Enfim Sossego... ou não



*Capitulo Oito: Enfim sossego... Ou não*


                        “Não queira entender as minhas atitudes. Não queira entender meus pensamentos. Nem eu mesmo me entendo.”


 


 ― Um brinde a melhor peça que essa escola já viu!


― E aos melhores atores também!


Sirius passou a mão pelos cabelos exibindo aquele sorriso que fez meninas sentadas algumas mesas por perto suspirarem esperançosas.


― E ao melhor cantor!


Thiago imitou o amigo, e as meninas riram.


― Garçom, traz mais uma rodada!


Ao fundo do bar Augusta, ocupando a ultima mesa estavam Sirius, Thiago, Remo, Lia, Lilian e Patsy comemorando o sucesso que havia sido a peça do colégio. Ninguém podia negar que tinha superado todas as expectativas, a peça tinha sido um verdadeiro espetáculo e todos estavam muito felizes por isso, afinal, tinham se empenhado de verdade pra aquilo acontecer.


Lilian tomou um gole de sua caipirinha se sentindo realmente feliz. Ela tinha conseguido estrear sua primeira peça maravilhosamente bem e nunca imaginou que pudesse ser realmente tão boa quanto era.


Ela viu os olhos de Thiago a observando e sorriu sem jeito, tomando mais um gole e colocando o copo sobre a mesa.


― Vocês foram realmente ótimos! A peça estava incrível!


― Também né Pat, quem era o galã da peça?


― Santo ego viu. – Remo revirou os olhos.


Patsy riu acompanhado dos amigos e Lia preferiu imitar Remo, revirando os olhos.


― Ae porque não estendemos a comemoração pro fim de semana?


― Como assim? – Indagou Lilian franzindo a testa.


― Ta falando sério, Pontas?


Sirius olhou pro amigo com os olhos brilhando marotamente e as meninas se entreolharam, imaginando que pela cara deles, não parecia ser coisa boa.


Thiago sorriu marotamente.


― Nós vamos passar o fim de semana na casa de praia dos meus pais... – Começou Thiago.


― E... Porque vocês não vêm com a gente? – Concluiu Sirius a idéia do amigo.


As meninas se entreolharam.


― Passar o fim de semana na praia, com vocês? – Lia ergueu a sobrancelha.


― Te garanto loirinha que vai ser muito divertido. – Sirius deu uma piscadela e a loira revirou os olhos.


― É feriado, pow, seria legal e poderia ser bem divertido mesmo.


Thiago estava certo, era feriado na terça feira, ou seja, poderiam ficar na praia até lá, afinal só teriam aula na quarta, poderia ser bem divertido, sem contar que poderiam descansar e pegar um bronzeado.


A ruiva sorriu acenando com a cabeça e as meninas enfim concordaram.


― Ah demorou!


Sirius e Thiago fizeram o velho toquinho de sempre e Remo riu dos amigos, que o zoaram bagunçando seu cabelo, e a comemoração continuou por mais um longo tempo pela noite adentro.


  


                                                           ***


 O sol entrava tímido pela pequena fresta da janela iluminando o quarto levemente escurecido . Um corpo se mexeu em uma cama ao canto do quarto, e tornou-se a remexer conforme ia acordando lentamente para um dia que acabara de nascer, pra ser mais exato, o dia já havia nascido fazia muito tempo.


--  SIRIUS! - Um grito se espalhou pelo quarto acompanhado de dois enormes barulhos, um de quem pulava da cama e outro de alguém que caia no chão. - ESTAMOS ATRASADOS.


Sirius sentava-se no chão ainda meio adormecido, após ter caído do sofá no qual ele estava dormindo maravilhosamente bem, massageando as costas, agora doloridas e olhando a sua volta.


-- Ah Pontas vai pra merda com esse seu maldito sonambulismo do caralho, eu tava sonhando com uma gostosa muito delicia cara e você fica ai falando que a gente ta atrasado, o dia nem nasceu ainda... – Sirius se arrastou de volta pro sofá,  deixando seu corpo largado sobre o sofa e tateando com a mão um dos bolsos da calça.


--Ai caralho, estamos mesmo atrasados! – Sirius olhava pro celular vendo que já eram quase quatro horas da tarde.


-- Foi o que eu disso. – Thiago passou a mão pelos cabelos e deixou o corpo cair de volta na cama.


― Eu não acredito que vocês ainda estão dormindo.


Thiago abriu os olhos pra ver a sombra ao longe de um garoto alto e os fechou novamente, meio deitado na cama, com as pernas pro lado de fora. Sirius ergueu a mão em um cumprimento.


― Estão atrasados, as meninas já devem ta chegando. É melhor vocês levantarem senão vamos chegar à praia quando o feriado já tiver acabado.


― Nossa, o Aluado nem é exagerado né.


Thiago e Sirius riram e Remo tacou uma almofada na cabeça de Sirius.


 


― Já disse que sua casa de praia é muito linda, Thiago?


Patsy, Lilian e Lia, ainda admiravam a maravilhosa casa de praia.


A casa era imensa, na sala, onde as meninas observavam tudo atentamente, havia uma lareira, um piano maravilhoso próximo a uma varanda, e a frente da sala, onde deveriam existir paredes, havia vidros, aparentemente fumês, por onde elas podiam ver, do outro lado da casa, apesar da noite que escurecia tudo lá fora, as ondas do mar quebrando não muito longe.


Sem contar a decoração de excepcional bom gosto, quadros maravilhosos pendurados as paredes, um sofá de couro magnífico posto ao meio, aparentemente apenas para descanso, pois a TV ficava na sala de TV, alguns cômodos adentro da casa.


Patsy e Lilian estavam sentadas no sofá, Thiago estava encostado ao piano e Lia estava em pé próxima a varanda, onde havia uma sacada de madeira e uma cadeira de praia pra quem quisesse ficar sentado ali observando o mar.


Na varanda havia uma escadinha lateral, que ao descerem já sentiam seus pés tocarem a macia areia da praia.


― Meu Deus isso aqui é o paraíso! – Exclamou a ruiva fascinada com o lugar, agora ao lado de Lia vendo o mar escurecido ao longe e as milhares de estrelas brilhando lindamente acima dele.


― Eu juro que se o Sirius demorar mais cinco minutos eu mato ele...


― Meu Deus como é estressado.


