Hogwarts Me chama de Sra Potte

Hogwarts Me chama de Sra Potte



Depois da minha cena quando descobrir que vou ter o papel principal na peça, ou seja, sair correndo e ir vomitar, as coisas correram tranquilamente, na medida do possível é claro.


 


Descobrimos que a Dora vai fazer um figurante e vai ajudar no cenário, junto com o Remus.


 


A Alice realmente pegou um papel na peça, mas para a alegria dela, ela vai ser a psicóloga, então são poucas falas na primeira e na última cena, e principalmente nada de beijos.


 


O Potter não estava tão mal quanto eu com toda essa história de personagem principal, mas não posso dizer que ele estava feliz com tudo isso, pelo menos não estava feliz até o Sirius chegar:


 


- Seu cachorro pulguento! – eu gritei irritada.


- Como você pode fazer isso com a gente? – perguntou o Potter irritado quase pulando em cima do Sirius.


- Vocês não têm provas que fui eu. – comentou o Sirius.


- Eu faço você confessar se for esse o problema. – ameacei.


- Essa ruiva é brava hein Pontas. Vai ter que ter cuidado quando forem ensaiar as cenas mais quentes. Já pensou se ela resolve morder a sua língua? – perguntou o Sirius ainda sorrindo.


- Ai meu Merlin! – gritei apavorada.


 


O Sirius tinha razão! Têm cenas de beijo na peça. Eu vou ter que beijar o Potter!


 


- Pode contar cachorro. Quem te ajudou? – perguntou o Potter enquanto eu fingia desmaiar do lado.


- E por que eu precisaria de ajuda? Eu sou de mais! O grande Sirius Black não pede ajuda! – ele disse com aquele sorriso irritante número 1 “Eu sou o maioral”.


- Isso foi uma confissão? – perguntei.


- Isso foi uma hipótese. – respondeu ele.


- Vou ficar com a confissão. – comentei.


- Então vocês serão um casal finalmente? – perguntou a Dora empolgada vindo nos abraçar.


- Nem me fale. – comentei chateada.


- Veja o lado bom Lily. Pelo menos vocês são amigos. – comentou o Remus.


 


Dei de ombros. Acho que não é tanta vantagem assim.


 


O Potter logo me abraçou pelos ombros e saiu me puxando para o outro canto da sala.


 


- Já querem ficar sozinhos? Onde vai ser a lua de mel? – perguntou o Sirius enquanto nos afastávamos.


 


Resolvi não responder, ou diria uma coisa muito feia.


 


- Vai ser na sua casa. – respondeu o Potter rindo enquanto me empurrava para uma cadeira.


 


Isso mesmo. Ele não é delicado como todas as meninas desse castelo pensam. Ele me empurrou violentamente, devo acrescentar, na cadeira. E se sentou na cadeira de trás.


 


É claro que eu fingi que não estava falando com ele.


 


- Temos duas opções. – ele me disse bem próximo ao meu ouvido.


 


Sabe... Acho que foi proposital ele sentar atrás. Consigo sentir sua respiração quente no meu pescoço, assim como seu hálito fresco.


 


- Opções para que? – perguntei sem entender onde o infeliz queria chegar com aquilo.


- Para acabar com tudo isso. O que mais? – ele perguntou rindo. E mesmo não olhando posso jurar que ele passou a mão no cabelo.


- E como pretende fazer isso Einstein? – perguntei debochadamente.


 


É claro que é impossível desfazer isso! Se tivesse um jeito eu mesma já teria feito alguma coisa.


 


- Vocês esta falando com um profissional. – ele comentou rindo. – Na verdade temos alguns minutos para apagar a memória de todo mundo aqui da sala, ou arrumar um vira tempo e esconder nossas varinhas. Bem simples! – comentou ele despreocupado.


- Se acha tão simples por que ainda esta aqui? – perguntei me virando para encará-lo.


- Ora ruivinha... Eu preciso de um incentivo! – ele respondeu presunçoso.


- Pode tirando o hipogrifo da chuva Potter. – eu disse voltando a olhar para frente onde todos ainda cercavam o Sirius e a Lene á procura de informações.


