Capítulo 1



Em toda minha vida nunca quis me apaixonar. Ainda mais se fosse por uma garota certinha e cheia de regras. Mas como dizem por aí que querer não é poder, aqui estou completamente apaixonado por Rose Weasley, e vou te contar, essa era a última coisa que eu queria para mim.




 


Para que você entenda a dúvida que me aflige no auge dos meus 19 anos, precisamos voltar dois anos no tempo, mais precisamente no meu sétimo ano da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Naquela época eu era o que você pode chamar de aluno popular. Tinha todo o colégio aos meus pés e era só estalar o dedo para ter qualquer garota. De fato, eu era um cara bem feliz, ou pelo menos tão feliz quanto uma pessoa no seu ano de formatura pode ser.


Nunca fui do tipo de cara que se gaba por ter pais ricos e ser o melhor jogador de quadribol da escola... Na verdade, para alguém tão popular eu poderia ser considerado até modesto, e isso definitivamente é uma raridade.


Enfim, não me pergunte como isso aconteceu, pois nem eu sei. O fato foi que passei seis anos em Hogwarts ignorando completamente a presença da Sabe Tudo Weasley, só para não ter problemas. Quero dizer, depois de todo o trabalho que deu para que as famílias Potter, Weasley e Malfoy estabelecessem uma espécie de tratado de paz, eu não queria ser o infeliz a quebrá-lo. Imagina que lindo seria se eu infernizasse a vida da Rose e ela fosse reclamar com seu papaizinho querido... O Sr. Weasley iria até o meu papai adorado e ele viria até mim, e bom... Eu acho que vocês sabem que o Sr. Draco Malfoy, meu amável pai, pode ser bem assustador quando quer.


O caso é que passei seis longos anos fingindo que a Rose não existia e justamente no último ano, no ano em que todos nós estávamos tensos não só com a formatura, mas também com a droga dos NIEMs, a garota decide sair do casulo e se mostrar a menina mais sexy da escola. Não que ela tivesse consciência disso, porque definitivamente aquela garota não fazia ideia do poder que tinha sobre os homens do colégio, mas sabe quando tudo, absolutamente tudo, decide chamar atenção na pessoa? Pois é, era isso que acontecia com a menina Weasley.


Agora provavelmente você deve pensar que depois de ter visto que a garota mais sem graça da Escola tinha muita graça, caí em cima dela, certo? Pois é, sinto decepcionar, mas a coisa não funcionou assim. Para falar a verdade, passei grande parte do ano lutando contra a vontade de levá-la para um corredor deserto e agarrá-la ali mesmo. Juro para você que quando minha mente começava a tomar um rumo perigoso, eu me controlava e tentava ficar com outra garota qualquer para esquecer a Rose.


Céus, aquilo tudo era tão ridículo. Eu podia contar nos dedos as vezes que havia parado para conversar com a Rose – e na época garanto que não foram muitas – e estava lá, completamente abobado por ela, como se fosse a mulher da minha vida ou coisa assim. Eu precisava tomar alguma atitude drástica ou não resistiria ao impulso de beijá-la na aula de Poções ou de DCAT.


É claro que orgulhoso como todo bom Sonserino deve ser, eu neguei tudo que estava sentindo por ela, ainda que estivesse na cara que era uma tremenda mentira. Quero dizer, meu melhor amigo, Vincent, vivia jogando na minha cara que eu estava apaixonado pela Weasley, e costumava ir mais longe dizendo que eu deveria ir até ela e dizer o que sentia. Ahhh, tenha piedade! Veja lá se eu, Scorpius Malfoy, iria até Rose Weasley para me declarar. Meus princípios – embora hoje eu desconfie que não tivesse nenhum naquela época – eram imutáveis.


Jamais um Malfoy se declararia para uma Weasley (ainda que ela, sem perceber, me provocasse demais).


Permaneci firme em minha negação sobre gostar da Rose até as malditas festas de fim de ano.


