uma.


Dando um tapinha de leve em cada bochecha tentando deixa-la com mais cor, Lilian respirou fundo.


Você não vai dar esse gostinho a ele, Lilian Evans. Se ele prefere a multidão, faça-o preferir você.


Lilian sorriu pra si mesma, antes de ajeitar os cabelos e o vestido e sair decidida do banheiro.


 


                                                                                             ***


 


Como eu poderia descrever a sensação do corpo dele sobre o meu? A forma como o corpo dele se encaixa sobre o meu, o calor do corpo dele, o quanto a pele dele é macia agora que minhas mãos tocam as costas dele e meus lábios beijam o ombro dele, vendo as costas branca com algumas pintinhas que o deixam ainda mais lindo?! Deus, como eu poderia descrever o quanto ele me faz perder o juízo?


Riu-se Patsy baixinho com os próprios pensamentos enquanto sua pele se arrepiava pelo corpo inteiro sentindo os beijos de Remo agora em seu pescoço, traçando um caminho até a ponta de sua orelha que a fazia se encolher levemente e sentir um calor ainda maior perpassar por seu corpo.


Nem ela poderia acreditar no que estava acontecendo. Ela jamais pensara sobre aquilo até então, claro que já havia pensado naquele assunto algumas vezes na vida, mas desde que começara a namorar Remo, não havia pensado que aquilo poderia mesmo acontecer, que aquilo que ela estava vivendo naquele dia poderia mesmo se tornar real, mas era sem sombra de duvidas uma das melhores coisas que já havia acontecido a ela até então. A sensação do corpo de Remo sobre o dela era indescritível, e saber que ele estava apenas de cueca sobre ela a deixava ainda mais excitada, assim como ela ficou quando o sentiu deslizando seu vestido por seu corpo até tirá-lo completamente. A sensação foi a única em toda sua vida, nunca vira alguém a olhando como Remo a olhou: com admiração, amor e desejo. Um olhar que fez seu coração e seu corpo pulsarem como nunca em toda sua vida.


  


♪  That's what's going on


Isso é o que está acontecendo


Nothing's fine


Nada está bem


I'm torn


Eu estou dilacerada  ♪


 


 ― Vamos ver qual vai ser a nova mentira de Sirius Black.


Será que ele seria capaz de inventar mentiras melhores do que a própria atuação nos últimos dias? Naquela noite? Ela já não duvidava disso, ele se mostrara o melhor ator de todos os tempos, não era a toa que ele fazia teatro, não é mesmo.


― Lia você entendeu tudo errado, não tem mentira nenhuma...


― Não? Então sua amada Bellinha estava mentindo? Não você?


― A Bella, claro. – Disse Sirius para si mesmo, rindo nervoso e passando a mão pelos cabelos. Claro, porque ele não tinha pensado nisso antes? Bellatrix não deixaria barato Sirius ir ao baile com Lia e não com ela como em alguns anos anteriores.


― Lia, você sabe como a Bella é...


― É mentira, Sirius? A Bellatrix estava mentindo? – Indagou Lia, agora parada a rua a frente de Sirius, os braços cruzados, a sobrancelha erguida, o rosto ainda levemente vermelho assim como os olhos por causa das lagrimas, que agora não rolavam mais por seu rosto apenas as gotas pequenas da chuva que parecia estar se intensificando cada vez mais.


― Se é mentira porque você gaguejou quando eu te perguntei? Porque ainda está ai com cara de quem realmente tem culpa?


Sirius pegou-se fechando os lábios que segundos atrás estavam abrindo-se sem conseguir dizer nada. Ela não estava certa. Ele não estava mentindo. Ele não apostara nada. Essa era a verdade, mas porque ela não podia ouvi-lo e acreditar nele?


Claro Sirius, que mulher acredita nas palavras de um homem?...


Não nas de um homem como você. Disse uma segunda voz na mente de Sirius o fazendo bufar irritado, passando a mão novamente pelos cabelos, nervosamente.


― Lia, me escuta, por favor. Eu não apostei nada. Eu não apostei, era uma brincadeira dos meninos que eu não levei a serio.


― Não? Então como ela sabia?


― Ela deve ter ouvido, ela sabe que eu não apostei nada, mas é claro que ela ia usar isso contra a gente.


― A gente? A gente, Sirius? A gente tipo, como se “a gente” fosse eu e você romanticamente? Ou só pra ela ficar com você?