- Não é isso sua mente poluída. A menos que você queria. – ele comentou malicioso. – Na verdade só não fui ainda, por que vai ser fácil para mim lidar com isso, é só fingir que estou gostando e pronto. É com você que o castelo inteiro vai fazer piadinhas e perturbar nos corredores. Não vou me arriscar à toa, a menos que você queira.


- Discurso encantador Potter, mas não acho possível você sair inteiro dessa sala se resolver apagar a memória de todo mundo.


- Não sem ajuda. – ele comentou sorrindo sugestivamente.


- Não vou fazer isso. Já acabou a minha cota de memórias com o Sirius. Sem contar que se nos pegarem seremos expulsos. – comentei.


- Nunca nos pegaram ruiva. – ele respondeu sorrindo.


- Prefiro não arriscar. – comentei desanimada.


- Eu falei sério quando disse que você que iria ter a escola inteira nas costas Lily. – ele disse estranho, como se estivesse preocupado.


 


Incrível como eu viajo quando estou na beira de um ataque de nervos. O Potter nunca ficaria preocupado com a minha sanidade só por que metade da escola vai falar que eu sou fácil e a outra metade que eu me “entreguei” ao Potter.


 


- Ficarei bem. – respondi tentando dar um pequeno sorriso, que acho que não passou de uma tentativa falha.


- Você tem poucos segundos para mudar de ideia. – ele comentou indicando a porta com a cabeça.


 


Vi que todos já estavam se preparando para sair, alias, a Lene já estava terminando seu discurso novo.


 


-... E amanhã todos terão que vir para a aula. Assim começaremos a tirar as medidas para as roupas e ensaiar a primeira cena.


- Você tem sempre a alternativa de fingir que gostou, assim como eu vou fazer. – comentou ele se levantando.


- Nunca! – respondi emburrada.


 


Ele pareceu derrotado e chateado com alguma coisa, mas eu sinceramente não estava com cabeça para ver o que ele tinha. Alias, eu já poderia imaginar a grifinoria inteira no salão comunal esperando para saber as novidades.


 


Acho que fiquei chocada quando abriram a porta de sala e eu não consegui enxergar o corredor de tanta gente que tinha ali.


 


Todos ficaram aglomerados na porta não deixando ninguém sair da sala, eu ouvi várias perguntas e frases soltas no meio da confusão. Só levantei da minha cadeira quando o Sirius me puxou pelo braço.


 


- Vamos fazer as honras Lily. – ele me disse me abraçando pelos ombros.


 


Não foi surpresa quando vi que o Potter estava sendo arrastado para a porta pelo Sirius também.


 


- ...Sr e Sra Potter. – escutei a Lene respondendo orgulhosa.


 


Por que ela esta orgulhosa? Eu vou que vou sofrer nessa história toda.


 


- É verdade Tiago? – escutei uma menina perguntando. Acho que ela não deveria nem ter idade para flertar com ele.


- Isso mesmo. Vocês estão diante do personagem principal da peça da grifinória.


- Mas você queria esse papel? – escutei mais alguém perguntando.


- Claro que sim. Eu sou perfeito para esse papel, sou bonito, inteligente, charmoso e todo mundo me ama! – escutei ele e seu ego falando.


 


Alias, acho que o ego estava praticamente gritando.


 


- E quem vai fazer par com você? – escutei alguém perguntando.


- Estão diante da Sra Potter. – respondeu o Sirius me empurrando para frente.


 


Acho que preciso riscar o Sirius da minha lista de amigos!


 


Diferente de quando o Potter disse que pegou o papel principal, eu não escutei palmas e muito menos elogios, acho que os grilos na floresta proibida estavam mais altos que o corredor.


 


Vi várias bocas se abrindo e olhos ficando arregalados.


 


É... Acho que causo essa impressão.


 


- Mas você odeia falar em público. – comentou uma amiga do Frank.


- Pois é! – comentei desanimada.


 


O silêncio constrangedor não demorou muito. Logo todos estavam fazendo perguntas e estavam animados de novo. Acho que foi mais o susto. Quem algum dia iria dizer que Lily Evans iria fazer par romântico com o Potter? Eu nunca diria isso e diria da cara de quem falasse uma loucura dessas.


 


Sai de lá o mais rápido que consegui, e claro que com a Lene logo atrás.


