Capítulo um.



Cap. 1- E a estória começou...


 


Sabádo, 31 de julho de 2010- Paris, Île-de-France – França


Aeroporto Agen, La Garenne, 00h14min


 


Finalmente o avião está decolando. Quem diria? Sirius Black abandonando a sua tão amada França... Pelo menos o meu pai teve a decência de me colocar na primeira classe dessa vez. Meu pai adora fazer com que eu voe na classe econômica, ele diz que é pra formar o caráter... Uma vez cheguei a dizer a ele que era pra ele ir de ônibus pra Londres pra tirar todos os anos de atraso, o caráter dele tava precisando... Resultado: EU fui de ônibus e cheguei dois dias depois do casamento da minha prima Bellatriz... Ela me odeia agora!


 


 Olhando pela janela ainda dá pra ver o La Garenne, então com certeza esse avião vai demorar pra pousar... São pelo menos doze horas de viagem de Paris até Glasgow com direito a escala em Amsterdã. Quem me dera poder ficar em Amsterdã, a cidade onde tudo é liberado... Mas não, tenho que ir para a terrível cidade de Glasgow! O pior de tudo é que meu pai podia ter me mandado para a turística Aberdeen que fica bem mais perto de Highlands do que essa cidadezinha de nome esquisito que eu estou indo. Pai desnaturado!


 


Sabe como eu sei tanto sobre a Escócia? INTERNET! Me informei sobre o local onde vou morar por quatro anos... Nunca vi um INFERNato tão isolado como esse... Minha mãe adorou! Disse que lá é o lugar perfeito para aprendizagem, sem distrações! Bom, ela parece não está contando com todas as garotas de Hogwarts tristes e solitárias, sem ninguém pra abraçá-las, beijá-las e...


 


Atenção senhores passageiros! A Airlinair informa: os cintos de segurança já podem ser removidos.


 


Ótimo! Tá na hora de gastar um pouquinho do dinheiro de papai... Peguei o telefone do avião, passei o meu melhor amigo, Sr. American Express (eu sei, eu sou o pior francês do mundo... Traidor da raça! Como eu posso ter um cartão de crédito americano? Aiai... Mas eles me dão tantas vantagens...) e liguei para o meu segundo melhor amigo (esse sem tantas vantagens quanto o primeiro...) James.


 


Foi direto pra caixa! Estranho... Será que o Jay se esqueceu de carregar o telefone? Não... É mais fácil ele se esquecer de respirar do que se esquecer de carregar o celular! Já faz parte dele aquele aparelhinho.


 


ANTA! Não você, eu! É claro que ele não atende, ele já deve estar na Escócia... Então vamos tentar o código de lá. Passando o cartãozinho de novo, número, tururi, tarara... Me deu uma vontade de assobiar agora! Tá chamando...


 


-Alô?


- James é você?


- Você ligou pro meu celular, quem mais poderia ser Sirius?


- Como sabe que sou eu?


- Creio que você é a única pessoa que eu conheço que teria coragem de me ligar uma da manhã... – Isso explica a voz rouca dele... Ele tava dormindo!


- Como eu ia adivinhar que você tava dormindo?


-Não sei... Usando o bom senso talvez?


-Nossa! Como você fica mal-humorado quando acorda cedo! Lembre-me de nunca te acordar cedo de novo lá no colégio... – Ele bufou do outro lado da linha. É ele tá de mau-humor!


- Eu espero que fiquemos em quartos diferentes!


- Pois você vai esperar à toa! Eu já mexi uns pauzinhos e consegui fazer você e o Remmie ficarem no mesmo quarto que eu!


- AHHHHHHHHHHHHHH! – Com essa eu até afastei o fone do ouvido. Isso é pra vocês verem o quanto eu sou querido... – Achei que essa escola fosse anticorrupção!


- Escola é feita de gente e gente é feita de corrupção (?)! Se deu mal Mané!


 


Tu tu tu tu...


 


- James? JAMES! Filho da mãe... Desligou na minha cara! – A velhinha do meu lado me olhou de cara feia.


-QUE É? Até parece que nunca me viu! – E provavelmente ela nunca me viu mesmo...


 


Domingo, 1º de agosto de 2010- Inverness, Highlands – Escócia


Restaurante do Culloden House Hotel, 09h45min


 


- James... James! JAMES!- Droga! Valeu mãe... Quase você fica órfã de filho (?)! – Por que está dormindo em cima do seu café da manhã?


