Por que eu??

Draco correu para o quarto, para se arrumar, afinal, ainda estava de pijama. Estava curioso para saber o que o Sr. Lafour poderia querer com ele. Ao mesmo tempo, estava ansioso pois reencontraria Michely. Perdido em pensamentos, quando se deu conta, já estava tirando a roupa no banheiro de seu quarto.

Abriu o chuveiro numa temperatura agradavel, e ainda com a cabeça longe, entrou de baixo da agua. Esta caia em seu rosto e jogava seus cabelos pra tras. Ele fechou os olhos e se apoiou na parede.

Seu pensamento foi parar em 1999, quando tinha 10 anos. Estava numa linda praia, em um acampamento, onde varios homens vestidos socialmente levavam seus pequenos filhos. E lá estava Lucius, com a mão em seu ombro e Michael Lafour se aproximava, com sua pequena menina.

- Onde estuda, Draco? - o homem perguntou enquanto a menina observava o lugar.

- Ele vai estudar em Hogwarts - respondeu Lucius, pelo filho - Queria que ele entrasse na Durmstrung, mas Narcisa não quer manda-lo para longe!

- Michely entrará na Beuxbatton ano que vem! Após a entrevista, a diretora ficou encantada! - e ele empurrou a menina para a frente dele- cumprimente os Malfoys, filha!

- Por que eu deveria? - ela resmungou, esnobe, encarando Draco com um olhar frio. Ele retribuiu o olhar, enquanto os pais riam.

- Filha! Seja educada! - Micheal repreendeu. Ela fez um aceno com a cabeça, e estendendo a mão, falou sinicamente:

- Prazer Malfoy! Sou Michely Lafour, encantada!

E ficou com a mão esticada. Lucius riu e cutucou o filho. Draco, muito contrariado, pegou a mão da menina e a beijou. Olhando por cima da mão, falou:

- O prazer é todo meu, Senhorita Lafour!

A menina puxou a mão e indiscretamente limpou na saia. Michael a repreendeu novamente e Lucius riu.

- Anda, filho! Leve a senhorita Lafour para conhecer o lugar!

- Eu sei ir sozinha! - ela resmungou brava. E Draco olhou para o pai com um olhar de obvio, como se repetisse com os olhos o que ela havia acabado de falar. E em resposta, Lucius disse:

- Claro que sabe! Mas voce, filho, é um cavalheiro, e vai acompanha-la!

Os dois se encararam. Draco esticou o braço e a garota o segurou. Fazendo outro aceno, falou:

- Foi um prazer conhece-lo, Sr. Malfoy! Com licensa!

- Meu pai é um panaca! - o garoto resmungou, ao deixarem o local.

- É, seu pai é um panaca! - a menina concordou, seca - voce tem a quem puxar!

E Draco voltou a realidade com alguem batendo a porta. Seus dedos estavam enrugados, ficou muito tempo sob a agua.

- Draco, está tudo bem? O Sr. Lafour está esperando, não vai descer?

Ele desligou o chuveiro, se enrolou numa toalha e foi correndo abrir a porta para avisar a mãe que desceria. Abriu a porta e lá estava ela, Narcisa. Mas não contava com a linda jovem ao seu lado.

Fechou a porta com tudo, e do outro lado murmurou:

- Humng, é... eu já estou indo! Eu estava no banho!

Ouviu risadas do outro lado.

- Belo topete, Malfoy! - falou uma voz debochada, do outro lado.

Ele não conteve um riso. "Definitivamente, ela continua a mesma" e ao olhar no espelho viu seu cabelo bagunçado.

Michely era alta, de cabelos negros, presos num alto rabo de cavalo, olhos azuis, jaqueta jeans, saia até o joelho e bota. Um oculos escuro no alto da cabeça e uma pele muito clara... sorriso maroto, e claro, uma arrogancia inconfundivel!

O rapaz se trocou, penteou os cabelos e se perfumou. Olhou no espelho e gostou do que viu, afinal, ele sempre gosta! Se levantou, suspirou e desceu...

Chegando na sala de estar, sua mãe estava na mesma poltrona, mas agora quem lia o profeta era Michely, sentada a mesa. Micheal estava no sofá, ao lado. O rapaz chegou na porta e ficou observando a menina. Ela olhava o jornal com tamanho interesse que nem notara a chegada de Draco. Michale se levantou para recebe-lo e Narcisa se adiantou:

- Deixarei os dois conversando... Michely, lembra daquele vestido, que ganhei do Lucius, que voce queria tanto experimentar?

A menina levantou o olho do jornal. Draco sorriu esnobe e ela ignorou, acenando afirmativamente para sua mãe.

- Já está arrumado! O que voce acha de tentar? Pode usá-lo, se quiser! - completou Narcisa, percebendo um leve interesse no olhar de Michely.

Esta se levantou, dobrou o jornal, e passou por Draco olhando em seus olhos, com um olhar de pouco saco. O rapaz sorriu novamente, pois era muito divertido provoca-la. Fez um sinal para que Michael se sentasse, e logo tomou o lugar em que estava sua mãe.

- Tudo bem, Draco? - perguntou o homem, com seus olhos azuis, brilhando.

- Nos conformes. - respondeu o menino, agindo de uma forma que lembrava muito a de seu pai: poucos gestos e olhar fixo. E continuou - Só estou um pouco curioso, afinal, o Brasil fica bem longe, e ainda não fui informado do intuito de sua visita...

