Uma temporada em Roma



Capítulo primeiro - Uma temporada em Roma.


 


O Sol tinha nascido forte naquela manhã, penetrando as cortinas brancas de linho que cobriam as janelas daquele glamouroso aposento onde a caçula dos Weasley repousava. Tão glamouroso que Gina, ao despertar, não reconheceu de início onde estava, e se assustou, até se lembrar de que estava de férias, e aquele era um quarto de um hotel cinco estrelas de uma famosa rede hoteleira italiana. A família toda tinha decidido viajar para lá nas férias, assim que o Sr. Weasley tinha sido eleito o novo Ministro da Magia, pois conhecer a cidade sempre fora um sonho da mãe dos sete Weasley. Gina espreguiçou-se lentamente, tentada a não deixar aquela cama deliciosa nunca mais, mas aí lembrou que o pai tinha combinado que todos fossem tomar café ao redor da piscina. Olhou as horas e viu que tinha tempo para tomar um banho, para depois ir ao encontro da família.


- Bom dia... – Disse ela bocejando.


- Bom dia, querida... Que bocejos são esses? Você dormiu mais que a cama! – A caçula tinha sido a última a chegar na mesa, e todos já pareciam ter comido o suficiente; exceto por Rony, que ainda tinha vários pãezinhos no seu prato.


- Ah papai, acho que foi a viagem...


- Gininha, nós chegamos há três dias e você continua dizendo isso... sua dorminhoca!


- E o que vamos fazer hoje? – Perguntou Rony, de boca cheia.


- Bem, eu e sua mãe estávamos pensando em visitar os museus, as obras arquitetônicas, e todas essas artes, vocês sabem o quanto a mãe de vocês é apaixonada... o que acham?


- Erm... olha pai, não é por nada não, mas acho que nenhum de nós vai querer ir. – Falou Carlinhos, sendo acompanhado pelas cabeças dos irmãos balançando afirmativamente.


- Bem, sendo assim... é uma pena, - disse a matriarca Weasley ligeiramente desapontada - mas acho que vocês podem ir aonde quiserem, contando que estejam aqui às 17:30 em ponto, pois eu e seu pai já combinamos de sair para jantar.


Todos concordaram, e saíram aos poucos da mesa, pra voltar aos seus quartos, desfazer as malas e descansar mais um pouco. Depois do almoço, o sr., a sra. Weasley e Percy foram ver as obras de arte, como o combinado; Fred e Jorge foram procurar uma loja de brincadeiras e Gui, Carlinhos, Rony e Gina decidiram ir à uma sorveteria. Mas no caminho, algo chamou a atenção da irmã.


- Ei, esperem!


- O que foi, Gina?


- Olhem, uma tenda da Sorte!


- Ah não Gina, você não vai jogar dinheiro fora nisso não, né? Com certeza é uma daquelas trouxas que dizem “Trago a pessoa amada em 3 dias...”


- Eu vou sim! Vai que ela é uma vidente de verdade?


- Capaz, a chance de ser charlatã é dez vezes maior. E mesmo se for bruxa, vai que ela é igual a Trenlawney? Dá praticamente na mesma.


- Mas eu quero ir! E se ela disser algo de verdade sobre o meu futuro?


- Bom, você é quem sabe... – Falou Gui.


- Tá bem! Eu vou! Me esperem aqui?


- Tá bem, Gininha. Humpf! Mulheres...


Gina ignorou o comentário de Ron e entrou na tenda, que era coberta por um pano amarelo e tinha muitas almofadas dentro, e também um cheiro agradável de incenso.


- Olá Gina, seja bem vinda. – Cumprimentou a mulher, sentada sobre as almofadas. Ela tinha uma aparência simples e um sorriso caloroso, que deixava qualquer um se sentindo à vontade.


- Ué, como sabe meu nome?


- Eu sou uma vidente, não sou?


- Ahn... é, né.


- Sei que você tem três irmãos te esperando do lado de fora, e que nenhum deles acredita que eu sou uma vidente de verdade. E sei também que você estuda na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts...


- Hogwarts! Sim, é, é verdade. Como você conhece? Você estudou lá?


- Na verdade não, mas meus dois irmãos sim. Um é auror, e o outro, correspondente do Profeta Diário. Pode se sentar, minha querida.


Gina obedeceu e sorriu em resposta, contente por ter razão quanto a vidente.


- Quer me fazer alguma pergunta em especial?


- Hum... deixe me ver... ah, quando eu vou encontrar meu amor de verdade? – Era uma questão que tinha atormentado-a nos últimos tempos, pois finalmente tinha se despedido de sua paixão por Harry e estava incerta acerca de quem seria seu próximo romance.


A vidente pediu a palma da mão de Gina e segurou-a, encarou as linhas de sua mão, franziu as sobrancelhas, pensou um pouco antes de sentenciar:


- Bom, eu percebo aqui que você sofreu bastante recentemente... pois seu coração se prendeu a um alguém que não correspondia aos seus sentimentos, certo?


Gina concordou com a cabeça.