- Tive uma noite de sono ruim... – Nossa, que sono! Minha mãe me olhou com uma cara de quem não estava entendendo nada.


- Achei que tivesse gostado do hotel!


- E gostei. Mas é que o Sirius me deu uma péssima notícia ontem...


- Oh meu Deus! Aconteceu alguma coisa com ele? – Eu não sei por que, mas minha mãe realmente se importa com o Sirius, ela o trata como um filho! Acho que é porque ela acha que ele nunca vai se adaptar ao mundo. Você sabe... Por ser maluco!


- Não ele tá bem... Mas infelizmente nós vamos dividir o mesmo quarto, de novo! – Ela respirou aliviada e depois me bateu com o cardápio do hotel.


- Nunca mais me dê um susto desses!


Quem merece uma coisa dessas logo de manhã cedo? Eu mereço! E pra você ver como as coisas só tendem a piorar nessas situações, adivinha quem vem com uma cara de poucos amigos? O senhor Potter, é claro!


 


- Adivinhem só, os idiotas da ONU recusaram o meu pedido novamente! – Essa é nova, eu não sabia que a ONU agora era pizzaria dellivery!


- Pedido de que pai? – Perguntei por perguntar, estava mais preocupado no meu café, ou melhor, oranccino! O que eu posso fazer? Eu adoro cappuccino e adoro laranja também! A bebida é legal... Dá um desconto!


- Da planta baixa de Hogwarts. Acredita que eles recusaram meu pedido outra vez! Ah, mas se eles pensam que eu vou desistir assim... – O cara tá uma fera! Né por nada não, mas eu prefiro o oranccino de Londres!


- Você devia desistir Robert! Eles não vão fornecer essa planta, principalmente depois da morte dos engenheiros... – Minha mãe tentou  fazê-lo mudar de ideia... M: I: III (Missão Impossível 3)!


-Eles estão sendo idiotas, isso sim! Eles mesmos já constataram que não foi um ataque terrorista... Estão com medo de quê? E... James quer parar de fazer esse barulho irritante!


 


Essa é uma pergunta que não foi feita pra ter interrogação (?). Ele me pergunta se eu quero parar, não eu não quero! Mas isso não foi uma pergunta, foi uma ordem fantasiada de pergunta! Eu sei, acho que vou virar antropólogo...


 


- Pai... Você tá me entediando! – Eu sou sincero! As pessoas dizem que gostam de sinceridade... Tudo mentira! Ninguém realmente gosta da tal da sinceridade...


-Me desculpe se a minha preocupação com a sua segurança te deixa entediado! – Ai, agora fud***! Meu pai passou de irritado pra chateado... Ele é muito temperamental... Vou tentar corrigir meu erro. Maldita sinceridade!


- Não tem com o que se preocupar, sabe que eles só te negam as coisas justamente pra me manter em segurança. Já pensou se a planta baixa de Hogwarts cai na mão de um terrorista? Adeus James! – Minha mãe conteve um gritinho e eu contive uma revirada de olhos... Por que eu tinha que nascer na família mais anormal do planeta? A terceira na verdade! Acho que não preciso comentar que os Lupins e os Blacks vêm em primeiro e segundo lugar respectivamente.


-Mesmo assim! Faria-me ficar mais tranquilo sabendo exatamente onde o meu único filho está!


- Não se esqueça do Siriusinho! – ninguemmereceminhamae.com.uk


- Pra deixar todo mundo em paz, eu e o Siriusinho... – Argh! – Vamos mapear a escola, vos mandar por e-mail, pra vocês poderem emoldurar um mapa personalizado de Hogs!


-Sério? Cada entrada? – Vocês precisam ver como os olhos do meu pai estão brilhando.


- Cada buraco de rato! – Minha mãe fez uma careta nessa hora. – Eu e o Sirius não vamos descansar até que...


 


Oh, crystal ball, crystal ball. Save us all, tell me life is beautiful! Mirror, mirror on the wall…


 


Maldito Sirius Black e sua adoração por Keane! Ele que escolheu esse toque pro número dele... Retardado!


 


- Falando no diabo... Vou ter que atender!- Eu levantei da mesa parecendo que ia atender um telefonema de trabalho, não foi? É que não dá pra atender uma ligação do Sirius perto de qualquer vida inteligente... Vocês logo vão entender o porquê.