 


Assim que cheguei ao meu quarto e consegui respirar a Lene chegou e se sentou na cama dela:


 


- Você vai facilitar as coisas não vai? Nossa nota depende disso. – ela comentou.


- Não quero realmente falar disso Lene. – comentei desanimada.


- Sei que não vai gostar de ouvir Lily, mas vai ser bom para vocês dois. Quem sabe assim você não conhece o verdadeiro Tiago?


- Eu já conheço o verdadeiro Tiago. Você sabe que somos amigos agora. – comentei desanimada.


- Sei... Mas isso não muda os fatos que você não conhece realmente o Tiago.


- Como o que, por exemplo? Sério! Por que todo mundo diz que tenho que conhecê-lo direito? Eu pensei que ele não gostasse tanto de atenção. Que só fizesse aquilo para conseguir a minha atenção. Pelo menos foi o que você e o Sirius me disseram e o que pareceu, já que ele sempre tenta ficar um pouco atrás quando se trata dos marotos.


- Eles são marotos Lily. Gostam de atenção. Só você não gosta. Mas o Tiago não gosta tanto como o Sirius.


- O Sirius não é um padrão. – comentei.


- Vou ter que concordar... O Sirius não tem os miolos no lugar. Mas relaxe. Leia a peça que você vai gostar. Você adora esse filme. Um final feliz não vai fazer mal. – ela comentou piscando para mim.


- Sei... – comentei desconfiada.


 


A Lene esta sendo muito boazinha com essa história de peça. Nem me ameaçou com um feitiço maluco ainda. Suspeito!


 


- Você esta sendo tão boazinha assim por que aprontou alguma coisa. – eu disse desconfiada.


- Eu aqui tentando ter uma conversa séria com você e você desconfiada de mim. – comentou o Lene fazendo drama.


- Eu te conheço Lene. Você não estaria tão calma sabendo que eu vou ter que fazer um papel romântico com o Potter e você que teria que me convencer que é uma coisa boa. – comentei.


- Eu já tenho alguns problemas maiores. Pior do que fazer você tratar o Tiago bem a ponto de fazer um par romântico com ele, é te convencer que você não vai morrer falando na frente de todo mundo em cima de um palco.


- Foi você que ajudou o Sirius, não foi? – perguntei.


- Na verdade passou bem longe. O Sirius pediu sim a minha ajuda, mas eu não ajudei. – ela respondeu.


- Como não? Você é apaixonada pelo Sirius. Faz de tudo para agradá-lo.


- Acho que você esta me confundindo com a Alice. – ela respondeu rindo. – Eu faço de tudo para irritar o Sirius. É bem mais divertido.


- O Sirius esta se saindo um péssimo amigo. – comentei chateada.


- Ele pode até parecer um péssimo amigo Lily, mas você sabe lá no fundo que ele esta tentando ajudar. E infelizmente o jeito dele é meio extravagante.


- Meio? – perguntei rindo.


- Ok! Ele exagerou! Mas ele nem sabe que você tem medo de falar em público. – comentou a Lene defendendo o Sirius.


- Espero que ninguém saiba. – comentei pensativa.


- Logo eles vão descobrir. Vai ser impossível você esconder do Sirius e do Tiago por muito mais tempo. Amanhã começam os ensaios, e o Tiago esta com quase todas as cenas com você, e o Sirius, ele irá estar presente em todos os ensaios. – comentou a Lene pensativa. – Não seria melhor você contar para eles?


- Contar? Nem pensar! Não quero ninguém com pena de mim por causa disso. – comentei irritada.


- Pena? E porque teriam pena de você? Aposto que eles iriam tentar ajudar.


- Já tive muita ajuda do Sirius ultimamente. – comentei chateada.


- Sirius só esta sendo um bom amigo. – comentou a Lene.


- Se vingando de mim? Não acho que ele é um bom amigo assim! – comentei chateada.


- Você sabe, assim como o Tiago também sabe, que o Sirius esta tentando ajudar vocês dois a se entenderem, e bom, não pode ser o melhor jeito, mas é o jeito que o Sirius achou. – comentou a Lene.


- Ok! Vou tentar manter a calma e não brigar com o Sirius por causa disso, mas ele tem que ir com calma nessa história toda, ou melhor, desistir. Ele sabe que o Potter e eu não nos entendemos. E nada vai mudar isso.


