Muito prazer, Lavine Sly.



Capítulo 3 – Muito prazer, Lavine Sly.   


              Do outro lado da linha Riddle soltou a gargalhada sombria e assustadora que lhe era característica. James desligou o telefone e olhou seu reflexo no espelho.


            - Um novo Deus – murmurou para si mesmo.


                                                    Cinco meses depois


           A porta abriu com suavidade e um par de olhos verdes se virou para ela. A janela estava fechada e a única luz do cômodo vinha da tela de um computador ligado sobre a mesa. Pela porta entrou um homem alto com o rosto escondido por enormes óculos escuros.


           Os olhos verdes voltaram a focar a tela do computador. Com movimentos rápidos e precisos, várias janelas se abriam na tela. O homem trazia uma pasta de papel na mão, que ele a ofereceu sem dizer nada.  A dona dos olhos esticou uma das mãos e segurou a pasta.


           - As coisas estão começando a sair do controle, não?


           - O que você acha? – ele respondeu mascando chiclete.


           - Foi o que eu pensei – um sorriso branco se formou – Avise à polícia inglesa que eu preciso de uma sala com audiovisual para transmitir uma mensagem para todo o mundo. Informe cada agência de polícia sobre esse aviso... mas por que eu estou te falando isso? Você sabe o que fazer, não é?


            - Perfeitamente!


         A porta se fechou novamente e a pessoa na frente de computador tornou a sorrir.


                                                               ----


          James entrou na central, satisfeito consigo mesmo. Mônica o cumprimentou delicadamente. Ele a cumprimentou de volta e abriu a porta do escritório. Um homem de terno estava sentado em frente à sua mesa.


          - Posso ajudá-lo? – James perguntou intrigado.


          - Senhor Potter, eu presumo. – ele se levantou e estendeu a mão para cumprimentá-lo. James aceitou a mão do estranho. – Um prazer, eu represento a Inglaterra nas Nações Unidas. Eu tenho aqui um pedido para utilização da sua sala de audiovisual.


         - Como?


        - Não se preocupe, todas as agências do Reino Unido foram informadas sobre isso, mas como esse é a principal agência de Londres será gravado aqui, mas policiais de todos os lugares estarão aqui, eu lhe garanto que não é nada de mais, senhor Potter.


         - Er... Bem, certo. Mas eu gostaria de saber o que nós estaremos transmitindo.


         - Sinto muito, mas não estou autorizado a discutir o assunto...


         - Neste caso, serei obrigado a negar o seu pedido, senhor...


         - River.


         - Senhor River, eu exijo saber para que minha agência será utilizada.


         - Naturalmente. Mas eu não tenho autorização para discutir isso neste momento. Convoque uma reunião com todos que trabalham aqui e tudo será esclarecido.


           - Está bem.


         Cerca de meia hora depois todos os policiais, detetives e secretários estavam reunidos na sala de reuniões. James foi o último a entrar na sala. Ele olhava desconfiado para o homem no palanque. Não havia janelas na sala, por isso toda a iluminação era artificial.


         O senhor River arrumou o chapéu, de modo a esconder seu rosto. James não gostava do modo como ele se escondia, alguma coisa levava James a não confiar nele.


          - Agora o senhor poderia esclarecer do que se trata?


          - Certamente, senhor Potter! Como o senhor bem deve saber, o número de assassinatos atingiu um número alarmante e nós gostaríamos de utilizar sua sala de projeções para mandar uma mensagem ao assassino que se autodenomina “The Killer”.


            James sentiu como se seu estômago despencasse vários metros. Alguém percebeu que... Não, não era possível. Não tinha como alguém associar os assassinatos a ele. James coçou a têmpora. Por que isso agora? Por quê? Justo quando as coisas iam tão bem!


           - Entendo, entendo. O senhor fará o anúncio?


           - Não, o anúncio será feito pelo detetive Lavine Sly.


           - O que? – James perguntou atônito – E... e... ele está nesse caso?


          - Algum problema, senhor Potter?


