De dor de cabeça à bilhetes mi

De dor de cabeça à bilhetes mi



Capítulo 3 - De dor de cabeça à bilhetes misteriosos




Emmeline não fazia idéia de quanto tempo se passara até finalmente chegarem a Torre da Grifinória. Em qualquer outra hora teria ficado emocionada por andar ao lado dele, mas agora ela mal sabia como agir ou o que pensar. Fora pega de surpresa.
Ele continuava ali a observando, sorrindo. Seus braços ainda ao redor do corpo dela, mantendo-os abraçados. Mas, ela não conseguia retribuir aquele sorriso, ainda não acreditava no que havia acabado de acontecer.
E agora os dois estavam ali em frente ao retrato da mulher gorda. Após se olharem por um tempo que pareceu uma eternidade para Emmeline, despediram-se. Novamente os lábios se unindo. Novamente a onda de choque, eletrizando-a. Tão rápido quanto ela apareceu, se foi com a separação. Ele a olhava com intensidade. Sentia-se corar e ele sorria.


- Acho que nunca vou cansar de olhar você ficar vermelha desse jeito. – disse tocando-a levemente no rosto. – É lindo ver você assim. – ele tirou uma mecha que caía em seu rosto, fazendo-a fechar os olhos com o contato, a em seu rosto, fazendo-a fechar os olhso com o contatoria.


E assim ela ntroupara em seguida sentir uma leve pressão em seus lábios. – Vejo você mais tarde no salão principal, no jantar?


"Merlin, como ele quer que eu consiga formular uma resposta coerente com ele me olhando desse jeito?"


- Eerrr...claro. Vemo-nos no salão. – sorriu fracamente.


- Espero você na entrada então. – a intensidade do olhar dele estava começando a incomodá-la, estava cada vez mais difícil ficar coerente. – Espero não ter te dado problemas com suas amigas. Cuide-se. Até mais tarde. – com um selinho Emmeline se despediu e virou-se para o retrato da mulher gorda pronunciando a senha.


Todas estavam no salão comunal conversando. Os "marotos" também estavam ali. Eram os únicos no salão. Todos os outros estavam lá fora curtindo o bom tempo, ou nos dormitórios colocando a conversa em dia. Ela mal entrou e foi puxada por Marlene para se sentar no centro da roda formada por elas no chão próximo as poltronas.


- O que ele queria?
- Aconteceu alguma coisa?
- Como foi?
- Parem de falar vocês três, deixem que ela explique. - Marlene claramente mostrava-se a mais curiosa e a que mais suspeitava que algo houvesse acontecido.


Sem escolha ela suspirou e começou a contar tudo. Falou em todos os detalhes de como ele a olhava e como ele havia demonstrado certo nível de ciúme em relação a James e Sirius. Depois explicou sobre a declaração repentina, e em como ela estava se esforçando para formular uma resposta com nexo para ele. Ate que ela teve que fechar os olhos para se acalmar e que isso resultou em um beijo inesperado.
As meninas não paravam de perguntar e ela já nem sabia mais o que falar. Até que a pergunta que ela queria evitar apareceu.


- Como você se sentiu Emme?


Emmeline olhou para Alice sem saber o que dizer. Isso tudo foi inesperado. Mas ela sabia que as meninas não descansariam enquanto não soubessem sua posição sobre aquilo tudo. E começou a falar.


- É difícil explicar Ally. Eu fui realmente pega de surpresa. E por mais que quisesse não posso enganar ninguém já que como vocês costumam dizer "Eu sou um livro aberto". – ela soltou um suspiro cansado. – Posso dizer que gostava dele. Mas há alguns anos atrás. Depois me desencantei. E continuo da mesma forma. Se ele tivesse reparado um minuto ele perceberia que eu não queria que ele me beijasse. Eu só estava tentando me acalmar e dizer tudo do jeito certo para não magoá-lo. E eu estou confusa. Ele não podia ter agido em pior hora...




