A visita



Capítulo 14: A visita


O dia seguinte amanheceu descontraído na mansão dos Gryffindor; os raios solares penetravam pela janela do quarto de Helena iluminando-lhe o rosto, ela acordou aos poucos, sorrindo secretamente com a lembrança vívida do passeio noturno.


- Helena! Acorde! – a voz de Sarah transpassava a porta com um tom de ansiedade e empolgação – Iremos sair em poucos minutos! – como que para enfatizar bateu na porta com impaciência.


-Já vou! – respondeu Helena enquanto se levantava e se vestia apressadamente; pouco antes de sair do quarto, Helena avistou o anel que o barão havia lhe dado ao pedi-la em casamento, colocou-o dentro da delicada caixinha com o intento de devolvê-lo e desceu as escadas rapidamente.


Ao chegar na cozinha percebeu que Arthur era o único ali, pelo jeito ele também havia perdido a hora; os dois trocaram um olhar cúmplice e ele sorriu-lhe; Helena comeu rapidamente e os dois caminharam juntos e em silencio até as carruagens que os esperavam junto a seus amigos e familiares.


Haviam duas carruagens paradas na frente da mansão dos Gryffindor, idênticas em quase tudo, cada uma com um grupo de pessoas diferentes, nesse momento Helena foi para uma e Arthur para a outra, trocando olhares ao se afastarem.


Helena acomodou-se na carruagem onde se encontrava sua mãe e irmã, Helga e Natasha; o cocheiro era um homem franzino que ela não conhecia, mas parecia murmurar algo consigo mesmo.


Rowena estava distraída cantarolando uma melodia levemente familiar, acrescentando e rabiscando palavras de forma concentrada.


Depois de algum tempo pareceu desistir e olhou para as mulheres presentes na carruagem com um ar orgulhoso e depois de anunciar que estava tentando compor um hino para Hogwarts cantarolou os cinco versos escritos:


“Hogwarts, Hogwarts


Ó querida Hogwarts


Nos ensine, por favor


Precisamos do seu conhecimento


E o pedimos com clamor”.


-Muito bom! Muito bom mesmo – falou Helga aplaudindo a fundadora corvina.


Rowena agradeceu com um aceno de cabeça e voltou a concentrar-se no pergaminho, mas a pena com a qual escrevia não teve tempo de fazer muitas alterações, a carruagem chegou a Hogwarts.


Quando a carruagem parou e as mulheres que nela estavam desceram; Helena não pode conter a exclamação de surpresa; não fazia nem três meses desde sua ultima visita, mas o castelo já tinha não apenas o segundo andar como um terceiro e um quarto em construção.


O castelo agora apresentava o contorno de uma verdadeira morada digna de reis, bastante antagônico comparado ao canteiro de obras que Helena visitara antes, parte das torres se refletiam na superfície do Lago Negro, o Sol forte parecia não incomodar os trouxas que carregavam, cortavam e até esculpiam pedras.


Helena ajudava a sua mãe a descer da carruagem e a caminhar no terreno irregular, percebeu que haviam alguns olhos ao observar-lhes nas proximidades da construção de dentro de uma floresta escura que eles não ousavam invadir ou se apropriar das terras, da mesma forma as criaturas que os observavam pareciam não querer se envolver com os bruxos.


Sarah logo substituiu Helena com a desculpa de que tinha de ficar a par da situação. As três corvinas caminharam sem preocupações até uma carruagem negra, imponente e vistosa com uma cobra verde em forma de um S milimetricamente desenhado em sua lateral parar e dela descerem 3 homens bem vestidos com um ar de superioridade e nobreza, os três Slytherin haviam acabado de chegar.


-Será que posso caminhar com a minha noiva? – perguntou Arthur rapidamente notando a presença do barão e oferecendo o braço a Helena.


- Não há necessidade de perguntar – respondeu Helena aceitando o braço de Arthur.


O barão olhou para o casal e tentou manter-se impassível, mas em seus olhos, ainda que de longe, percebia-se uma fúria determinada e calculista; Salazar percebendo a tensão no momento falou algo com o filho mais novo que o fez mudar a direção do olhar.


-Arth, quero ir falar com o senhor barão, tenho algo para devolver a ele... – comentou Helena em voz baixa.


-Está bem...


Parecia que o barão havia tido a mesma idéia, ou então a havia concebido no mesmo tempo que Helena, os três se dirigiram ao mesmo ponto, o grifinoro se mostrava inquieto os dentes cerrados e o olhar determinado, a corvina parecia não fazer mais que sua obrigação.


-Barão, creio que isto seja seu – a loira entregou-lhe a caixa de veludo que continha o anel que Jhon lhe dera no dia que pediu a sua mãe em casamento.


Os olhos negros do sonserino fitaram a caixa por um breve momento e ele a pegou e guardou sem dizer uma única palavra depois fitou os olhos azuis de Helena e disse:


- Eu e meu pai queremos dar a você e a sua irmã um pedido de digamos... desculpas pelo modo como as tratamos ultimamente – ele entregou duas caixas finas e largas com tons de azul distintos, uma continha uma pequena pena branca e era escura, a outra era mais clara com alguns detalhes dourados – a que tem a pena é sua, a outra de sua irmã, espero que um dia o nosso pequeno desentendimento não resulte em algo maior – ele parecia sincero e falava com tranqüilidade – E Arthur espero que deixes Helena usar o nosso acordo de paz...


Arthur nada disse, apenas concordou com um leve aceno de cabeça, Jhon entregou as duas caixas a Helena e pouco antes de se retirar disse:


- Creio que o pingente será o símbolo de sua casa durante muitos anos...


Depois que o barão havia se afastado, Arthur voltou-se para Helena e perguntou arqueando uma sobrancelha de forma desconfiada:


-Irás usá-lo?


-Por hora não causarei mais atritos – respondeu Helena abrindo a caixa escura e retirando dela uma delicada pulseira com uma águia azul feita de uma pedra fina como pingente.

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