- Parece que só você acredita nisso. – ela disse rindo antes de se levantar e ir para o banheiro.


 


Não sei onde ela viu graça!


 


Aproveitei para sair do quarto e tentar relaxar um pouco. Esse negócio de ser estrela não é muito vantajoso, afinal, todo mundo fica me parando no corredor para saber sobre a peça.


 


- Esta melhor Lily? – me perguntou o Remus quando me sentei do lado dele no salão comunal.


- Na verdade não, mas fazer o que! – comentei desanimada.


- Esquece o pessoal. Vai ser legal apresentar uma peça. – ele comentou sorrindo.


- Você realmente acha legal estar em cima de um palco, na frente do castelo inteiro e encenar alguma coisa? – eu perguntei incrédula.


- Não parece ser tão ruim assim. – ele comentou na defensiva.


- Tirando o fato que vou fazer par romântico com o seu amigo. – comentei fazendo uma careta.


- O Pontas é legal. – comentou o Remus sorrindo.


- Legal ele pode ser, mas você não iria gostar de beijar ele. – comentei.


- Me recuso a responder. – ele comentou rindo.


- Sabia que você não iria gostar da ideia. – brinquei.


- Que ideia? – perguntou o Pedro se juntando a nós.


- Dei a ideia do seu amigo fazer par romântico com o Potter no meu lugar, mas ele não gostou muito. – comentei rindo.


- Eca! – foi o que o Pedro respondeu com uma careta.


- E os outros? – perguntou o Remus.


- Brigando no quarto. – comentou o Pedro dando de ombros.


- De novo? – perguntou o Remus levantando as sobrancelhas.


- O que fazer? Eles se amam! – brincou o Pedro.


- Oi gente. – disse a Dora se juntando a nós.


- Onde você estava depois da reunião que eu não te vi? – perguntei.


- Estava dando autógrafos. – ela brincou. – Estava conversando com a Alice e com o Frank. Sabe como é... O Frank ficou super feliz da Alice ter pegado um papel legal e que não tome muito o tempo dela com ele.


- Nessas horas que é bom ter um namorado. – comentei rindo.


- Ou melhor, não ter um namorado. O Frank é muito ciumento, apesar de ser um amor de bruxo. – comentou a Dora pensativa.


- Na verdade é Frank é legal, honesto e ama muito a Alice. Não é isso que importa? – perguntou o Remus.


- Claro que é isso que importa. Mesmo se ele fosse um monstro, um vampiro ou sei lá o que, e os dois se amassem eles ainda seriam lindos e felizes juntos. – ela comentou olhando diretamente para ele.


 


Tenho a impressão que isso foi uma indireta bem direta.


 


- Não necessariamente. – comentou o Pedro pensativo. – Se o Frank fosse um vampiro a Alice não iria ficar velha para ele algum dia? Eu não iria gostar de namorar uma tia de sessenta anos. – comentou ele pensativo.


- Só você para pensar nisso Pedro! – brigou a Dora enquanto o Remus e eu segurávamos a risada.


- Olha quem chegou para fazer a alegria da festa. – escutei a voz do Sirius animada.


 


Me virei para ver quando ele se sentou no braço do meu sofá.


 


- Qual a piada? – ele perguntou quando viu o Remus rindo.


 


Mas eu na verdade não consegui prestar atenção no Sirius. O Potter se sentou no chão de frente para mim, praticamente do lado do Pedro, e por incrível que pareça ele estava de óculos de sol.


 


Como alguém pode usar óculos de sol se já usa óculos normais? Sem contar que esta de noite! Já passa da hora de jantar, e ainda por cima estamos em um ambiente escuro.


 


Certo... Não posso negar que ele ficou incrivelmente... Bonito assim.


 


- Falando em vampiros... – comentou a Dora.


- Por que os óculos? – perguntei.


 


Não sei o motivo, mas o Sirius começou a rir feito um maluco. Tudo bem que ele é maluco, mas ele estava parecendo alguém que fugiu do hospício.


 


- Tive alguns problemas no quarto. – respondeu o Potter evasivo.


- Isso aí é para você aprender que eu que mando aqui. – comentou o Sirius ainda rindo.


