A primeira visão



03 – A primeira visão

Disclaimer: '' Devemos tudo isso a admirável, incomparável e extraordinária genialidade de J. K. Rowling, eu só pego emprestadas suas criações para me divertir um pouquinho ''.


Essa história se passa em Harry Potter and the Order of the Phoenix (Harry Potter e a Ordem da Fênix).


________________________________________________________________________


Era tão estranho estar sentada ali, sem poder dividir suas preocupações com seus amigos. Isso nunca acontecera antes. Ela queria poder contar tudo que ouvira na noite anterior, tudo aquilo era demais para somente uma pessoa. Se ao menos tivesse uma penseira, então talvez conseguisse esvaziar sua mente.


- Monitoria? – falou Rony – eu achei que eles mandassem os crachás junto com a lista de materias.


- E mandam. – Respondeu a garota – Dumbledore só quis conversar comigo para explicar como funciona o monitoramento.


- Por falar em lista de materias – disse Harry – já não estava na hora de terem chegado?


Rony deu de ombros.


- Devem estar com mamãe.


A porta do quarto se abriu.


- Todos para sala de visitas, temos trabalho a fazer. – disse a Sra. Weasley espichando o pescoço para dentro do quarto – e a propósito, isso veio junto com a lista de materias.


Ela entregou a Hermione um crachá. Ao olhá-lo melhor, Hermione pode perceber que era realmente um crachá de monitor. Quando tinha tido aos amigos que conversara com o diretor sobre a monitoria era somente um desculpa para não contar-lhes a verdade como prometera á Dumbledore, nunca imaginou que realmente seria monitora.


- Eu... – começou ela, corando – é... uau, realmente, eu não esperava...


Os dois amigos olharam-na surpresos.


- Você não tinha dito que Dumbledore tinha a chamado para falar sobre a monitoria? – perguntou Rony.


Hermione corou ainda mais.


- Obrigada pelos parabéns, Rony. – disse ela ríspida, tentando disfarçar.


- Parabéns. – falou ele.


Harry, Rony e Hermione levantaram-se e depois se dirigiram vagarosamente para o primeiro andar.


A sala de visitas era um aposento comprido de teto alto, com paredes verde-oliva cobertas com tapeçarias sujas. O tapete soltava nuvenzinhas de poeira cada vez que alguém pisava nele, e as longas cortinas de veludo verde-musgo zumbiam como se nela houvesse enxames de abelhas invisíveis. Gina, Fred e Jorge estavam agrupados, todos com caras estranhas, pois usavam um pano amarrado sobre o nariz e a boca. Cada um deles segurava um garrafão de liquido preto com um esguicho no bocal.


- Protejam o rosto e apanhem um borrifador. – Disse a sra. Weasley á Harry, Rony e Hermione no instante em que os viu, apontando para mais três garrafões cheios de um  liquido preto em cima de uma mesinha de pernas finas. – É fadicida. Nunca vi uma infestação tão seria: que será que o elfo domestico desta casa andou fazendo nos últimos dez anos...


Hermione lançou um olhar de censura para a sra. Weasley por sobre a toalha que cobria seu rosto.


- O monstro esta muito velho e provavelmente não pôde...


- Você ficaria surpresa com o que o Monstro pode fazer quando quer, Hermione. – Disse Sirius, que acabara de entrar na sala trazendo uma saca ensangüentada que parecia conter ratos mortos. – Estive alimentando o Bicuço - acrescentou em resposta ao olhar indagador de Hermione – Guardo-o lá em cima no quarto de minha mãe. Em todo o caso... essa escrivaninha...


Ele largou a saca de ratos em uma poltrona, depois se curvou para examinar o armário trancado, o qual Hermione reparou pela primeira vez que estava vibrando.


- Bom, Molly, tenho certeza de que isso é um bicho-papão – Disse Sirius, espiando pelo buraco da fechadura - ,mas talvez fosse bom o Olho-Tonto dar uma espiada antes que o soltemos: conhecendo minha mãe, pode ser coisa muito pior.


