Início
O espelho não estava mais rachado. Alguém deveria ter reparado o objeto. Não que isto realmente importasse. Nada importava naquele momento.
Nada.
Sem raciocinar, entrou em um dos boxes do banheiro e trancou-se ali.
Agora, poderia chorar sem reservas. E foi o que fez.
As lágrimas caiam mais e mais. Todas salgadas e dolorosas. Anuviando sua visão, rompendo seu coração.
Contudo, foi interrompida.
Alguém entrara no banheiro. Não alguém qualquer, mas, um garoto. Um garoto que falava em uma língua esquisita.
Toda a sua raiva e frustração foi desviada naquele momento para o desconhecido que a havia interrompido.
Não era para ele estar ali.
Enxugou os olhos furiosamente e destrancou a porta, pronta para descontar todo seu ódio, raiva e mágoa no intruso e expulsa-lo de seu refúgio. Porém, o outro foi mais rápido.
Assim que abriu a porta do box, teve sua última visão: dois enormes olhos amarelos. E então, a dor que sentia desapareceu.
Não havia sinal do intruso no banheiro. Como se ele não estivesse estado lá. Murta olhou então para seu corpo caído no chão, sem vida.
E deu início a sua nova vida.
Porque “a morte é redenção, e não punição”.
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n/a: A frase “a morte é redenção, e não punição”, foi retirada do filme "Coração de Dragão", e significa, basicamente, que para aqueles que estão sofrendo de alguma forma, morrer é um alívio, uma redenção.
Apesar de todas as interpretações que a afirmação acima pode ter, considero-a impactante e acredito que combina, perfeitamente, com a história da Murta. (Baseado em tudo o que J.k. Rowling escreveu a respeito dessa personagem).
Os capítulos são realmente pequenos e interrompidos, mas... certas coisas não precisam de muita descrição para serem compreendidas em sua essência, a dor e uma delas. Achei que assim poderia ficar mais próximo do que ela, a Murta, sentia.
Bem, é isso.
Sinceramente, espero que gostem.
A autora.
Comentários (1)
Eu realmente gostei.Acredito que conseguiu trasmitir um pouco do que a Murta sentia na epoca.Parabéns!
2015-11-10