 


 


A chuva aumentara mais do que os olhos de Thiago conseguiam perceber, seus olhos fixos num ponto distante, apenas via borrões de meninas correndo, a chuva caindo, mas sem conseguir processar nada disso em sua mente. Sua mente estava concentrada apenas nos próprios pensamentos, nas palavras que acabara de dizer, em tudo que estava acontecendo. Era tudo muito estranho, até então ele não tinha parado para pensar naquilo, nas coisas que vinham acontecendo entre ele e Lilian, em como ele ficara com raiva daquele cara que quis ficar com ela na balada da praia, em como ele às vezes queria ficar com ela como nunca quisera ficar com outra garota, em como ela o fazia se sentir, em como ele sem nem perceber trocara varias garotas que ele provavelmente teria ficado em festas e bailes, por ela, e agora tudo se tornava confuso demais em sua mente.


Eu não gosto dela. Não posso gostar. Não sei gostar. Eu nunca gostei de uma garota antes.


― Pow cara, sei como é. Às vezes isso acontece porque essa guria tem algo mais que todas as outras não têm. – Disse Wood, tirando Thiago de seus pensamentos.


Tem algo que as outras não têm? Pensou Thiago consigo mesmo.


O que a Lilian tem que as outras não têm?


 


                                                                                           ***


 


Remo sentia-se totalmente diferente, era como se o contato com a pele dela lhe tivesse tornado momentaneamente outra pessoa, mas ainda sendo o mesmo, apenas mais ousado, mais caloroso, mais maroto, mais homem. Não que Remo nunca tivesse feito nada daquilo, mas era diferente, com ela era tudo diferente, como fora a primeira vez que ele a vira, na sétima série, sentada entre as amigas no intervalo. Ele se lembrava como se tivesse sido no dia anterior: Uma das amigas dela o chamou querendo ficar com ele, e ele corara, causando um sorrisinho encantador na tal garota, e quando seus olhos se cruzaram com os de Patsy, sentada com o fichário sobre os joelhos, sorrindo-lhe como se fosse a única que se importasse com o quanto ele estava envergonhado, alguma coisa muito diferente aconteceu dentro dele. E desde aquele dia ela virara a musa de seus sonhos, a garota que Remo sempre sonhara convidar para sair, mas nunca tivera coragem o suficiente, era por isso que agora tudo parecia um sonho para ele, porque ela sempre o fizera sentir-se diferente, ela sempre o fizera se sentir como nenhuma outra garota no mundo fora capaz e naquele momento, mais uma vez, ela fazia aquilo.


Quando Remo terminou de deslizar o vestido de Patsy pelo corpo dela, retirando-o completamente de seu corpo, ele sentiu-se tendo a visão do paraíso.


O corpo dela era tão branco e tão delicado com leves sardas pela barriga e sobre o seio, agora nu, que fez seu coração parar por segundos antes de martelar fortemente dentro do peito, causando certa dormência no próprio coração.


Sua mão, inconscientemente tocou com as pontas dos dedos a pele macia da barriga de Patsy e deslizou subindo gradativamente, sentindo a pele macia e quente dela agora sob a palma de sua mão e pensou estar sonhando, enquanto a pele dela se arrepiava ao seu toque, toque que foi substituído por seus lábios deslizando pela barriga dela, sentindo em seus próprios lábios a maciez e aquele perfume que o entorpecia completamente.


 


♪  I'm all out of faith


Eu estou totalmente sem fé


This is how I feel


Isto é como eu sinto


Illusion never changed


Ilusão nunca se transforma


Into something real


Em algo real (…)


You're a little late


Você está um pouco atrasado


I'm already torn


Eu ja estou dilacerada  ♪


 


   A chuva agora caia mais intensamente, as pequenas gotas de chuva que anteriormente eram apenas pequenas e finas, agora se tornavam mais densas, começando a encharcar os dois corpos parados no meio da rua, iluminados pelas luzes dos postes e pelas nuvens densas que cobriam o céu.


Sirius sentia-se perdido, num conflito interior e confusões que o deixavam nervosamente maluco. Como um dia podia ser tão cheio de surpresas desagradáveis como aquele? Como sua família conseguira acabar com seu dia daquela maneira? Agora mais do que nunca odiava sua família intensamente.


Passando a mão pelo rosto, Sirius viu Lia virar-se de costas pra ele, as mãos no rosto, os olhos voltando-se a avermelhar-se, sinal que as lagrimas agora escondidas pelas mãos, rolavam novamente por aquele rosto macio e aquilo o deixava ainda pior.