          Lavine Sly nesse caso? Isso não é nada bom. Mas não tem problema, assim que ele chegar para fazer o anúncio, eu o mato. Não será difícil. Com tantas pessoas diferentes de tantos lugares nunca conseguirão associar essa morte a mim. Assim, com a morte de Lavine todos que estavam em duvida se eram ou não a favor do Killer vão me apoiar.


     


                - De modo algum, senhor River.


                - Ótimo, faremos o anuncio pela manhã, algum problema?


                - Não, não, não. Que horas, pela manhã? – disse James com seu sorriso mais convincente.


                - Não estou autorizado a responder a essa pergunta. – um sorriso maroto brincava nos lábios de River – E se o senhor não se importar, senhor Potter, seria melhor que o senhor não estivesse presente e nem o seu pessoal durante a transmissão, apenas o detetive e o pessoal por ele escolhido.


                - Bem, não vejo problema algum nisso. Passe no meu escritório mais tarde para pegar as chaves. – respondeu James enquanto andava na direção da sala.


                James fez um pequeno desvio no percurso para seu escritório. Ele abriu a porta da cafeteria e rumou decidido para a máquina de café. Tudo o que mais precisava agora era um café quente e revigorante.  


                Então Lavine Sly faria uma importante transmissão pro mundo todo da agência de James. Será que isso significava que ele possuía algum tipo de desconfiança dele? Não. Muito improvável. Mas como fazer para eliminá-lo? James passou os dedos pelos cabelos.


                Ele andou até a janela e afastou uma fresta da cortina para olhar a rua. Algumas crianças jogavam seixos em um bueiro que soltava fumaça à frente da central. Ele fechou os olhos e apoiou a testa na palma da mão. Como eliminá-lo? Como? Ele não poderia simplesmente chegar com um revólver na mão e atirar. Era preciso um plano.


                O moreno começou a andar de um lado para o outro da cafeteria. O que fazer? O que fazer? Um enorme barulho se fez presente do lado de fora. James correu até a janela. O tampa do bueiro jazia a alguns metros, muito mais fumaça saía do buraco na rua e as crianças que brincavam se abraçavam assustadas, porém ilesas.


                James abriu a janela rapidamente e colocou a cabeça pra fora.


                - O que aconteceu aí?


                - Foi o bueiro que explodiu, senhor – um vendedor gritou – graças a Deus ninguém se machucou!  


                James colocou a cabeça pra dentro da janela e a fechou. Ele começou a encarar o vazio, lentamente um sorriso se formou em seus lábios e logo ele já estava gargalhando. Não podia acreditar na sua sorte.


                - Talvez Deus esteja mesmo envolvido nessa explosão.


                James foi até a porta e chamou meia dúzia de subordinados. Mandou que fossem até a rua interditá-la e tomar outras medidas necessárias. Ele jogou o copo de café fora. Há poucos dias uma enorme apreensão de explosivos havia sido feita e eles ficavam guardados perto da sala onde seria feita a transmissão.


                 Era perfeito e como ele não estaria lá não teria como desconfiarem dele. Era simplesmente perfeito.


                 James entrou sorrindo em seu escritório. Ele começou a mexer nos arquivos, procurando pela quantidade de explosivos apreendidos.  Era uma quantidade considerável, ele constatou ao ler a ficha. Um sorriso viperino brincando eu seus lábios.     


                 Ele jogou a pasta sobre a mesa e, sem se sentar, debruçou-se sobre ela.


                 - Ninguém vai desconfiar de uma pequena explosão acidental. Um vazamento de gás nos explosivos e cabum! É o fim dos meus problemas.


                  James foi acometido por um ataque de riso. Não podia se controlar, seu plano era brilhante e estava surpreso diante da ingenuidade do maior detetive do mundo. Só por que era uma agência de policia isso significava estar livre dos maus do mundo? Era realmente hilário.


                  River passou o dia na agência de policia, seguindo um ou outro policial. Por vezes observava James. Acompanhou de perto a mobilização do bueiro, deu uma série de sugestões sobre vários assuntos e cantou uma ou outra policial.


              James enrolou praticamente o dia inteiro. Usando a desculpa de averiguar a área do bueiro James foi fazer uma cópia das chaves da central, afinal teria que entregar suas originais para River.


