A peça



Me lembro perfeitamente daquele dia. O dia amanheceu chuvoso e frio, frio até de mais para o outono.


 


Era um dia como outro qualquer, fui a primeira a acordar no meu dormitório, e fui a primeira a ir para o salão comunal.


 


Como de costume abri meu livro em frente a lareira e depois de me arrumar confortavelmente no sofá vermelho me concentrei no livro.


 


Não demorou para o Remus vir me fazer companhia. Geralmente não conversávamos, apenas ficávamos ali lendo juntos e tranquilamente.


 


Mesmo quando o salão comunal começa a encher nada nos atrapalhava, nada a não ser minhas amigas ou os amigos dele.


 


Para a minha incrível falta de sorte os primeiros a descer naquele dia foram os amigos dele.


 


Pedro, Sirius e Tiago se sentaram no sofá ao lado e como de costume ficaram nos encarando por alguns minutos, até o Remus desistir:


 


- Eu realmente quero terminar o livro. – ele comentou.


- Não abrimos a boca. – Comentou o Sirius com a maior inocência que não combina com ele.


- Logo a Lene desce Sirius. – Eu disse antes mesmo de ele perguntar.


 


Já havia perdido as contas de quantas manhãs o Sirius ao invés de me dar bom dia já perguntava pela minha amiga. Pode parecer loucura, mas acho que o Sirius esta começando a gostar realmente dela.


 


- Sabem por que Dumbledore convocou todos os alunos do sexto ano antes mesmo do café da manhã? Eu realmente não vou gostar de perder o café. – Comentou o Pedro.


- Não vamos perder o café. – Respondi desistindo do meu livro.


- Agora que fechou o livro vai me dar bom dia lírio? – Me perguntou o Tiago sorrindo docemente.


 


Eu disse que ele sorri docemente, e não sou maluca! Só não posso negar que ele realmente é gentil quando quer, e geralmente de manhã é uma hora dessas, principalmente por que ele ainda não esta com o ego para explodir.


 


- Bom dia Potter! – Respondi normalmente.


 


Eu sei que prometi para ele que tentaríamos não brigar, mas chamá-lo de Potter é um hábito, alias, um hábito que não quero perder.


 


- Livro novo? – Ele me perguntou puxando assunto.


 


Eu sei que não deveria dar atenção para ele, mas faz algum tempo que nos tornamos amigos, bom pelo menos não brigamos com tanta frequência e ele não vive me chamando para sair toda hora.


 


- Chegou ontem! – Respondi a pergunta dele despreocupadamente.


- Pelo menos não temos problemas com presentes de natal da Lily. – Comentou o Pedro com o Sirius que riu baixo.


- Acho que deveríamos ir logo para a sala da Mcgonagall! – Comentou o Remus fechando o livro.


- Vou guardar o livro e apressar as meninas. – Eu disse me levantando do sofá preguiçosamente.


 


Não foi surpresa quando cheguei ao quarto e a Lene ainda estava deitada na cama.


 


- Eu não quero descer. – Ela comentou com mau humor.


- A presença é obrigatória. – Comentei dando de ombros.


- Por que eles não marcaram essa reunião para depois das aulas? – Ela reclamou se sentando na cama emburrada.


- Alice já se arrumou? – Perguntei ignorando a pergunta dela.


- Ela deve estar passando maquiagem. – Respondeu a Lene ainda com seu mau humor.


- Para que ela passa maquiagem se já tem namorado? – Perguntei revirando os olhos.


 


Minhas amigas são realmente malucas! Alice namora o Frank do último ano da grifinória há pelo menos um ano, e a Lene, ela não admite com frequência, mas é apaixonada pelo Sirius, então ela sai com outros garotos sempre para poder se distrair.


 


- Preciso estar bonita para o Frank não me trocar por uma menina mais velha. – Disse a Alice saindo do banheiro.


 


Dei de ombros! Alice tem algum complexo de baixa estima ou coisa parecida, por isso não critico tanto ela quando ela demora horas para se trocar só para ir tomar café.


 


- Os meninos estão esperando. Logo começaremos a ficar atrasados. – Comentei para a Lene que ainda estava na cama de pijama.


- Me recuso a levantar. – Ela respondeu.


- Então leve detenção. Eu vou descer e esperar lá em baixo enquanto você se arruma. – Eu disse já me colocando de pé.


- Eu vou aproveitar para ver o Frank. – Disse a Alice empolgada


 


Deixamos a Lene sozinha no quarto e eu fui novamente me sentar com os marotos que estavam em uma incrível discussão sobre quadribol.


 


Achei melhor não me envolver, aproveitei para me sentar ao lado do Sirius e deitar no ombro dele, ver a Lene de pijama me deu muita preguiça.


 


Depois de alguns minutos eu já estava quase pegando no sono foi que finalmente os outros marotos notaram a minha presença.