Dando alguns passos à frente, Sirius quebrou um pouco mais a distancia que o separava de Lia.


Era incrível como ela podia ser tão linda até mesmo na situação que se encontrava: o rosto vermelho assim como os olhos, os cabelos loiros, agora encharcados, colados ao rosto e levemente bagunçados entre a tiara azul água marinho, que combinavam com seus lindos olhos, o vestido abarrotado e colado ao corpo, deixando-lhe ainda mais perfeita em curvas, o que lhe agradava muito. Ela fazia Sirius sentir coisas que nem mesmo ele conseguia explicar, como naquele momento: Entre toda aquela tensão, tudo que Sirius mais desejava era puxá-la pela cintura, quebrar a distancia entre os dois e sentir aqueles lábios nos seus, e fazer tudo ficar bem e a fazer perceber que Sirius Black era apenas de uma.


Quando Lia virou-se para ficar de frente a ele, no rosto as lagrimas escorrendo misturando-se agora as gotas mais densas da chuva, fez Sirius não resistir ao seu desejo, em passadas rápidas, ele se aproximou dela, envolvendo a mão em sua cintura e colando aquele corpo perfeito ao seu antes de pousar seus lábios aos dela, num beijo intenso, num beijo ardente.


 


 


 


O que a Lilian tem que as outras não têm?


Ela tem o sorriso mais natural e deslumbrante que você já viu. Disse uma segunda voz na cabeça de Thiago e ele balançou a cabeça rapidamente, tentando dispersar a tal da voz desconhecidamente irritante que não deveria estar opinando em nada.


Você esta pagando pau demais pra Lilian. Um sorriso? Sorriso bonito você acha um monte por ai.


Ela é doce e gentil, e se importa com as outras pessoas. Ela não gosta de você só porque você é bonito, ou o atacante do time. Ela não fica te elogiando o tempo todo e achando tudo que você faz perfeito, quando não é. Ela te trata mal quando você faz algo errado e te repreende quando você precisa. Ela tem os olhos doces e felizes, brilhantes, um jeito deslumbrante de viver. E ela faz você querer ficar com ela, sem precisar fazer nada, muito menos correr atrás de você como todas as outras.


Caralho, o que o Remo ta fazendo dentro da minha cabeça?


Chacoalhando a cabeça dessa vez com mais firmeza, Thiago desfocou os olhos do nada e virou o resto da sua bebida num só gole, estava começando a enlouquecer com toda aquela conversinha de gostar. Qual é, ele era Thiago Potter, o garoto mais bonito do colégio, o atacante e artilheiro do time, o maroto mais cobiçado e desejado, ele não se amarrava. Ele tinha todas que ele queria. E isso não mudaria.


Ouviu bem Remo? Isso não vai mudar.


Isso é o que você diz.


― Ae cara, não encana nisso não, às vezes você ter dez gurias ao mesmo tempo é o mesmo de não ter nenhuma. E ter uma que valha a pena, vale mais do que ter as dez. Deixa rolar que tudo se acerta.


Wood deu um tapinha no ombro de Thiago e virou sua própria bebida, rindo das meninas encharcadas no jardim.


Esse cara é dos meus.


Cala a boca, Remo.


 


                                                                                           ***


 


Quando os lábios dele tocaram sua barriga ela sentiu-se arrepiar completamente enquanto sua respiração era presa e a barriga se encolhia levemente ao toque maravilhoso dele. Eram incríveis as sensações que cada toque dele causava em seu corpo, sensações que ela jamais poderia descrever.


Quando Patsy menos esperava aqueles lábios perfeitos, que tantas sensações lhe causavam, estavam colados aos seus, arrancando-lhe suspiros, deixando-a quase sem fôlego enquanto o corpo dele deitava-se sobre o seu e sua mão deslizava por aquele corpo quente, fazendo-a se embriagar com o cheiro docemente masculino dele que se misturava ao delicioso cheiro do sabonete que ele provavelmente usava. Embriagadamente ela deslizou a mão pelas costas dele, puxando-lhe a camisa deixando sua mão deslizar por baixo do tecido até tocar a pele quente dele, quente e macia, pele da qual ela deixou suas unhas se cravarem, fazendo-a suspirar entre o beijo que a deixava ainda mais embriagada quanto o cheiro maravilhoso dele era capaz de fazer.