― Ah, a mocinha finalmente ficou pronta?


As meninas riram, Remo saiu de trás de uma estante, rindo também, enquanto Sirius fazia uma careta pra Thiago.


― Vamos logo, eu to louco pra beber, cair e levantar só no outro dia.


Eles iam saindo em direção ao jardim onde um carro preto os esperava, já com o motor ligado.


― E ae Hagrid belê?


Hagrid era quase um tio de Thiago, era ele quem cuidava da casa de praia e também da fazenda que os pais de Thiago tinham no interior de São Paulo. Naquele fim de semana, tinha ido com os meninos, afinal, nenhum deles ainda era maior de idade.


― Ae Hagrid manda bala direto pra 180, hoje eu to a fim de me acabar.


Sirius passou a mão pelos cabelos, enquanto Remo revirava os olhos.


― Novidade.


 


                                                                ***


  


(♪) California girls
Garotas de Califórnia


We're undeniable
Somos inegáveis


Fine, fresh, fierce
Ótimas, novas e poderosas


We got it on lock
Tiramos de letra


West coast represent
Representantes da costa oeste


Now put your hands up
Botem suas mãos pra cima


Oooooh Oh Oooooh (♪)


 


Ela já tinha perdido a conta de quantas bebidas já havia tomado: Caipirinha, Smirnoff, Amarula, saquê, cerveja, Chopp de vinho e o que mais mesmo? Ela não conseguia se lembrar e nem queria, a única coisa que ela queria era dançar, sentir a musica penetrando por seu corpo, por suas células, sentindo seu corpo sendo controlado pelo ritmo agitado da musica, se esquecer do mundo onde vivia, de quem era ou de quem deixava de ser, não que no estado em que ela se encontrasse fosse realmente possível pensar ou sequer se lembrar de algo.


Ela estava absolutamente sensual naquela noite, uma saia, curta demais pro gosto de Thiago, uma blusinha branca levemente decotada e um salto alto, que deixavam as pernas da ruiva ainda mais atraentes do que já eram.


Thiago estava encostado ao bar, um copo de Wisky com Redbull na mão e observando a ruiva. Ele estava pensando na possibilidade de se unir a ela pra uma dança, ou quem sabe pra algo mais do que a dança, se é que você me entende e aquilo fez Thiago rir com tais pensamentos.


                        


Ele já tinha perdido a conta, não, não de quantas bebidas havia tomado, porque isso ele nem perdia o precioso tempo dele contando. Na verdade ele tinha perdido a conta de quantas garotas ele já tinha ficado. Isso se algum dia Sirius Black realmente tenha contado com quantas garotas ele ficava nas baladas, afinal de contas, pra ele era como bebidas: Ele se lembrava da primeira e da ultima, e olhe lá, porque se duvidasse nem da ultima.


A garota que agora agarrava seus cabelos loucamente, enquanto Sirius deslizava as mãos por toda extensão do corpo da garota, até onde ela podia alcançar e a beijava ardentemente, era morena, é talvez fosse morena, na verdade ele não ficou olhando pra garota tempo suficiente pra saber com exatidão a cor dos cabelos dela. Mas uma coisa ele sabia, ela era muito gostosa, e usava uma saia que facilitava muito que suas mãos brincassem tanto quanto gostariam.


Ele desceu os lábios pelo pescoço da garota e ouviu-a sussurrar alguma coisa em seu ouvido que ele não fazia idéia do que era devido ao barulho ensurdecedor.


― Ae, você é muito gostosa e tudo mais, mas eu preciso de uma bebida.


Sorrindo marotamente e passando a mão pelos cabelos, Sirius deu as costas pra garota, ofegante e quase sem saia, e se dirigiu em direção ao bar onde ele pediu uma bebida e assim que o barman a entregou, ele virou-a inteira de um só gole.


Assim que Sirius depositou o copo vazio sobre o balcão, ele percorreu os olhos pelo ambiente. Era uma das melhores baladinhas da cidade. Ele já havia ido ali varias e varias vezes quando ia passar as férias na praia com o amigo, então já a conhecia de cór. E aquele dia, como sempre, ela estava ótima, cheia de garotas bonitas e muita musica boa.


― Já pegou quantas?


Sirius que havia acabado de pedir mais uma bebida, olhou ao seu lado e viu Thiago encostado.


― Ih Pontas, num faço a menor idéia.


Thiago riu.


Sirius pegou o copo e se sentou num dos bancos do bar olhando as pessoas dançando, ele duvidava que existisse uma pessoa sã naquele lugar, a não ser quem havia acabado de chegar, e ficariam sãos por muito pouco tempo.


― E você?


Thiago riu passando a mão pelos cabelos, o que significava que ele também não fazia idéia de quantas ele já tinha pegado.


― Ta vendo aquela morena ali?


Thiago apontou pra uma morena não muito distante, dançando sensualmente e lançando olhares cobiçosos pra Thiago.


― Acho que foi a primeira. - Thiago riu. – E o banheiro das meninas esta um nojo, mas tem uma pia muito boa.


Sirius e Thiago riram e fizeram o velho toquinho de sempre.


Sirius deu o segundo gole do copo e olhou ao redor quando seus olhos caíram sobre uma garota dançando mais a frente. Uma calça jeans colada ao corpo, salto alto e uma blusa preta colada e bem decotada, segurava um copo nas mãos e dançava praticamente envolvida por um cara louro, estilo playboyzinho pagando de surfistinha, pensou Sirius reprimindo uma careta.


Ele virou mais um grande gole vendo por cima do copo que o garoto agora enlaçava Lia, beijando-a em seguida, com um muxoxo praticamente inaudível por causa da musica ensurdecedora, Sirius virou o resto da bebida.


― Já viu como a ruiva ta gostosa hoje?


Thiago sorriu.


― Você devia pegar ela, Pontas. – Continuou Sirius, colocando o copo sobre o balcão. – Eu vou pegar mais umas pra acabar com a noite e quem sabe experimentar a pia do banheiro.


Os dois riram e Sirius saiu em direção a pista de dança a procura de sua nova vitima.


Thiago olhou pra ruiva não muito longe dali, tomando o ultimo gole de sua bebida antes de depositar o copo sobre o balcão e caminhar em direção a ruiva que dançava sensualmente no meio da multidão. Era a chance que ele não poderia perder.