- Você tem razão Sirius – Disse a sra. Weasley.


Ambos se falavam em um tom intencionalmente leve e educado, que Hermione não entendeu muito bem porque. Uma campainha forte e ressonante tocou no andar térreo, seguida imediatamente por uma cacofonia de berros e guinchos.


- Vivo dizendo a eles para não tocarem a campainha! – Exclamou Sirius exasperado e saiu correndo da sala.


- Certo meninos, vocês precisam ter cuidado, porque as fadas mordentes mordem e os dentes delas são venenosos. Tenho um vidro de antídoto aqui, mais preferia que ninguém precise usá-lo.


Ela endireitou o corpo, tomou posição bem diante das cortinas e fez sinal para os garotos avançarem. - Quando eu mandar, comecem a borrifar imediatamente. Elas vão voar para cima de nós, imagino, mas segundo as instruções do Fadicida, uma boa esguichada pode paralisá-las. Quando isto acontecer é só atirá-las neste balde.


A sra. Weasley saiu cuidadosamente da linha de fogo dos garotos e ergueu o próprio garrafão.


- Muito bem – agora!


Hermione estava borrifando há alguns segundos quando uma fada mordente adulta saiu voando da dobra da cortina, vibrando as asas reluzentes como as de um besouro, os dentinhos afiados à mostra, o corpo coberto de espessou pelos pretos e os quatro punhos miúdos apertados com fúria. Hermione acertou o Fadicida em cheio na cara da fada. Ela parou no ar e caiu sobre o tapete puído que cobria o chão, com um baque surpreendentemente forte. Hermione recolheu-a e atirou-a no balde.


A desfadização ocupou a maior parte da manha, já quase passava de meio-dia quando a sra. Weasley finalmente tirou a encharpe que a protegia, deixou-se cair em uma poltrona com as molas afundadas e de repente levantou-se outra vez, soltando um grito de nojo, pois se sentara em cima da saca de ratos mortos. As cortinas haviam parado de zumbir; pendiam moles e úmidas com o intenso borrifamento. No balde aos pés deles, jaziam amontoadas as fadas mordentes paralisadas, ao lado de uma bacia com seus ovos negros; Bichento agora os farejava.


- O.k., podem subir descansar, daqui a pouco os chamo para o almoço. – disse a sra. Weasley.


Todos foram subindo para seus quartos arquejando e soando, cansados por conta de toda a trabalheira. Harry, Rony e Hermione voltaram onde estavam antes da Sra. Weasley os chamar.


- Meu Deus, mamãe tem razão – começou Rony, agora que estavam todos já sentados – O que Monstro andou fazendo nos últimos anos?


Hermione lançou-lhe o mesmo olhar que lançara a sra. Weasley, mas resolveu trocar de assunto.


- Porque a sra. Weasley e Sirius estiveram tão... – ela procurou as palavras -... estranhos? Por acaso perdi alguma coisa ontem à noite?


Harry e Rony se entreolharam.


- Na verdade, perdeu sim. – começou Rony – Ontem a noite, bem... nos assistimos a um pedaço da reunião.


- Como assim? – perguntou Hermione, olhando de Harry para Rony.


- Acontece que Harry perguntou a eles o que estava acontecendo, o que Você-Sabe-Quem estava fazendo e...


Rony contou a Hermione tudo que tinha acontecido na noite anterior, e no final Hermione sentiu-se, se é que era possível, mais chocada do já estivera.


- Mas que... arma é essa? – Hermione não se assustou ao perceber que estava sussurrando.


- Era bem sobre isso que estávamos discu... – começou Rony, mas foi interrompido por um grito de dor de Harry.


- Harry! - Chamou a garota, virando-se para ele. Este tinha escorregado da cama e achava-se de joelhos no chão com a mão direita pressionando a cicatriz.


