Segredos



                                               *Capitulo Quinze: Segredos*


 


                                               “Nunca haja pela razão, ela é fria e muitas vezes indiferente, haja sempre pelo coração. O coração é capaz de tudo que a razão é capaz, só que com amor.”


 


 


Remo estava ansioso quando ele e Patsy pararam em frente ao prédio onde ela morava. Ele sentia seu coração pulsando tão forte que tinha medo de que ele, literalmente, parasse, sentia as mãos levemente formigando, ou era o corpo inteiro? As mãos suavam levemente e a boca estava ficando seca, estava mais nervoso do que imaginou que ficaria.


― Está nervoso? - Patsy sorriu e apertou a mão dele carinhosamente quando passaram pela portaria e seguiram até o elevador.


― Vai dar tudo certo. – Disse ela sem esperar uma resposta de Remo, sentindo o elevador parar suavemente, anunciando o apartamento da família Kensit.


Assim que saíram do elevador, Remo se viu num lindo hall de entrada. Uma linda estatua de um anjo decorava o hall acompanhado de um lindo carpete claro. Ao adentrar mais o apartamento, eles se viram em uma sala muito bem decorada, um lindo sofá branco de couro se encontrava ao meio da sala, estatuas e lindos jarros davam um toque de sutileza ao ambiente, e pelas enormes janelas pouco cobertas por cortinas de seda, podia-se ver a paisagem privilegiada da agitada cidade de São Paulo.


― Será que não vou incomodar? E se eles estiverem ocupados? – Disse Remo assim que pararam à sala completamente vazia, exceto por eles.


― Não, amor, eu liguei pra mamãe antes.


― Você ligou?


Patsy riu fraco sentindo o nervosismo nas palavras de Remo, segurando sua mão e o olhando carinhosamente.


― Relaxa, ta?


Remo pensou que a namorada tinha razão, tentando controlar o nervosismo, ele respirou fundo, tentando manter em controle os batimentos cardíacos, a respiração e os músculos tensos do corpo, afinal, uma respiração bem feita poderia ser capaz de acalmá-lo.


Mas até mesmo a respiração não estava surtindo bons efeitos, ainda mais pelo fato de no segundo seguinte uma senhora loira, quase uma copia mais velha de Patsy, adentrar a sala, animada e sorridente.


― Sissy, demorou.


A Senhora Kensit se aproximou da filha a abraçando e beijando-a amorosamente no rosto, antes de virar-se, ainda sorridente para Remo, que sorriu educadamente sem jeito.


― Boa noite, senhora.


A Sra. Kensit sorriu apertando com educada delicadeza a mão de Remo, indicando o sofá em seguida e sentando-se à frente.


― Pode me chamar de Karen, e você, com certeza é o Remo. Bonito e educado como Patsy me disse.


Remo sorriu sem jeito, sentindo-se envergonhado enquanto sentia o rosto corando levemente e Patsy, vendo a reação do namorado sorriu, achando graça o jeitinho vergonhoso do namorado, afinal de contas, era por isso, também, que ela se apaixonara por ele.


― Obrigada, Sra. Kensit.


― Karen. - A Sra. Kensit o corrigiu ainda sorridente, antes de se levantar. – Vou ver se o jantar já esta pronto. Fiquem a vontade meninos.


― Mas não tão à vontade.


***


 


Thiago sentia ainda a raiva borbulhando em suas veias, era tudo de uma vez só, a briga com Lilian e agora aquilo. Claro que aquilo era bem mais importante, quer dizer, não tinha nem como ele estar comparando aquilo com uma briguinha.


Thiago abriu a porta do taxi e pulou pra fora antes mesmo que o carro parasse totalmente, correndo até a recepção, sem esperar pelos amigos, ele perguntou, ofegantemente, pelo melhor amigo.


― Como é mesmo o sobrenome?


― Lupin.


Apressou-se Thiago, passando a mão pelos cabelos, nervoso, enquanto aguardava a recepcionista do hospital procurar o nome nas fichas.


― Terceiro andar, ainda na emergência. Terão que aguardar até ele sair de lá.


― Já tem alguém...? – indagou Sirius com a voz levemente nervosa.


― Acho que a família.


Thiago e Sirius saíram correndo e Lilian e Lia se entreolharam nervosas, gritando um “Obrigada” à recepcionista antes de saírem correndo atrás dos meninos.


Thiago correu a tempo de pegar o elevador aberto, segurando o mesmo, ele esperou Sirius e as meninas entrarem, antes de apertar várias vezes o número três, como se isso fizesse o elevador subir mais rápido.


― Calma Thiago.


Lilian disse quase num sussurro, fazendo o maroto olhar pra ruiva sem jeito, ela ainda estava levemente corada, agora ele não conseguia saber se pela corrida ou pelo nervoso da briga. Sem jeito, ele sorriu fracamente tirando a mão do botão e sentindo com isso uma necessidade imensa de socar alguma outra coisa, sem opção, Thiago voltou a apertar o botão desesperadamente. A preocupação estava tomando-o por completo, enquanto não soubesse como Remo estava, ele tinha certeza, aquilo não ia passar.


 


                                                                                                     ***


 


― Mas não tão à vontade.


Remo sentiu seu estomago afundando quando viu um homem alto, de cabelos pretos e olhos acastanhados adentrar a sala, vestindo elegantemente um terno fino e sorrindo como se já o conhecesse a séculos. Engolindo a seco, Remo sorriu nervoso, vendo o homem parando próximo ao sofá, ainda sorridente, mas com os olhos curiosamente atentos.


― De maneira nenhuma, Senhor.


O homem riu fraco, estendendo a mão que Remo apertou com certo medo, tentando não deixar transparecer seu nervosismo.