 


- E as meninas? – Perguntou o Remus.


- Alice foi atrás de Frank e a Lene esta com um mau humor de cão. – Respondi dando de ombros.


- Vou adorar perturbá-la na reunião! – Comentou o Tiago sorrindo maroto.


- Em falar em reunião já estamos atrasados. – Comentou o Pedro.


- Então vamos sem a Lene. – Eu disse já me afastando do Sirius.


 


Pode parecer estranho, mas apesar de passar a maior parte do meu tempo com os marotos com o Remus eu sou mais amiga do Sirius. Claro que eu não saio contando meus segredos, mas ele é alguém legal para conversar, claro que quando o assunto não é a Marlene.


 


- Podem ir que eu a espero. – Comentou o Tiago.


 


Eu sei que parece que estamos trocando de papéis, todo mundo torce para que eu aceite “dar uma chance ao Potter” e que a Lene e o Sirius deixem de ser tão teimosos e se agarrem logo, mas geralmente sempre eu saio com o Sirius e a Lene com o Potter.


Todos nós aproveitamos isso para irmos para a sala da professora de transfiguração onde teríamos a tão esperada reunião.


 


Chegamos à sala junto com a professora que já nos olhou feio pelo atraso e mandou nos sentar.


 


Sirius guardou um lugar para o Potter e eu para a Lene para quando eles resolvessem aparecer.


 


O discurso começou um pouco chato, principalmente por que ela estava falando sobre a guerra e o maluco do Voldmort, foi na parte que ela estava falando que temos que nos unir que os dois chegaram.


 


Claro que a professora não se importou de parar de falar da guerra e brigar com os dois além de descontar pontos da nossa casa, mas ao contrário do que tínhamos pensado o Potter se sentou comigo e a Lene com o Sirius. Estranhei aquilo, eu realmente não me importo de sentar com ele, mas sei que a Lene se importa muito de ter que sentar com o Sirius.


 


- Ela ainda esta de mau humor? – Perguntei.


- Não tanto quanto o Pedro vai ficar se perder o café. – Ele comentou olhando o relógio.


 


Eu estava quase dormindo em cima do Potter quando a professora deu a notícia que quase me fez cair da cadeira:


 


- Todos os jogos de quadribol estão suspensos esse ano. – Ela disse de repente.


 


Talvez não tenha sido de repente, mas é que eu não estava realmente prestando atenção em tudo que ela dizia depois do “Voldmort esta reunindo forças em todos os lugares”, nós víamos isso todos os dias nos jornais.


 


Mas eu não quase caí da cadeira por causa do quadribol, mas por que eu estava encostada no Potter e ele revolveu se levantar para reclamar.


 


- Não pode cancelar o quadribol! – Ele reclamou.


- Sente-se senhor Potter! – Pediu a professora. – Estamos cancelando o quadribol somente para os alunos do sexto ano. Os demais poderão jogar, mas falo com o senhor depois da aula. – Ela concluiu para o Tiago.


 


Ele se sentou e ficou reclamando sobre não poder jogar.


 


- Na verdade vocês não poderão jogar quadribol, por que terão outra tarefa para ocupar o tempo livre de vocês. – Continuou a professora.


Por que ela chamou todo mundo então? Eu nem jogo de quadribol!


 


- Mas muitos não jogam quadribol professora. – Comentou a Alice.


- O objetivo é que todos vocês façam uma peça de teatro para a aula de estudo dos trouxas. – Continuou a professora como senão tivesse sido interrompida.


- Legal! Eu nem faço essa aula chata! – Escutei o Sirius comentando.


- Ao contrário do que vocês esperam, mesmo os alunos que não cursam essa disciplina terão que participar, pois irá dar créditos para todas as disciplinas. Por isso todos os dias vocês virão até a minha sala no final das aulas para discutirem e ensaiarem sobre a peça. Eu serie sua supervisora! Para que fique bem claro, a peça escolhida terá que ser uma peça trouxa, ou um filme, e não poderão utilizar magia para nada, nem para o cenário, figurino ou qualquer outra coisa que precisem.


- Impossível! – Escutei alguém reclamando.


- Não é impossível. Queremos que vocês aprendam a viver e a valorizar os trouxas. Claro que poderão fazer alguns ajustes na peça para que o público entenda o significado, mas não é permitido magia. Perguntas?


- Uma peça para a turma inteira? – Perguntou uma menina lá na frente da sala.


 


É incrível, mas faz algum tempo que sento no fundo da sala, aliás, desde que comecei a andar com os marotos para ser mais exata.