- Afinal, por que vocês estavam brigando de novo? – perguntei extremamente curiosa.


 


Sei que isso não é da minha conta e tudo mais, mas fazer o que? Sou curiosa!


 


- O Pontas acha que essa peça pode acabar com a vida social de vocês dois. Principalmente com a sua. Então resolveu me acusar injustamente e sem provas. – comentou o Sirius com muita ênfase a parte de “injustamente e sem provas”.


- Não é injustamente. – comentei com um bico.


- Mas ainda é sem provas. – comentou a Dora.


- De que lado você esta? – perguntei para ela.


- Do lado que quero ir ao casamento de vocês um dia. – ela comentou sorrindo.


- Mas você vai. Eles vão se casar em uma das primeiras cenas da peça, bom, pelo menos, vão dar a entender que casaram. – comentou a Lene se juntando ao grupo.


- Daqui a alguns dias a Lily vai estar casada com o nosso amigo Pontas. – comentou o Pedro.


- Acho que os dois já estão tecnicamente casados, já que na peça eles já estão juntos há uns cinco anos. – comentou o Remus.


- O único que não precisava ler o roteiro já leu e aposto que decorou algumas falas. – comentou a Lene orgulhosa.


- Por isso temos ele no grupo. Precisamos de um nerd de exemplo. – comentou o Potter.


- Pensei que a Lily como nerd já dava exemplo o suficiente. – comentou o Sirius bagunçando meu cabelo.


- Ei! – eu reclamei.


- Certo... Parem de enrolar o assunto e expliquem os óculos. – pediu a Dora.


- Eu já disse. Ele me desafiou e eu lhe dei um belo soco na cara, só para ficar esperto. – comentou o Sirius com seu sorriso “Eu sou de mais!”


- Se você realmente tivesse batido no Pontas você também estaria com um olho roxo Almofadinhas. – comentou o Remus.


- Eu brigo melhor que esse magricelo. – comentou o Sirius apontando o Potter.


 


Não acho que ele seja magricelo, alias, ele é bem musculoso.


 


- Se isso é magricelo... – comentou o Pedro.


- Quer tirar logo os óculos e acabar com o mistério e com a palhaçada do Sirius? – perguntei já me irritando com toda aquela besteira.


 


Tudo bem que ele fica sexy de óculos, mas tem que haver um motivo para ele estar de óculos de sol no salão comunal.


 


- Você esta enxergando sem seus óculos normais? – perguntou a Dora.


- Estou bem cego para falar a verdade. – comentou o Potter rindo.


- Mesmo estando sem enxergar direito prefere ficar com esses óculos? – perguntei inconformada.


- Vamos dizer que sofri um acidente e meu olho foi o mais atingido. – ele comentou.


- Quer tirar esses óculos antes que eu tenha que ir aí tirar? – perguntei irritada com tanta embolação e mistério.


- Eu iria adorar que você tirasse. – ele disse sorrindo.


 


Virei os olhos e ele sorriu ainda mais. Odeio não poder ver os olhos das pessoas!


 


Foi quando o Potter finalmente tirou aqueles óculos, horríveis, certo... Sexy, mas enfim, ele estava péssimo!


 


Não estou brincando, até mesmo quando ele cai da vassoura ele ficava melhor.


 


- Pode fechar a boca meninas. Eu sou forte mesmo. – comentou o Sirius.


- O que foi que aconteceu? – perguntou o Remus.


- Você nunca ficou com o rosto assim nem caindo da vassoura. – comentei.


- É que ele protegia o rosto quando caia. – comentou a Dora.


 


Todos olharam para ela sem entender.


 


- Eu faria isso. – ela comentou dando de ombros.


- Eu faço isso. Melhor machucar a mão e o braço e ficar uma semana sem escrever e deve de casa do que machucar meu lindo rosto. – comentou o Potter, e reparei que ele já estava com os óculos de novo.


- Conta logo o que aconteceu! – pedi.


- Espero que você passe alguma coisa no rosto. Não podemos ter um John com um olho roxo. – comentou a Lene.


- Já passei uma poção. Amanhã já deve estar melhor. – ele comentou dando de ombros.


- O que aconteceu? – perguntei mais uma vez.