Após verem que ela seria acompanhada até a Torre da Grifinória. James e um Remus muito relutante a deixá-la sozinha com Prewett, saíram sorrateiramente rumo ao castelo para esperar as noticias que ela contaria as amigas. As garotas já estavam ali a esperando com as novidades.
Remus via que todas estavam conversando aos cochichos. Claramente ansiosas pela chegada de Emmeline. Passou por elas e se jogou na poltrona do lado oposto onde Sirius estava. James e Peter se encarregavam de contar tudo o que acontecera. Enquanto ele encarava o teto. Minutos mais tarde o quadro da mulher gorda dava passagem a loirinha que não saia de seus pensamentos.


Logo ela sentou-se com as amigas. Mas ele manteve-se do mesmo jeito. Não queria ver a expressão no rosto dela. Na verdade tinha medo do que encontraria ali. Ele podia ouvir claramente a conversa, por mais baixo que falassem. Em alguns momentos apertava os olhos com força em função da raiva que crescera dentro de si.
Só se manteve curioso quando ouviu Alice perguntando como Emmeline havia se sentido. Foi o único momento em que ousou olha-la. Ela não parecia feliz.


E quando ouviu que ela não queria nada daquilo certa esperança o havia atingido. Olhou para o lado. Seus amigos o observavam. James estava com um sorriso estampado na cara.
- Acho que acertei novamente. – Ele disse piscando.
Ele riu como há muito não fazia. Nos últimos tempos estava sendo difícil permanecer perto dela todos os dias e não poder dizer nada. Vê-la chorar e não poder consolar como um bom namorado faria. A única coisa que podia fazer era ver as amigas ajudando-a, mas sem poder chegar perto dela e tê-la na segurança de seus braços. Isso era frustrante.


E agora estava ali no mesmo salão comunal ouvindo o relato dela e vendo o olhar vago e perdido dela, sentindo uma esperança crescer dentro de si. Quando percebeu a movimentação das garotas desviou os olhos delas e deparou com o olhar curioso dos amigos. Ele apenas ignorou as perguntas que viriam e rumou para o dormitório. Precisava descansar não dormira nada noite passada pensando na garota de olhos verdes reluzentes.


Lupin já estava no quarto há algumas horas e nem ao menos conseguia dormir. Ele a via sempre que fechava os olhos. Sorrindo e fazendo gestos que sempre prendiam sua atenção. Estava cada vez mais difícil fingir que ela não passava de uma amiga.


- Parece que não vou conseguir mesmo dormir. Mas preciso ao menos relaxar.


Levantando-se pegou seu violão que estava encostado ao lado da cama e começou a tocar, sem ao menos se lembrar de colocar um feitiço ou talvez não se importasse mais. Deixou que a música elevasse seus pensamentos até ela. A única que os habitava. A única que conquistou seu coração com a simplicidade e palavras delicadas.


And there you stand opened heart--opened doors
full of life with the world that's wanting more.
But I can see when the lights start to fade,
the day is done and your smile has gone away.


Aquela que possui um sorriso contagiante. Aquele sorriso que aquecia seu coração cada vez que aparecia. O seu sorriso. O que desaparecia quando alguém era rude e que sempre estava ali para os amigos, mesmo que internamente estivesse sofrendo.


Let me raise you up.
Let me be your love.


May I hold you
as you fall to sleep,
when the world is closing in
and you can't breathe.
May I love you.
May I be your shield.
When no one can be found
may I lay you down.


A garota que sempre tinha gestos delicados e que era capaz de fazer até o pior dos corações de pedra fraquejar e se mostrar. A garota que queria ter entre seus braços e jamais permitir sair dali.


All I want is to keep you safe from the cold...
to give you all that your heart needs the most.


Let me raise you up
Let me be your love


Como gostaria que ela estivesse ali para ouvir o que seu coração dizia através da música feita especialmente para ela. Mas não deixaria mais que um medo tolo o impedisse de chegar até ela. Precisava dizer. Precisava ter coragem.


May I hold you (hold you)
as you fall to sleep.
When the world is closing in
and you can't breathe,
may I love you. (love you)
May I be your shield.
When no one can be found,
may I lay you down.


All that's made me (made me)
Is all worth trading (worth trading)
just to have one moment with you.
So I will let go (will let go)
all that I know (that I know)
knowing that you're here with me.


For your love is changing me.


Ela era seu mundo. Ela abrira seu coração para o amor. O sentimento que sempre tentara impedir que aparecesse. Afinal um lobisomem pode amar? Ele tem esse direito? Alguém teria coragem de retribuir?


