Indiferentes



Abandonou o banheiro das meninas, sem olhar para trás. Sem olhar para o inimigo rachado, mais nenhuma vez. E sem lágrimas nos olhos.


Contudo, a dor ainda estava ali. Sufocando.


Apertou os livros contra o tórax de maneira a tentar se proteger contra a dor que dilacerava seu coração.


Em vão.


Decidiu então apertar o passo. Estava atrasada para a aula. McGonnagal não iria perdoa-la.  Ninguém nunca perdoava.


Caminhou pelos corredores da escola, de cabeça baixa. Sempre esbarrando em alguém, pois, seus olhos, focavam o chão, não as pessoas.


As pessoas em que ela esbarrava murmuravam desculpas ou ralhavam, seguindo seus caminhos, logo após. Alguns, partiam rindo com os amigos, continuando a conversa que fora interrompida pelo esbarrão com ela. Outros, continuam seus trajetos, apressados para chegarem as salas de aulas, sem sequer prestar atenção em que haviam esbarrado. Cada um dando prosseguimento a sua vida, de uma forma ou de outra.


Indiferentes.


A ela.

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