Pais e Filhos



Capítulo 7: Pais e filhos


Os próximos minutos passaram como um borrão aos olhos de Helena, mas rapidamente Arthur tinha guardado a espada e Jonh estava de pé, Salazar também chegara ao local e ajudava Jonh a se apoiar, os dois fundadores trocavam olhares entre si e com seus respectivos filhos.


Um silencio constrangedor tomou conta do local, ninguém falava absolutamente nada, nenhuma explicação, nenhuma pergunta, até que Rowena chegou e com uma voz autoritária disse:


-O que estava acontecendo aqui?


-Também queremos saber – responderam Godric e Salazar em uníssono olhando para os filhos com ares de reprovação.


Rowena percebeu então a presença de Helena e trocou um olhar com a filha que dizia claramente: “Saia daqui, eu resolvo isso...”


Helena não ousou desobedecer e saiu o mais rápido que pode, voando alto para não ser vista por ninguém mais, chegou a casa dos Gryffindor e passou pela janela do quarto onde havia passado a noite se destransformou antes de tocar o chão, pegou o seu diário e começou a escrever em seu diário:


Dia: Vigésimo Quinto Dia do Oitavo mês


Não pude escrever ontem por diversos motivos, e irei citá-los mais a frente, porque no momento estou preocupada com o duelo que o Arthur travou com o Jonh... Mas para escrever e descrever esse duelo vou começar pelo principio...


Ontem não pude escrever nem uma misera linha porque fui pedida em casamento pelo Arthur, aceitei me pareceu o certo a fazer, não apenas pela paixão que acredito sentir por ele, mas também porque sinto que ou me caso com ele ou me caso com o Jonh, tudo agora está tão confuso, tão incerto, tão complicado...


Nenhuma saída é sabia, no final das contas sei que isto poder resultar em algo muito maior que apenas a velha e conhecida rivalidade entre os Gryffindor e os Slytherin, acho que pela primeira vez em muito tempo não consigo pensar em uma solução razoável para meus próprios problemas...


É justamente nesse ponto da rivalidade que me preocupo, há muito tempo que o Salazar já menciona “expurgar” Hogwarts expulsando todos aqueles que segundo seu errôneo julgamento não são dignos do ensino bruxo, ou seja, aquelas pobres crianças que por infelicidade do destino nasceram trouxas, não confunda essa ultima frase com um ponto de vista preconceituoso, digo infelicidade do destino porque normalmente os nascidos trouxas são aqueles que mais sofrem nestes tempos difíceis, se tiverem muita sorte são exorcizados (creio que o nome seja este) e colocados em algum sanatório, se não morrem nas toras flamejantes aos berros em uma tortura terrível.


Os tempos estão difíceis para ainda termos diferenças de pensamento e crenças entre os quatro maiores bruxos e bruxas de nossa nação...


Houve um estalido no quarto que indicou a presença da elfa Wishie, ela era mais velha do que Pixie e sempre dizia ser honrada em servir os Gryffindor, tinha olhos azuis enormes e se pouco cabelo se prendia em um coque, a elfa fez uma reverencia e disse com um tom gentil:


- Senhorita Ravenclaw, o senhor Gryffindor lhe chama lá na sala minha menina, estão todos lá...


- Está certo Wishie, obrigada pelo aviso, já vou vê-lo – falou Helena tentando mostrar-se imparcial.


A elfa fez outra mesura e sumiu com outro estalido, Helena respirou fundo, se levantou com graciosidade e desceu as escadarias indo para bela sala do casarão dos Gryffindor, a sala era clara em suas paredes coloridas com um pacifico bege, tinha dois enormes sofás de um couro vermelho e artefatos curiosos em suas paredes.


Godric estava sentado com uma expressão cansada, ao seu lado Arthur ainda usava as roupas sujas pelo duelo seu rosto era indecifrável; Rowena e Helga se encontravam de pé em um canto da sala; Salazar e seu filho estavam sentados trocando olhares entre si, Natasha estava ao lado de sua mão e dirigiu um olhar indignado a sua amiga; Helena respirou fundo e disse:


- Mandou me chamar senhor Godric?


- Mandei Helena, vejo que já é hora de sabermos o que se passa com nossos filhos... – falou com uma voz um tanto quanto fria, o mais velho dos Gryffindor.


- Pai a Helena não é o fruto dos nossos problemas... – começou Arthur, mas foi logo interrompido por Godric.


- Então me explique você! O que estava acontecendo no lago!? – agora a voz do fundador era alterada, mesmo que ele se esforçasse para mantê-la normal.


Arthur trocou um olhar significativo com Helena e disse então:


- Nós estávamos duelando pela mão de Helena, pai – falou se mantendo impassível.


-Espere um segundo, quer dizer que a misteriosa moça a qual você foi pedir a mão há dois dias era esta Ravenclaw? – intrometeu-se Salazar olhando para o filho com reprovação, sua voz tendo uma nota de descrença ao pronunciar a ultima palavra.


- Era meu pai – falou Jonh com uma voz desiludida – Eu pedi a Helena em casamento...


- Eu não acredito! Como pode?! - havia não apenas notas de desgosto e desaprovação na voz de Salazar, mas também um quê de descrença, ele estava achando tudo muito absurdo, seu filho e uma mestiça juntos, mas parecia que esta era apenas a ponta do iceberg.


- Salazar não se esqueça que esta moça pela qual você intitula de mestiça é a minha filha – Rowena soou indiferente ainda que não gostasse nem um pouco da maneira a qual o sonserino a tratava e a suas filhas – Além do mais você não é o único que desaprova essa união – Helena olhou para a sua mãe, desde quando Rowena colocava sua opinião na vida da filha interferindo-a assim – mas se minha filha o quisesse eu permitiria este absurdo... Mas parece que ela não aceitou e agora chegamos ao ponto do duelo matutino; o Arthur pediu a mão de minha filha ontem e Helena aceitou, acontece que o seu filho Salazar achou interessante brigar por uma decisão que já estava tomada e desafiou o Arthur para um duelo, que Godric você conhece seus filhos nenhum deles ousaria negar um confronto direto...


Godric passava as mãos no cabelo e permanecia calado, era obvio que agora a fundadora da Corvinal havia se cansado dos insultos e comentários pejorativos vindos dos Slytherin, ela demonstrava normalmente era imparcial e categórica ao relatar fatos, mas os tons de amargura em sua voz deixavam claro que ela estava começando a se cansar de apenas ouvir e não fazer nada.


- Senhor Godric – chamou a voz esganiçada de Pixie – senhor, o menino Natanael está começando a adquirir alguma cor, mas ele está tossindo muito...


Godric se levantou rapidamente e subiu as escadas o mais rápido que pode, chegou ao quarto e se deparou com o Natanael com um sorriso bobo no rosto, o garotinho virou-se e perguntou a seu pai com sua voz infantil e inocente:


- Papai eu vou ver a mamãe?


Godric não sabia como responder, apenas abraçou seu filho mais novo e deixou algumas lágrimas escaparem-lhe os olhos.

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