 


Eles estão brincando de ignorar a Lily?


 


- Ela esta preocupada com o marido. - brincou a Dora.


- Ela esta irritada por que não foi ela que bateu nele. – comentou o Pedro rindo.


- Eu já disse que arrebentei a cara desse esnobe. – comentou o Sirius.


- O Potter esnobe? Sirius meu querido, ele pode ser muita coisa, mas esnobe ele não é. – comentei.


- Que lindo ela defendendo o amado. Tínhamos que ter filmado esse momento mágico. – comentou a voz da Alice.


 


Quando foi que a Alice chegou?


 


- Menos Alice. Quase nada. Só estou curiosa. – comentei. – Então? O que aconteceu? – perguntei mais uma vez.


- Esta ficando surda ruiva? Eu já disse que bati nele. – comentou o Sirius.


- E eu sou o bozó! – comentei revirando os olhos.


- Quem? – perguntou o Sirius em coro com a Lene e com o Potter.


- Deixa para lá. – respondi irritada com a falta de cultura sobre os trouxas.


- Então... Foi bem estranho meu acidente. – começou o Potter.


- Acidente? – perguntou o Remus.


- Eu resolvi dormir um pouco depois da reunião, estava muito cansado. – comentou o Potter.


- Eu queria tirar um cochilo de tarde também. – comentou o Pedro sonhador.


- O problema de dormir de tarde é o Sirius. Ele sempre inventa de fazer barulho quando tem alguém dormindo.


- Eu não invento. Eu só precisava achar algumas coisas no meu malão. – comentou o Sirius inocente.


- Que seja! – Comentou o Potter – Eu acordei assustado quando ele bateu a porta do guarda roupas, e como eu não sou nem um pouco quieto enquanto durmo, acabei me enrolando ainda mais no cobertor e caindo de cara no chão.


- Você esta brincando? – perguntei tentando inutilmente segurar o riso.


- Eu disse que ninguém iria acreditar. – comentou o Sirius.


- Por isso vocês estavam discutindo? – perguntou o Pedro.


- Também. – comentou o Potter.


- Não acredito que o melhor apanhador de todos os tempos caiu da cama e ganhou um olho roxo. Cadê os seus reflexos de quadribol? – perguntou a Lene


- Sumiram enquanto ele sonhava com a Lily. – comentou a Alice sonhadora.


 


Revireis os olhos com o comentário fora de hora da Alice.


 


- Eu sou apanhador e não batedor para me defender de um tombo desses. – ele comentou rindo.


- Ainda acho difícil acreditar nessa história de cair da cama. – comentou a Lene.


- Por que ninguém acredita que eu bati nele? – perguntou o Sirius fazendo bico e cruzando os braços no peito.


- Por que senão você também teria apanhado. – comentei revirando mais uma vez os olhos.


- Acho que a revolta dele é por todo mundo achar que ele iria apanhar. – comentou o Pedro rindo.


- Mas é claro que ele iria apanhar. – comentou o Potter acompanhando o Pedro.


- Como foi com o Frank Alice? – pergunto a Dora mudando totalmente de assunto.


- Muito bom. Já até ensaiei algumas partes da minha cena. Vai ser tão engraçado ter a Lily e o Tiago discutindo a relação comigo. – ela comentou rindo e fazendo todo mundo, exceto o Potter e eu, rir.


- Não achei graça. – comentei desanimada.


- Eu muito menos. - comentou o Potter sobre os risos dos nossos amigos.


- Vocês têm que admitir que é no mínimo engraçado que a primeira briga de vocês, oficialmente como um casal vai ser com a Alice como terapeuta. – comentou a Dora.


- Primeiro que não somos oficialmente um casal. – respondi emburrada.


- E não vamos brigar, vamos interpretar uma briga, o que tem muita diferença. – respondeu o Potter.


- E que diferença isso faz? – perguntou a Lene rindo.


- Melhor eu ir dormir logo. Pelo visto vocês não vão falar de outra coisa além dessa peça. – eu disse um pouco irritada já me levantando para ir para o meu quarto.


 


Já estou vendo que essa peça vai ser bem complicada. Será que eu sou a única que achei uma péssima ideia de fazer essa peça ridícula no lugar de quadribol? Apesar de odiar quadribol, acho que prefiro o Potter se exibindo em uma vassoura do que em cima de um palco comigo.


