Interrogatório



Capítulo Dois


Interrogatório


-Srta. Atkins?   - perguntou o cara  do ministério. Ele tinha cabelos tão pretos que pareciam azuis,  era  pálido de uma maneira doentia   e tinha uma  feia   cicatriz  que passava logo acima do seu olho, ia em direção a    testa e   sumia em baixo dos cabelos. E usava vestes roxas brilEra uma  combinação bizarra.  – Sou  o Auror Frederic Harrison. – Você deve imaginar por que está aqui.


-Bem, é sobre a Jenny, não é?


-Sim, Jennifer Beatrice Charlaine. Ouvi dizer que eram melhores amigas.


-Éramos sim. Nos conhecemos no trem para o nosso primeiro dia aqui.


-Vocês eram bem diferentes.


-Eu e Jenny tínhamos muito em comum – falei, sem entender o que o Sr. Bizarro queria.


-O que eu quis dizer, Srta. Atkins, que Jenny era uma aluna modelo. E era muito popular também.


Muitas pessoas comentavam isso. Não tinham como não comentar. Jenny era linda, perfeita, inteligente e popular. Eu era a típica garota comum, nem bonita nem feia, nem burra nem gênio.  E éramos melhores amigas e ao contrario do que diziam, eu não invejava Jenny.


Eu gostava de ser quem era. E foi isso que eu disse ao Sr. Bizarro.


-Srta. Atkins, não me faça de bobo.  Eu me lembro de como é no colégio.  Todo mundo quer ser popular e inteligente.  Principalmente as garotas.


Que idiota.  Ele deve ter tipo, 100 anos. Ele não tem a mínima idéia do que está falando. É claro que eu queria ser inteligente - e Jenny me ajudava muito com as notas. Mas popular? 


No way.


Tentei deixar isso claro para ele. Ele me interrogou por mais de duas horas, perguntando tudo que eu sabia sobre Jenny, amigos, rotina, eu e Kieran...


-Você conheceu Jenny quando?


-No expresso de Hogwarts, no primeiro dia de aula. Somos amigas deis de então.


-E como começou o namoro dela com Kieran?


-No quinto ano. Ele chamou ela para sair. Ela ficou muito feliz, era apaixonada por ele deis do primeiro ano.


-Quais eram seus sentimentos em relação a Kieran?


-Como assim?


-Muitas pessoas disseram que você disse que Kieran é perfeito. Você é apaixonada por ele?


-Que? Não. Kieran era o namorado da Jenny!


-Mas isso não impede de gostar dele, não é Srta. Atkins? O que foi? Não agüentou mais ficar em segundo lugar e matou Jenny, achando que Kieran seria seu?


Comecei a chorar. Aquilo era completamente ABSURDO.


-Você está louco, Jenny é minha melhor amiga! Ela e Kieram eram felizes juntos, e não sei quem a matou, mas não fui eu nem Kieran.


-Parece ter certeza que Kieran não matou Jenny.


-Kieran amava Jenny acima de tudo! Ele nunca a machucaria ela, nunca!


-Se você nem Kieran machucariam Jenny, quem faria isso?


Foi ai que eu parei para pensar em quem podia ter matado Jenny.


-Mas... – falei, mais para mim mesma do que para o Sr. Capenga. – todo mundo gostava da Jenny. Ninguém ia querer matá-la.


-Você é muito inocente, Srta. Atkins. Acredita no melhor das pessoas. – não entendi se isso era um elogio ou uma critica, mas ele continuou antes que eu pudesse pensar – quando foi à última vez que viu Jenny?


-Na sala comunal, antes do jantar. Eu ia jantar e ela disse que ia encontrar Kieran e os dois jantariam juntos.


-Ela parecia assustada? Diferente do normal?


-Não.


Jenny nunca tinha mal humor. Ela estava sempre animada. Nunca tratava ninguém mal, como poderiam matá-la? Eu não conseguia entender.


Ele ficou quieto, me observando.


-Posso fazer uma pergunta? – ele me olhou atentamente e disse, seco:


-Eu faço as perguntas aqui, Srta. Atkins.


Continuei olhando para ele.


-Faça.


-O que matou Jenny? Que arma?


-Facadas. – ele disse.


-Encontraram a arma...?


-Não.


-Kieran descobriu Jenny como?


-Já chega, Srta. Atkins. Por hoje é só. E eu faço as perguntas. Está liberada, por enquanto, mas estamos vigiando. Não confio em você.


Me levantei, irritada com o último comentário.


-E eu não confio em você. – falei, mesmo sabendo que a frase não fazia sentido. Sai com o resto da dignidade que me restava, com nojo de todo aquele interrogatório.


Como podiam pensar que eu e Kirean, as pessoas que mais amavam Jenny, podíamos ter a matado? Sei que os crimes normalmente são cometidos pelas pessoas mais próximas, mas mesmo assim...


Fui até meu quarto, passando direto pelas pessoas que cochichavam e se afastavam de mim no corredor.


Entrei. Fui até a cama de Jenny primeiro, mesmo porque era a mais próxima da porta. Estava do mesmo jeito que a da manhã anterior. Lagrimas vieram aos meus olhos novamente. Jenny nunca mais conversaria comigo, nunca mais me ajudaria em Transfiguração (matéria FDP), nunca mais alisaria meu cabelo antes da aula, nunca, nunca mais. Nunca mais conversaria com Jenny.


Qual foi a última coisa que eu disse a ela? “Preciso de ajuda com transfiguração depois”, não foi?


Como eu era burra. Como eu era egocêntrica.  E se houvesse algo de errado com ela e eu não tinha percebido? Mas isso não implicaria que Kieran fosse o culpado?


Olhei a estante de Jenny. Eu sabia que devia começar uma investigação, pois não confiava no ministério, sabia muito bem que o interesse deles nunca seria em Jenny e sim apenas mostrar serviço.


Sim, eu investigaria e descobriria quem fez aquilo a melhor amiga que já existiu. E inocentaria Kieran, pois a culpa não era dele, não podia ser dele, ele era tão culpado quando eu era.


Um movimento brusco atrás de mim me fez dar um pulo.


Uma coruja negra estava parada em cima da minha cama. Fui até lá e com uma letra inclinada e quase ilegível estava escrito:


 


Me encontre perto da Cabana de Hagrid.


 


Dannie


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Então ACABOU, estou de férias, e agora vamos ter atualizações se não uma vez por semana, pelo menos uma vez a cada duas semanas, eu acho.
comentem por favor, eu adoro escrever quando comentem.

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