               No final do expediente James foi se encontrar com o agente da ONU.


               - As chaves, senhor River.


               - Ah sim, obrigado, senhor Potter.


              -Por nada, e se precisar de alguma coisa – ele disse colocando o casaco – basta ligar – James entregou um pedaço de papel com se telefone – afinal, eu estarei em casa o dia inteiro amanhã.


               -Agradeço a sua hospitalidade, Potter! – Respondeu River, sorrindo por baixo do chapéu.


              -Por nada, bom, nós dois temos o mesmo objetivo.


               - De fato.


               -Ah e, River? – o agente se virou para James – As chaves – ele as jogou.


              -Obrigado Potter.


              Naquela noite James voltou para agência cerca de duas horas da manhã. Como era o diretor não precisava explicar para ninguém o que exatamente estava fazendo lá há essa hora.


              Para sua surpresa no momento em que entrou na central deu de cara com Mônica.


               - Mônica? O que está fazendo aqui tão tarde?


              - Se - senhor Potter?  Eu, eu estava apenas terminando de arrumar uns arquivos aqui e acabei perdendo a hora


              Ela deu um risinho. James sorriu.


              - Bom, eu só vim pegar um relógio que eu esqueci. Sabe como é, a Marlene me mata se eu não estiver com ele de manhã, foi um presente dela. Por que você não espera aqui que eu te dou uma carona pra casa?


              A secretaria corou violentamente e confirmou com a cabeça. Ela se sentou na sala de espera e começou a folhear uma revista. James, disfarçadamente mudou o rumo de sua sala para o depósito. O galpão ficava no final de um corredor longo e escuro no primeiro andar e dividia uma parede com a sala de audiovisual.


              James procurou uma saída de gás. Havia uma perto da janela no canto norte da sala. Com o seu canivete ele fez um pequeno furo na mangueira. De fato, era muita burrice deixar uma mangueira de gás num lugar onde guardavam explosivos, mas agora não era hora para reclamar.


               Ele pegou um pequeno detonador que estava sobre uma pilha de dinamite. O aparelho funcionava a distância, por isso ele poderia detonar a bomba de casa, na segurança do lar. James trancou o depósito e passou rapidamente na sala de segurança. Se iria sabotar a própria central era melhor não deixar nenhum rastro.     


                 Com cuidado ele se apagou de todas as imagens. Se perguntasse ele havia passado somente em sua sala, que não possuía câmeras. Depois disso ele voltou correndo para a sala de espera. Mônica já estava na segunda revista.


                 - Desculpe a demora, Mônica, eu não conseguia encontrá-lo de jeito nenhum – ele disse colocando o relógio no pulso - Vamos?


               - Não há problema, senhor Potter. Claro. – ela respondeu sorrindo.


                   James pegou a chave do carro e começou a girá-la no dedo, como sempre. Mônica o seguia com um sorriso tímido no rosto, como uma criança que acaba de ganhar um doce do confeiteiro. No estacionamento, James abriu a porta para Mônica e esperou que ela entrasse para poder entrar.


                   Ela seria o álibi perfeito para ele. Se algum dos guardas noturnos desse com a língua nos dentes ela poderia confirmar que ele apenas fora pegar um relógio e nada mais. Ele não conseguia acreditar em sua sorte. Talvez um Deus estivesse mesmo do lado dele.


                  James fez o percurso inteiro com um sorriso nos lábios. Mônica seguiu calada e vermelha, com os olhos fixos no chão. Ao chegar à casa da moça, James saiu para abrir a porta para ela. Mônica acenou com a cabeça e entrou em casa.


                   James dirigiu calmamente para casa, não tinha exatamente muita pressa para chegar a casa, afinal Marlene pensava que ele ainda estava dormindo.  Ele estacionou na garagem e subiu as escadas para o quarto silenciosamente, não queria acordar Lene. Ele escondeu o detonador na gaveta e foi dormir.


