PERIGOS EXTREMOS



Gina segurou a mão de Draco e a apertou furiosamente. Ele a olhou, sorriu e sussurrou – Nox! – As duas varinhas se apagaram. Pé ante pé os dois começaram a andar até uma das portas para tentar sair daquele lugar. De repente tudo ficou claro. Os dois olharam para o outro lado da sala e Gina gritou.

Um gorila imenso, de aproximadamente 2 metros, olhava para eles. O corpo era de gorila, mas o rosto parecia com o dragão de Komodo. Escorria sangue e saliva da sua boca. Ele os olhava desafiante.

— Algo me diz que ele continua com fome. – Gina sussurrou.

— Será que esse sangue na boca dele é de uma mordida que ele se deu ou deu em alguém?

— A segunda opção. Vamos no três. Um, dois, três!

Virginia Weasley e Draco Malfoy lançaram Estupefaça ao mesmo tempo no dragão-gorila. Ele caiu desacordado.

— Não sei por que, mas acho que esse bicho não vai ficar desacordado muito tempo. – Draco falou dando os ombros.

— Que bicho é esse Malfoy?

— Não faço idéia Weasley, mas tenho certeza absoluta que pretendia nos atacar. – Draco se aproximou devagar. O animal tinha um cheiro podre, nojento. – Nossa, tudo bem que estamos no deserto, mas daí a não tomar banho é foda. Esse bicho tá fedendo demais! – Ele se ajoelhou ao lado do animal, como se fosse um caçador fazendo pose ao lado da presa.

— Draco, não chega muito perto. Ele não vai ficar estuporado muito tempo.

Mas já era tarde. Draco analisava cada centímetro do animal. O que mais o intrigava era que nunca o tinha visto antes em toda a sua vida. Nem mesmo Hagrid, que ensinava Trato das Criaturas Mágicas em Hogwarts devia saber da existência de algo tão bizarro. Ele percebeu que no meio dos espessos pêlos pretos alguns brancos já despontavam. Ele ainda babava.

— Eu não faço idéia de que animal é esse Weasley.

— Eu também não. Sai daí de perto Draco. Daqui a pouco ele acorda. Espero que essa sala abra logo, não vou aguentar ficar muito tempo com esse bicho.

Draco continuou ajoelhado ao lado da animal. Gina, por outro lado, continuou em guarda perto de uma das portas. Quando seu olhar pousava no gorila gigante sentia um arrepio percorrer sua espinha. A sensação que tinha era a de que o gorilo podia partir seu corpo ao meio.

Depois de alguns minutos Gina escutou um barulho. Depois outro. E outro.

— Malfoy, - ele olhou para ela - acho que a porta vai abrir...

Não deu para concluir a frase. O gorila gigante acordou e mordeu o braço esquerdo de Draco ao mesmo tempo que três portas se abriram. Ele gritou de dor enquanto via o sangue escorrer. Sem pensar duas vezes Gina correu até os dois e começou a dar socos e chutes na cabeça do gorila, que acabou soltando o braço do garoto. Os dois se olharam desesperados e correram até uma das portas que já estava se fechando, e mais uma vez foram engolidos pela escuridão.





— Eu avisei! Eu avisei que não era pra você ficar perto dele! Eu avisei! – Gina estava praticamente gritando.

— Dá pra calar a boca? Já tá muito ruim sem você gritar. – Ele disse sentando no chão e apertando a ferida, que continuava a sangrar.

Gina clareou o ambiente e olhou para o braço dele. Devia estar doendo demais, os dentes do gorila-dragão de Komodo eram extremamente afiados. Ela sentou ao seu lado, pegou a barra da capa preta e rasgou.

— Ei! – Ele gritou revoltado – Isso é meu, como assim você rasga desse jeito?

— Você escolhe: Ou fica com a capa inteira ou sangra até morrer.

— Agora que você já rasgou a capa eu não tenho mais escolha.

Ele estendeu o braço e ela amarrou o pano de forma que o sangue estocasse pelo menos um pouco.

— Temos que sair daqui. Isso não é normal. Não devíamos estar aqui.

— Não brinca! – Ele falou sarcástico. – Juro que estamos no caminho certo, daqui a pouco encontraremos o tesouro atrás do arco-íris.

— Eu não estou brincando Malfoy.

— E tem alguém rindo aqui? Eu não sei o que foi aquilo que me atacou Weasley. Só sei que virá atrás da gente. Precisamos ficar atentos. Quando as portas abrirem temos que correr.

Ela assentiu com a cabeça. Sentiu seus olhos ficarem molhados. “Não posso chorar. Tenho que ser forte. Preciso ser forte.” Logo a pirâmide começou a fazer barulho e os dois se levantaram.

— Precisamos correr pro lado oposto de onde viemos.

— Temos quatro opções de porta. Vamos para... – a primeira porta que abriu revelou um ambiente claro. – Lá! – Ela disse apontando. Não aguento mais essa escuridão.

Draco a pegou pela mão e os dois correram até atravessarem a porta. Foi então que o sol bateu em seus rostos.

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