- Mas também foi melhor pra você, pois se você se entregasse a ele, não encontraria aquele a quem você está predestinada, o verdadeiro amor de sua vida. Vocês se encontrarão muito em breve, mas também passarão por muitas dificuldades juntos...


- Dificuldades? – A ruiva franziu o cenho. – Que dificuldades?


- Não sei precisar ao certo, minha querida, mas vejo aqui – e espetou o dedo indicador numa encruzilhada das linhas da mão de Gina – que este amor encontrará forte oposição... mas você deve insistir, pois seus caminhos estão traçados desde muito antes de vocês dois se encontrarem.


- E como é que eu vou saber quem ele é? Posso saber como ele se parece?


A vidente abandonou a palma da mão de Gina e voltou-se para sua bola de cristal sobre a mesinha, que emitiu um brilho azulado.


- Posso ver um rapaz louro e elegante, nada além disso. E também lhe digo que vocês se completarão juntos, pois assim como você precisa dele, ele também precisa de você; e precisa bastante, bem mais do que você imagina. Você vai causar mais impactos na vida dele do que pode imaginar.


- E quando eu vou encontrá-lo?


- Em breve, muito breve! Não se apresse, afinal, os destinos de vocês estão traçados há muito, e nada mais é necessário além da persistência de ambos para que este amor se consolide.


- Obrigada! – Respondeu Gina, se levantando. – Ah... quanto eu lhe devo?


- Não se preocupe, não foi nada. Não é sempre que tenho o prazer de encontrar uma colega bruxa por aqui... boa sorte, querida.


- Ok... muito obrigada!


Gina saiu da tenda e viu que os irmãos já não estavam mais lá.


- “Nossa, que legal, ninguém pra me esperar né! Irmãos esfomeados! E olha que eu nem demorei tanto assim... e agora? Droga!”


Ela andou na direção do hotel, tentada a voltar e passar o resto da tarde estirada à beira da piscina, mas ao passar perto da Fontana de Trevi foi atraída pelo grande movimento de turistas com câmeras e passantes em geral, que jogavam uma moeda e faziam um desejo. As palavras da vidente ainda prendiam sua atenção... “vocês se encontrarão muito em breve, mas também passarão por muitas dificuldades juntos”. Então seu destino já estava escrito, era isso? Ela estava predestinada a um rapaz? Que tipo de dificuldades teriam que enfrentar? Gina estava muito absorta em seus pensamentos, quando foi surpreendida por uma voz desconhecida.


- E então, não vai jogar uma moeda?


- AI! Ai, caramba! – Ela se virou para onde veio a voz e admirou-se ao encontrar um rapaz de belas feições e que parecia ter a sua idade. - Quem é você?


- Perdão... não devia ter te assustado, senhorita. Meu nome é Nicolas, Nicolas Ricci, e o prazer é todo meu.


- Virgínia Weasley, mas pode me chamar de Gina.


- É um bonito nome...


- Obrigada.


Nicolas sorriu, simpático, mostrando uma fileira de belos dentes alvos e... encantadores. “Ai Merlin, que sorriso é esse, derrete até esquimó no Alasca” – pensou Gina. Ele era loiro, cabelos curtos, mas que lhe caíam insistentemente sobre os olhos e faziam-no levar a mão ao rosto com freqüência, como que pra fazer charme; olhos muito verdes, alto, levemente bronzeado, gentil, um sotaque alucinante, um sorriso de derreter esquimó e pernas fortes, que com certeza derreteriam esquimós, alpinistas, mergulhadoras, e qualquer espécie que fosse do sexo feminino. “Que combinação perfeita!” – pensou novamente.


- Seu sotaque diz que você não é daqui... de onde é?


- Inglaterra... minha família e eu estamos de férias pela primeira vez, nunca viemos pra cá.


- Férias? Puxa, que bom! Eu também estou... finalmente! Estudar numa escola em período integral, e ter aulas quase o tempo todo é um pouco cansativo, sabe. – Nicolas exibiu mais uma vez seus dentes, deixando Gina encantada.


- Eu sei como é... eu também tenho aulas o dia todo, e algumas são à noite, é realmente exaustivo...


- Aulas à noite? Caramba, sério? O que vocês fazem à noite, buscam sapos no brejo? – Ele riu, e ela o acompanhou, tentando levar a pergunta como uma brincadeira. “Sapos são as coisas mais inofensivas que nós encontramos no brejo...”


- Bem... é que a minha escola é meio... diferente.


- Qual é o nome dela?


- Hum... é... ahn... Hogwarts? Acho que você não conhece, é uma escola bem restrita, e...


- Hogwarts? – Ele ficou sério de repente. – a escola de Alvo Dumbledore... estou certo?


- Aham! Sim, é a escola de Dumbledore... você a conhece? – Gina ficou surpresa.


- Nossa, legal! Então você, bem, você é... como eu. Já li um pouco sobre lá, Hogwarts – Uma História, você deve conhecer, - Gina suspirou - também dizem que forma ótimos... profissionais, e tem excelentes professores.


- Só alguns. – Disse ela se lembrando de Snape e Trenlawney – E onde você estuda?