 


- Ainda bem que perguntou senhorita Campos. Exatamente. Será uma peça que envolva a grifinória inteira, não é preciso que todos estejam no palco, mas precisaram ajudar de alguma forma. Com o figurino, com o palco, com as luzes, efeitos, o que for preciso. Hoje vocês terão que trazer nomes das peças que poderão encenar para que todos votem. Mas por hora preciso de um diretor, um líder, alguém para coordenar a peça e me informar o que for preciso, pois não ficarei presente em todas as reuniões.


 


Não acredito que teremos uma aula extra todos os dias!


 


- Dever de casa? Ótimo! Onde vou arrumar uma peça trouxa? – Reclamou o Tiago.


- Eu ajudo vocês no almoço. – Eu respondi.


- Você é a melhor Lily! – Ele me disse sorrindo.


 


Não respondi. Não respondi por que não tive chances já que a Lene se levantou. O que aquela maluca esta fazendo?


 


- Eu gostaria de ser a diretora, professora Mcgonagall. – Ela disse decidida.


 


O que deu nessa maluca?


 


- Mais alguém? – Perguntou a professora. – Ótimo senhorita. Sua primeira função é escolher alguém para ser seu assistente. Passe depois na minha sala que lhe darei uma lista de presença para fazer em todas as reuniões. Estão dispensados. Voltem depois das aulas com pelo menos um título para a peça. – Disse a professora por fim.


 


Nos levantamos e claro que eu fui correndo falar com a Lene. O que ela tem na cabeça?


 


- Senhor Potter, preciso falar com o senhor um minuto. – Escutei a professora falando.


- Encontro com vocês em cinco minutos. – Ele me disse antes que eu saísse da sala.


 


Fomos para o salão principal ainda pensando sobre essa loucura de peça de teatro e para a nossa surpresa a Dora estava lá no nosso lugar habitual.


 


- Pensei que você tinha perdido o ano! – Disse a Alice lhe abraçando.


- Vocês dizer que minha viajem de férias durou mais que o previsto e o diretor me deixou chegar mais tarde. – Ela respondeu dando de ombros. – Mas é verdade que teremos que fazer algum tipo de peça de teatro?


- Como você soube? – Perguntou o Sirius.


- Dumbledore acabou de anunciar. – Ela comentou.


- Teremos aulas extras todos os dias para fazer essa porcaria de peça trouxa. – Comentou o Pedro irritado e com a boca cheia de bolinho.


- Acho que isso é para tentar colocar na cabeça das pessoas que a guerra contra os trouxas é uma coisa ruim. – Comentou o Remus pensativo.


- Será? – Perguntei na dúvida.- Mas por que só o sexto ano?


- Por que o quinto e o sétimo estão ocupados com NIENs e NONs. – Ele respondeu convincente.


- Faz sentido! – Comentou a Lene.


- Não acredito que eles vão me proibir de jogar. – Disse o Tiago vindo se sentar.


- O que a professora queria? – Perguntou o Pedro curioso.


- Queria me dizer que continuo sendo o capitão, mas que não poderei jogar, mas se achar que estou sobrecarregado posso avisar que ela nomeia outra pessoa para ficar no meu lugar. – Ele respondeu desanimado.


- Até parece que você vai deixa ela nomear algum substituto. – Comentei.


- Eu nem quero participar dessa peça mesmo, por mim fico ajudando com o cenário. – Ele respondeu dando de ombros.


- Não acredito que temos lição extra. Onde vou achar um conto trouxa? – Reclamou o Pedro.


- Em um lugar chamado biblioteca. Já esteve lá? – Perguntou o Remus revirando os olhos.


- Na verdade não precisamos de biblioteca. Nós temos a Lily! – Comentou o Sirius me abraçando pelos ombros.


- Como assim vocês têm a Lily? Eu já tenho que pensar no que eu vou responder. – Reclamei.


- Na verdade Lily, você deve conhecer uns milhões de contos trouxas que nós nunca ouvimos falar, o que custa falar um para cada um? – Perguntou a Dora.


- É verdade Lily. Para que vamos perder tempo lendo livros e livros trouxas se você pode resumir tudo em cinco minutos? – Me perguntou a Alice.


- Até você Alice? – Perguntei abismada.


- Na verdade acho que é uma boa ideia Lily. Já que eu vou ser a diretora, você vai ter que me explicar todas as histórias. – Comentou a Lene.


- E posso saber que maluquice é essa de diretora? Você não estava reclamando ontem que vai ter muito que fazer esse ano? – Eu perguntei.


- Vai ser legal, e não vou precisar me apresentar diante da escola inteira, sem contar que não vou poder jogar quadribol mesmo. – Ela respondeu dando de ombros.


- Vai se legal se apresentar. Todas as meninas que ainda não me conhecem vão fazer fila por um encontro comigo. – Comentou o Sirius sorrindo presunçoso.


- E quem não te conhece nesse castelo? – Perguntou a Alice antes de se levantar. – Vou falar com o Frank.