 


Aproveitei que todos ficaram me olhando sem entender de onde vinha tanta raiva e subi rapidamente para o meu quarto.


 


Fiquei feliz quando sai do banheiro depois de trocar de roupa. Ninguém tinha me seguido. Bom sinal! Acho que vou ter uma boa noite de sono.


 


Acordei com o sol entrando pela janela e com mais um dia de aulas. Tentei me arrumar devagar, mas acho que eu realmente sou uma daquelas pessoas que tem mais energia de manhã.


 


Peguei meu livro, depois de arrumar minha mochila e já fui tomar café. Para a minha incrível falta de sorte o salão principal não estava tão vazio como eu esperava, mas mesmo assim consegui abri o livro e curtir um bom café da manhã, bom até meus amigos chegarem, e não foi surpresa quando o assunto ainda era a tal peça.


 


Não posso dizer que o dia foi ruim, porque não foi. Eu simplesmente apaguei da minha mente que depois das aulas eu iria ter que ensaiar a bendita peça na frente de pelo menos umas dez pessoas, o que já é um público razoável.


 


E é claro que ignorei todo mundo que veio me perguntar alguma coisa idiota sobre o assunto, como eu estar gostando de ter que dar alguns beijos no Potter durante a peça e tantas outras coisas constrangedoras como isso.


 


Só queria saber de quem foi a ideia de fazer essa maldita peça. E quem foi o infeliz que colocou na cabeça do Sirius que seria legal me ver em cima de um palco.


 


E dia estava quase acabando bom. Foi no intervalo da penúltima aula que as coisas realmente desandaram, quando eu estava voltando para o dormitório por que tinha acabado o meu pergaminho e me deparei com o Snape.


 


Eu realmente não estava a fim de brigar novamente com o Snpae, pelo menos era o que fazíamos agora sempre que nos encontrávamos.


 


Os dias que o Snape estava de bom humor ele vinha novamente me pedir desculpas por causa daquela dia no quinto ano que ele me chamou de “sangue ruim” e nos dias que ele esta de mau humor, bom... Vamos dizer que hoje foi um desses dias.


 


Eu realmente não estava a fim de conversar, então tentei simplesmente dar meia volta e pegar outro caminho para a última aula, mas vamos dizer que fugir nunca foi muito o meu forte.


 


- Aonde vai com tanta pressa Lily? – me perguntou o Snape parado no corredor impedindo a minha passagem.


 


Quando fui responder foi que reparei o corte profundo que ele tinha na boca, e algumas marcas no rosto. Acho que o Severo andou apanhando por ai.


 


Não que eu estivesse olhando para a boca dele, mas o machucado estava bem feio e chamativo, era impossível não ver.


 


- Para a aula é claro. – respondi tentando não comprar briga.


 


Eu geralmente sou das pessoas que compram briga, mas meu dia já estava ruim o bastante para ter que aguentar os sonserinos me irritando.


 


- Para aula sozinha e com essa pressa? – ele perguntou desconfiado.


 


O que ele tem haver com a minha vida para desconfiar de alguma coisa?


 


- Não é da sua conta. – eu disse já ficando irritada e o empurrando levemente para poder passar no corredor e me livrar daquele tormento.


- Esta ficando igual seus amiguinhos da grifinória. – ele disse com desdém.


- Novamente isso não é da sua conta. É melhor ser igual pessoas da grifinória do que da sonserina. – respondi irritada.


- Não tenha tanta certeza disso. Pelo menos nunca dissemos que somos bonzinhos. – ele comentou sorrindo sarcástico.


 


Alguém sabe o que passou na cabeça desse maluco para dizer isso? Eu realmente não entendi onde ele quis chegar.


 


- O que você quis dizer com isso? – perguntei desconfiada.


- Não é da sua conta. – ele respondeu sorrindo.


 


Bufei de raiva, arrumei meus cabelos e sai andando.


 


- Fiquei sabendo que vai participar da peça. – o escutei dizendo enquanto eu tentava sair o mais rápido possível daquele corredor sem correr. – Senhora Potter, Lily? Nunca pensei que se rebaixaria tanto por um pouco de atenção e dinheiro. – ele disse finalmente acabando definitivamente com a minha pouca paciência.