                    No dia seguinte, James acordou com o cheiro do café da manhã que Marlene fazia. Ele levantou da cama e foi tomar banho, uma vez vestido ele desceu. Lene estava de costas para a porta da cozinha de frente ao fogão. James afagou os cabelos da garota, ela sorriu para ele.


                   - Bom dia, Jay, não tem que trabalhar não?


                  -Não, hoje não. Vão fazer uma transmissão lá da agencia e pediram para que retirassem todos os internos. Até que vai ser bom um diazinho de folga.


                  Marlene riu e deslizou os ovos da frigideira para um prato. James pegou o prato e comeu rapidamente. Ela usava uma calça jeans e sua jaqueta de couro preferida e estava com a câmera pendurada no pescoço.


                - Vai tirar fotos hoje? – ele perguntou distraído


                 - É. O jornal precisa de umas fotos do prédio novo de telecomunicação que abriu agora.


               James confirmou com a cabeça e tomou um longo gole de café.  Ele passou os dedos pelo cabelo e ligou a TV. Lene plantou um beijo na testa do irmão e saiu pela porta. James escutou atentamente até que tivesse certeza que Marlene estava longe.


               Ele subiu as escadas, sempre com o ouvido atento à televisão. Se o aviso era tão importante quanto River fez parecer, era óbvio que passaria em todos os canais. James abriu a gaveta e pegou o detonador. Tornou a descer as escadas e achou que seria melhor se não estivesse em casa na hora da explosão, afinal, no caso absurdo de alguém desconfiar dele, um bom álibi a mais nunca fez mal a ninguém.


                 O moreno jogou o pequeno aparelho em cima do sofá e rumou para a cozinha. Ele começou a amontoar camadas e mais camadas de presuntos e queijos diferentes sobre um pedaço de pão integral. Por fim, quando o sanduiche estava pronto ele o embalou com um pedaço de plástico, próprio para comida, e depois cortou mais um pedaço do plástico, que seria suficiente para embalar uma caixa de suco pequena. Ele pegou o detonador e o envolveu no plástico, a última coisa que precisava eram impressões digitais.


                  Em silêncio ele guardou o detonador e o sanduiche no bolso do casaco e saiu de casa. Ele andou calmamente até se aproximar da agência de polícia. Diversos agentes que James nunca havia visto faziam a segurança da área. Ele se posicionou exatamente em cima de um duto de esgoto e colocou a mão no bolso, certificando-se que realmente havia um largo furo no fundo.


                Várias pessoas da cidade perceberam o movimento anormal na agência e se amontoavam em torno dela, tentando descobrir o que se passava lá e outros apenas se juntavam para fazer número à multidão, uma moça muito branca e com longos cachos ruivos se colocou ao lado de James. Ele olhou para a mulher e ela retornou o olhar por trás das lentes escuras dos óculos.  Ela abriu um sorriso com os lábios incrivelmente rubros.


                -Oi – ela disse – o que será que está acontecendo aí?


               James deu de ombros e disse displicente.


              - Uma transmissão - A mulher soltou um assobio e tornou a sorrir.


              -Deve ser algo bem grande, não? – ela mexeu no longo casaco bege que usava. Como estava muito frio a maioria das pessoas, inclusive ela e James, estavam com suas mãos nos bolsos.


               -Você nem imagina – ele respondeu com um sorriso maroto – Aposto que eles vão soltar uma bomba aí!


             Ela riu.


              -É, concordo com você. Meu nome é Samantha Connelly, a propósito. – ela retirou a mão do bolso e a esticou para James. Usava uma bonita luva de couro marrom.


            - É um prazer, Samantha. – ele disse retribuindo o ato – Me chamo James Potter.


                       Ela se limitou a sorrir.


                      Subitamente todas as telas da cidade mudaram de canal, inclusive os telões que ficavam espalhados pela cidade dando noticias de economia às quais ninguém prestava atenção. Um homem estava sentado atrás de uma mesa.