   


― Remo, não... – Patsy ria sendo puxada pela mão pelo maroto risonho, que parecia não ouvir os protestos da garota.


― É serio, eu não sei dançar.


Patsy poderia dizer que adorava musica, balada e se divertir, mas dançar não era muito o forte dela, por isso ela ia, “forçada”, aos risos pra pista de dança puxada por Remo, que a segurava pela mão a levando ao centro da pista de dança.


― Eu também não sei. – Exclamou Remo aos risos.


A musica era sem duvida super agitada e quando eles chegaram ao destino final, Patsy aos risos, porque Remo tentava dançar desajeitadamente, tentou imitar o maroto.


Era uma noite muito agradável, até aquele momento ela estava se divertindo como nunca. Suas amigas, não muito longe dali, dançavam, bêbadas pelo que lhe parecia, se agarrando com algum gatinho da balada e Patsy estava ali, dançando com seu príncipe encantado, tendo certeza que não precisava de mais nada, nem ninguém.


Ele segurou em sua mão a fazendo rodar e Patsy riu, rodopiando e dançando, enquanto Remo dançava daquele jeito desajeitado, mas lindo dele, e Patsy ficou se imaginando se poderia aquela sexta feira ser como outra memorável que até aquele dia nunca havia saído de sua cabeça.


 

Ela estava linda e sensual aquela noite, e ela tinha plena consciência disso. Podia ver vários homens a sua volta a olhando, a cobiçando, a desejando, e isso a fazia se sentir ainda mais linda e sensual. Não que esses desejos alheios fossem retribuídos, na verdade Lilian não estava nem sequer pensando nisso, não tinha a intenção nem mesmo o desejo de corresponder os desejos alheios, a única coisa que ela queria naquele momento era continuar na pista de dança, dançando, sendo linda e desejável, sendo apenas apreciada pelos olhares, como se fosse inalcançável, linda demais para aqueles pobres e meros mortais. Ela riu com tal pensamento, enquanto se deixava levar pelo ritmo da musica.


Quase não percebeu que braços envolviam vagarosamente sua cintura, fingindo dançar no mesmo ritmo que ela. Lilian estava feliz demais, envolvida demais na musica, os olhos fechados, a feição de quem se divertia aproveitando a musica, pra perceber alguma coisa.


Quando a musica emendou em outra tão agitada quanto à anterior, Lilian sentiu mãos em sua cintura e virou-se pra ver um lindo garoto lhe sorrindo charmosamente.


― Oi doçura! Sabia que você é a garota mais gata desse lugar?


Lilian sorriu, ele era realmente muito lindo e antes que pudesse dizer qualquer coisa, ela sentiu os lábios do garoto nos seus tão rápido que ela nem pôde pensar se queria ou não, bom, talvez quisesse, pois quando sentiu os lábios deles nos seus, ela deixou-se levar pelo beijo, abraçando o garoto que a envolvia pela cintura.


Foi tudo muito rápido.


Thiago se aproximava da ruiva quando viu um garoto a abraçando e segundos depois beijando Lilian. Thiago não pôde controlar o que sentiu por dentro.


Sem pensar em mais nada, com passos firmes ele andou até os dois, puxando o cara pelo braço, afastando-o de Lilian e o empurrando grosseiramente pra longe.


Lilian olhou espantada, vendo o rapaz que ela beijava cambalear pra trás, e um Thiago aparentemente furioso, segurar-lhe pela mão a puxando pra fora da pista de dança.


― Potter o que ta fazen...?


Lilian não conseguiu terminar.


Thiago foi puxado pelo braço e antes que pudesse prever sentiu uma mão acertando seu rosto e uma dor latejando espalhar-se pelo local atingido.


― Filho da puta...


Ele soltou a mão de Lilian pra partir pra cima do cara, acertando-o com um murro e no momento seguinte estar agarrado ao outro cara aos murros e pontapés.


Um alvoroço se fez presente. As pessoas em volta se afastavam para não serem atingidas e algumas resolviam entrar na briga.


Barulho de garrafas se quebrando, misturados com gritos e incentivos se fez presente.


Lilian estava parada, ou tentando ficar parada no lugar, olhando atônita pra onde Thiago e o tal garoto se esmurravam com total ferocidade. Ela viu Lia vir cambaleante em sua direção, segurando em seu braço levemente tonta.


― Lil o que houve?


― Eu não...


Lilian balançou a cabeça totalmente perplexa sem entender absolutamente nada. Ela realmente gostaria de entender, mas aquilo naquele momento era totalmente impossível.


Um grito se misturou aos vários e Lilian viu uma garota de cabelos castanho-alourados caída no chão, tentando se levantar, enquanto imagens vermelhas se misturavam aos seus esforços em se levantar enquanto pessoas quase a pisoteavam.


― Ah meu Deus!


Lilian segurou com força o braço da Lia, que olhou na mesma direção da ruiva antes das duas saírem, cambaleando, em direção a garota.


Patsy não conseguiu compreender muita coisa, num minuto estava dançando alegremente com Remo e no minuto seguinte, gritos eram ecoados e pessoas os empurravam pra todo lado. Ela viu que pessoas brigavam e nem se quisesse ver quem era não poderia, pois seu corpo era empurrado junto com os demais.


Ela tentou se segurar em Remo, mas o mesmo parecia ter sido empurrado pra longe e ela o perdeu de vista. Começando a ficar desesperada Patsy tentou se esquivar das pessoas, mas ao fazer isso, sentiu-se sendo empurrada e perder o equilíbrio, caindo no chão, que quase não se podia ver por causa de tantos pares de pés que a cercavam.


Patsy sentiu-se caindo e instintivamente levou as mãos ao chão, tentando amortecer a queda, mas quando sua mão tocou o chão uma dor excruciante penetrou-a de tal forma que ela não conseguiu conter o grito que saiu por seus lábios.


― PAT!


Ela sentiu que mãos a seguravam e a puxavam a ajudando a se levantar, e quando Patsy ergueu os olhos viu as duas amigas ajudando-a.


― Vamos sair daqui, vem.


Lia e Lilian, mesmo estando bêbadas demais pra conseguir carregar alguém, ajudaram Patsy a ir com elas em direção a saída, pra onde algumas pessoas se dirigiam, enquanto a maioria seguia pra ambientes diferentes, apenas para se afastarem do local da briga.