Em instantes as roupas de Remo, assim como o vestido de Patsy se encontrava ao lado da cama, caídas ao chão sem nenhum pudor, enquanto os corpos deles se encontravam colados um ao outro, absorvendo-se em calor, em maciez, em perfumes e hidratantes e sabonetes. Delirando-os a cada toque, a cada sentir um do outro; Delirando-a quando o corpo dele deslizou-se entre suas pernas se encaixando perfeitamente sobre o dela; Delirando-o quando os seios dela tocaram-lhe o peitoral nu e másculo pelo qual ela deslizara as mãos antes dele a abraçar completamente e a mão dela deslizar por sua nuca e seus cabelos, segurando-os tão ferozmente delicada; Delirando-os quando os lábios dele percorreram o pescoço suave dela saboreando-se como um vampiro saboreia-se com o pescoço de sua presa; Delirando-os quando os lábios dela beijaram-lhe o ombro, mordendo-o de tão leve que arrepios misturados a embriaguez quase o fez pensar se fora apenas um pensamento intenso demais.


Delírios, sensações, mãos, beijos, corpos, loucura, desejo, tudo se misturavam em segundos de embriaguez que os entorpeciam sem deixá-los saber onde a realidade acabava e o sonho começava.


 


 


♪  I should have seen just what was there


Deveria ter visto apenas o que estava lá


And not some Holy light


E não uma luz divina




 “Você estava encharcada. Os cabelos grudados sobre o rosto, o vestido colado no corpo, me enlouquecendo com suas formas, me inebriando de desejos... sensações.”


 


Era como se o mundo tivesse parado para aquele momento, era como se todos os grilos e os vaga-lumes se aquietassem, como se o som da chuva caindo sobre o asfalto se silenciasse, como se todas as buzinas ao longe se emudecessem, como se o som da festa ao longe se acabasse, como se todas as palavras ditas anteriormente nunca existissem, como se as lagrimas fossem apenas água, como se todo o drama fosse apenas de alguma novela, como se nada tivesse acontecido, como se nada mais fosse importante alem daquele beijo.


Ele não se importava com nada mais alem dos lábios dela nos seus, o corpo dela colado ao seu enquanto a chuva caia sobre os dois torrencialmente encharcando-os deixando apenas os corpos um do outro os aquecendo.


Lia não tivera reações quando os lábios de Sirius colaram-se aos seus e a mão dele apertou-lhe contra seu corpo másculo, com aquele cheiro que a fazia perder o controle sobre seu próprio corpo, que a fazia esquecer-se de todo o resto.


Ela mal conseguia sentir as gotas da chuva que caiam por entre seus rostos, ela mal conseguia sentir o próprio coração pulsando estranhamente forte e ferido, ela apenas podia sentir a mão dele em sua cintura a apertando febrilmente, os lábios deles nos seus, seu corpo se aquecendo, se perdendo ao dele.


Ela perdera a consciência de onde se encontrava, em sua mente um branco se instalara, um branco onde apenas o que se podia ver eram flashs das sensações que Sirius causava em seu corpo, os arrepios, as mãos, a língua dele na sua, os lábios dele nos dela, o sabor dele que a impregnava, a entorpecia, as mãos dele que a apertavam, a desejavam, a faziam sentir vontades que ela mal conseguir imaginar ser capaz.


Deus como ele podia fazer tudo isso com ela? Fazê-la sentir coisas tão contraditórias? Odiá-lo e amá-lo em segundos?


 Quando a palavra ódio passou por sua cabeça, foi como se despertasse os sentimentos de antes dentro de si, ela sentiu seu coração batendo rapidamente ensangüentado, ela pôde sentir novamente a ponta da adaga que ele mesmo penetrara em seu coração, a dor como um tornado a envolvendo tão rapidamente que ao sentir a mão dele em seu rosto, os lábios deles nos seus, tudo que ela conseguira sentir agora era raiva e nojo, e nada mais.


Num átimo de raiva, Lia afastou os lábios dos de Sirius e o empurrou com as mãos sobre seu peitoral com toda a força que conseguira, o fazendo tropeçar pra trás e olha-la com a expressão confusa, antes de sentir uma face de seu rosto queimar fortemente, sentindo o tapa de Lia acertando-o antes mesmo que ele pudesse pensar em alguma coisa.