- Harry, que foi? – perguntou Rony, mas novamente foi interrompido: Harry caiu deitado no chão com os olhos fechados e se contorcia, gritando.


- Rony, me ajude! – Berrou Hermione, escorregando também para o chão e tentando segurar o garoto. Mas não foi necessária a ajuda de Rony, porque naquele momento Harry parou de gritar e se contorcer, e soltou uma risada maníaca que foi capaz de arrepiar os pelos do braço de Hermione. Depois ele abriu os olhos.


- Harry, que aconteceu? – Perguntou Hermione urgentemente.


- Eu vi... vi Voldemort torturando Snape.


________________________________________________________________________


Hermione saiu correndo do quarto em que estava e parou derrapando em frente a porta do aposento aonde entrara na noite anterior. A abriu, localizou o pó de flu no mesmo local de ontem, rapidamente, fez o que lhe veio a cabeça. Ajoelhou-se no chão, colocou a cabeça dentro da lareira e jogando o pó de Flu gritou o destino. Era uma sensação esquisita: sua cabeça rodando e rodando enquanto seus pés estavam parados no mesmo lugar. Foi quando ela pode ver a sala de Dumbledore:


- Professor! – chamou ela em direção a figura escura a sua direita. Ele levantou-se de sua poltrona aveludada e agachou-se em frente á Hermione. - Snape! Harry viu Voldemort o torturando! – Uma sombra passou sobre os olhos do diretor.


- Compreendo.


Hermione teve vontade de gritar. Snape estava em apuros e Dumbledore dizia ‘’compreendo’’?


- Senhorita Granger, hã... volte para Ordem. – e disse em resposta ao olhar que Hermione lhe lançou – não se preocupe, verei o que posso fazer.


Hermione tirou a cabeça de dentro da lareira indignada. Será que Dumbledore não percebeu o que estava acontecendo? Snape podia estar morto!


A garota saiu correndo do aposento e foi em direção ao quarto onde Rony e Harry estavam, entrando, só encontrou Rony sentada em sua cama.


- Rony, cadê o Harry? – perguntou ela, aflita.


- Calma, ele foi ao banheiro.


Hermione lhe lançou um olhar de duvida.


- Ele esta bem, relaxa. Eu só não sei se o Snape está bem.


- Até parece que você se importa – retrucou ela. Estava cansada de como seus amigos o tratavam.


- Eu... Hermione, pelas barbas de Merlim, olhe tudo que Snape fez!


- Ronald, eu não acredito que você esteja dizendo isso. Eu já disse e irei repetir, ele está de nosso lado!


- Tudo bem Hermione, eu sei, é só que...


- Só que você não vai com a cara dele e por isso quer que ele morra!


- Eu não disse isso...


Mais Hermione não ia ouvir mais. Saiu do quarto e foi em direção ao que ela e Gina estavam ocupando. Gina não estava lá, então Hermione começou a impacientemente andar de um lado para o outro. Já não bastava Snape estar talvez morto! Rony tinha que vir com essas... bobagens! E Dumbledore... ele não dera a menor bola! A garota escutou um novo barulho a porta, onde por ela entrou Harry.


- Hermione, eu ouvi a discussão de vocês...


- Harry, deixa pra lá. – falou ela – você esta bem?


- Estou. Hermione – complementou ele – não sei o que aconteceu, mas Snape não esta bem, precisamos avisar alguém.


- Já avisei Dumbledore, não podemos fazer mais nada. Mas conte-me, o que exatamente foi que você viu?


- Bom, ele estava...


________________________________________________________________________


Ele estava em um canto sombrio, em que só podia ver os dois pares de olhos vermelhos que o encaravam com fúria. Ele não agüentava mais a dor, sabia que ia morrer. Como sempre disse para si mesmo, ele não merecia um final feliz, não depois de tudo que fizera. Mas iria tentar recompensar, talvez ainda houvesse alguma esperança.