- Viram só? Até a Alice que é comprometida sabe que eu sou o homem mais bonito desse castelo. – Respondeu o Sirius contente.


- Me recuso a responder. – Eu disse revirando os olhos.


- Nós sabemos que você prefere o veado do Pontas, mas tem que admitir que eu sou sexy. – Me disse o Sirius dando o seu sorriso que classifico como número cinco “Eu sou demais!”.


- Ela me ama! – Disse o Potter enquanto eu me continha em revirar mais uma vez os olhos.


- Vou para a aula. Melhor do que ficar aqui escutando maluquices. – Eu disse antes de me levantar e já sair andando.


- Me espera Lily! – Escutei a Dora gritando segundos antes de me alcançar.


- Elas devem estar de TPM! – Foi o que escutei o Pedro dizendo antes de me afastar o suficiente.


 


O dia foi até que tranquilo e monótono até a hora do almoço. Acho que não preciso ressaltar que passei o dia inteiro pensando nessa maldita peça de teatro.


 


Eu sou péssima em teatro, alias, sou péssima em qualquer coisa que envolva falar em público. Como vou apresentar alguma coisa?


 


Eu tenho que dar um jeito de ajudar nos figurinos ou qualquer coisa parecida, a Lene que vai decidir e ela é minha amiga, não é? Ela não pode me colocar para atuar!


 


Na hora do almoço fomos todos para a biblioteca tentar achar temas para a peça, eu nem abri os livros, as únicas coisas trouxas que tinham lá eram contos de fadas e coisas do tipo. Eu acho que deveria apresentar algo diferente, alguma coisa que ninguém mais iria apresentar.


 


- Adorei esse! – Comentou a Alice.


- Só por que o livro tem o seu nome? – Perguntou a Dora.


- É um bom título. – Respondeu a Alice olhando a Alice do livro “Alice nos pais das maravilhas.”


- Essa Alice do livro é a sua cara. – Comentei. – Ela é maluca igual você. – Brinquei.


- Como é a história? – Perguntou o Potter.


- É de uma é sobre uma menina sonhadora que vai para um mundo mágico atrás de um coelho e se depara com uma rainha um pouco maluca, o livro em si tem muitas coisas malucas.


- Eu gostei desse. – Disse o Sirius mostrando o livro da chapeuzinho vermelho. – Poderíamos colocar o Remus no personagem do lobo!


- Como sabe que tem um lobo é história? – Perguntei espantada. Ele não tinha lido o livro. Disso eu tenho certeza.


- Vi os desenhos. – Ele comentou dando de ombros.


- E a história é legal Lily? – Perguntou a Lene.


- Na verdade é sobre uma menina que vai levar doces para a avó e um lobo comeu a vó dela... – Comentei desanimada.


- Você deixa as histórias tão sem graça! – Comentou a Dora depois de mais dois contos de fadas.


- Todo mundo vai apresentar contos de fada. Queria apresentar uma coisa mais legal. – Comentei dando de ombros.


- Esse não parece ser um conto de fadas,seja lá o que for isso. Pelo menos o casal morre no final. – Comentou o Potter mostrando Romeu e Julieta.


- Boa tentativa, mas esse é outro clássico. Os dois apaixonados, que as família se odeiam e tudo mais. – Comentei.


- Você leu o livro? – Perguntou o Sirius espantado.


- É claro que ele não leu. – Respondeu o Remus.


- Na verdade eu li o último capítulo para saber se o final era bom. – Respondeu o Potter dando de ombros.


- Precisamos de um bom romance! – Comentou a Alice sonhadora.


- Eu preferiria uma boa aventura. – Disse o Sirius animado.


- Comédia é legal. – Comentou o Potter, e infelizmente vou ter que concordar. Comédia seria bem legal.


- Poderia ter um drama. – Comentou a Lene.


- Só não podemos apresentar terror por causa das crianças pequenas. – Comentou o Remus.


- Eles já têm onze anos. Devem saber que fantasmas existem. – Comentou a Lene. – Alias Lily, você está encarregada de arrumar uma peça que agrade a todos os gostos. Sei que você consegue amiga! – Comentou a Lene.


- Espera aí! Não vou fazer o dever de todo mundo. – Reclamei.


- Eu faço um esforço para te deixar por traz das cortinas. – Disse a Lene. – É pegar ou largar. – Ela completou sorrindo.


- Chantagista! – Reclamei antes de sair andando irritada.


- Isso significa quê? – Perguntou o Pedro.


- Que ela vai arrumar alguma coisa legal para apresentarmos. – Respondeu a Lene.


 


Acho que todo mundo sabe a encrenca que eu fui me meter. Como vou agradar gregos e troianos? Impossível!