                       Esse homem tinha o cabelo loiro, na altura dos ombros e olhos castanhos. Sorria confiante para a câmera. Ele usava um terno azul marinho. Tomando fôlego ele disse para a câmera:


                     - Bom dia, mundo.  A maioria de vocês já me conhece, apesar de não reconhecer meu rosto. Meu nome é Lavine Sly! – ouviu-se um ruído de surpresa de todos em volta – E estive presente na resolução dos maiores e mais difíceis crimes de todo o planeta. Vocês devem estar se perguntando o que eu estou fazendo aqui, revelando meu rosto para todo o planeta, pela primeira vez. Na verdade eu estou atrás de um assassino. Um assassino cruel, desumano e frio que se autodenomina “The Killer”! – muitas pessoas suspiraram em terror – E eu não vou descansar e nem parar até que o culpado seja preso, julgado e morto!


                      James tentou segurar uma risada enquanto apertava o detonador. Uma enorme explosão se ouviu no deposito da polícia. Rapidamente James rompeu o envoltório de plástico e deixou que o detonador caísse pelo furo do casaco para o esgoto.


                       Muitas pessoas caíram assustadas e tantas outras começaram a correr para longe da agência. James segurou o braço de Samantha com força e a puxou para perto de si.


                       -Você está bem? – ele perguntou encarando as verdes e arregaladas orbes de mulher através das lentes. Ela confirmou com a cabeça – Vamos!


                        Ele a puxou, mas ela firmou os pés no chão apontando para um dos telões. Tão inesperadamente quanto havia desligado eles se ligaram novamente e desta vez não havia nenhuma pessoa de terno sentada, mas uma tela bege com as letras “LS” belamente desenhadas. Uma voz distorcida fez com que toda a confusão se calasse.


                   - Muito bem, Killer. Foi um movimento bem rápido. Mas aquele não era o verdadeiro detetive. Eu sou! – James arregalou os olhos – aquele era Jonathan de Rais! Um porta-voz que concordou em representar o papel de Sly para o mundo.  Àqueles que duvidam da veracidade das minhas palavras eu provo minha existência dando-lhes o paradeiro do assassino mais procurado da Interpol. ‘The Killer’ se encontra em Londres – James arfou – e perto, muito perto. Por isso tomem cuidado. Os policiais que quiserem me ajudar entrem em contato, eu conto com a colaboração da policia.   


                      A reação foi imediata. Muitas pessoas começaram a gritar, algumas apoiando a mensagem, outras criticando. Samantha se virou para James com os olhos ainda arregalados


                    -É ele mesmo! Foi o Sly! Ele está nesse caso!


                    -Você tem certeza, Samantha? – ela tremia muito – Não me pareceu muito real, não.


                    -Mas foi, James! – ela disse segurando sua lapela – Eu sei que foi!


                       É só outra maluca, ele pensou. Que pena, por que ela é realmente bonita. Ele a segurou pelas mãos e a tirou da multidão. Ele a colocou sentada em uma cadeira à sombra de um toldo de uma lanchonete e lhe pagou um suco, assim que o dono do lugar começou a olhar feio.


                        -Você está melhor?


                        Ela confirmou com a cabeça. Ele sorriu.


                       -Obrigada – ela disse se levantando – e sinto muito.


                       - Ora, que nada – ele disse sorrindo.


                       -Então... James Potter, não é? – ele concordou com a cabeça, ela sorriu – Tenho certeza de que nos encontraremos em breve.


                      -Sam! Sam! – uma voz grossa chamou ao longe, ambos de viraram – Samantha! Graças a Deus! Você está bem?


                     A moça fez que sim com a cabeça e tornou a olhar para James.


                      -Caleb, esse é o senhor James Potter, ele estava comigo na hora da explosão. Senhor Potter, esse é Caleb, meu irmão. 


                      James sorriu para o homem parado a sua frente. O irmão de Samantha era alto, tinha a mesma altura de James, e muito forte, ele reparou. Seus cabelos, negros como a asa de uma graúna, eram desarrumados e os olhos cinza-chumbo.  Caleb usava uma calça jeans e uma blusa preta escrita “for those about to rock, we salute you”. Não possuía metade da indiscutível elegância de Samantha.


                       James esticou a mão para apertar a de Caleb. Ele sorriu e a apertou energicamente.


                        -Poxa, muito obrigado mesmo! Obrigado por tomar conta da minha irmãzinha.