Como era de costume, voltei para a minha casa com o objetivo de ir a mais uma daquelas festas exageradas com os amigos estranhos dos meus pais, mas é claro que sou azarado e os planos naquele ano mudaram. Surpreendi-me quando no dia 24 de dezembro minha mãe abriu um largo sorriso para mim ao anunciar que iríamos até a casa dos Potter passar o natal com eles. Juro para vocês que quis vomitar meu café da manhã, mas ao invés disso eu disse simplesmente:


- Que ótimo, mãe! Tenho certeza que iremos nos divertir bastante.


Eram em momentos críticos como esse que eu costumava parar para me perguntar por que diabos eu não fazia o estilo de filho rebelde sem causa.


Como eu não podia fugir, me matar ou simplesmente negar o desejo da minha mãe, tive que me arrumar e ir obrigado aquela festa que, obviamente, contaria com a presença da Weasley.


Depois de apertos de mão, abraços, sorrisos e respostas como “Não, eu não estou namorando!” ou “Sim, eu pretendo entrar para a Academia de Aurores”, consegui fugir da multidão e me encostar em um canto qualquer daquela casa para beber meu copo de Uísque de Fogo e rezar (com muita fé, irmãos) para que a Rose não aparecesse na minha frente com um vestido decotado ou coisa assim.


Ela não estava usando um vestido decotado.


Quando ergui os olhos do meu copo, vi Rose, com seus longos cabelos castanhos, presos em uma trança frouxa, e um vestido curto e dourado, que deixava a mostra apenas um de seus ombros. Céus, aquilo era tentação demais para mim. Não era como se eu pudesse simplesmente desviar os olhos daquele par de pernas e começar a racionar direito. Aquela menina havia se tornado sexy demais naquele ano apenas para me destruir, só pode.


Respirei fundo quando ela veio em minha direção. “Concentre-se em não colocar suas mãos abaixo da cintura dela, Scorpius” foi o que pensei quando Rose sorriu para mim e me abraçou.


- Feliz Natal, Malfoy! – ela disse ainda abraçada. Seu perfume floral dominou meus sentidos de uma forma que eu realmente não sei explicar.


- Feliz Natal, Weasley! – consegui dizer quando ela se afastou e me encarou. Quis me amaldiçoar por ter ficado perdido naqueles olhos azuis vivos dela.


- Vou cumprimentar os outros convidados. – ela anunciou com um sorriso simpático. Provavelmente pensou que eu era um retardado por olhá-la daquela forma – Depois nos falamos!


- Ok, vai lá! – consegui colocar essa frase idiota para fora depois de muito sacrifício. Eu estava começando a agir feito um idiota perto da Rose, e isso era preocupante.


Agradeci a Merlin quando avistei meu amigo de todos os momentos (o peste do Vincent) no meio dos convidados.


- FELIZ NATAL, SCORZINHO! – eu já disse que ele é maluco? Pois bem, meu amigo é um completo alucinado – Já ganhou seus presentinhos?


- Feliz natal, Vincent! – cumprimentei, revirando os olhos – E sim, já ganhei meus presentes, e antes que você pergunte, meu pai não se vestiu de Papai Noel, certo?


- É claro que não! O tio Draco é um cara forte, com personalidade... No mínimo é de se esperar que ele se vista de Papai Voldemort para te presentear, e ainda te dar uma lição de moral sobre como não devemos confiar em um cara maluco, megalomaníaco, com desejo de dominar o mundo e com cara de cobra.


Não me contive, é claro, e fui obrigado a rir da piada infame do meu amigo. Diferente de mim, Vincent sempre teve muito talento para zombar de tudo, inclusive das tragédias.


- Uau, garota gostosa da Grifinória à sua direita. – Vincent comentou e por puro reflexo virei minha cabeça, para encontrar Rose Weasley parada, conversando com um carinha que eu não tinha noção de quem se tratava – Já contou a Weasley que ultimamente você anda suspirando pelos cantos por causa dela?