 


 


Agora a batida da musica que soava pelo salão principal invadia de tal forma que era como se o corpo implorasse por se agitar, pelo menos um mínimo que fosse, e diante dessa sensação Lilian gargalhou sozinha enquanto caminhava entre a multidão com um copo de algo muito bom e muito cheio de álcool nas mãos. E aquilo a libertava. Fazia toda aquela sensação de tristeza, ciúmes que estavam a possuindo, ir embora rapidamente, dando lugar a Lilian de sempre, que não se abalava por pouca coisa, e ela ficava muito mais deslumbrante daquele jeito.


Quando Lilian terminou de virar a bebida de seu copo, ela sentiu seu corpo se trombando com um garoto e riu, pedindo desculpas rapidamente.


― Cuidado gatinha. – Ele disse, sorrindo-lhe e Lilian sorriu de volta. E não é que era um gatinho.


― Lilly! – Um grito ecoou e Lilian deu um pulo rindo animadamente, vendo um garoto baixinho correndo em sua direção.


― Diggle, que susto. – Riu-se Lilian e o garoto franziu a testa olhando pro copo nas mãos dela.


― Você ta bêbada? Ai caralho, o Pontas me mata se ver eu perto de você bêbada.


Lilian gargalhou animadamente, passando a mão em volta dos ombros do garoto e caminhando com ele entre a multidão.


― Eu não to bêbada, não preciso estar bêbada pra sorrir, ok?!


Dando de ombros, Diggle assentiu sem jeito.


― Eu to a mór tempão procurando os marotos, mas não consigo achar ninguém.


― O Remo deve ta com a Pat né e a ultima vez que eu vi o Sirius estava com a Lia.


― E o Pontas? – Indagou o garotinho, olhando pra Lilian pelo canto dos olhos, esperando que Thiago não tivesse feito a burrice de trocar Lilian por nenhuma outra.


― Acho que nos perdemos, ele foi pegar uma bebida e eu retocar a maquiagem.


―Então você vai me fazer companhia? – Disse o garoto com os olhos brilhando e Lilian gargalhou animadamente.


― Mas esse baixinho nem é folgado heim.


E Diggle deu um pulo pra trás.


  


There's just so many things


Apenas há tantas coisas


That I can't touch


que eu não posso tocar


I'm torn


Eu estou dilacerada


 


 Lia sentia a raiva, a dor, a decepção misturando-se tão rapidamente dentro dela que quando sentiu o vento gelado invadir-lhe o corpo e viu Sirius a sua frente, a única coisa que conseguiu fazer foi erguer a mão e descê-la sobre o rosto de Sirius secamente, fazendo o tapa estalar alto, antes de ela virar-se e sair correndo pela rua, sentindo a chuva encharcando agora ainda mais seu corpo sem a presença quente do corpo de Sirius.


Como ele podia usá-la daquela forma? Como ele podia ser tão cachorro? As lagrimas rolavam agora mais incessantes do que anteriormente pelo rosto de Lia, misturando-se a chuva que rolavam pelo rosto dela.


Sirius ficou um tempo indeterminavelmente longo parado, agora com a mão na face atingida, as sobrancelhas unidas, vendo um vulto se perder entre a rua, se distanciando cada vez mais dele.
Ele queria poder entender, ele queria acreditar que realmente ela tinha razão, que ele merecia aquele tapa, mas não conseguia encaixar tudo em sua mente. Fora um dia com informações demais pra ele, informações que agora passavam como um filme em sua mente enquanto seus olhos viam agora um pequeno pontinho quase imperceptível sumindo ao longe. Bellatrix, sua mãe e Bellatrix novamente, acabando com sua noite, tirando dele a única garota que fazia Sirius ser nada alem dele mesmo, um maroto, apenas um maroto aprendendo a amar uma garota.


 


 


― Mas esse baixinho nem é folgado heim.


Diggle deu um pulo pra trás no instante em que Lilian também virava ainda com o sorriso da ultima gargalhada nos lábios.


Thiago deu um tapinha de leve na cabeça do garoto que reprimiu um “ai”, causando mais risos em Lilian, fazendo Diggle dizer rapidamente.


― Eu juro que ela já estava assim quando eu encontrei ela. – E Lilian gargalhou ainda mais.


― Eu não to bêbada.


Thiago sentindo-se mais estranho ainda por ver Lilian tão alegre, caminhou até a ruiva, enlaçando sua cintura como quem não quer nada, gesto que Lilian fingiu nem notar.


― Ae cadê o Sirius e o Remo?


― Pow não sei não, Pontas, eles sumiram.


― Devem estar com as meninas. – Disse Lilian tentando virar o restinho de bebida de seu copo que já tinha acabado.