 


Fiquei o ia inteiro tentando recordar todo os filmes que assisti nas férias, e olha que não foram poucos, já que estava muito frio e eu não estava com vontade de sair debaixo das cobertas.


 


O problema é que todos os filmes e livros que vinham a minha cabeça era muito complicado de fazer uma peça. Até considerei o livro: “Diário da princesa”. Ele é fofo e fácil de fazer uma peça, sem contar que eu poderia mostrar o filme e todos iriam saber a história sem precisar ficar lendo o livro. O problema é que tenho certeza que os meninos não iriam gostar muito da ideia de fazer uma comédia romântica, sem contar que não temos nenhuma menina tão alta quanto à personagem.


 


Pensei até em “Missão impossível” e coisas do tipo, mas como iria fazer tudo aquilo no castelo sem magia?


 


A tarde passou tão rápido que quando dei por mim o Sirius estava me chamando:


 


- Não acredito que você me deixou fazer aquele poção sozinho. Eu estou precisando de nota em poções sabe... – Ele comentou.


- Por que mesmo que eu estou te ajudando nessa matéria? – Perguntei revirando os olhos e ignorando suas reclamações.


- Por que você me ama. – Ele respondeu me abraçando.


- Você está muito sentimental hoje. – Comentei rindo.


- Só não deixe o Veado me ver te abraçando. Dá última vez que você me agarrou eu tive problemas. – Ele me disse sussurrando como um segredo.


- Eu te agarrando? Quando foi isso? – Perguntei desconfiada.


- Semana passada quando você se empolgou quando eu te trouxe uns chocolates da Dedos de mel.


- Eu precisava de chocolates. – Me justifiquei.


- Não estou dizendo que não gostei de você se jogando em cima de mim. Eu gosto de ruivas... – Ele comentou.


- Mas prefere as morenas. – Completei rindo e olhando a Lene que estava mais a frente conversando com o Remus e com a Dora.


- Sendo mulher eu topo. – Ele respondeu sorrindo.


- Vou te apresentar minha irmã e as amigas dela então. – Comentei rindo.


 


Imagine a cara da Petúnia com o Sirius dando em cima dela.


 


- Mata uma curiosidade ruiva. – Pediu o Sirius me abraçando de novo.


- Só se você me levar para a sala nas costas. – Brinquei.


- Você se aproveita que eu sou gostoso! – Ele disse pegando a minha mochila. – O que você carrega aqui? Um corpo?


- Livros! – Respondi.


- Vou dar para o seu burro de carga. – Ele comentou correndo até onde o Potter estava conversando com o Pedro, alias, pela cara dele discutindo seria uma colocação melhor.


 


Segundos depois o Sirius me alcançou e vi que a minha mochila estava com o Potter.


 


- Eles estão discutindo? – Perguntei vendo os dois ainda parecendo nervosos.


- Na verdade o Pontas esta tentando convencer o Pedro sobre um feitiço.


- Não é muito a cara do Potter conversar sobre coisas sérias. – Comentei.


- Você já é amiga dele há uns seis meses e nunca o viu sério? – Comentou o Sirius rindo.


- Só quando ele esta falando de quadribol. – Comentei dando de ombros.


- Em falar no Pontas, como foi mesmo que aconteceu o trato de vocês de tentarem ser amigos? – Me perguntou o Sirius.


- Ele não te contou? – Perguntei espantada. – Pensei que vocês contassem tudo um para o outro.


- Ele contou bem por cima, mas queria a sua versão da história. É sempre bom ouvir suas maluquices sobre seu relacionamento com o Pontas.


- Nós não temos um relacionamento. E eu não falo maluquices. – Reclamei.


- Vai me contar? – Ele perguntou com a sua melhor cara de coitado.


- Nem que você me carregasse literalmente nas costas até a sala de transfiguração. – Comentei rindo.


- Sobe. – Ele disse parando na minha frente.


- Eu estou brincando Sirius. – Comentei rindo.


- Mas eu não! Sem contar que vai ser legal ver a cara do Pontas.


- Eu diria que a Lene iria ser bem mais engraçada – comentei pulando nas costas dele.


- Viajem de primeira classe até a aula de teatro ruiva. – Ele disse quando voltamos a andar. – Agora estou pronto e você confortável. Pode me contar!


- Já não basta eu te contar todas as minhas maluquices? – Perguntei.


- Vou adorar saber sobre mais essa maluquice. – Ele comentou rindo.


- Só não ria. – Pedi!


- Por que eu iria rir? – Ele me perguntou inocente.


 


Flash Back


 


Não me lembro exatamente por que tinha acordado muito irritada naquele dia, e nem por que deixei que isso me atrapalhasse o dia inteiro. Eu não tinha comido direito, dormido e muito menos prestado atenção nas aulas, só me lembro de estar muito irritada comigo mesma por algum sonho ruim.