- Em primeiro lugar, eu não ando suspirando, e...


- É claro que não, me desculpe, você anda babando por ela... Literalmente! – Vincent me interrompeu descaradamente. – Scorzinho, meu querido amigo, hoje é Véspera de Natal.


- Minha nossa você descobriu isso sozinho ou precisou de alguma ajuda extra?


Vincent riu e revirou os olhos. Ele não ligava mesmo para o meu sarcasmo.


- Na verdade toda essa decoração natalina ajudou para que eu concluísse isso. – ele zombou – Mas como eu dizia, hoje é Véspera de Natal, e como dizem por aí, nessa data todas as pessoas são dominadas por um espírito de bondade e acabam perdoando todos os erros.


Encarei Vincent com a sobrancelha erguida. Ele não podia estar mesmo sugerindo o que eu estava pensando.


- Você não está querendo dizer que...


- Vá até ela, beije-a, mate esse desejo louco que te consome e depois peça perdão. É tudo bem simples e indolor, meu caro, você só precisa fazer aquela cara de hipogrifo na chuva quando se afastar dela, dizer que não sabia onde estava com a cabeça e implorar que ela te desculpe por isso... A Rose tem bom coração, tenho certeza que te perdoará.


Quis xingá-lo por aquela ideia, mas bem naquele instante nos chamaram para o jantar e fui obrigado a seguir com aquela turma toda para a Sala Principal, onde o banquete estava servido.


Comi em silêncio, embora minha mente trabalhasse tão rápido que eu poderia jurar que alguém escutaria meus pensamentos insanos.


Quando estavam todos espalhados pela casa novamente, decidi que era hora de esfriar a minha cabeça e lá fui eu para o jardim dos Potter, refletir um pouco.


Estava nevando e então decidi que pelo bem da minha saúde deveria me refugiar no jardim de inverno.


Nem preciso dizer que essa foi a pior ideia que já tive na vida, não é? Quando pisei naquele maldito lugar, dei de cara com Rose, observando com atenção uma planta. Por Merlin, faltavam apenas alguns minutos para meia noite e ela deveria estar dentro da casa, esperando pelos fogos e para mais uma rodada de abraços felizes por finalmente ser Natal.


Com um suspiro, dei a volta, tentando não chamar a atenção, mas é claro que ela viu isso e me fez parar quando disse meu nome.


- Malfoy, aonde vai?


 - Para um lugar vazio, eu acho. – respondi com sinceridade – Eu não sabia que estava aqui, e bom... O que você ‘tá fazendo aqui sozinha? Não deveria estar confraternizando ou algo parecido?


Rose sorriu, balançou a cabeça em um sinal negativo e voltou a encarar a planta a sua frente.


- Eu vou para lá já, já. – ela disse – E você não precisa ir embora se não quiser.


Quando eu digo a você que a Rose não tinha a menor noção do efeito que causava nos homens, não ‘tô brincando. A menina era incrivelmente gata e ao mesmo tempo tão inocente, que me fazia desejá-la ainda mais. Confesso que estava ficando maluco com a ideia de ficar perto dela por mais tempo do que deveria, mas naquele momento minha mente pifou, e eu fui obrigado a caminhar até ela e parar bem ao seu lado.


- Por que você tanto olha para essa planta? – perguntei incapaz de conter a curiosidade.


- Apenas observe! – foi sua única resposta.


Como eu não tinha a menor vontade de sair de perto dela, fiz o que me foi ordenado e fiquei observando aquela maldita planta com toda atenção – ou quase toda.


E foi aí que percebi, que quando o relógio marcou meia noite, aquela plantinha insignificante desabrochou e, por pura mágica, se tornou uma belíssima rosa azul. Exatamente como os olhos dela são.


Rose ergueu os olhos para me encarar. Ela sorria e seus olhos irritantemente azuis brilharam com toda a inocência e admiração.