 


- Milorde, não entendo, o que fiz?


 


O lorde das trevas posicionou seus olhos frios e sem expressão, exceto o ódio, nos olhos de Severo.


 


- Você sabe muito bem o que fez, Severo Snape. Ninguém engana Lord Voldemort.


 


Severo estava perdendo a consciência, não podia mais distinguir nem mesmo o contorno do mestre a sua frente.


 


- É claro que não poderei, digamos assim, me despedir tão rápido de você. Não posso perder meu preparador de poções. Mas mais alguma dor não fará mal a ninguém.


 


     Ele soltou uma risada aguda, diferente de qualquer outra risada que ele já ouvira na vida. Snape não conseguiu escutar nem o murmurar da maldição de Voldemort. Contorcia-se, gritava. A dor parecia estar em todos os seus ossos, todos os seus músculos. Jorrava sangue de cada minúsculo poro em sua pele. Isso não era a cruciatus, não podia ser, nem mesmo a lançada pelo lorde das trevas. Era outra maldição, algo mais dolorido, algo que deveria matar. Snape não entendeu, não poderei perder meu preparador de poções, mais estava torturando-o até a morte. E ele gostaria que ela chegasse logo.


 


- BOOM!


 


     Algo estava acontecendo. Ele tentou abrir os olhos, mais a dor ainda torturava-o. Sentiu que alguém encostava em sua pele, tentou lutar, se libertar, mais estava fraco. Algo atingia-o, como um chicote. Ele queria poder mexer seus músculos, ir rapidamente com sua mão até sua varinha, apontá-la para si mesmo, e morrer. Sentiu que o toque de antes o apertava cada vez mais, dedos finos e longos machucavam sua pele. Até que, percebendo que tudo a sua volta silenciava e ia aos poucos ficando escuro, ele adormeceu, e não ia mais voltar.


________________________________________________________________________


 


 - Hermione! Hermione, abra a porta!


Ela dirigiu-se até a porta e a abriu lentamente.


- Vem, mamãe esta nos chamando lá em baixo. – disse Gina.


Hermione acompanhou a garota ao andar de baixo. A sra. Weasley estava os esperando de pé em frente a lareira da cozinha. Ao seu lado estavam Tonks, Lupin, Sirius (era a primeira vez que Hermione o via na Ordem) e o Sr. Weasley.


- Bom garotos, a lista de materiais de vocês chegaram, iremos ao Beco – Fred cochichou algo no ouvido de Jorge – mas, todos iremos ficar juntos, e sairemos diretamente pela rede de flu na Floreios e Borrões.


Todos concordaram com a sra. Weasley. Hermione foi até Sirius enquanto todos conversavam.


- Por onde andava?


- Bom, cheguei ontem de Hogwarts, mas desde então tenho me... – começou a responder ele.


- Hogwarts! Sirius, o que estava fazendo em Hogwarts, isso é perigoso, Sirius estão caçando você! – Falou a garota, quase gritando.


- Calma Hermione, eu estava com Dumbledore. – disse Sirius, acalmando-a. – e a propósito, soube que você também esteve lá.


- É, estive... conversando sobre monitoria. – respondeu.


- Junto com Snape? – perguntou ele, subitamente.


Hermione não sabia o que responder. Abriu a boca, mas fechou-a em seguida.


- Crianças, venham para cá.


Hermione aproveitou a deixa para retirar-se de perto de Sirius.


- Bom, então... vamos. – falou a sra. Weasley – primeiro Arthur.


O Sr. Weasley se encaminhou para a lareira e desapareceu em um rodopio de chamas verdes.


- Lupin...


- Tonks...


- Hermione querida...