Michael se endireitou no sofá.

- Vejo que voce está ficando como seu pai! - respondeu.

- Senso logico... estranho fosse se eu ficasse como o senhor, uma vez que Lucius é meu pai! - e riu, de uma forma esnobe.

Michael realmente adorava ve-lo agir dessa forma, pois uma das razões de ser tão amigo da familia Malfoy, é que eles são totalmente o oposto da simplicidade.

- Vamos direto ao ponto! - Michael retrucou, vendo que ate mesmo com o Malfoy Filho, não há tempo para enrolações. - Michely terá uma festa, pois eu prometi uma, em um momento insano, assim que ela terminasse a escola. E tendo em vista que voces já concluiram o ultimo ano, viemos até aqui convida-lo.

- Fico lisonjeado! Realmente! - e sorriu - mas creio que no Brasil exista correios? corujas? - e passou a mão pelo cabelo.

- Humng, ficou bem claro a importancia da visita! Bom, Narcisa ajudará Michely com uns arranjos... e é claro, que os Malfoys tem que ser convidados pesssoalmente! - respondeu Michael, sorrindo.

- Mais uma vez, fico grato! E onde será a festa?

- Será por aqui e uh lala!!! - Michael interrompeu a frase, olhando para a porta. Draco se virou e viu Narcisa puxando uma linda jovem de vestido vermelho, para dentro da sala.

- Ficou um pouco largo no decote, mas nada que não de para arrumar! - comentou Narcisa, sorrindo para Michael.

Draco lançou seu melhor olhar! Percebeu que a garota ficou um pouco sem graça, e caminhando daquele jeito provocador até as duas, falou:

- Bem, mãe, ou a Michely está muito crescida, ou voce está muito jovem! Ficou perfeito!

A menina corou e Narcisa gargalhou. Sairam então, rindo e cochichando o que Draco daria as orelhas para saber do que tratava. Mas, fez um sinal para que Michael sentasse, novamente, e coçando a garganta, voltou ao assunto:

- Continue... onde vai ser tal festa?

- Aqui em Londres, pois alguns amigos da Michely, que ela faz questão da presença, moram aqui e não tem como visitar-nos por lá! - explicou o homem, que agora observava o movimento de elfos passando pelo corredor.

- E, por mera curiosidade, que amigos são esses?

Michael riu.

- Acho que voce não conhece, se bem que tem um rapazinho que, enfim, quem não conhece?

Draco sentiu suas costas travar e seu estomago revirar. Só havia uma pessoa que o mundo todo conhecia, e definitivamente, era o ultimo nome que ele queria ouvir na vida! O garoto-cicatriz!

- Potter? - ele arriscou perguntar, num tom esnobe.

Michael concordou com a cabeça.

- Sim, Potter! - falou a voz feminina e arrogante que havia zoado seus cabelos. Agora, de jaqueta jeans e saia, novamente.

- Bem, vou terminar de resolver os arranjos com Narcisa, se me dão licensa! - e Michael saiu, andando de um jeito jingado, até que engraçado.

A menina se sentou na mesa e abriu o jornal novamente. Ignorou a presença de Draco, na poltrona, e este, preparando um belo olhar, resolveu se arriscar e caminhou até ela. Atras dela, se apoiou na cadeira, como se fosse ler o jornal tambem.

- O que voce quer, Malfoy? - ela perguntou esnobe, sem deviar o olhar.

O rapaz se levantou e caminhou até a cadeira ao lado, se apoiando nela.

- Como sempre, armada! - e sorriu sinicamente.

Ela olhou em seus olhos e fez uma careta.

- Diga, por que eu, senhorita Lafour?

- Por que voce o que? - ela perguntou, desinteressada.

- Humng, voce tambem foi pessoalmente na casa do Potter? - ele fingiu uma cara de duvida, misturada com orgulho.

Ela riu.

- Ciumes, Draco? Essa é inédita!

- Bem, eu costumo ter ciumes das minhas garotas e...

- Quando voce lembra o nome delas, né? - ela interrompeu - e bem, eu não sua mais sua garota... então, pode relaxar!

Ele riu, ela estava sendo sarcastica e ele adorava isso!

- Só por que uma veizinha unica eu te chamei de Parkinson? Pense quantas vezes eu já chamei a Pansy de Lafour, tambem...

- Problema é dela, que é tão besta ao ponto de se reduzir ao pó que gruda no teu sapato, Malfoy.

- E pelo visto, voce ainda está magoada comigo... - ele debochou.

- Sabe que não? Incrivel, né? Ah, e respondendo a tua pergunta, sim, meu querido! - ela estava com um olhar brilhante e muito estranho.

- Sim, o que? - ele perguntou na duvida.

- Quando eu cheguei com o carrão do meu pai, nem preciso dizer que o Sr. Valter ja gostou de mim. Se bem que tive que omitir o fato de ser bruxa, mas, enfim, Petunia adorou o colar e o bolo que trouxe do Brazil... e foi menos do que 2 segundos, para eles aceitarem a ida do Potter a minha festa!

Draco ficou sem reação. Ela só podia estar blefando.

- A proposito, Malfoy, gostou do bolo?

- Que bolo? Não tem bolo aqui, tem? - ele perguntou, realmente curioso.

- Ahhhh! Claro que não! Eu não trouxe! Panaca...

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