- Não é a coisa mais linda que você já viu? – ela me perguntou, inocente.


- Não – respondi sem pensar – Você é a coisa mais linda que eu já vi.


E aí você já pode imaginar a merda que eu fiz. Pois é, eu beijei a Rose. Não foi nada planejado, simplesmente aproximei meu rosto ao dela, rocei meus lábios nos seus e dei início a um beijo lento e provocante.


Minhas mãos foram parar na cintura dela por puro instinto e precisei me controlar bastante para não prensá-la contra a parede de vidro daquele jardim e aprofundar ainda mais aquele beijo. “Pare de atacar a menina assim Scorpius, apenas se afaste!”


Minha mente começou a dar milhares de alertas que se não parasse de uma vez, logo eu não teria forças para me afastar e poderia fazer uma besteira. Foi com muito, muito, e sim eu disse, MUITO sacrifício que consegui diminuir o ritmo daquele beijo e logo me afastei, deixando apenas nossas testas coladas.


Juro para você que pensei que Rose Weasley iria gritar, me bater, me xingar e sair correndo dali para contar ao seu pai incrivelmente ciumento o que eu havia feito, mas ao invés disso, ela me surpreendeu dizendo:


- Feliz Natal de novo, Malfoy!


E então depois disso todas as minhas resistências caíram e fui obrigado a admitir que estava completamente apaixonado por aquela garota.


Não preciso dizer que a partir daquele dia passei a amaldiçoar o Natal com todas as forças, né? Quero dizer, você no meu lugar faria o mesmo. Eu era cafajeste demais, errado demais... Não podia desejar a menina mais certinha e puritana da escola.


Mas eu desejava... E me odiava por isso.


Que droga, com tanta garota em Hogwarts, eu não precisava mesmo ter me apaixonado por Rose Weasley. Essa era a última coisa que eu queria no mundo!


Não voltei a procurá-la, é claro. Já era constrangedor demais ser obrigado a fazer alguns trabalhos ao seu lado, imagina se eu tentasse alguma aproximação mais provocante. A menina ia pirar e eu sabia que não iria conseguir me controlar, então para o bem dela, me mantive indiferente e tentei agir como se aquele beijo nunca tivesse acontecido.


A distância entre nós só foi aumentando, até que finalmente veio a formatura, época em que pensei que meu sentimento por ela iria morrer, e que quando atravessasse os portões de Hogwarts estaria livre para seguir em frente.


É claro que, como sempre, eu estava enganado.


 




 


 


 


 


 


~~


 


 


 


N/A: E aí, minha gente!


Bom, tá aí mais uma fic Rose/Scorpius, porque vai saber lá Merlin o motivo pelo qual não resisto a esse casal HAUAHAUHAU


Ela é dividida em 3 capítulos. Esse foi o primeiro (uau, ninguém tinha notado, não é? kkkkkkk) e os outros dois eu posto conforme for a reação de vocês.


Espero que tenham gostado.


Comentem, certo?


XoXo,


 


Mily.

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Comentários (4)

  • Mariana Berlese Rodrigues

    SIMPLISMENTE P-E-R-F-E-I-T-O ESSE CAP. A-M-E-I *.* #MORRI  A-M-E-I <3 <3 <3  MUITOOOOOOOOOO LINDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA *.* CHOREI AQUI :)MALFOY's NA CASA DOS POTTER's E WEASLEY's?? kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk'A-M-E-I 

    2013-01-31
  • eric f silva

    muito bom *-* amor e uma coisa que nao podemos ter medo, eu amo uma menina  e ja disse a ela mas tomei um fora mas quando vejo ela eu fico igual o Scorpius , sinto o mesmo que ele sente pela Rose  

    2012-01-15
  • Lana Silva

    Ahhhhh capitulo perfeiiito *-------------------* 

    2011-12-18
  • Babs Malfoy

    Nossa,que lindo *-* adorei

    2011-10-12
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