― Putz, as bebidas. – Thiago deu um tapa na própria testa. – Vem Ruivinha, vamos pegar algo pra beber.


Thiago ainda enlaçando a cintura da ruiva, disse um “falow baixinho” para Diggle, antes de sair com Lilian em busca de alguma bebida pelo salão principal.


Ela estava mesmo muito diferente agora, havia uma coisa nela que ele não havia reparado até aquele momento, era um brilho diferente, ele não se lembrava de vê-la com aquele brilho quando chegaram ao baile. Será que ficar longe dele fizera bem a ela? Será que ela ficara com outro nesse meio tempo?


Puta merda, Thiago, você ta ficando paranóico.


Tentando não pensar mais naquelas coisas, Thiago pegou uma bebida pra ele e pra Lilian e voltou à pista de dança arrastado por uma Lilian empolgada.


― Vem Pontas, vamos dançar.


Thiago sorriu, pensando no quanto era lindo ela chamando-o de “Pontas” pela primeira vez na vida.


Arrastado para a pista de dança, Thiago virou sua bebida num grande gole tentando dançar desajeitadamente, enquanto Lilian dançava, balançando os cabelos de um jeito que o fazia perder-se na imagem dela a sua frente: os olhos fechados, o sorriso largo nos lábios, os cabelos esvoaçando enquanto ela dançava totalmente livre, fazendo Thiago pensar que aquilo era a coisa mais sensual que ele já vira na vida.


Era obvio que Thiago estava ficando a cada segundo mais confuso e não sabia mais o que pensar, mas uma coisa ele sabia: Ele sabia que precisava de apenas uma coisa para tornar aquela noite menos confusa.


Então sem que Lilian pudesse prever, enquanto com os olhos fechados ela dançava sentindo-se estranhamente feliz, livre e absorta apenas em sentir a musica, os lábios dele colaram-se aos seus, e aquele sabor maravilhoso de hortelã invadiu seus lábios e a única coisa que ela conseguiu pensar em seguida era o quanto os cabelos dele eram macios enquanto ela os segurava com força e o quanto a boca dele poderia lhe fazer esquecer-se do mundo inteiro.


 


 


 


*N/A:


Cap bem grandinho né? \z
Bom, eu nem sei o que comentar desse cap O.o
O Sirius pra variar pisou na bola \z
E será que o Remo e a Pat fizeram coisinhas? :x
Asausuhasuhauhsauhsa
Só da pra saber no próximo capitulo :x
eu sei que sou má
Asuhauhsuhasuhahushuasa


 


Vou deixar dois P.s’s antes de me ir


 P.s¹: A musica do capitulo é “Torn” Natalia Imbruglia. Minha musica favorita, ou uma das.


P.s²: a frase inicial e essa frase : “Você estava encharcada. Os cabelos grudados sobre o rosto, o vestido  colado no corpo, me enlouquecendo com suas formas, me inebriando de desejos... sensações.”


É do texto “Eternidade” de Lisa Black. [ http://fanfic.potterish.com/menufic.php?id=13715 ]


Uma autora que tem as fic’s mais perfeitas que eu já li sobre os marotos. A primeira fic que eu li sobre os marotos, há mtooo tempo atrás, era dela (Eu te amo Lilly, é tão difícil entender?) e foi ela que me fez amar as fics.


Quem não conhece a Lisa Black, não conhece as fic’s dela e essa fic, dêem uma olhadinha, vale a pena MESMO.


Bom, pessoal é isso.


Respondo os comentários só daqui a dois capítulos, porque o próximo esta bem grande também \z
ando empolgada =P
Mas agradeço desde já a todos os comentários, estou direto vendo os coments e babando neles ;p kkkkkkkk
obrigado mesmo pelo carinho *-* eu e os marotos agradecemos demais *-*


 


Bom, então até o próximo capitulo, que aliás, será postado semana que vem, ok?
estarei postando um capitulo por semana, mas dependendo dos comentarios e se eu estiver escrevendo bastante, talvez poste antes ;p
Agora sim, eu vou indo

e não se esqueçam, Comentem sobre o cap xD


Beijos


Lanah Black

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Comentários (1)

  • Alice Spring

    SE A LIA E O SÍRIUS NÃO SE ACERTAREM EU É QUE VOU TE ACERTAR!!! ah a fic tá ótima, naum liga pra mim naum, é que eu sou louca mesmo...

    2012-08-18
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