― Thomas Kensit. Espero que esteja cuidando bem da nossa princesinha.


O homem ainda sorrindo, virou-se para Patsy a puxando para um abraço apertado e um beijo na testa em seguida, enquanto Patsy ria sentindo seu rosto queimando.


― Papai!


O Sr. Kensit riu animadamente, caminhando em direção ao sofá onde a Sra. Kensit acabara de se levantar e sentando-se.


― Então quer dizer que você veio nos pedir a mão da nossa Sissy em namoro?


Remo sorriu sem jeito, sentindo o rosto esquentar, sinal de que estava ainda mais vermelho que o possível. Olhando pra Patsy, ele a viu corar levemente antes de encolher levemente os ombros.


― Sissy é como meus pais me chamam.


O Sr. Kensit sorriu amorosamente.


― E é um lindo apelido, não é?


Remo sorriu, acariciando carinhosamente a mão de Patsy, enquanto acenava com a cabeça para o pai de sua namorada e falava levemente baixo a ela.


― É sim, Pat, é muito bonito, melhor que Reminho.


Patsy e o pai riram animadamente.


― Pais têm mania de colocar apelidos vergonhosos nos filhos, não é? Meu pai costumava me chamar de Tom e Jerry.


Disse o Sr. Kensit e Patsy riu, vendo a cara de confuso que Remo fazia.


― Mas o Jerry...? – Começou Remo, mas o Sr. Thomas Kensit o interrompeu.


― É, era pro meu irmão caçula ser o Jerry, mas meu pai gostava de me chamar de Tom e Jerry, dois em um.


Ele riu mostrando seus dentes perfeitos e impecavelmente brancos, como se estivesse revivendo recordações felizes. Remo reparou que apesar de Patsy parecer-se muito com a mãe, o sorriso e as covinhas de quando ela sorria, com certeza, ela herdara do pai.


A Sra. Karen Kensit adentrou a sala logo em seguida, comunicando que o jantar estava pronto e todos se levantaram, seguindo pela sala em direção a uma porta ao canto esquerdo, logo depois da escada que levava ao segundo andar, onde se encontrava a sala de jantar.
Ao adentrarem o cômodo Remo viu uma enorme mesa de jantar de mogno e vidro, extremamente elegante. Em volta da mesa, pendurado as paredes havia vários quadros de pintores famosos, em cima da mesa um lindo lustre de prata e cristal se misturava a decoração bem feita da sala de jantar, sendo completa por castiçais e velas acesas, a cada canto da sala, aquecendo e dando um ar mais romântico e requintado ao ambiente.


O senhor Kensit sentou-se na cadeira a ponta da mesa e já pegou a taça cheia de vinho que uma empregada acabara de servi-lo. Remo que caminhava ao lado de Patsy, segurando a mão delicada da garota, viu que a Sra. Kensit se sentava ao lado esquerdo do marido, e quando Patsy soltou sua mão, se sentando ao lado direito do pai, Remo puxou a cadeira ao lado da garota e se sentou, timidamente.


― Espero que goste do jantar, Remo. Você gosta de Risoto ao molho bolonhês?


― Querida os jovens preferem pizza, McDonald’s, apesar de que eu prefiro o Burger King...


A Sra. Kensit riu.


― Eu sei, por isso de sobremesa a Carmen pediu uns Milk-shakes, Batata Frita e McFlury no McDonald’s.


Remo não conseguiu conter o riso e Patsy, também rindo olhou-o carinhosamente.


Estava se sentindo menos tenso agora, os pais de Patsy pareciam muito simpáticos e o pai dela, de quem especificamente Remo mais temera, parecia muito mais simpático e bem humorado do que Remo imaginara.


 


                                                                                                       ***


 


Quando o elevador parou e abriu a porta, Thiago saiu correndo o mais rápido que conseguiu pelo corredor a sua frente, seguindo a plaquinha que indicava recepção, ele virou à esquerda derrapando e quase esbarrando em uma enfermeira que vinha pelo caminho.


Quando Thiago chegou à recepção do terceiro andar, sentiu a frustração tomar conta por completo de si.


― Como ainda não sabem? Não tem ninguém aqui? A moça lá de baixo disse que a família já estava aqui? Cadê eles? Cadê o Remo?


― Ele ainda esta na emergência provavelmente, o senhor terá que aguardar.


― Não adianta Pontas. – Disse Sirius quando Thiago abriu a boca para protestar.  Passando a mão pelos ombros de Thiago ele o puxou em direção a sala de espera. – Vamos esperar, alguém deve aparecer e logo a gente vai saber como o Aluado ta.


Thiago assentiu, contra sua vontade, respirando fundo, acompanhando Sirius ate uma saleta onde vários macios bancos estavam dispostos a frente de uma TV ligada no volume baixo.


― O que será que aconteceu com o Remo?


Lilian se sentou ao lado de Lia, próximas a Sirius e Thiago, mas os marotos nada responderam a pergunta da ruiva, Thiago apenas suspirou e afundou o rosto nas mãos, enquanto Sirius se afundava no sofá olhando pra TV sem nada ver ou prestar atenção, seus pensamentos estavam em outro lugar, torcendo pra que nada de pior acontecesse ao seu melhor amigo.


 


                                                                                              ***


 


 


O jantar foi servido e Remo elogiou a comida educadamente antes deles se entreterem em conversas sobre comidas favoritas emendando em seguida em países e as melhores especialidades de cada lugar.


― Ah eu adorei a comida de um restaurante que fui com papai e mamãe em Paris.


― Paris é legal, fui com meus pais lá nas férias alguns anos atrás. – Disse Remo, tomando um gole de leve de Coca-Cola, servida numa taça, chique demais para a bebida.


