Sentimentos



Capítulo 8: Sentimentos


A confusão do duelo foi progressivamente esquecida, mas ainda não por completo, Godric se preocupava com a saúde de Natanael em tempo integral, os Slytherin não pisaram naquela casa desde o fatídico dia, talvez por remorso e raiva, talvez pela humilhação pela qual Arthur fizera Jonh passar derrotando-o em um duelo.


Helena passava grande parte do tempo auxiliando Helga, escrevendo pequenas anotações no diário, mas nada de muita relevância, citou brevemente a doença do mais novo dos Gryffindor com um “Estou preocupada com a doença do pobre Natanael, ele não para de tossir e tem febre quase o tempo todo, pela primeira vez em muito tempo estou achando que Helga não vai encontrar uma cura a tempo, mas nem quero pensar em tamanha tragédia, temo pela reação de Godric...” e o resultado desastroso do duelo “aconteceu o que eu mais temia, Salazar e Godric não se falam desde o dia do duelo, não quero que meus problemas pessoais interfiram no futuro de Hogwarts, mas este parece ser um desejo impossível de realizar”.


Sempre que havia oportunidade Natasha a fuzilava com os olhos por Natasha e distribuía alfinetadas, elas não se falavam na maior parte do tempo, Natasha não estava somente furiosa, mas também com ciúmes e o ciúme era pior do que toda a raiva que se podia sentir, ela também tinha inveja, no fundo de sua alma ela queria se casar com Arthur, tantas foram as vezes que ela se imaginara como senhora Gryffindor, ou então apenas de mãos dadas aproveitando um passeio no lago...


- Nattie – começou Helena novamente, já não sabia quantas vezes havia tentado persuadir a amiga a entendê-la, mas Natasha apenas se virou e apressou o passo – Nattie, por favor me ouça! – tentou mais uma vez, mas a lufana já havia se desvencilhado da tentativa de Helena de explicar-la o ocorrido e desaparecera de vista.


Todas as vezes que Helena tentava falar com Natasha a amiga não a escutava, certo dia ela reclamou da situação quando estava andando perto do lago com Arthur:


- É simplesmente irritante! Por que ela não me escuta?! Custava?!


- Ainda não entendo porque ela está com raiva de você... – falou categoricamente o Arthur.


- Eu acho que já lhe expliquei isso, ela gosta de você, e não se conforma com o fato de você ter me pedido em casamento! – Helena tentou falar da maneira mais gentil, mas ela fervilhava de raiva por dentro então soou um pouco irritadiça.


- Er... Lena, quanto a isso... – começou Arthur buscando palavras meio sem jeito, ele queria tirar da mente de Helena a idéia de que ele a pedira em casamento apenas para livrá-la do Jonh, ele realmente gostava dela era algo que garota nenhuma com seus sorrisos e artimanhas conseguia fazer.


- Diga Arth – Helena interrompeu os pensamentos dele com uma fala temerosa, será que ele iria depois de tudo o que passou desistir do casamento?


- Bom... É que... É que eu não queria que você pensasse que eu lhe pedi em casamento apenas para livrá-la do Jonh, Helena, Lena e-eu realmente gosto muito de você... – Arthur disse se atrapalhando com algumas palavras, fazendo Helena se esforçar para entendê-lo devido à rapidez com que ele falava.


Helena não falou nada, permaneceu em silencio, esperando...


-Lena, eu te amo – disse por fim, respirando fundo, era realmente impressionante como ele tinha coragem para várias coisas menos para declarações e afins, ele tomou coragem e a puxou pela cintura para beijá-la, mas Helena virou o rosto, não achava que esse era um momento propicio para tanto, ela tinha muito a resolver ainda... Arthur vendo o súbito recuo de Helena a soltou e eles se separaram em poucos minutos e trocaram um olhar de compreensão, Arthur segurou a mão de Helena e os dois se puseram em uma caminhada confortável pelos canteiros de rosas plantados pela Justine, ninguém ousava falar até que Arthur resolveu quebrar o silencio:


- Lena... – ele queria se desculpar por ter sido tão precipitado, talvez Helena não sentisse nada alem de um amor parental por ele, mas ele não iria desistir dela e iria conquistá-la pouco a pouco...