Ela se adiantou para lareira. Entrou nas chamas escaldantes, pegou o pó de flu e em seguida desapareceu rodopiando. A garota caiu de joelhos em um tapete de veludo. Olhando ao redor, percebeu uma variedade de livros, penas, tinteiros, pergaminhos... Ela levantou-se e adiantou-se pelas estantes. Foi um tanto sem pensar á uma área que nunca tinha visitado antes na Floreios. Era sombria, e os livros tinham mais que nunca cara de antigos. Ela passou seus olhos por vários títulos, mas somente um chamou sua atenção: Era vermelho e brilhante, e parecia não ser antigo. Diferente da maioria por ali, que eram desbotados e definitivamente velhos. Ela retirou-o da estante. Folheou suas paginas, que diferente da capa, pareciam que poderiam desmanchar-se se ela fizesse muita pressão. Logo percebeu que ‘’os piores e mais malignos’’ tratavam-se de um dicionário de feitiços. Mais não eram feitiços comuns, era magia das trevas. Ao perceber isso, Hermione rapidamente guardou novamente o livro em seu lugar e saiu daquela seção sombria.


________________________________________________________________________


 


Hermione acordou com toda a confusão e o barulho na casa. Levantou-se rapidamente e colocou sua roupa de trouxa, depois pegou seu malão (já o tinha arrumado noite passada) e enfiou Bichento dentro de seu cesto de viagem. Com os dois mal equilibrados em sua mão, a garota desceu as escadarias. Chegando no andar inferior localizou a sra. Weasley conversando com Olho-Tonto.


-... não adianta Molly, não sairemos ate Esturgio chegar. – rosnou Moody.


- Acontece que já estamos atrasados. – retrucou a sra Weasley.


- Então teremos de... – mas neste momento Olho-Tonto foi interrompido por um série de barulhos, e quando Hermione olhou para o lado só teve tempo de perceber Gina aos pés da escadaria e Fred e Jorge descendo as mesmas correndo para acudir a garota. Em seguida, o retrato da sra. Black abriu-se com um violento estrondo e ela prorrompeu a guinchar.  Hermione foi correndo até onde Gina estava deixando seu malão e Bichento ao chão perto da porta de saída.


- O que esta acontecendo aqui? – falou a Sra. Weasley em direção á Fred e Jorge, com o rosto lívido, no momento em que Gina tentava se levantar. Hermione pegou no braço da garota e sentou-a na cadeira mais próxima.


- Hã, bom, ela caiu da escada. – respondeu Fred.


- E ela simplesmente saiu rolando escada abaixo? – perguntou ela aos meninos, com a voz aumentando de tom a cada letra.


- Bom, nós demos uma ajudinha... – começou a contar Jorge, tentando sobrepor a voz aos berros da sra. Black, mas foi cortado pela sra. Weasley.


- ...PODERIAM TÊ-LA MACHUCADO SERIAMENTE SEUS IDIOTAS!


- Calma, ela esta bem! – falou Jorge.


- É bom que esteja! – berrou ela. Voltando-se para Gina, perguntou: - se machucou querida?


- Não, estou bem mãe... – respondeu Gina incomoda com toda a atenção atraída para ela.


A sra. Weasley largou Fred e Jorge aonde estavam e foi até a garota, obrigando-a a levantar o queixo para poder examiná-lo.


- Sorte sua que consigo cuidar disso – falou ela, depois dirigiu-se a Hermione: - Querida, vá acordar os garotos.


A garoto retirou-se do aposento e subiu correndo ao andar de cima.


Ela entrou correndo no quarto com o rosto afogueado na hora em que Harry estava calçando os tênis.


- Já estão prontos?


- Quase.– respondeu Harry. -  A Gina esta bem?


- A sra. Weasley já cuidou dela – disse Hermione – Mas agora olho-tonto esta protestando que não podemos sair ate Esturgio chegar, ou ficara faltando uma pessoa na guarda.


- Guarda? – protestou Harry – temos de ir a King’s Cross com uma guarda?