― Ah, com certeza a melhor coisa que eu já comi na vida foi aquele hot-dog de barraquinha da Disney.


Remo engasgou levemente com a Coca, rindo, enquanto todo mundo ria do pai de Patsy.


Enquanto todos recompunham-se, o Sr. Kensit, dessa vez mais formalmente, disse:


― Então, Remo, é Remo, não é? Parece que seus pais, assim como nós, gostam de nomes diferentes.


Remo sorriu sem jeito, acenando com a cabeça.


― É Remo, sim Senhor. Não sei o porquê de Remo, mas eu gosto muito do meu nome.


― É um nome bonito. – O Senhor Kensit tomou um gole de sua taça de vinho, antes de prosseguir. – Então Remo, você ainda estuda, não é? Sissy me disse que estudam juntos.


― Ahn, Sim, Senhor, nós estudamos juntos.


Remo sentiu seu rosto corando e seu coração começando a martelar mais rápido dentro do peito conforme o nervosismo e a tensão voltavam a galope. Remo sentiu Patsy apertar levemente sua mão sobre a mesa e ele sorriu-lhe carinhosamente, voltando os olhos para o pai dela em seguida e deslizando a mão pra baixo da mesa, desajeitadamente.


― Pretende fazer o que quando terminar a escola, Remo?


A Sra. Kensit indagou e Remo respirou aliviado, mesmo sendo a mãe de Patsy, não era tão tenso falar com ela, como era falar com o Sr. Thomas.


Remo sorriu.


― Ainda não sei exatamente, meu pai quer que eu faça algo como administração de empresa, pra cuidar dos negócios com ele.


― Seus pais têm empresa?


Remo acenou.


― Sim, Senhor, de Auditoria.


― Olha só! Eles também trabalham com auditoria? É um ramo muito bom, e eu penso que seu pai tem razão, se é um negocio da família, como homem você deve seguir a carreira do pai e dar continuidade aos negócios.


Remo sorriu educadamente, já ouvira aquilo que o senhor Kensit dissera milhões de vezes antes, mas ainda não sabia se era aquilo mesmo que ele queria, mesmo sendo empresa da família, ele se questionava se tinha talento para negócios e achava seriamente que talvez não, mas preferiu não repartir com o pai de Patsy seus pensamentos, não era o momento para isso, ele sabia aonde aquele tipo de conversa poderia levar já que o Sr. Kensit pensava como seu pai.


Lembrando-se imediatamente que o Sr. Thomas dissera “também”, Remo indagou levemente curioso.


― Pat comentou que o Senhor tem uma empresa, é de auditoria também?


Thomas sorriu, gostando do interesse do garoto.


― É sim, herdei do meu pai. Era um molequinho quando meu pai me levou a primeira vez na empresa, fiquei fascinado e não quis outra coisa depois daquele dia.


Thomas Kensit sorriu com ar sonhador de quem se recorda com carinho de algo do passado.


― Papai é o melhor administrador que eu já vi, consegue organizar tudo tão perfeitamente que eu fico boba.


Patsy sorriu carinhosamente olhando para o pai e ele estendeu a mão segurando amorosamente a mão da filha.


― Esta vendo só, Remo, tenha cuidado, é assim que ela ganha nossos corações.


Remo não conseguiu deixar de rir e olhar carinhosamente pra Patsy que sorria, corando fortemente.


Remo abriu os lábios para dizer algo, mas fechou-os em seguida, quando viu a empregada adentrando silenciosamente a sala de jantar, antes da Sra. Kensit anunciar.


― Que tal a sobremesa agora?


― Hmm eu to louco por um Mcflurry de Bis, você pediu um desses né querida? Sou viciado em Bis. – Disse Thomas, olhando para Remo em seguida.


Remo riu. Estava começando a gostar do sogro.


 


                                                                                    ***


 


Milhares de imagens grotescas passavam pela cabeça de Thiago, sua mente estava a mil e ele sentia a preocupação o consumindo por dentro que ele mal conseguia conte-la.


Sentindo-se inquieto e com a necessidade de socar algo pra tensão passar, Thiago se levantou e passou a caminhar de um lado ao outro absorto em seus próprios pensamentos. Lilian, Lia e Sirius ergueram os olhos, sobressaltados pelo barulho de passos, para constatarem que era apenas o maroto inquieto demais para ficar sentado. Thiago percebeu que as meninas haviam desistido de tentar descobrir o que estava acontecendo por eles e se conformaram em esperar pacientemente em silencio alguma informação sobre Remo, o que ele achava muito bom, de qualquer forma, ele não poderia dizer nada, mesmo que quisesse.


Ele também gostaria de estar esperando pacientemente, mas paciência numa situação daquelas, era algo que Thiago raramente conseguia ter. Ele sabia mais do que elas, e talvez por este motivo, sua paciência não conseguia ser maior que a preocupação e a necessidade de informações, noticias, qualquer uma, qualquer coisa que o fizesse respirar aliviado pelo menos.


Mas minutos que pareciam uma eternidade haviam passado e pessoas iam e vinham pelo corredor, mas não tinham nenhuma notícia, nada, absolutamente nada sobre Remo, era como se ele nem estivesse no hospital.


Deus quisesse que aquilo fosse mesmo apenas um engano e Remo não estivesse ali, estivesse na casa dele, dormindo e quando Thiago contasse a ele o que acontecera, Remo riria e diria a Thiago “ Porque você não me ligou ou ligou pra minha mãe, Pontas?”


Thiago deu um pulo, parando de repente diante da idéia.


Sirius ergueu os olhos imediatamente quando ouviu os passos de Thiago cessarem e viu o amigo enfiando a mão no bolso da calça jeans pra constatar que estava sem celular.