-Arth – Helena interrompeu em todo esse tempo ficou pensando em como poderia dizer para ele que sentia o mesmo há tanto tempo... desde quando ainda eram crianças e Arth treinava esgrima em frente a sua casa, mas apenas agora ela havia descoberto que aquele friozinho na barriga e a felicidade que sentia quando ele lhe mandava uma carta era essa coisa tão antagônica chamada amor, ela podia ser inteligente, mas não sabia de tudo... – E-eu... Eu também te amo! – falou baixando o olhar, Arthur não esperava uma declaração tão aberta assim da garota que tomou fôlego e continuou – acho que te amo desde que nós nos conhecemos, você tinha uns 12 anos e eu era apenas a garotinha de 6 anos de idade que levava água pra você e seu pai nos treinos, ficava depois observando o treino todo escondida atrás de um arbusto até minha mãe chamar...


Arthur passou uma mão pelo rosto dela e levantou o olhar de Helena, fazendo-a encarar os seus olhos verdes, o verde e o azul, como um encontro entre céu e mar, tão distintos e tão parecidos ao mesmo tempo; temperamentais, profundos e cheios de mistério, eram a janela da alma e falavam mais que mil palavras, comunicavam-se com padrões de brilho e reflexos de luz, giros e reviravoltas, podiam dizer tanto e não dizer nada, serem os melhores amigos ou os piores inimigos de alguém, os rostos dos dois foram lentamente se aproximando, centímetro a centímetro...


-Helena! – Natasha falou e ao ver Arthur e Helena tão próximos um do outro, não se conteve e acrescentou em um tom amargurado – Deixa pra lá! Vejo que tu estás muito ocupada no momento, quando tiver um tempo extra, eu quero falar com você, se não se importa...


Helena e Arthur se separaram rapidamente, mas Natasha já havia saído com passo pesados e sonoros, parecendo uma criança mimada que não ganhara o que queria no presente de aniversário.


Helena olhou para Arthur que em um gesto indicou que ela fosse atrás da amiga, que no momento se comportava de forma tão imatura e infantil.


-Nattie! Volte aqui! – Helena estava começando a se irritar com o comportamento da lufana, que fingia que não a escutava – Nattie – repetiu ao conseguir alcançá-la e a puxar pelo braço – será que dá para você me explicar o que danado está acontecendo contigo?!


-Ora, ora, parece que a inteligente Helena Ravenclaw não sabe uma resposta a uma pergunta obvia! – Natasha falava com ironia e sarcasmo, o que não agradou Helena nem um pouco – Enquanto a futura senhora Gryffindor está por ai com o seu futuro esposo minha mãe e eu estamos trabalhando noite e dia para curar o Natanael, mas isso não é tudo! Não, não é... Não bastasse toda a sua displicência ainda se fez de minha amiga...


-EU NÃO ME FIZ DE SUA AMIGA! EU ME CONSIDERAVA ATÉ POUCO TEMPO SUA AMIGA! – explodiu Helena e saiu de perto de uma Natasha desconcertada, desde quando Helena se descontrolava em relação as suas emoções menos agradáveis?


Natasha agora estava estupefata, mas isso não abrandara sua fúria com a loira, ela ainda a considerava uma traidora, era obvio que Natasha assim como todas as garotas daquele vilarejo tinha uma bela queda pelo Arthur, afinal ele era de longe o garoto mais bonito de toda aquela área, era algo a se esperar, mas nada justificava a perfídia de Helena com relação a uma amiga...


“Se os papeis estivessem invertidos eu jamais faria o que ela fez” pensou amargurada.

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