- Cala boca! – gritei indo extremamente irritada até ele. – Você não tem direito de falar sobre a minha vida. – gritei.


- Olha só... Vejo que peguei no seu ponto fraco. Esta apaixonada pelo Potter ou tudo isso é pelo dinheiro e fama?


- Você não sabe o que esta dizendo. – eu disse tentando me acalmar e dar as costas para ele.


- O que foi Lily? O Potter te proibiu de falar comigo? – ele perguntou sorrindo.


 


Odeio esse sorriso! Eu realmente tenho vontade de bater nele quando ele sorri assim.


 


- Brigou com os seus amiguinhos comensais e veio descontar em mim de novo Snape? É assim que quer meu perdão? Eu realmente não sei como um dia pude pensar que era sua amiga. – eu disse irritada antes de dar as costas para ele e sair andando.


- Você não sabe o que diz Evans. – ele disse segundo meu braço com força.


- Solta o meu braço ou não respondo por mim Snape. – eu disse ainda mais irritada, se é que isso ainda é possível.


 


Eu conseguia sentir meu rosto queimando de tanta raiva.


 


- Pode se dizer que eu sei um truque ou dois. – ele disse confiante.


- Como se eu tivesse medo de você. Comensais como você faço questão de esmagar nos dedos. – eu disse irritada.


- Já disse que você esta do lado errado. – ele disse irritado.


- E eu já disse que nunca vou para o seu lado. – respondi irritada.


- Você me ama Lily. Eu sei disso. – ele disse antes de me agarrar e grudar seus lábios com os meus.


 


Não sei que sensação foi pior, a humilhação, a falta de respeito, o nojo!


 


Não tive forças nem ao menos para bater nele. Só me afastei e fiquei chocada com todo aquilo. Ele nem ninguém nunca tinham me agarrado assim, nem mesmo o Potter.


 


Foi muito nojento! Queria sair correndo e lavar minha boca incansáveis vezes até que a sensação daqueles lábios saísse de mim.


 


Fiquei ali só olhando para ele sem saber bem o que fazer e com nojo de mais até mesmo para levantar a varinha e tomar alguma providencia.


 


Sempre me imaginei batendo e azarando até deixar o infeliz na enfermaria se algum dia isso acontecesse.


 


Mas fiquei ali parada. Imóvel! Sinto nojo de mim mesma agora.


 


- Eu disse que você me ama. – ele disse confiante e com um sorriso no canto do rosto.


- Você é nojento. Não se aproxime de mim ou... – eu comecei a dizer.


 


Mas ele pegou no meu braço novamente e com um sorriso ainda maior disse:


 


- Ou o que ruiva?


- Ou eu te deixo na enfermaria por tempo indeterminado. – escutei a voz do Sirius. – Se afaste dela agora.


- Ela sabe se defender sozinha Black. Cai fora! – o Snape disse irritado.


- Cai fora você Snape. E nunca mais ouse ficar a menos de vinte metros de mim. – eu disse puxando o meu braço e saindo irritada.


 


Escutei o Sirius jogando algum feitiço no traste, mas realmente não me importei para ele. Até rezei um pouco para quem bateu nele dar mais alguns socos. Não iria fazer mal nenhum.


 


Quase sai correndo depois que virei o corredor, não o fiz por que sabia que o Sirius estava atrás de mim e não queria mostrar que fiquei abalada com tudo aquilo, mesmo ele sabendo que eu fiquei.


 


- O que foi aquilo no corredor Lily? – ele me perguntou descrente.


- Foi à coisa mais nojenta que já fiz na minha vida. – eu disse irritada.


- Percebi! Eca! – ele disse fazendo uma careta. – Você esta bem? – ele me perguntou vendo que não ri da sua careta.


- Vamos dizer que isso fechou o meu dia com chave de ouro. Posso dizer que foi o pior dia do ano até agora. – eu comentei ainda tentando inutilmente me acalmar.


- A coisa boa é que o dia não pode piorar. – comentou o Sirius piscando para mim.


- Você não tem ideia de como ele pode. – eu disse bufando de raiva antes de entrar atrasada na aula.

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