Por mais difícil que fosse crer nessa possibilidade. Ali estava ele, apaixonado. E por uma garota linda e doce que merece o melhor. Ela o havia transformado. Ela era sua esperança, sua razão.


May I hold you
as you fall to sleep.
When the world is closing in
and you can't breathe,
may I love you.
May I be your shield.
when no one can be found
may I lay you down.


Por ela daria tudo. Por ela seria alguém melhor. Apenas por ela. Sua vida estava sendo melhor porque ela estava ali. Emmeline.


Era incrível como tudo que fazia remetia a ela. As músicas que compunha eram sempre pensando nela. E quando as cantava sentia-se mais leve, relaxado.
Recostou-se no encosto da cama e deixou o violão repousado a seu lado. Respirando mais aliviado não via mais razão para permanecer ali e assim saiu do dormitório.




Após a explicação de tudo que acontecera e que lhe rendeu muitas perguntas, Emmeline subiu para o dormitório feminino acompanhada de suas amigas. Já estavam ali fazia algum tempo e estava cada vez mais difícil suportar aquilo. Suas amigas não pararam de falar no assunto por um minuto sequer. Uma dor de cabeça lancinante a invadia. Ela queria paz, e tranqüilidade. Mas pelo visto era a única que o desejava.


- Vamos Emmeline, deve ter acontecido mais alguma coisa...


- Selene, juro que não aconteceu mais nada. Ele me trouxe até a torre, nos despedimos dizendo que nos encontraríamos no salão principal para jantar e foi só.


- Vocês vão jantar juntos?


- Na corvinal ou na mesa da grifinória?


- Meninas, eu não sei. Por favor, encerrem esse assunto, eu estou com dor de cabeça e preciso ficar quieta um pouco.


- Mas...


- Lene, deixa ela descansar. Vamos para o salão comunal. Se ficarmos aqui não daremos sossego a ela. – Lily intercedeu a seu favor.


- Obrigada Lily. – disse antes de se deitar e cobrir até o pescoço. Apesar do calor que fazia, ela não estava sentindo-se muito bem.


Sua cabeça latejava muito, uma dor incômoda. Tudo que ela queria era conseguir descansar. Mal o dia havia começado e já coisas inesperadas aconteceram. Sua cabeça estava cheia de dúvidas. Não saberia dizer quanto tempo ficou ali repassando tudo que aconteceu.


Por mais que quisesse não conseguia adormecer. A única vantagem de ter ficado deitada foi a dor ter aliviado. Enquanto estava ali uma melodia suave chegava até o dormitório atraindo toda sua atenção.


Quem cantava estava colocando todo seu sentimento e ela podia sentir. Mas não conseguia identificar de quem era a voz. Uma voz linda.


Automaticamente Emmeline se levantou e desceu as escadas e foi para o salão comunal, onde muitas garotas estavam atentas à canção. Ela não conseguia entender porque essa melodia e essa voz a aqueciam passando-lhe tranqüilidade.


Ela se sentou perto da lareira apagada e fechou os olhos deixando que aquela melodia entrasse, fazendo toda sua tensão desaparecer. Recostou-se no sofá sentindo seu corpo aos poucos relaxar. Quando a música terminou somente Emmeline estava no salão comunal. Adormecida.


Um garoto descia as escadas do dormitório masculino quando avistou uma pessoa bem conhecida dormindo tranquilamente por ali. Ele se aproximou e a tocou levemente no rosto. Ele a pegou gentilmente no colo e a deitou no sofá.


Emmeline sonhava. Estava no jardim de Hogwarts uma linda melodia estava sendo tocada e ela se via sendo impelida até sua origem. Um garoto encontrava-se despojadamente encostado em uma árvore com um violão no colo. Estava escuro não dava para ver quem era. Ela se sentia incomodada com isso. Queria saber quem era, mas ao mesmo tempo não queria interrompê-lo. Sentia-se desconfortável. Começou a torcer as mãos em nervosismo e de repente além da melodia, um aroma levemente amadeirado chegou até ela, era inebriante. Uma sensação de leveza a invadiu. Sem que ela pudesse ter alguma reação, a melodia desapareceu e o garoto também. E agora ela olhava desconcertada para o salão comunal.