 


- Eu vou morrer!


- É O QUE?


 


Domingo, 1º de agosto de 2010- Sobrevoando a Escócia


Avião da KLM, 09h58min


 


Ele acreditou! O James é muito burro mesmo...


 


- Se vocês não vierem me buscar no aeroporto. – Me controlei para não rir, a cara do James deve estar impagável agora. Ele me ama! De uma forma fraterna é claro!


- Eu te odeio!


- Você vai fazer isso por mim?


- Você acha que merece?


- Mas eu sou um órfão que não tem para onde ir! – De certa forma é tudo verdade!


- Você tem família, você tem para onde ir e...


- Mas eles estão em Amsterdã! Meu pai disse que tinha assuntos por lá e disse que eu tinha que vir na frente, afinal era a minha escola, coisa do meu interesse e...


-JÁ ENTENDI! Vou falar com os velhos pra vê o que eles acham...


- Diga a papai que eu tenho uma coisa que é do interesse dele! – Eu realmente tenho, não sou um filho desnaturado que nem o James!


- Não força a barra Sirius! Já disse que daqui a pouco te dou a resposta.


- Tá na hora da vingança...


- Como?


 


Bati o telefone na cara dele! É bom senhor Potter? HÁ! Eu sou uma pessoa muito vingativa... E quanto ao lance do presente para o tio Robert, ele vai adorar! Meu pai conseguiu o mapa elétrico de Hogwarts. Foi a empresa do sócio dele que fez a instalação elétrica que, pelo que eu vi, é monstruosa! Sinceramente eu não sei pra que aquele lugar vai precisar de tanta energia! Tudo bem que quando a capacidade de lá estiver completa serão 4 mil estudantes e não sei quantos professores, mas mesmo assim, eu ainda acho que é demais! Não que eu entenda de eletricidade...


 


 


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Domingo, 1º de agosto de 2010- Highlands - Escócia


Rodovia que leva ao Instituto Mundial de Educação e Tecnologia de Hogwarts, 15h16min


 


- Não acredito que nos encontramos no aeroporto de Glasgow Remus!- A alegria de Sirius era sincera, mas não dava pra dizer que James e Remus estavam à vontade com a situação. – Você ainda tá chateado com o lance do e-mail? Remus tenha santa paciência!


 


Agora Sirius também parecia chateado. Desde o e-mail enviado por Remus na quarta-feira, os dois pareciam que não sabiam mais como parar de brigar. A verdade é que Sirius achava um exagero a reação de Remus diante do discurso do pai, afinal quem não tem um pai que devaneia sobre o destino promissor do filho?


 


- Vocês dois estão me irritando! Por que não fazem as pazes logo e acabam com essa palhaçada! – James tentou, nas suas contas, pela milésima vez fazer os dois se entenderem.


- Primeiro: eu não briguei com ninguém e segundo: nem sei do que vocês estão falando!


 


Era sempre assim, quando uma coisa não agradava Remus, ele sempre dava um jeito de ignorar até esquecer o que o estava incomodando. Sirius revirou os olhos e James olhou de maneira reprovadora. Eles sempre acharam que esse jeito que o amigo tinha de encarar os problemas só fazia as coisas piorarem. E de fato as coisas estavam piorando. Remus dificilmente falava sobre seus problemas e quando o fazia era só pra comunicar que os mesmos permaneceriam sem solução.


 


- Desculpa se não levei a sério o que você disse. É que eu não acredito que seu pai vá te... – Sirius tentou mas foi interrompido por um Remus irritado.


- Esquece ok? Você tem razão, estou me preocupando à toa...


- Então relaxe! Devia estar feliz, você vai para um lugar beeeeeeem longe dele! – James tentou animar o ambiente, já tinha desistido de tentar fazer Remus deixar de ser tão teimoso.


- Tem razão! E afinal, por que estamos tendo que vir no mesmo carro que o Sirius?


- Hey! – Tanto Remus quanto James riram da cara indignada do amigo.


- Vá se acostumando caro Aluado! Vamos ter que aguentar o Black por um bom tempo.


Dessa vez nem Sirius nem Remus pareciam muito animados com o que o amigo disse.


- Você de novo com esse apelido! – O apelido que Remus ganhou a dois meses atrás, da última namorada, parecia persegui-lo por toda a Europa.