 


Foi na terceira aula do dia que as coisas realmente pioraram. Era aula de história de magia e eu não estava nem um pouco animada para aquela aula, então dormi a maior parte do tempo, alias, tentei dormir, já que não tive muito sucesso, acabei sonhando novamente alguma coisa que me deixou ainda mais irritada.


 


Me lembro que o professor nos dispensou. Joguei a mochila nas costas e sai da sala rapidamente, sei que fui reclamando comigo mesma sobre aquele infeliz dia e fui parar no corredor errado, bem perto da torre da sonserina, e para a minha incrível sorte Malfoy, Lestrange e companhia estavam lá cabulando aula.


 


Eles bloquearam o corredor e não me deixaram passar, tentei virar e voltar por onde vim, mas a Narcisa e a Bellatriz fecharam o meu caminho, estava presa no meio de pelo menos uns seis sonserinos, e percebi, assim que coloquei a mão no bolso que estava também sem a minha varinha.


 


Claro que eu respondi as ofensas deles, afinal, ninguém sabia que eu estava desarmada. Eu estava pronta para passar alguns dias na enfermaria graças ao número gigantesco de azarações que eu iria levar de uma única vez, foi quando o Potter chegou, quando me viu naquela situação foi logo abrindo caminho no meio dos sonserinos e irritando eles o máximo que conseguia. Eu sinceramente não sabia se agradecia a aparição dele ou se ficava ainda mais irritada, já que eu pensava que ele estava fazendo aquilo para se mostrar. Não tinha como ele saber que eu estava sem a minha varinha.


 


Só percebi que o Potter estava realmente armando alguma coisa quando vi todos levantando a varinha, claro que eu estava a ponto de abaixar para os feitiços não me atingirem.


 


Foi quando o Potter me pegou pela mão e soltou um feitiço que eu não conhecia, alias, pensei que aquilo era só trote de circo, já que começou a sair fumaça da varinha dele e logo senti ele me puxando pelos corredores.


 


Me lembro de corrermos bastante e do tonto do Potter achar que eu tenho o mesmo condicionamento físico que ele que joga quadribol e vive fugindo dos professores.


- Por que você foi lá? – Perguntei enquanto ainda corríamos.


- A Dora me entregou a sua varinha. Disse que você esqueceu na sala. – Ele disse me entregando a varinha e ainda me puxando.


- Por que você saiu correndo? – Perguntei um pouco menos irritada, afinal, ele foi me devolver a minha varinha e me salvou de alguns dias na enfermaria.


- Por que éramos dois contra oito e você estava desarmada, não iria dar para acabar com todos sem algum ferimento, então, a menor opção foi correr. – Ele me respondeu na defensiva.


- E por que ainda estamos correndo? – Perguntei já cansada.


- Por que eles ainda estão atrás de nós. – Ele disse me fazendo olhar para trás, onde aqueles oito sonserinos, que agora pareciam incrivelmente irritados ainda corriam atrás de nos dois.


 


Viramos em algum corredor e o Potter bateu de frente com um aluno do primeiro ano, nós dois tropeçamos e por mais incrível que pareça ficamos em uma situação bem constrangedora quando caímos.


 


Não senti quando cai, só quando minhas mãos tocaram o chão, meu nariz bateu na boca dele e as mãos dele foram parar nos meus seios. Tudo isso sem contar que eu estava com uma perna de cada lado dele, sentada no... hum... quadril dele.


 


E para piorar a situação eles nos alcançaram enquanto ainda estávamos no chão, mas acho que o pior foi que com toda a confusão algumas pessoas se reuniram no corredor para ajudar o primeiro-anista a se levantar.


 


Eu fiquei um pouco sem reação, e acho que o Potter também, já que as mãos dele ainda estavam no meu seio.


 


- Essas coisas deveriam ser feitas em um quarto, mas não me surpreendo que sangues ruins e traidores do sangue queiram fazer essas coisas em público. – Comentou o Lestrange.


 


Acho que foi quando ele disse isso que realmente acordamos para o que estava acontecendo e vi o Potter ficar bem vermelho e desviar os olhos de mim, assim como tirou a mão de cima de mim na mesma hora.


 


E claro que comigo não foi diferente, senti meu rosto esquentar muito, alias, já estava até ficando com calor de tão vermelha que eu deveria estar e tentei me levantar, alias, acho que pular para o lado contrário definiria melhor.


 


Depois que conseguimos nos livrar da multidão que ficou no corredor fazendo piadinhas, quase que saímos correndo para a próxima aula, afinal, o dia já estava ruim o suficiente.


No final da aula o Potter veio falar comigo sobre o incidente e pedir desculpas pelo que aconteceu, foi estranho que eu realmente não culpava ele afinal, e tive a brilhante ideia de vingança.