― Cadê seu celular? – indagou Thiago se aproximando rapidamente de Sirius, que enfiou a mão no bolso, retirando o celular e o entregando a Thiago.


― Vai ligar pra quem?


Mas Thiago não respondeu, digitou rapidamente no teclado do celular o numero já decorado e colocou o aparelho rente ao ouvido e esperou... Esperou... Esperou e nada.


― Droga. – ele sibilou baixinho e discou outro numero rapidamente assim que cessou a tentativa de chamada anterior.


Novamente ele esperou e esperou, mas ninguém atendeu.


Bufando nervoso, Thiago desligou a chamada não atendida e discou outro numero.


Dessa vez a espera foi menor.


― Dona Ana? É o Thiago.


Sirius ainda com os olhos em Thiago aprumou as costas prestando maior atenção enquanto via Thiago mudo ao telefone.


― A gente ta na sala de espera.


Thiago passou a caminhar de um lado para o outro novamente, ainda com o celular no ouvido.


― Então é verdade? Cadê ele? Ele ta aqui?


Thiago aguardou a resposta. Sirius e as meninas também. Sirius estava começando a ficar tenso.


― Como é? A Pat também...?


 


                                                                                                  ***


 


O jantar havia sido perfeito, pensava Patsy, Remo parecia mais a vontade, seu pai estava bem humorado e parecia ter gostado de Remo, assim como sua mãe. Claro que sua mãe era bem mais fácil de lidar, Patsy sabia que seu pai tinha muito zelo por ela, um ciúmes e preocupação que chegara a preocupá-la quando Remo sugerira pedi-la em namoro aos pais, mas ela sabia que Remo o agradaria, seu doce Remo era o genro que toda mãe e pai gostariam de ter, ela tinha certeza disso.


Quando se sentaram a sala de estar, depois de uma deliciosa sobremesa a base de Milk-shakes, McFlurry, sorvete e pudins do McDonald’s, todos pareciam saciados, satisfeitos e levemente sonolentos.


― Esses jantares caprichados me da um soninho de meio dia.


Remo e Patsy riram, enquanto Thomas Kensit se sentava no que parecia ser sua poltrona e acariciava a barriga preguiçosamente.


― Então Remo, você enrolou, enrolou, mas ate agora não ouvimos o que você certamente queria nos dizer, não é?


Remo sentiu seu estomago afundando novamente e a mão suando gelada de repente, aquele era o momento que ele pensava não precisar fazer, não que não quisesse aquilo, ele queria e muito namorar Patsy, mas seria tão mais fácil se o pai dela aceitasse sem ele ter que pedir.


― Er... – Remo sentiu seu rosto esquentando a medida que abria e fechava a boca criando coragem e Thomas Kensit riu, achando graça da reação do garoto.


― Eu me lembro quando fui pedir a mão da Karen em namoro. Você se lembra, querida?


Patsy segurou a mão de Remo apertando discretamente e carinhosamente enquanto a Sra. Kensit se sentava a ponta do sofá, rindo com as lembranças junto do marido.


― Como se fosse ontem.


― Eu quase fui jogado janela afora, mas mesmo assim não arredei o pé de lá. “Senhor, o senhor pode não gostar de mim e me achar... idiota – Thomas engrossou a voz imitando, o que Remo pensou ser o avô de Patsy. – é, idiota, Senhor, mas eu amo sua filha e não sairei daqui ate que o Senhor me deixe namorá-la. Pois bem, pode ficar ai a vida inteira, eu não me importo.


Thomas Kensit riu com as lembranças e segurou a mão da esposa carinhosamente, enquanto Remo sorria olhando de esgoela para a namorada.


― Não se preocupe garoto, não o deixarei esperando a vida inteira.


Thomas riu e Remo também riu nervoso, sentindo o aperto carinhoso e incentivador de Patsy em sua mão.


Ele sabia que apesar das brincadeiras, ele precisava fazer aquilo.


― Então, Senhor, eu gostaria de... pedir permissão ao Senhor para namorar a sua filha, eu gosto.. quer dizer, ela é tão... eu... gosto muito dela, Senhor.


Remo abaixou os olhos sentindo seu rosto mais quente que o normal, Patsy acariciou sua mão mais carinhosamente que ele conseguia se lembrar na vida e com os olhos baixos ele ouviu a risada alta e animada do pai de Patsy.


― Ele falou igualzinho eu quando fui pedir você, querida.


Remo ergueu os olhos sem graça e sorriu sem jeito, ainda com o rosto corado e levemente suado. Estava começando a tremer de nervoso, mas ele tentou se controlar enquanto esperava.


― Então, Sissy, o que você tem a dizer? – Disse Thomas ainda com ar risonho, olhando para a filha.


― Eu gosto dele, papai.


― Claro que gosta querida, parece um jovem casalzinho apaixonado.


― E eles formam um belo casal, não é querido?


O senhor Thomas riu novamente, dessa vez mais moderadamente enquanto Remo sentia o corpo tremendo mais nervoso, agora desejava que o pai de Patsy dissesse sim logo e ele pudesse sair dali, respirar um ar, precisava urgentemente de ar.


― Eu só te deixo namorar minha filha com uma condição.


Remo sentiu seu corpo tremer mais ainda e seu estomago terminar de afundar.


 


                                                                                      ***


 


 Era quase certeza que o chão onde Thiago andava de um lado ao outro iria afundar a qualquer momento, mas ninguém se atreveu a dizer algo, mesmo que o chão trincasse, a feição de Thiago parecia pior a cada minuto e isso era quase assustador.


Sirius estava inquieto e começava a ficar cada vez mais tenso a medida que ficava observando Thiago andar de um lado para o outro, não agüentando ficar ali sentado, ele  se levantou e disse que ia pegar um copo de água, saindo da sala em seguida.