Quando as meninas sentiram o ar gelado da noite invadindo-as, uma coisa lhes ocorreu:


― Cadê os meninos?


  


Thiago não viu nem ouviu mais nada, enquanto esmurrava com toda força que tinha e com toda raiva que sentia o cara caído ao chão, que lhe devolvia os socos e a pontapés tentava se livrar de Thiago que estava em cima do cara.


Ele sentiu mãos o puxando, mas tentou se desvencilhar.


― PONTAS VOCÊ TA LOUCO, CARA?


Thiago enfurecido tentou se esquivar, mas sentiu-se ser fortemente seguro por duas pessoas que o arrastaram pra longe, o puxando pra trás.


― PONTAS CALMA CARA.


― VAM’BORA THIAGO. VAM’BORA PORQUE SE O CARA TIVER COM OUTROS A GENTE TA FUDIDO.


Thiago parou de se debater, respirando fundo, vendo os dois amigos ao seu lado segurando-o e o puxando pra longe. Ele fez sinal pros dois o soltarem.


― Ta. Ta. Ta bom. Parei, porra.


Ele disse antes dos amigos, ainda meio temerosos que ele voltasse a briga, o soltarem.


― VAM’BORA. ANDA!


Sirius segurou no braço de Thiago e o puxou em direção a saída, apressadamente, quase correndo.


― Liga pro Hagrid. A gente precisa ir embora.


Remo olhava pra trás temeroso, ele sabia o que acontecia quando havia brigas como aquela: Se os seguranças não os pegassem e os levasse pra delegacia, o cara que tava na briga arrumava mais amigos e iam atrás, no caso de Thiago, pra acabar com ele.


Thiago agora consciente do que poderia acontecer, enfiou a mão no bolso, enquanto pegava o celular e ligava pra Hagrid.


Quando saíram da balada, uma rajada de vento gelado bateu em seus rostos com um forte cheiro de mar.


― Caralho! As meninas! Cadê as meninas, Remo?


Sirius parara de chofre se dando conta de que estavam sem as meninas.


― Não sei, mas vamos andando, eu ligo pra elas.


Remo, Thiago e Sirius continuaram andando em passos apressados por uma ruazinha, não muito deserta por conta de varias pessoas que pareciam ter saído da balada também.


Remo tinha o celular a mão, tentando ligar pra alguma das meninas.


― Só da caixa postal.


― Da Lia? – Indagou apressadamente Sirius.


― Das três. Já tentei ligar pra três.


― Elas não devem ter trazido o celular. - Disse Thiago.


― Caralho!


Mas antes que pudessem pensar no que fazer, três garotas apareceram em suas direções, gritando e correndo, ou tentando correr, até eles.


― Caralho o que aconteceu a vocês?


Sirius olhava pra Lilian e Lia que estavam descalças segurando as sandálias nas mãos, e tentavam segurar Patsy que tinha a mão ensangüentada.


Remo deu passos firmes em direção a garota no instante em que viu a mão dela sangrando tanto que aquilo lhe revirava de preocupação.


― Eu caí. – Lagrimas, reparou Remo, desciam pelo rosto da garota.


Ele tirou a camisa, segurando a mão dela com delicadeza, enrolando a camisa na mão de Patsy, e quando ela deu um gemido de dor, Remo afrouxou um pouco a camisa. Ele olhou-a preocupado e passou a mão pelo rosto dela carinhosamente.


― O Hagrid ta vindo ae, vamos esperar aqui.


Disse Thiago encostando-se num carro. Lia e Lilian, sentaram-se em cima do capô do carro, enquanto Remo segurava Patsy pela cintura ajudando-a a se sentar ao lado das meninas, e ficava ao seu lado atento. Sirius ficou em pé próximo a eles olhando a volta.


― Gente o que aconteceu?


― Briga. – Thiago disse meio baixo e sentiu os olhos de Lilian caindo sobre ele. Mas não quis olhar pra ruiva pra saber exatamente que tipo de olhar era aquele.


― Se não fossem as meninas terem me ajudado, nem sei o que... – Patsy soluçou e Remo a abraçou carinhosamente.


Ninguém disse mais nada até um grande carro preto parar perto deles, abaixando o vidro.


― Ah ai estão vocês!


Thiago abriu a porta da frente entrando, enquanto os demais entravam em seguida, Sirius pulou pro ultimo banco, Lia sentou ao lado de Sirius atrás, enquanto Lilian, Patsy ajudada por Remo e o próprio entravam no banco traseiro, antes de partirem pra casa de praia de Thiago.


― Caramba, o que aconteceu com vocês?


Hagrid dizia assim que entravam na casa e a luz forte da sala mostrava a situação em que eles se encontravam.


― Ah nada demais, Hagrid, teve uma briga lá, sabe como é.


Sirius se esparramou no sofá.


― Mas não é nada pra se preocupar.


― Eles lugares são perigosos, vocês não deviam se meter em briga. Caramba o que aconteceu com você?


― Ela caiu. Deve ter cortado a mão em caco de vidro de alguma garrafa.


Remo estava sentando ao lado de Patsy, segurando sua mão envolvida pela camisa agora empapada de sangue. Ele começou a desenrolar a camisa da mão da garota, quando Lilian sentou no sofá à frente olhando-os pensativa.


Lia abriu a porta da varanda e se sentou na sacada, as pernas balançando levemente no ar, enquanto olhava aérea pro pessoal a sala.


Thiago ficou parado próximo a varanda olhando o mar, que, por conta das pequenas ondas quebrando calmamente a beira da praia, produzia um som deliciosamente calmo.


Hagrid, que havia sumido, logo voltou trazendo na mão uma caixinha e caminhando até Remo e Patsy.


― Tome. – Hagrid entregou a Remo uma caixa de primeiros socorros. – Bom, se quiser eu posso cuidar disso ai. Eu não sei fazer curativos muito bons em pessoas, mas eu tenho alguns bichinhos sabe, que às vezes ficam doentes, bom.. Eu cuido deles, são um pouco ariscos com as outras pessoas, mas não fazem realmente mal a ninguém sabe...


Remo sorriu agradecido a Hagrid e abriu a caixinha, após colocar a camisa ensangüentada no chão.