 


Combinamos de pegar todo mundo que tinha visto aquela cena e apagar a memória, não iria ser difícil na verdade, claro que teríamos que pegar os amigos também, mas nem era tanta gente.


 


Logo que fomos para o almoço colocamos o meu plano, nosso plano em prática e foi até divertindo, até que descobrimos que não estávamos saindo do lugar, afinal estávamos sempre os dois indo atrás das mesmas pessoas e apagando a memória duas vezes.


 


Tivemos que nos reunir e discutir um modo de pegar todo mundo sem desperdiçar tempo, e foi naquela tarde combinamos que iria tentar ser amigos dali por diante.


 


Fim do Flash Back.


 


Eu quase cai no chão quando chegamos a sala de Transfiguração, já que o Sirius estava tendo um ataque de risos enquanto eu ainda continuava pendurada nas costas dele.


 


- Não acredito que isso aconteceu e eu não estava presente. – Ele reclamou quando finalmente parou de rir da minha cara.


- Você disse que não iria rir. – Eu disse irritada.


- E acho que da próxima vez vocês deveriam tirar a roupa primeiro, afinal, acho que o Pontas não gostou muito de te apalpar por cima da blusa e do sutiã. – Comentou o bobo do Sirius ainda rindo.


- Nem vou responder. – Respondi irritada.


 


Por que eu fui abrir a minha boca grande e contar isso para ele?


 


- Vamos parar de graça, e entrar e se sentarem, cada um em uma cadeira para escolhermos logo essa peça. – Disse a Lene irritada nos mandando entrar na sala.


 


Acho que o poder de “Diretora” esta subindo a cabeça dela.


 


A Marlene foi para frente da sala falar com a professora que logo saiu da sala, enquanto eu fui me sentar com as meninas (Alice e Dora), que já estavam sentadas em um canto da sala, e reparei que os marotos estavam logo atrás, e claro que com um Sirius já vermelho de tanto rir.


 


- Posso saber qual é a graça? – Escutei o Potter perguntando para o Sirius.


- Nada que você já não saiba. – Ele respondeu se acabando de rir mais uma vez.


- Acho que perdemos a piada. – Comentou o Pedro olhando o Sirius.


- Vocês sabem o que houve com o Sirius? – Nos perguntou o Remus.


- Ele deve ter passado em frente a um espelho. – Comentou a Dora inocentemente.


- Na verdade eu acho que ele esta rindo desse jeito para chamar a atenção da Lene. – Comentou a Alice.


 


Eu simplesmente me encolhi na cadeira para que eles esquecessem que eu estava naquela sala.


 


Logo a Lene começou com um discurso sobre como era importante que todos participassem da discussão da peça.


Não sei como aconteceu exatamente por que estava me xingando mentalmente por ter contato aquela história para o Sirius, principalmente depois do comentário:


 


- A Lily usa sutiã de enchimento ou aquilo é de verdade Pontas?


- Como eu vou saber? – Ele perguntou irritado.


 


Eu não sabia onde enfiar a cara, o Sirius quer acabar com a minha pouca vida social. Acho que vou ter que apagar a memória dele também.


 


- Alguém tem algo a acrescentar? – Escutei a Lene perguntando.


- Eu voto na “chapeuzinho vermelho”. – O Sirius respondeu sorridente. – Assim podemos colocar o Remus de lobo mal.


 


Acho que metade da grifinória não entendeu a piada, mas foi o suficiente para o Potter bater na cabeça do Sirius, deve ter doído pelo menos eu espero que tenha.


 


- Poderíamos fazer a cinderela… É tão romântico. – Comentou a Alice suspirando.


 


Não acredito que a Alice ainda continua suspirando pelos cantos. Pensei que quando ela começasse a sair com o Frank isso parasse, mas já faz mais de um ano que eles estão juntos e ainda nada.


 


- Poderíamos fazer a Bela Adormecida. – Comentou uma menina loira do outro lado da sala.


- A Alice seria uma boa bruxa má. – Escutei o Pedro comentando.


 


Acho que o comentário do Pedro foi de mais para a minha pobre amiga!


 


- Eu não quero ser a bruxa má. – Ela disse irritada.


- Você tem a cara da mulher do livro. – Disse ele indicando o livro trouxa.


- Olhe para mim Lily. Eu tenho cara de bruxa? – Ela me perguntou na beira do pânico depois de analisar a capa do livro.


- Você é uma bruxa Alice. – Respondi na maior calma do mundo.


- Eu nem ao menos sou gorda ou feia para ser a bruxa. Eu nem ao menos tenho uma verruga! – Ele disse desesperada.


- Pedro retire o que disse pelo amor de Merlin! – Eu pedi irritada depois de uns cinco minutos que a Alice estava dizendo que não era feia para ser uma bruxa.


- Mas ela realmente parece com a mulher do livro. – Ele comentou.