― O que afinal de contas aconteceu?


Indagou Lilian quase num sussurro a Lia, que deu de ombros.


― Eu não sei, a Pat ligou pro Sirius do celular do Remo e então ele disse que o Remo estava no hospital.


― Como eles sabiam que hospital era? Será que a Pat disse?


Lia deu de ombros.


― Eu não sei, o Sirius não quis me dizer nada.


― Porque eles não dizem nada? – Disse Lilian exasperadamente, mas Lia não respondeu, ela se perguntava a mesma coisa. O que, afinal de contas, estava acontecendo?


― Thiago!


Lilian, Lia e Thiago se sobressaltaram ao inesperado chamado e barulho de passos apressados adentrando a sala, e ergueram os olhos rapidamente vendo Thiago parar a meio caminho das passadas antes de alguém o abraçar apertado em seguida, sem tempo de que ele tivesse alguma reação.


Quando os braços de uma senhora se separaram de Thiago, eles viram uma mulher loira, com olhos vermelhos e cheios de lagrimas, soluçando descontroladamente abraçar agora um Sirius que desajeitadamente, segurando um copo de água nas mãos, abraçou a mulher, lhe oferecendo o copo em seguida.


― Graças a Deus vocês estão aqui. Eu não sei o que seria do meu Reminho sem vocês.


― Sempre estaremos aqui, dona Ana, a Senhora sabe. – Disse Thiago agora parado com as mãos dentro dos bolsos da calça.


― É tia. – Sirius concordou se encostando a porta.


― Como ele ta?


As meninas se levantaram e aguardaram tensas, observando tudo sem dizer nada, enquanto um homem alto, de cabelos claros, muito parecido com Remo, adentrava a sala e se afundava no sofá onde Sirius estivera anteriormente.


― Na emergência, só me deixaram ver ele um pouco antes de levá-lo pra área restrita da emergencia.


― Ele vai...?


― Não sei, querido.


Todos suspiraram, pensativos e preocupados, enquanto a Sra. Lupin se sentava ao lado do marido.


― Que Deus cuide do meu filhinho. Que Deus cuide bem dele.


Lilian e Thiago trocaram olhares antes de Lilian se sentar novamente, Thiago voltar a caminhar de um lado ao outro e Lia sentar-se, vendo Sirius abaixar a cabeça, encostado, quieto, a parede.


A Sra. Lupin encostou a cabeça ao ombro do marido e soluçou baixinho, tentando controlar o choro.


 


                                                                                      ***


 


Remo sentia o coração batendo mais forte, sua respiração, como se ele estivesse em uma corrida, acelerou e ele sentiu as mãos suarem frias, fazendo, dessa vez, ele apertar a mão de Patsy levemente, demonstrando a tensão e expectativa, o medo e a ansiedade. Nunca em toda sua vida vivera em tal suspense e apreensão. Ao que tudo indicava o senhor Thomas Kensit, o pai de Patsy, parecia ter gostado de Remo, mas pais eram iguais às mulheres: Imprevisíveis.


 Quando Remo engoliu em seco e Patsy olhou significantemente para a mãe, o senhor Kensit gargalhou como se achasse graça da situação, Remo fechou a outra mão em punho tentando se controlar, uma tremedeira estranha começava a tomar conta de todo seu corpo.


― Claro que é você cuidar da minha filha, respeitá-la, sabe como é, todo pai preza que sua filha seja respeitada, se você me entende.


Sem rir, Thomas Kensit agora falava num tom sério, mas ainda amigavelmente. Tanto pra Remo quando pra Patsy era totalmente estranho e até constrangedor estarem falando sobre aquilo com o pai dela, mas Remo entendeu que era de extrema necessidade deixar claro também que Remo a respeitaria acima de tudo, até porque Remo faria isso o pai dela querendo ou não.


― Senhor, eu jamais faltaria de respeito com a Pat. O senhor não precisa se preocupar, de maneira nenhuma eu...


― Meu caro rapaz, eu acredito em você. Acredito que nenhum outro rapaz seja melhor pra minha filha.


Remo respirou aliviado e Patsy sorriu carinhosamente para o pai.


― Senhor eu... – Começou Remo, mas mais uma vez o senhor Kensit a interrompeu.


― Remo, Remo... você é um bom rapaz.


O senhor Kensit sorriu segurando a mão da esposa e beijando-a carinhosamente, enquanto olhava para Remo e Patsy sorridente.


― Espero que você tenha um sobrenome bonito que nem seu nome, não quero meus netinhos com nome feio, imagina Kensit Pinto.


Patsy gargalhou e Remo não conseguiu conter o riso, gargalhando junto.


 


                                                                                        ***


 


 A tensão era quase palpável, o ponteiro parecia se arrastar lentamente, quase uma eternidade no relógio pendurado a parede, o silencio era opressor, e cada mínimo barulho de passos vindo no corredor era motivo para fazê-los erguerem a cabeça, esperançosos por noticias, mas ao constatarem que era apenas mais algum enfermeiro apressado ou alguém a procura de noticias, eles abaixavam a cabeça, desanimados, preocupados e tensos. Até quando aquele martírio da espera duraria? Já não bastava saber que Remo estava ali em algum lugar passando por alguma coisa que eles não podiam sequer ajudá-lo? A espera, pior do que as noticias, os corroíam de preocupação.


Quando um soluço foi sufocado e os passos que ecoavam pela sala de um lado ao outro mudou de posição, alguém apareceu à porta da sala de espera.


Todos congelaram.


 


                                                                                       ***


 


― Papai! – Patsy sentiu seu rosto corando fortemente, e o Sr. Thomas gargalhou. Parecia a Remo que o Sr. Kensit era mestre em deixar as pessoas sem graça enquanto ele se divertia. Não que Remo o achasse uma má pessoa, ao contrario, ele tinha certeza que todos os garotos do mundo gostariam de ter um sogro como aquele.