- Você tem de ir a King’s Cross com uma guarda. – corrigiu Hermione.


- Por que? – perguntou Harry, irritado – Pensei que Voldemort estivesse agindo nas sombras ou será que você esta me dizendo que ele vai pular de dentro de um latão de lixo e tentar me matar?


- Eu não sei, foi o que Olho-Tonto disse – respondeu Hermione desatenta, olhando para o relógio – mas se não sairmos logo decididamente vamos perder o trem...


- SERA QUE VOCES PODEM DESCER AQUI, AGORA, POR FAVOR! – berrou a Sra. Weasley, e Hermione deu um salto como se tivesse se escaldado, e saiu correndo do quarto. _______________________________________________________________________


O cachorro preto continuou saltando ao lado da janela, abanando o rabo; gente na plataforma agora pouco visível ria de ver o cão correndo atrás do trem, então contornaram uma curva, e Sirius desapareceu.


- Ele não devia ter vindo com a gente. – comentou Hermione, manifestando preocupação na voz.


- Ah, anime-se – disse Rony – ele não vê a luz do dia a meses, coitado.


- Bom – disse Fred -, não podemos ficar aqui o dia inteiro, temos negócios a discutir com o Lino. Vemos vocês mais tarde. – E ele e Jorge desapareceram pelo corredor à direita.


O trem continuou a ganhar velocidade, fazendo os garotos que continuavam em pé balançarem, e transformando as casas em imagens fugidias.


- Então, vamos arranjar uma cabine? – convidou Harry.


- Eu... bem, eu tenho que ir para o carro dos monitores. – disse Hermione, meio sem jeito.


- Ah, certo. – disse Harry – vamos Rony?


- Vamos.  – respondeu Rony.


Hermione pegou seu malão e a cesta de viagem de Bichento e seguiu para a frente do trem. A cabine dos monitores era diferente. Ficava bem na frente da maria-fumaça, as janelas eram cobertas com cortinas verde-musgo e os assentos eram mais amplos e aparentemente mais confortáveis. Hermione surpreendeu-se ao ver Dino Thomas sentado em um dos lugares no banco quando ela entrou na cabine.


- Olá Dino! – exclamou ela, sentando-se ao seu lado – então também foi escolhido para monitoria?


- sim – respondeu ele – na verdade foi um surpresa, nunca pensei que seria monitor.


Hermione mostrou um sorrisinho. Olhando pela cabine viu Ernesto Macmillian e Ana Abbott da Lufa-Lufa e Antonio Goldstein e Padma Patil da Corvinal sentados também no banco. A frente de todos estava a profª McGonagall. A garota surpreendeu-se ao vê-la ali, que soubesse a professora permanecia em Hogwarts.


- Olá Senhorita Granger. – falou ela, cordialmente.


- Olá professora. – respondeu Hermione.


Neste momento a porta da cabine tornou a se abrir e por ela entraram Draco Malfoy e, ninguém mais ninguém menos, que Pansy Parkinson. Hermione encarou-a quando ela entrou, e a garota olhou-a do mesmo modo.


- Algum problema Granger? – perguntou ela, mas quando Hermione abriu a boca para retrucar foi cortada pela professora McGonagall.


- Por favor senhorita Parkinson, sente-se. – falou severamente.


Hermione lançou a Parkinson sem que McGonagall visse um sorrisinho de canto.


- Bom, todos sabemos porque estamos aqui – começou McGonagall – e agora que todos chegaram – ela lançou um olhar aos monitores da Sonserina – poderemos começar. Vocês foram selecionados como monitores porque foram considerados capazes de supervisionar outros alunos – Pansy soltou uma risadinha -, espero que mostrem-se competentes. Poderam começar agora supervisionando os corredores.