― Deixe que eu cuido disso. E acho melhor você cuidar da mão dela em cima da mesa.


Hagrid apontou uma mesa mais ao canto da sala, próxima a porta de entrada, onde havia um abajur de leitura sobre a mesma, e em seguida pegou a camisa ensangüentada saindo da sala.


Remo achou que realmente seria melhor, era bem provável que houvesse cacos de vidro presos ao ferimento e era preciso retirá-los antes de cuidar corretamente do ferimento na mão de Patsy.


Assim que Patsy e Remo se levantaram indo até a mesa indicada por Hagrid, Lilian lançou um olhar furioso pra Thiago.


 ― Viu o que você fez?


Espantados com a quebra do silêncio, todos olharam pra Lilian, que ainda encarava Thiago, que a olhava levemente confuso.


― Viu Potter? Você viu o que você fez com a Pat?


― Eu o que?


Thiago pareceu mais confuso ainda, ele não tinha feito nada a Patsy.


Você fez aquilo com ela. – bradou Lilian perdendo a paciência.


― Eu não fiz nada a ela, Lilian!


― Fez sim! – Lilian levantou-se sentindo imensamente irritada. - Foi você que fez. Foi você que causou aquela briga idiota e por sua culpa a Pat se machucou.


― Mas não fui eu que a derrubei.


Thiago agora estava de frente pra Lilian, quem estava irritado agora era ele. Ele tinha ido lá defender ela daquele tarado que estava a agarrando e era assim que ela agradecia?


Todo mundo estava olhando estáticos de Lilian pra Thiago, que tinha o rosto visivelmente manchado de sangue, os lábios um pouco inchados onde havia um pequeno corte e um roxo em volta dos olhos.


― FOI VOCÊ SIM!


― Lilian não fui...


―Foi você que começou aquela briga idiota, Potter! Foi VOCE que causou todo aquele tumulto e por causa da sua idiotice a Pat caiu e se machucou.


― Mas não foi...


― Se você não tivesse começado aquela briga idiota, NADA disso teria acontecido!


Lilian estava quase gritando, o que não faltava muito. Ela também estava em pé encarando o maroto com extrema fúria no rosto.


― Idiota? Eu fui lá te defender...


― Defender? Você acha que eu sou o que, Potter? Uma menininha idiota e indefesa?


― Ele estava...


― Você é um idiota, Potter!


Lilian saiu pisando fundo da sala em direção as escadas que levavam ao segundo andar onde ficavam os quartos, e Thiago deixou um urro de raiva escapar, chutando a ponta do sofá e sentindo uma pontada aguda de dor latejar em seu pé em seguida.


― DROGA!


Ele saiu pisando fundo também em direção as escadas no momento em que se ouviram uma porta se batendo no andar de cima, pra um minuto depois outra porta se bater.


Remo olhou meio tenso pra Patsy, sentada ao seu lado na mesa, onde ela apoiava a mão sobre a mão de Remo, que estivera momentaneamente paralisado por causa da briga.


Ele voltou os olhos pra mão de Patsy, que lhe lançou um olhar de quem dizia que não pensava do mesmo jeito que Lilian e sentia muito por aquilo, e Remo sabia disso.


  


Thiago entrou no quarto furioso, batendo a porta e se jogando na cama. Estava todo dolorido, tinha se arrebentado todo pra no final Lilian dizer que ele tinha sido um idiota?


Hunf. Ele bufou enraivecido. Tinha sido mesmo um idiota, se ela tinha beijado o cara porque quis, porque ele tinha que ir lá brigar com o cara?


― Idiota!


Resmungou Thiago com o rosto afundado no colchão. Agora Lilian estava furiosa com ele e o fim de semana ia ser uma porcaria.


― Parabéns, Thiago Potter, você estragou tudo.


Ele virou-se ficando deitado na cama, olhando agora para o teto.


Era estranho, mas sentira raiva de ver o cara beijando Lilian, claro que era só porque ele iria até lá fazer aquilo que aquele babaca estava fazendo, mas o fato dela insinuar que talvez quisesse aquilo, mexeu estranhamente com ele.


Será que o beijo que eles haviam trocado há alguns dias atrás não havia significado nada? Quer dizer, não sentimentalmente falando, claro, até porque Thiago não queria nada sério com ninguém, e ele não sabia de verdade o que era gostar mesmo de alguma menina, nunca tinha se apaixonado antes e acreditava que isso estava bem distante de acontecer. Mas ele pensou que talvez ela quisesse ficar com ele de novo, e que aquele fim de semana seria perfeito pra isso. Mas parecia estar ligeiramente enganado.


Ela parecia não ligar a mínima pra ele. Como aquilo era possível?


Ele ergueu-se se sentando na cama, respirando fundo antes de se levantar.


Ele tinha que fazer alguma coisa, não podia deixar aquilo daquele jeito.


Ele bateu a porta do banheiro com força, enquanto arrancava a roupa e entrava embaixo do chuveiro gelado. Era melhor esquecer aquelas coisas antes que sua cabeça explodisse.


  


Haviam restado apenas os quatro na sala, Lia estava ainda sentada na sacada da varanda, Sirius estava esparramado no sofá olhando pro teto, Remo e Patsy estavam sentados a mesinha.


― Me avise se doer, ok?


Remo agora, cuidadosamente, retirava com uma pinça os pequenos pedaços de caco de vidro da mão da garota, depois de ter limpado todo o sangue da mão delicada.


Ela o olhava carinhosamente, olhando de vez em quando pra mão da qual ele cuidava. Era tão delicado com ela, na forma como cuidava da mão dela temendo que doesse mais do que já doía por causa do ferimento. Ele terminou de tirar os pequenos pedaços de cacos de vidro e olhou-a por segundos. A cadeira dele estava do lado da dela e eles estavam bem próximos, ele segurava a mão dela carinhosamente e a olhava de vez em quando, queria dizer tanta coisa, mas não conseguia emitir um único som.


― Acho que esses mertiolates não ardem.


Ela sorriu e ele retribuiu o sorriso, permanecendo olhando-a por segundos, antes de voltar a si e abaixar os olhos pra mão da garota, levemente corado.


Patsy achava, sem sombra de duvidas, a coisa mais linda do mundo quando o via corar, aquela timidez o tornava ainda mais lindo e perfeito.