― Não se preocupe Senhor, seus netinhos terão um lindo nome, Kensit Pinto da Silva Sauro.


Brincou Remo e o Sr. Kensit gargalhou mais ainda.


― Um garoto de espírito brincalhão. Gostei disso.


Remo riu acompanhado de Thomas Kensit.


― Remo Lupin! - Patsy exclamou tentando conter o riso e olhando significantemente para Remo, como quem o adverte por entrar na brincadeira e Remo riu, levando a mão dela aos seus lábios e beijando carinhosamente, só então se lembrando que os pais dela estavam ali, ele abaixou os olhos, sentindo o rosto corar furiosamente.


Sem graça, Remo se levantou, a puxando pela mão.


― É melhor nós irmos, Senhor, esta ficando tarde.


Remo sorriu educadamente ao Sr e Sra. Kensit esperando que os mesmos se levantassem, risonhos pela brincadeira e se despedissem animadamente de Remo, que mesmo sem um “sim” concreto, sabia que isso não seria mais necessário.


Mas ao olhar sorridente para os pais de Patsy, ele percebeu que tinha alguma coisa estranha acontecendo, lançando um olhar confuso e preocupado a Patsy, ele voltou a encarar os sogros, agora levemente preocupado.


Uma sensação congelante o invadiu por inteiro.


― Senhor, o Senhor esta bem...?


O Sr. Thomas Kensit estava sentado imóvel, o rosto branco como cera, como se estivesse congelado, como se estivesse prestes a cair duro no chão, ou ter algum ataque do coração ou algo parecido. Preocupado, Remo soltou a mão de Patsy e estendeu a mão ao Sr. Kensit numa tentativa de ajudá-lo, mas o que aconteceu a seguida o pegou completamente desprevenido.


― Como se atreve...?


Remo sentiu seu braço sendo puxado e apertado com força, no instante em que o pai de Patsy se levantava e o encarava com total fúria nos olhos.


― Remo... Lupin.


 


                                                                                        ***


 


―PAT!


As meninas se levantaram rapidamente e abraçaram a amiga, que desabou em lagrimas, ninguém entendia mais absolutamente nada, mas ter Patsy ali já era alguma coisa, ela com certeza lhes poderia contar o que aconteceu, e elas poderiam estar ao lado dela, porque fosse o que fosse que tivesse acontecido com o Remo, Patsy, mais do que elas, devia estar desesperada, porque ela estava junto.


― Ai meu Deus, como você esta?


Patsy soluçante apenas balançou a cabeça, e antes que ela dissesse alguma coisa, uma voz diferente invadiu o ambiente, sobressaltando a todos.


― Sra. Lupin?


  Ana Lupin deu um pulo do banco de espera e encarou o medico parado a porta, definitivamente a tensão impregnou o ar, eram quase capazes de tocá-lo, as respirações pareciam terem sido contidas por segundos, o medo, como num filme de terror, os apavorou interiormente, e cada célula de cada corpo, parecia tensa, em estado de momentâneo congelamento.


― Como esta o meu filho, Doutor? Ele já saiu da emergência? Ele vai ficar bom?


O Sr. Lupin se levantou, apertando o ombro da esposa, como numa tentativa de acalmá-la.


― Querida, deixe o medico falar.


O medico sorriu fracamente sem jeito.


― O estado dele não é muito bom. O ventrículo e o átrio esquerdo estão aumentados mais que o normal. A artéria aorta e a pulmonar também, o que resultou em uma passagem ainda maior de sangue, causando uma hemorragia interna.


― Hemorragia interna?


― Mas ela já foi controlada. O excesso de sangue entre a artéria aorta e a pulmonar causou inchaço e maior concentração de sangue, que causou a hemorragia. Mas já foi controlada e agora ele esta inconsciente e a base de medicamentos. Honestamente falando, Senhora Lupin...


― Ana, Doutor.


― Ana, a Senhora já conhece o estado do seu filho, mas devo dizer que essa hemorragia agravou ainda mais a situação.


― Vão fazer a Cirurgia?


 


                                                                                   ***


 


 ― Filho de Gregório Lupin.


O tom da voz de Thomas Kensit era medonho, havia tanta raiva, tanto ódio quando o nome do pai de Remo foi mencionado, que ele sentiu o sangue congelar nas veias, como se as palavras do pai de Patsy pudessem ferir o próprio pai, onde quer que ele estivesse. ― O senhor conhece...?


Inesperadamente, Remo sentiu-se ser sacudido pelo braço, ficando tonto momentaneamente, e tudo aquilo era tão inesperado que Remo sequer conseguia sentir a força da mão de Thomas em seu braço o apertando e o sacudindo, enquanto palavras sem nexo saiam da boca do pai de sua namorada.


― Como você se atreve seu molequinho? Você e aquele seu pai são uns atrevidos. Como tem coragem de se meter com a minha filha? A MINHA FILHA? Eu não vou permitir que você use ela, esta me ouvindo?


― Papai! Papai pelo amor de Deus, o que você esta fazendo?


― E diga a aquele verme do seu pai que ele me paga. Esta ouvindo bem seu molequinho de uma figa?


― Papai o que você esta fazen...?


― Senhor...


― Papai... !


Patsy sentiu como se o chão sob seus pés estivessem afundando e ela estivesse caindo buraco adentro. Seu mundo de repente caíra. Aquilo tudo era um enorme pesadelo, não tinha outra explicação. Era impossível que tudo estivesse perfeito e de repente tudo desabasse completamente em segundos. Ela não conseguia compreender. Era um pesadelo terrível, uma loucura, uma insanidade momentânea, aquilo era irreal, aquilo não estava acontecendo. Não podia estar acontecendo.