Todos se levantaram e foram para o corredor. Hermione, cerca de dez segundos depois de começar sua patrulha, pegou um menino do segundo ano da Sonserina com um fisbe dentado. Depois de meia hora, a garota já estava com os bolsos cheios de objetos proibidos. Quando finalmente tiveram um descanso, Hermione já estava exausta. Finalmente ela pode ir para a cabine junto com seus amigos. Passou o restante da viagem lá até que se lembrou que deveria novamente patrulhar os corredores do trem; tinham chegado a Hogsmeade. Ela foi novamente fazer seu trabalho em meio à confusão que se tornou o Expresso, e quando pode pegar a carruagem, pensou que não fosse mais encontrar seus amigos. Por sorte os encontrou em frente a uma carruagem. Ofegante, contou:


- Malfoy estava agindo de maneira absolutamente revoltante com um garoto do primeiro ano lá atrás. Juro que vou dar parte dele; ele só está usando o distintivo há três minutos e já esta abusando mais do que nunca das pessoas... onde está o Bichento?


- Está com a Gina. Olhe ela ali... – disse Harry.


Gina acabava de surgir do ajuntamento, segurando um Bichento que esperneava.


- Obrigada – disse Hermione, substituindo Gina na tarefa – vamos logo, vamos pegar uma carruagem juntos, antes que lotem todas...


Hermione adiantou-se em direção a carruagem desocupada mais próxima, Gina a seguiu.


- E então – falou Gina, depois que eles sentaram – como é ser monitora?


- Cansativo. – respondeu Hermione; Gina soltou uma risadinha.


Os outros subiram na carruagem e eles seguiram viagem em direção a Hogwarts.


Balançando com estrondo, as carruagens avançaram em comboio ate a estrada. Quando cruzaram os altos pilares de pedra com os javalis alados Hermione pode ver o castelo de Hogwarts. Um conjunto altaneiro de torreões, muito negro, recortado contra o céu escuro, em que resplandecia, alaranjada, aqui e ali, uma janela no alto. As carruagens pararam, tilintando, perto da escadaria de pedra que levava as portas de carvalho, e Hermione foi a primeira a descer. Ela subiu as escadarias para entrar no colégio juntamente com um grande numero de alunos; O saguão flamejava a luz dos archotes, ecoando os passos dos que atravessavam o piso de lajotas em direção as portas duplas, á direita, que davam acesso ao salão principal e ao banquete de abertura do ano letivo.


As quatro mesas compridas dispostas no salão foram se enchendo sob um céu escuro e sem estrelas, que era exatamente igual ao céu que podia ser visto pelas janelas altas do aposento. As velas flutuavam a meia altura ao longo das mesas, iluminando os fantasmas prateados que pontilhavam o salão e os rostos dos alunos que conversavam, pressurosos, sobre as férias, cumprimentando os colegas das outras casas, aos gritos, observando os cortes de cabelo e as vestes uns dos outros. Hermione percebeu que enquanto eles passavam pelo meio do salão em direção a mesa da grifinória os rostos dos alunos se viravam para espiar Harry. Hermione, ao momento em que entrou no aposento, olhou para mesa dos professores tentando procurar a figura de Snape. Ele não estava lá. Ela, olhando para onde Dumbledore deveria sentar-se, percebeu que ele também não estava lá. Um pânico começou a tomar conta da garota; será que Snape  estava bem?


Felizmente (ou a garota esperava que fosse), Dumbledore atravessou a porta que ficava atrás da mesa dos professores, mas Snape continuou ausente. A garota não prestou atenção na cantoria do chapéu seletor e nem no discurso de Dumbledore; muito menos comeu alguma coisa no banquete. Quando foram liberados, Hermione quase esqueceu que devia levar os alunos do primeiro ano para os dormitórios; e depois disso, ela foi para seu novo quarto de monitora sentindo uma forte pontada no coração. Onde estaria ele?


________________________________________________________________________


Capitulo três concluído. E nada de noticias de Snape.


Saiba o que aconteceu com ele lendo cap. 4 ‘’Sempre um amor’’.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.