Ela sentiu o liquido do mertiolate na palma da mão, onde estava ferida, o ferimento tinha aproximadamente quatro centímetros e por sorte o caco de vidro tinha apenas a cortado e não penetrado na mão dela.


Quando Remo passou uma pomada cicatrizante, logo em seguida em cima do ferimento, Patsy deixou escapar um leve gemido de dor. Remo parou a mão imediatamente olhando-a preocupadamente.


― Te machuquei?


Ela sorriu fraco.


― Não! Só ardeu um pouquinho.


Ele respirou aliviado, ainda segurando a mão da garota e olhando-a. Simplesmente olhando-a, enquanto ela retribuía o olhar.
Patsy sentiu seu coração, que disparara dentro do peito, de repente parar por segundos, antes de acelerar o batimento ainda mais, percebendo que Remo se aproximava lentamente tornando o espaço entre seus rostos, cada vez menor.


 


Lilian entrou em outro quarto e bateu a porta, enfurecida. Não queria ver ninguém, estava completamente zangada, irritada, nervosa. Porque ele tinha ido se meter onde não devia? Porque ele foi brigar idiotamente com o cara e causar tudo aquilo? E ainda achar que não fez nada?


Ele machucou a Pat, por causa dele poderia ter acontecido algo muito pior e ele, idiota, nem isso ele vê.


Lilian bufou irritada caindo deitada na cama. Deus, porque ele tinha que ser daquele jeito? Porque toda vez que ela achava que ele era legal, que ele valia a pena, ele estragava tudo?


Talvez fosse porque aquele era o jeito de ser dele, ele era daquele jeito e não mudaria.


― Idiota!


Disse Lilian irritada, não sabia agora se estava se referindo só a ele.


Mas ela não conseguia entender, porque motivo ele tinha ido brigar com o cara? Só porque ele estava beijando-a? Era obvio que em uma balada, ninguém abusa de ninguém, como ele disse que o cara estava fazendo.


Ah qual é, ele não é tão idiota assim?


E se ele fez isso porque gosta de você?


Lilian sentou-se na cama de repente. O que essa voz dentro de sua cabeça queria dizer?


― Aff, deixa de ser idiota, ele não gosta de mim. Ele só queria se aparecer.


É, era isso. Ele apenas queria causar um pouquinho, mostrar a ela que ele era forte e podia brigar com os caras apenas pra se aparecer pra ela.


Babaca.


Lilian voltou a desabar na cama, pensando em todo aquele dia, e antes que pudesse evitar, a escuridão entorpeceu-a e ela caiu num sono profundo.


  


Lia desceu da sacada e saiu meio cambaleante, ainda mais por ter ficado parada depois de tanto tempo enquanto sua cabeça ainda rodava, e foi até a cozinha, voltando minutos depois com uma garrafinha de Smirnoff, sentando-se novamente na sacada da varanda e virando a garrafinha em um grande gole. O liquido desceu levemente amargo por sua garganta, mas fez ela se sentir muito melhor.


Estava silenciosamente sentada na sacada, sozinha, mergulhada em seus devaneios, quando alguém surgiu a sua frente.


― E ae, fazendo uma festinha sem mim?


Lia riu, virando mais um grande gole e o liquido escorreu gelado por sua garganta, porém queimando tudo por onde passava.


Sirius se aproximou da sacada, encostando-se ao vidro olhando de Lia pro mar à frente. Havia um aroma de rosas no ar. O que ele mais queria era sentar-se ao lado dela, mas algo o segurava.


-- Não cansou de beber ainda não?


-- Só estou tentando me esquentar. Não ta afim?


Ela indicou a garrafinha pra ele.


-- Não. – Ele sabia que não precisava da bebida pra se sentir quente, pois a fitando dali, ele já se sentia mais quente do que nunca.


Lia parecia muito feminina, com as pernas balançando, sentada na sacada da varanda, a pele rosada... Sirius não sabia por que, mas desejava tanto tocá-la a ponto de doer.


-- Por que não? Não quer se sentir quente? – Ela agora falava num tom sensual que fez Sirius rir roucamente.


-- Você tá bêbada!


Lia riu, virando mais um gole da garrafinha de Smirnoff.


-- Porque não vai dormir?


― Ta me expulsando? - A garota riu.


― Não! Só não acho seguro você ficar ai sozinha.


Ela riu, virando o resto da garrafinha e a colocando na sacada, porem errando o alvo, fazendo a garrafinha voar direto para a areia macia abaixo.


Ela escorregou pra fora da sacada, tentando ficar em pé, mas assim que seus pés tocaram o chão e ela tentou caminhar, ela sentiu seu corpo cambalear, quase perdendo o equilíbrio e Sirius a amparou.


Ela riu achando aquilo engraçado, Sirius revirou os olhos e passou o braço pela cintura dela, segurando-a no colo. Sirius achou–a suave e quente por cima da blusinha, bem pequena por sinal, que ela usava, mas procurou não pensar sobre isso, e manter a mente concentrada em levá-la dali.


Lia apontou para o céu.


-- Olha as estrelas! – exclamou. – Não são maravilhosas? São enormes diamantes espalhados pelo céu.


Sirius olhou para o céu, grato pelo assunto, pelo menos isso afastava aqueles pensamentos. Havia muito tempo que ele não olhava as estrelas. Naquela noite, apesar do luar, estavam mais brilhantes que nunca.


-- Parece um monte de olhinhos espiando a gente, não parece?


Ela riu.


Sirius desistiu, carregando-a. Os cabelos louros roçando-lhe o queixo. Sirius seguiu escada acima.


Sirius tentava não prestar atenção ao que ela dizia, só sabia que a garota em seus braços era macia e perfumada.


Lia apertou-se intensamente contra o peito que a amparava. O calor daquele corpo deu-lhe um calor intenso e seus lábios espremeram-se loucamente contra aquela pele quente com cheiro de um perfume masculino muito gostoso e atraente.


Sirius entrou no quarto onde ele acreditava que as meninas estariam dormindo. Estava vazio e ele a colocou na cama, a cobrindo com um lençol posto ao pé da mesma. Lia começou a desabotoar a blusa.


-- Espera. – Ela pediu a Sirius, erguendo o corpo, e despiu a blusa preta, antes que Sirius pudesse impedi-la. – Ainda não te contei sobre a estrela brilhante, ela brilha mais que todas as outras, você já viu? É a minha estrela!