― Papai, pelo amor de Deus, pare.


O Sr. Kensit sentia a raiva borbulhando incontrolável dentro das veias, sua vontade era maior do que sacudir aquele garoto. Como ele tinha coragem? Como Gregório Lupin tinha coragem de fazer aquilo?


― Chega. Acabou essa brincadeira, esta ouvindo? Eu não vou permitir que seu pai coloque minha filha no meio disso...


― Querido, por favor, as crianças não tem nada a ver...


― Eu não vou permitir, não a minha filha.


― Papai, o que esta acontecendo? Papai, solta ele, por favor. Papai, pára!


Remo sentiu seu braço ser solto e seu corpo cambalear, fazendo-o apoiar as mãos na parede tentando manter-se em pé, enquanto Patsy corria até ele, o segurando e o ajudando, os olhos cheios de lagrimas, o rosto vermelho, encharcado, Remo sentia-se completamente incapaz, a raiva, incompreensão e incapacidade que o tomavam por dentro era maior ao ver os olhos vermelhos e assustados da menina que ele mais amava.


 ― Você não vai mais namorar com esse garoto...


― O que? – Foi o que disseram em uníssono Patsy e Remo, com os olhos arregalados.


― Você ouviu o que eu disse.


― Papai você não pode...


― Eu posso e estou dizendo que esse namorinho acaba agora.


― Por quê?


― Senhor o que esta acontecen...


Parados no meio da sala, cada um com o rosto assustado, eles não pareciam entender o que estava acontecendo, exceto Thomas Kensit do qual a raiva e o ódio era explicito em cada centímetro de sua feição.


― O que esta acontecendo? Você sabe o que esta acontecendo seu mulequinho. Não tem vergonha nessa sua cara não? Vir na minha casa, se engraçar com a minha filha porque aquele maldito do seu pai...


― Papai você esta enganado, o Remo não...


― Senhor eu não sei do que...


― Não sabe? Aquele filho da puta, eu mato o Gregório, se ele pensa que pode mexer com...


― Querido...


― A minha filha Ele foi longe demais, ele já causou desgraças demais nessa família e eu não vou permitir que ele faça o mesmo de novo...


― Senhor eu não sei do que o senhor esta falando, mas eu não vou desistir da sua filha, eu amo ela...


Patsy sentiu o coração martelar dentro do peito. Um silêncio mortal impregnou a sala de estar, e Remo viu Thomas Kensit olhar furiosamente para ele. Um olhar que era quase capaz de matá-lo.


― Fique longe da minha filha, entendeu? Se eu o vir perto dela, eu te ma...


― PAPAI!


Patsy levou a mão a boca, horrorizada. O que acontecera com seu pai? Porque essa mudança tão drástica?


Remo sentia o coração batendo descompassado dentro do peito, seu corpo parecia congelado, como se ele estivesse num pesadelo, onde todo seu corpo parecia inchado demais, enorme demais pra ele conseguir se mover, sua voz parecia que ficara muda de repente e ele não conseguisse dizer uma única palavra. Era um pesadelo, com certeza, ele devia ter dormido sem querer no sofá e estava tendo um pesadelo. Então porque ele não acordava logo?


― Eu estou avisando, Patsy Kensit, eu não quero ver você perto desse garoto.


― Você não pode me proibir.


― Eu posso e já esta proibido.


― Só se você me prender dentro de casa, porque eu não vou ficar longe do Re...


A voz de Patsy se calou e ela sentiu seu braço ser segurado fortemente enquanto ela era arrastada sala adentro.


― Não! Papai, me solta, papai, você não pode...


― Você. Não. Vai. Namorar. Esse. Garoto. Entendeu?


Thomas Kensit disse entre dentes arrastando Patsy pelo braço, contra a sua vontade,  em direção as escadas. Tudo aquilo era como uma cena de novela, daquelas onde o pai embriagado obriga a filha a se afastar do homem que ela ama, fazendo de tudo, sem eles saberem o porquê, para afastá-los, como se a felicidade de ambos fosse muito para ele. Mas Thomas Kensit não era um bêbado, e até minutos atrás ele estava feliz pela felicidade deles, então porque de repente, tudo mudara desta maneira?


Remo não conseguia entender, mas ele ver Patsy ser tratada daquela maneira era algo que ele jamais permitira.


Sem se preocupar com mais nada, Remo correu em direção a Patsy e segurou em sua mão, tentando afastá-la do pai.


― Não a machuque... Não ouse machucá-la.


― Ela é MINHA FILHA.


Patsy sentiu seu braço escapar da mão do pai e seu corpo perder o equilíbrio, caindo os dois degraus da escada e sendo amparada por Remo, que a segurou nos braços e a puxou pra longe da escada. Remo sentia seu coração batendo acelerado no peito, tanto que chegava a doer, mas salvar Patsy era muito mais importante que tudo, que qualquer coisa, até mesmo que sua própria vida.


Patsy sentia-se aflita, as lagrimas rolavam por seu rosto incessantemente, sua visão estava levemente turva por conta das lagrimas que não paravam de brotar em seus olhos, ela se sentia perdida, desamparada diante de toda aquela situação, mas não podia perder Remo, não Remo, não aquele que ela amava mais que tudo, seu pai não podia fazer aquilo. Ela não permitiria. Desesperadamente, ela abraçou Remo com toda força de sua alma, como se desejasse se fundir a ele e ninguém nunca mais poder separá-los.


― Você não vai me separar dele, papai. Você não pode...


― EU NÃO VOU TOLERAR QUE VOCÊ NAMORE UM LUPIN IMUNDO, ESTA ME OUVINDO?