- E de novo com essa história de que eu sou um chato que grudou em vocês! – Na verdade isso nem mais irritava Sirius, mas era sempre bom fazer os amigos se sentirem culpados de vez em quando.


- Desculpe! – James falou tentando esconder um sorriso. Com certeza o pedido de desculpa soara tão falso como realmente o era. – Vou mudar de assunto, então... Lavagem cerebral, prisão ou paraíso?


- Mas, o que?


-Hein? – Sirius e Remus fizeram expressões semelhantes. Eles não faziam ideia do que o amigo estava falando. James adorava esse tipo de jogo, aqueles no qual ele podia se fazer de mais esperto, já que ele os inventava.


 


- Estou me referindo a Hogwarts, o que acha que lá é? Lavagem cerebral, prisão ou paraíso?


- Opção d! Escola... – Disse Remus tentando fazer James se irritar. O moreno simplesmente voltou a sua atenção para seu outro amigo. Sirius parecia seriamente em dúvida.


- Eu arriscaria prisão... – Remus já nem mais prestava atenção nos amigos, porém James sentiu que havia sinceridade demais na resposta de Sirius.


- Por que prisão Six? – Sirius deu de ombros.


- Eu não sei ao certo... Mas é que... Não sei... Algo não parece correto naquele lugar.


- Como assim? – James sabia que na maioria das vezes Sirius só falava as coisas para deixá-los curiosos e depois desmentir tudo, mas dessa vez parecia que finalmente o elevado Q.I do amigo estava sendo usado.


- Não faz sentido! Quero dizer, nada nessa obra faz sentido. Primeiro: por que a Escócia? Se a ONU queria uma real integração entre os países, por que eles escolheram um país desenvolvido como o Reino Unido? A escolha mais lógica seria um país na África, América Central, Leste Europeu... Sei lá! E ainda tem as fotos por satélite... O lugar é fechado demais, isolado demais... Olha a dificuldade de acesso!


 


- Acho que é pra nossa própria segurança...


 


- Com certeza o mais estranho de tudo, é isso! A segurança... Talvez esse seja o primeiro projeto em escala mundial que não foi ameaçado por ninguém. Tem que admitir James, isso é estranho...


 


- Estranho é ver você levando a sério alguma coisa! Voltando a minha pergunta inicial: minha resposta é paraíso! Já imaginou quantas garotas novas terão lá? De todos os tipos...


 


- Hogwarts não é uma sorveteria James! – Respondeu um Remus um tanto quanto distraído na paisagem.


 


- Você está aí? Achei que estava na lua, Aluado!


 


Remus apenas mandou um olhar de desprezo para os amigos que ainda riam ao se lembrar da história do término do seu namoro e do início do seu apelido mais detestado.


 


 Uma história que só era engraçada aos olhos de quem estava de fora, Remus nunca dissera para os amigos, mas a verdade é que ele ganhou aquele apelido porque quase sempre estava distraído pensando em um jeito de conseguir contar para a namorada que aquele namoro estava fadado ao fim.


 


 O relacionamento não tinha sido aceito pela sua família, e isso não era o pior de tudo, o pior era o fato dele não ter coragem para se impor contra seus pais. Na verdade ele não tinha conseguido um motivo forte o suficiente que o fizesse lutar pela relação dos dois. Sua ex-namorada é que estava no mundo da Lua, ela não conseguia visualizar nada além de um namorado que não era “fofo” suficiente para deixá-la “encantada”.


 


Era um alívio pensar que não teria que se preocupar mais com isso. Tirando o apelido, Remus considerava que tinha feito um bom negócio ao ser dispensado por Anne Sparck, garota que ele achava que nunca mais seria obrigado a ver... Mas as coisas nunca são tão simples quanto parecem.


 


[N/A: Esse capítulo ficou mais masculino... Tinha dito que seria narrado pelo Sirius e pelo James, bom... Deu pra ver como a amizade deles é antiga e estranha. E acho que deu também para enxergar um pouco mais da personalidade de cada um. James tranquilo, Sirius desconfiado e o Remus bem fechado. Acho que eles estão um pouco diferente dos originais, mas não se preocupem! As características que os fizeram famosos prevalecerão! Chega de falar, eu tô fazendo uma análise que vocês deveriam fazer sozinho... Então... Bye!!!!]

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