Sirius riu fraco, os olhos dela brilhavam e era bem visível que ela estava bêbada.


-- Lia aposto que você nunca matracou tanto em toda sua vida. – Sirius comentou, empurrando-a pelos ombros para obrigá-la a se deitar.


Ela riu, um riso musical que fez o sangue de Sirius correr mais depressa nas veias. Lia era uma mulher e o corpo dela agia de acordo com isso.


Parecia ser a ultima coisa que poderia acontecer a Sirius naquela noite. Uma mulher linda necessitada de proteção e cuidados.


Para conservar suas mãos ocupadas, Sirius tirou as sandálias dos pés de Lia e colocou-as debaixo da cama.


Lia fechou os olhos, e abriu-os em seguida.


-- Você nunca namorou? – Ela colocou a cabeça no travesseiro mais uma vez. – Você precisa de uma mulher. Não essas oferecidas. Alguém que lhe faça carinho e cuide de você...


Sim, precisava de uma mulher. Mas não ela. Não naquele estado.


-- Eu nunca namorei. – Ela murmurou. – Acha que tem alguma coisa de errado comigo?


“De forma alguma!” Sirius atravessou o quarto com determinação, apagou a luz e saiu fechando a porta.


  


Alguém passou pela sala e Patsy afastou-se assustada, vendo Remo fazer o mesmo. Ele sentiu a respiração ofegante e abaixou os olhos sentindo o rosto quente.


Queria olhar pra aquele rostinho lindo dela e ver suas reações, mas não podia, era melhor voltar a atenção para o ferimento dela, pra que ela pudesse dormir bem sem sentir mais dores na mão machucada.


Remo pegou a gaze e prendeu-a a palma da mão de Patsy com esparadrapo, antes de pegar uma faixa e passar a enrolá-la cuidadosamente em volta da mão da garota.


Não ergueu os olhos até terminar de enfaixar a mãozinha delicada da garota, temia olhar nos olhos dela, e se ele se denunciasse ao ver aqueles olhos amendoados que fazia quase tudo dentro dele revirar-se incontrolavelmente?


Mas não tinha saída, ele tinha que erguer os olhos assim que terminou de cuidar da mão dela. Patsy sorria gentilmente e Remo sentiu alguma coisa dando cambalhotas dentro de si.


― Obrigado, Remo!


― Ah, que isso...


Ele sorriu sem jeito e ela ergueu a mão machucada, agora enfaixada, até o rosto do garoto, acariciando-o levemente.


― Você é tão... – ela parou, queria dizer tanta coisa, mas simplesmente não podia.


Remo sentiu a mão macia dela em seu rosto e sentiu o mundo congelar-se, quem sabe até o tempo parara pra que aquele momento durasse uma eternidade.


Ele segurou a mão dela entre a sua, acariciando-a levemente. Deus como ela era suave, a mãozinha tão quente, tão macia. Tudo que Remo mais desejava naquele momento era saber se aqueles lindos lábios vermelhos também eram tão macios quanto sua delicada mão.


Instintivamente Remo levou a mão suave de Patsy aos lábios, beijando-a carinhosamente e ela sentiu-se pisando nas nuvens, o mais próximo do céu. Os lábios dele eram tão quentes, Deus como ela ansiava por sentir aqueles lindos lábios dele nos seus!


Os olhos de Remo encontraram-se com os dela, enquanto ele roçava os lábios nos dedos dela, beijando-os devagar.


― Remo... - Ela murmurou baixinho. E pôde jurar, pela segunda vez naquela noite, que ele estava se aproximando lentamente dela, quebrando a pequena distancia que os separavam um do outro.


  


Sirius voltou para a sala na esperança de apagar as ultimas imagens gravadas em sua mente, aquilo era demais para ele, ela era demais para ele e ele não podia resistir por mais tempo.


“Caralho, Sirius!”


Ele se jogou no sofá, tentando achar no fundo de seu ser um motivo para não subir novamente naquele quarto e beijá-la como jamais beijara qualquer outra mulher, uma vontade imensa de provar mais uma vez aqueles doces lábios, aquela pele quente e macia, e aquele desejo queimava Sirius de uma maneira que ele mal conseguia controlar.


 Passou a mão nos cabelos nervosamente, “Mas que merda. Porque você não para de pensar nessa garota?Droga!”


 Ele levantou-se e seguiu o caminho que mal acabara de fazer, voltando em direção ao quarto onde deixara Lia.


Sirius abriu a porta do dormitório lentamente, ao entrar percebeu que ela já havia adormecido, e ao aproximar-se da cama, teve certeza que não deveria ter ido até lá.


A imagem a sua frente o fez arrepiar-se completamente.


  


Ele aproximava cada vez mais o rosto do dela, dessa vez estavam muito próximos, olhando-se estranhamente, era como se tivessem certeza do que os dois sentiam, mas não a tivessem ao mesmo tempo.


Quando Remo ergueu a mão pra tocar o rosto macio da garota, eles ouviram som de passos e mais uma vez, pela segunda vez naquela noite, Patsy afastou-se assustada e Remo também.


Ele corou, ela também. Ele riu sem jeito e Patsy também.


― É melhor você ir se deitar. Você precisa descansar.


Ela sorriu sem jeito, afastando a cadeira pra trás.


Remo levantou-se e foi até a cozinha, voltando em seguida com um comprimido na mão e um copo com água.


― Tome. Pra diminuir a dor.


Ela sorriu, pegando o comprimido e o copo com a água e os tomando em seguida. Ela colocou o copo sobre a mesa e eles se entreolharam por segundos.


Remo enfiou a mão no bolso.


― Vamos então?


Ele indicou a escada com a cabeça e ela riu sem jeito, caminhando lentamente em direção as escadas. Ele seguiu-a e pararam em frente o quarto dela.


Remo sorriu sem jeito.


― Boa noite!


― Boa noite!


Ela sorriu e entrou no quarto. Remo suspirou, sorrindo e indo em direção ao quarto onde estava dormindo.


Queria dormir e continuar a sonhar, porque aquele era sem duvida um dos melhores sonhos dos últimos dias.