 Patsy sentia todo o sangue que corria em suas veias ferverem como se estivessem sendo posto em fogo vivo. Seu pai não podia fazer aquilo com ela, de maneira nenhuma, ela não permitiria isso.


Remo sentia seu corpo tremendo, seu pulmão parecia incapaz de oxigenar o ar, era como se o ar não conseguisse entrar, sua pele estava levemente dolorida, como se estivesse inchado, seu coração batia tão rápido e tão forte que ele podia sentir a dor em cada pulsação, ele estava perdendo o ar, estava perdendo o sentido.


― Senhor eu amo sua...


Remo sentiu a escuridão invadir-lhe a visão e tudo saiu de foco, tudo de repente silenciou-se profundamente.


As palavras de Remo morreram no ar enquanto seu corpo caia no chão da sala num baque surdo.


 


                                                                                 ***


 


 ― Vão fazer a Cirurgia?


Ana Lupin sentia seu coração martelando descompassado dentro do peito, o desespero era maior que tudo. Saber que seu filho, seu bebê, aquele que saíra de dentro de si, estava em algum lugar daquele hospital, precisando dela mais do que tudo, a fazia se desesperar, era algo que ela jamais poderia explicar, o medo, o desespero, a necessidade de estar com ele, de cuidar dele, de fazê-lo melhorar, custasse o que fosse, era maior que tudo no mundo. E a cada notícia, tudo isso só aumentava ainda mais.


― É arriscado demais.


― Então...


― Indometacina.


A Sra. Ana levou as mãos ao rosto, sentindo as lágrimas rolarem fartas, enquanto sentia a mão do marido apertando carinhosamente seu ombro.


― Mas é tão...


― Sinto muito, Senhora, mas é a única maneira no momento, até que ele fique estável e o inchaço diminua o suficiente.


― Mas ele já passou tantas vezes por isso e é tão cruel. Ah meu Deus, porque isso tem que acontecer com o meu Remo. O meu bebê.


Ana Lupin desabou a chorar, sendo amparada pelo marido, que a abraçou fortemente, fazendo-a encostar o rosto em seu peito e deixar com que ela chorasse, afinal de contas, não havia mais nada a ser feito no momento.


― Tantas vezes? Como assim? Quer dizer que não é a primeira vez que isso acontece com o Remo...?


Thiago e Sirius se entreolharam sentindo que o segredo do amigo estava cada vez mais perto de ser desvendado, mas eles não podiam dizer, não podiam, haviam prometido um dia não contar nada a ninguém e não poderiam quebrar a promessa agora.


― Pelo amor de Deus, alguém me diz o que esta acontecendo aqui? O que aconteceu com o Remo? Porque ele já passou por isso antes? E o que é essa indo não sei o que? E como meu pai conhece o pai do Remo? Porque meu pai ficou tão furioso quando descobriu que o Remo se chamava Lupin? Pelo amor de Deus, eu preciso saber o que esta acontecendo!


 


 


*N/A:


Cap finalmente pronto, Aleluia irmão.


Faz tempão, tipo,tempão mesmo que eu to com esse cap pela metade e não conseguia terminar, mas aos trancos e barrancos, terminei


Espero que tenha agradado, eu sei que se esperava mais, mas eu prometo me esforçar mais no próximo.


Ainda não sabemos o que o Remo tem, mas não se preocupem, os segredos começam a ser revelados no próximo capitulo.


Então até lá.


 E comentem, façam uma escritora feliz.


 


Ps. Respondendo alguns comentários:

Chrys Malfoy:
Meninaaa vc ta apaixonada no Remo? :x ;p não vou contar pra Pat não ta hausuhahushuahus
Obrigada pelos coments amor, o carinho, a empolgação, por acompanhar a fic, por estar sempre aqui comentando, se emocionando com a fic, e acabando com as unhas \z hasuhausa
obrigado mesmo, espero que esteja gostando da fic, que ela esteja te agradando, comentários, criticas são sempre bem vindas viu ^^


 


Ana Maria Potter: Obrigadaaa pelo carinho, e que bom que gostou da fic, esses marotos são mesmo uma piada neh \z espero te ver mais vezes por aqui viu ^^

Sabrina C. Santos
: vou deixar ela feliz pq ela nunca apareceu nos coments =P uma das minhas melhores (e mais chatas :P) amigas, pois é, vc achou que minha fic era ruim né, eu aposto que achou ahsuahsuhasa e agora fica me perguntando direto o que vai acontecer e se eu já escrevi o próximo capitulo ;p mas então neh, não posso adiantar senão estraga as surpresas, mas calma que jaja vc descobre =P
Ps. Tbm te amo sua chata que me irrita ;p


 


Bruna Suely: Ahhh eu adoro quando viciam na minha fic =P ahusuhausha então, a situação do Remo, como vc deve ter percebido, não parece mto boa, eu não posso adiantar mto, mas as fãs do Remo não me matem, please, eu não tenho culpa, juro :x mas no próximo cap já vai ficar mais claro o que ele tem
E eu espero que tenha gostado do novo cap e apareça mais por aqui, Bruna. Obrigado mesmo ^^


 


Bela Moony: Vc ta começando a ler a fic, mas espero que chegue ate esse capitulo pra ver a resposta do seu coments \z
Obrigada pelo comentário e por estar lendo a fic, espero que esteja gostando, se divertindo com os marotos que olha, juro pra vc, eles aprontam cada uma e é tudo por conta e risco deles, juro, na maioria das vezes eles aprontam e eu só tento arrumar a confusão ;p Espero ver mais comentários seus por aqui viu. ^^



Bom é isso pessoal, agora eu vou mesmo
beijo
e ate o próximo capitulo

Lanah Black

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