- Mas ninguém disse que a moça do livro é feia. – Comentou o Remus.


- Esquece esse livro Alice. Não vamos fazer essa história. Estão todos discutindo por causa de Romeu e Julieta agora. – Comentou a Dora indicando a Lene gritando para todo mundo ficar quieto.


- Eu só apresento se for uma aventura! – Escutei alguns meninos dizendo lá do fundo do meio da sala.


- Aventura não tem graça! Tem que ter romance – comentaram algumas meninas.


- Eu queria uma comédia. Estamos precisando rir um pouco para aliviar a tensão da guerra. – Comentou um grupinho lá da frente.


- Você não disse que iria ter alguma ideia Lily? – Me perguntou a Dora.


- Ainda estou pensando. – Comentei voltando a me concentrar em filmes que eu conhecia.


- Podemos fazer uma votação. – Escutei o Remus sugerindo quando a confusão estava piorando.


- Alguém tem mais alguma ideia a acrescentar? – Escutei a Lene perguntando e me olhando irritada.


 


Abaixei a cabeça e coloquei no meio dos joelhos tentando pensar em alguma coisa rápido.


 


- Precisa de tempo? – Me perguntou o Potter.


- Seria bom. – Respondi desanimada.


- Deixa comigo. – Ele comentou antes de se levantar – Lene, acho que você deveria ter um ajudante, para ajudar a administrar tudo, fazer a chamada, escolher os papéis, roteiro e tudo mais. Você não vai dar conta sozinha.


- Que ideia perfeita! – Escutei a Dora empolgada. – Eu posso ajudá-la. – Ela disse na mesma hora.


- Na verdade o certo seria alguém para representar a opinião masculina também. – Comentou o Sirius. – Eu me candidato para esse cargo. Vou ajudar a escolher a melhor peça, e as mais gatas para subirem no palco. – Ele disse todo malicioso.


- Para que ele quer ser assistente? – Perguntou a Alice um pouco confusa.


- Para ficar do lado da Lene é claro. – Respondeu a Dora.


- Tudo bem Sirius. – Comentou a Lene derrotada.


- Aí que romântico! – Disse a Alice sonhadora. – Eles vivem brigando e logo vão descobrir que se amam loucamente.


- Alice você é um gênio! – eu disse tendo a melhor ideia que já tive.


- Claro que sou! – ela disse animada.


- Eu voto em apresentarmos Sr e Sra Smith. – eu disse fazendo todo mundo ficar quieto por alguns segundos.


- Eu não vi isso em nenhum livro. – comentou o Pedro.


- E como seria essa história? – perguntou um garoto.


 


Tentei contar a história de um jeito que todos entendessem, como por exemplo, ninguém entendeu quando eu disse “agentes secretos”, mas entenderam quando eu disse que eram como Inomináveis.


 


- Achei legal por que tem romance, aventura, comédia, na verdade um pouco de tudo e pode agradar a todos. – comentei por fim.


- Eu disse que ela é um gênio. – escutei o Potter comentando.


- Quem aceita a ideia da Lily levante a varinha! – escutei a Lene perguntando e em segundos todas, ou quase todas as varinhas estavam para cima. – Você tem como nos mostrar esse filme? – ela me perguntou.


- Eu tenho ele. Se conseguirmos um projetor... –comentei.


- Vou falar com a professora, mas quero todo mundo das oito e meia no salão comunal para assistir o filme, e amanhã discutimos como vamos dividir as personagens. Dispensados! – ela disse por fim.


- Bem na hora do jantar! – escutei o Pedro reclamando.


- Na verdade no final do jantar Rabicho. – comentou o Remus.


- Mas ainda é hora do jantar. – ele reclamou.


- Você consegue comer em uma hora e meia. – comentou o Remus.


- Na verdade não... Vou morrer de fome de noite. – reclamou o Pedro.


- Adorei a ideia do tal filme Lily. – comentou o Sirius.


- Eu também. Não sei por que não pensei nele antes.


- Vocês dois seriam perfeitos para o papel. – comentou a Dora com o Sirius.


- Poderíamos definir os personagens por beleza, então eu estaria no palco com o papel principal. – comentou o convencido.


- Você não pode estar no palco. Você agora é meu assistente. – comentou a Lene se juntando a nós.


 


Essa peça vai dar o que falar!




Oie turma, aki esta o primeiro cap, espero que tenham alguma idéia sobre a fic. O cap não era para terminar ai, mas como não dava para deixar vocês só com o trailer...


Acho que os caps não demoram para sair agora, estou de férias da facul, alias, segunda é meu primeiro dia de férias rsrsrs então tenho certeza que vou escrever mais rápido. Comentem mtooo, eu adoro receber comentários, sem contar que é o melhor modo de saber o que vcs estão achando da fic!

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