  


 Lia dormia de uma maneira totalmente bela e provocante, deitada de barriga para cima de uma maneira sensual, uma mão caia ao lado da cabeça, e o lençol apenas a cobria até a cintura, deixando a mostra uma barriga perfeita e belos seios em um sutiã de renda preta. Sirius passou a mão novamente pelos cabelos, nervoso, sua respiração aumentara sem perceber, e também sem perceber ele sentou-se na beira da cama, contendo-se para não fazer algo pior.


Ela mexeu-se na cama lentamente e mais sensualmente fazendo com que Sirius não pudesse mais resistir, num gesto terno ele acariciou os cabelos dela, e em seguida a face macia, aquele cheiro de rosas o deixava embriagado e era quase impossível resistir a um desejo que lhe invadia furiosamente.


Ele aproximou-se bem devagar dela, e quando seus lábios tocaram aqueles lábios doces, ela despertou. Sirius afastou-se lentamente, a observando, ela o encarou por longos segundos, e quando Sirius iria dizer alguma coisa, alguma explicação, Lia o puxou para si beijando-lhe os lábios ardentemente.


Sirius estranhou a atitude da garota, pensou se talvez ela ainda estivesse bêbada, mas não podia negar, aquilo era bom demais. Ela o beijava com vontade, com desespero, enquanto passava a mão pelas costas do maroto e agarrava-lhe os cabelos de uma maneira que fazia Sirius perder o controle. Ele segurou firme a cintura dela, e a beijou com mais urgência e desejo, suas mãos acariciavam o pescoço, os cabelos e a barriga da loira num desejo incontrolável, ele não podia se segurar. Sabia que não podia ir adiante, porque com certeza ela ainda estava bêbada, mas seu desejo aumentava a cada segundo.


Ele começou a beijar-lhe o pescoço enquanto ela agarrava-lhe os cabelos e arranhava suas costas ardentemente, ele podia sentir o calor emanando daquele corpo macio e cheiroso, e sentia o desejo dela, mas ele precisava se controlar, por mais difícil que fosse.


Ele voltou a beijar-lhe os lábios, tentando se acalmar daquela avalanche de desejos que o impregnava, seu sangue fervia nas veias, sua respiração estava ofegante e a cada arranhão que ela lhe fazia nas costas ele sentia o corpo inteiro se arrepiar. Era uma sensação indescritível, algo fora de controle, isso se tornava cada vez mais impossível de se conter.


Ela começou a beijar-lhe o pescoço e Sirius percebeu que não podia mais se controlar, segurou seu pulso firmemente fazendo-a parar com os arranhões e afastou-se levemente dela, encarando-a firmemente.


Ela estava vermelha e ofegante, Sirius podia ver seus seios perfeitos quase saírem do sutiã e fechou os olhos desesperado. Ela tentou beijar-lhe mais uma vez, mas ele desviou os lábios dos dela, ele tinha que controlá-la e a si também.


-- Lia... Por favor... Você ta bêbada...


-- Eu te quero Sirius... Será que é tão difícil pra você entender que eu te quero...  – ela sussurrou no ouvido dele e ele sentiu mais uma vez todos os pelos do seu corpo se arrepiar.


-- Ai caralho, não fala isso. - Ela começava a beijar-lhe o pescoço provocando-o. -  Você ta bêbada e amanhã eu vou ta fudido...


-- Sirius... Esquece o amanhã... – ela sussurrou-lhe ao pé do ouvido fazendo-o afastá-la de si o mais depressa possível, aquilo já estava ficando incontrolável.


-- Eu sei exatamente o que eu estou fazendo!


Ela insistiu e beijou-lhe os lábios lentamente, provocando-o mais ainda, Sirius tentou resistir, mas isso era impossível, ela o fazia sentir-se fervendo de desejo, o fazia perder totalmente o controle de seus atos.


Ele a beijou ardentemente esquecendo-se que precisava se conter, a beijou ferozmente, ela o enlouquecia completamente, e ele a fazia perder todo e qualquer juízo que pudesse ter.


Ele perdeu completamente a noção do tempo e de qualquer coisa do mundo e fora daquele quarto. A única coisa que importava era o corpo quente e macio de Lia no seu. Ele a beijava intensamente, descendo os beijos pelo pescoço dela e foi descendo os lábios por aquela pele macia, cheirosa e quente, enquanto sentia a mão de Lia nos seus cabelos, puxando-os de maneira que o fazia perder ainda mais o controle que quase não tinha mais.


Quando os lábios de Sirius começaram a descer pelos seios de Lia, algo o fez parar abruptamente.


O som de alguma porta se fechando o despertou e ele afastou-se dela imediatamente levantando-se num pulo e passando a mão pelos cabelos, enquanto ela sentava-se na cama o olhando de maneira tentadora.


Ele estava sem camisa com os cabelos arrepiados e levemente suado, enquanto ela estava quase sem sutiã, com o primeiro botão da calça aberto e os cabelos bagunçados.


Era melhor ele sair dali, era melhor ele ir para o seu quarto, era sem sombra de duvida o que ele deveria fazer, se ficasse ali com ela mais um minuto ia acabar fazendo o que seu corpo implorava loucamente, mas que ele sabia que não podia.


Ele colocou a camisa observando-a. Ela ainda parecia levemente tonta e ele riu por dentro. Deus, como ela era linda!


Sirius respirou fundo, empurrando-a delicadamente de volta pra cama, dando um selinho suave nos lábios vermelhos da garota, desejando-lhe boa noite e seguiu direto pro seu quarto, onde, assim que entrou, rumou direto para sua cama, onde desabou sem nem mesmo trocar de roupa.


  


 


*N/A:
Cap de aniversario, um mês de Fic no ar *-*
e mais de 100 visitantessss *――――*
brigada gente, fico muito feliz de ver minha fic evoluindo e espero estar agradando a todos com ela
E os visitantes que passam por aqui, se gostarem da Fic, comentem *-*
façam uma escritora feliz, isso ajuda e muito a continuar a fic cada vez melhor.
Bom não vai dar pra responder os recados hje pq o cap já esta enorme, então deixo para um próximo, ok?!
Mas desde já agradeço aos coments.


 A musica da balada é  “Calinorfia Gurls” Kate Perry.
É isso ai.
Comentem e me digam o que acharam do cap, ou o que estão achando da fic
o comentário de vocês é essencial pra eu saber se estão gostando ou não


Comentem!
Beijos
Lanah Black

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Comentários (1)

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