                          James riu, afinal, pelo que pôde ver Samantha já era bem grandinha, podia cuidar de si mesma. Ele a lançou um olhar furtivo, ela estava revirando os olhos.


                         -Por nada – James sorriu – foi um prazer! Então, fã de AC DC, né?


                          -Sim, sim! Grande fã, eles são incríveis!


                        -Bem, foi um prazer conhecê-los, Samantha e Caleb. Uma pena que nosso feliz encontro tenha sido causado por causa de uma catástrofe.


                        -Foi um prazer, Potter – os dois disseram um uníssono. Deviam se gêmeos. Só gêmeos conseguem dizer frases juntos assim, pensou James.


                       O moreno acenou novamente e começou a se distanciar do casal, ambos acenaram com movimentos semelhantes. Assim que James se perdeu de vista, Samantha se virou para o irmão com um sorriso nos lábios.


                   -Eu disse que isso ia funcionar. Aquele maldito disfarce de ‘senhor embaixador de ONU’ ou seja lá o que for é o melhor que eu tenho. Afinal, ninguém ia associar um cara bacana como o ‘River’ ao ferrado, hiperativo e fã de Rock que é ‘Caleb’.


                - Você tem que parar de falar de seus disfarces como se eles fossem pessoas de verdade, Sirius. As pessoas irão pensar que você sofre de dupla personalidade.


              Sirius riu e acendeu um cigarro. Depois de umas duas baforadas Lily disse:


              -E então, Sirius? O que você acha?


              -O que eu acho do que? Do Potter? Você me conhece, Lily! Quem acha as coisas aqui é você. Eu só trago as informações.


           -Neste caso, eu acho que devemos ficar de olho nele, esse é o chefe da agência de policia, não é?


             -Ele mesmo – a moça, Lily ou Samantha, sorriu escancarando um sorriso muito branco por entre os lábios muito vermelhos 


            - Neste caso eu quero que você se encarregue dele.


            Sirius ou Caleb coçou o topo da cabeça como se estivesse constrangido e soltou um sorriso-amarelo.


            -Sabe o que, prima?  - ela arqueou uma sobrancelha – eu já tenho ficado de olho nesses policiais há algum tempinho, principalmente nesse Potter, sabe como é, ele ocupa uma posição de relativo poder, mas enfim. O que eu to tentando dizer é que eu vou ter que ficar uma semana fora.


             - Por quê?  


             -Ah, uma maluca qualquer que ta dizendo que eu sou pai do filho dela, agora eu tenho que ir pra Oxford fazer um exame de DNA.


               A ruiva revirou os olhos, como se pedisse por paciência. Ela sacou o celular do bolso interno do casaco e se afastou do homem para que pudesse falar em paz. Sirius começou a assobiar enquanto esperava, brincando com a própria camisa, como uma criança insegura.


               No entanto toda a aparente insegurança se foi com a chegada de um grupo de garotas. Ele foi atrás delas e começou a conversar com as meninas até que Lily o puxou pela orelha.


              -É por isso que tem uma maluca querendo que você faça um exame de DNA, e você quer saber? Aposto que será positivo!


               -ARGH! Lily Evans, nunca mais diga uma coisa dessas! Sirius Black não se amarra a ninguém, por isso que eu não posso ter filhos!


              -É? Pois Sirius Black ficará desempregado se continuar a faltar ao trabalho pra fazer exames de DNA todo mês!


              - Não exagere, esse é só o segundo.


              -Este ano! Sorte sua que o Rodrigues pode cobrir sua ausência, de novo.


               -Ótimo, assim ficamos todos felizes! Você tem o Potter sob vigilância, eu provo que não vou ser papai e o Rodrigues ganha seus quinze minutinhos de fama. Que bom que pudemos resolver isso. Agora se você puder me dar licença tem um grupo de garotas esperando por mim – e colocando o cigarro na boca ele saiu.


 

Compartilhe!

anúncio

Comentários (1)

  • Tiaguinho

    interesante a fic principalmente o fato dela ser baseada no anime death note ... rs

    2011-03-07
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.