Aparentemente ela havia adormecido ali. Mas a última coisa que ela se lembrava era de estar sentada perto a lareira encostada no sofá e não deitada nele com uma coberta e um travesseiro macio que exalavam um cheiro amadeirado. Emmeline se levantou e pegando a coberta e o travesseiro subiu para o dormitório pensando em continuar com seu sono perfeito e agradecer as amigas por terem cedido um travesseiro e um cobertor.


Elas não estavam no dormitório quando ela subiu, e assim que elas chegaram Emmeline falou com elas e novamente foi surpreendida. Nenhuma delas havia feito aquilo. Ela pediu para que as amigas avisassem Fabian que ela não iria descer jantar, pois ainda não estava totalmente livre da dor de cabeça. E em seguida desceu as escadas com o travesseiro e o cobertor agora dobrado e os depositou no sofá. E escreveu um pequeno bilhete colocando-o em cima dos dois. "Obrigada. Foi gentil de sua parte me colocar no sofá e ceder seu travesseiro e cobertor. Tive um bom sono graças a eles. Novamente, obrigada".




Eu nem mesmo fazia idéia de quem poderia ter feito aquilo por mim. Mas me sentia agradecida e de um jeito estranho, protegida. Subi para tomar um banho e trocar de roupa, como não iria jantar mesmo, não que não estivesse com fome, só que reunir dor de cabeça e falatório não era bem uma opção desejável. Coloquei uma roupa casual e desci para o salão comunal, era melhor ficar ali do que no dormitório, porque se dormisse novamente acordaria durante a noite.


Seja lá quem for que tenha feito aquilo conseguia ser extremamente discreto. Quando desci encontrei sobre o sofá um pequeno pedaço de pergaminho dobrado onde se lia "Para a garota que aqui adormeceu".


Não contive um sorriso quando li. O abri. A caligrafia era fina e elegante. "Não precisa agradecer. Mas acho que deveria comer mais. Você é bem leve sabia? Espero que tenha dormido confortavelmente."


Eu ri. Parece que vou ficar mais leve ainda já que nem jantar eu fui. Dei a volta no sofá e me sentei em frente à mesa. E só naquela hora percebi que havia uma travessa ali com um prato com a comida de que mais gosto. Um macarrão ao molho de tomates que sempre como sozinho para saborear mais e suco de abóbora. E ainda de sobremesa uma torta de framboesa, minha favorita. E novamente um bilhete. "Que tal evitarmos que fique ainda mais leve?"


Fiquei ali apreciando o sabor da deliciosa comida. Assim que terminei de comer tudo, porque eu estava com muita fome. Escrevi um bilhete para ele. É. Eu já tinha certeza que se tratava de um garoto. Porque só poderia ser algum garoto. Como alguma garota poderia me carregar. E ele disse que sentiu meu peso então não pode ter usado feitiço algum.


Olhei para o bilhete não parecia ruim. Enderecei para "Àquele que acredita que estou terrivelmente leve".


"Acho que terei que lhe agradecer novamente. Salvou meu estômago de algum tipo de colapso. Posso perguntar como sabia que eu adoro aquela comida, em especial? E como sabia que eu não iria descer para jantar?
E acrescento que dormi muito confortavelmente. Você está sendo de uma gentileza enorme. Novamente obrigada. E se for responder, como eu acho que fará, poderia enviar uma coruja ao dormitório feminino. Sabe hoje me tornei extremamente preguiçosa ou talvez seja apenas a dor de cabeça. Aproveito agora para lhe desejar uma boa noite. Porque não sei se lerá isso agora ou amanhã ou talvez nem leia. Mas só queria agradecer por tudo."


Agora era esperar uma resposta. Deixei ali ao lado da travessa e subi para o dormitório. Minha rotina das últimas horas. Coloquei meu pijama e me deitei. Mas estava ansiosa. Só não conseguia entender porque tão ansiosa assim se nem ao menos sei quem é. Talvez seja esse pequeno mistério. É empolgante. E ele é tão sutil e educado.


Acho que era esse tipo de coisa que eu esperava para esse ano...

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