- Escola Nacional de Magia de Roma.


- Nunca ouvi falar. – Disse Gina um tanto constrangida.


- É uma escola um tanto recente, não tem a tradição de Hogwarts... mas também é muito boa, a melhor do país. – Falou ele com uma nota de orgulho. – Meu trisavô foi um dos fundadores... é recente, se comparada com Hogwarts, que foi fundada há quase mil anos... certo?


- É... puxa, que legal!


Os dois então se envolveram em vários assuntos e passaram toda a tarde conversando. Nick – como pediu que Gina o chamasse – pôde mostrar a ela vários lugares interessantes de Roma e foi seu guia turístico durante a tarde; além disso, demonstrou ser um poço de simpatia e gentileza, e fez de tudo pra deixar a ruiva à vontade. Eles conversaram sobre vários tópicos, desde a escola até hábitos do mundo bruxo, gostos em comum, e esbarraram sutilmente no assunto relacionamentos amorosos, mas Nick não quis insistir, temendo deixar Gina incomodada ou parecer um babaca interessado em dar em cima dela e lhe roubar meia dúzia de beijos - até porque ela parecia ser séria o suficiente pra não fazer isso. E ele tinha ficado fascinado pela ruivinha, que estava indo pro sexto ano e agora estava bem mais crescida, com curvas bastante desenvolvidas, que prendiam a atenção de qualquer um; e um rosto com traços inocentes que contrastava com seus longos cabelos ruivos, prendendo completamente a atenção do italiano. Eles tinham se dado muito bem, Gina estava fascinada pelo sorriso, pelo sotaque e pela simpatia do garoto; e disse-lhe que tinha gostado muito dele, e adoraria poder manter mais contato e estabelecer uma amizade tão encantadora naquele país tão adorável. E a conversa fluiu animadamente, até ela dar uma olhada no relógio e ver que já eram 17:35.


- Nossa, já, eu preciso ir!


- Mas já? Ainda é cedo...


- Mas é que o meu pai pediu pra eu estar no hotel às 17:30, porque íamos sair pra jantar... Droga, droga! Você sabe onde eu posso encontrar um... um táxi?


Nicolas levou Gina até uma rua onde passavam muitos táxis, pediu o endereço dela e disse que iria escrever uma carta.


- Vai me responder, não vai?


- Claro!


- Então... ahn... tchau... – disse ele dando um beijo no rosto dela.


- Tchau! Gostei muito de te conhecer! – Disse ela, entrando no táxi e corando com o beijo inesperado.


- Eu também gostei, Gina!


Ela acenou da janela do táxi e disse ao motorista o nome do hotel onde estava hospedada com a família. Sua bochecha ainda formigava no local onde tinha sido beijada pelo italiano, e ela sorriu, encantada. “Que rapaz incrível, ai Merlin! Será que ele vai mesmo me escrever? Ai ai ai, só me resta esperar agora...”


Gina chegou ao hotel correndo, checou a hora no relógio mais uma vez e viu que eram 17:58 – ela estava atrasadíssima. Saiu às pressas pelo corredor, e estabanada como era, acabou trombando com uma pessoa.


- Não olha por onde anda não? – Disse uma voz incrivelmente arrogante.


- Desculpa, eu... Argh! Não acredito que é você! Por que, Merlin, por quê? – Disse Gina olhando incrédula para o indivíduo loiro à sua frente.


- Weasley.


- Malfoy.


- Foram premiados de novo, é? – Alfinetou ele, parecendo tão desgostoso quanto a garota.


- Hauahauahu, boa tentativa Malfoy; eu não sei se você se lembra, mas agora já que o Fudge caducou, meu pai foi eleito Ministro da Magia, e seu pai continua sendo só um Conselheiro. Então pensa comigo, só um pouquinho, e você vai perceber que o seu pai é um subordinado do meu agora! Dá pra parar com essas provocações idiotas, sua doninha quicante?


- Ah, Merlin! Eu mereço... agora só porque tem dinheiro vai andar por ai achando que tem classe... Não tem jeito, nasce pobre, morre pobre!


- Argh! Sua... sua coisa loira desprezível, como você é asqueroso, é impossível ter uma conversa civilizada com você! – gritou Gina, irritadíssima, grudando no cabelo de Draco e puxando-o com força.


- AI! SUA MALUCA! Agora que sua família tem dinheiro eles deviam te internar num hospital pra pessoas com problemas mentais, você é retardada! – Falou ele, empurrando a garota brutalmente pra longe de si. – Sai da minha frente, Weasley!


Ele virou as costas e foi para o seu quarto, pisando duro, com ganas de quebrar o chão, e deixou Gina furiosa pra trás.


- Doninha idiota!


Gina voltou pro quarto e encontrou os irmãos, Rony, Gui, Fred, Jorge e Carlinhos sentados em sua cama, parecendo tão bravos quanto ela.


- Onde foi que a senhorita andou?


- Eu...


- Você é louca, Gina? Sumiu, desapareceu, se escafedeu! Nós ficamos procurando você igual loucos!


- Ninguém mandou vocês não me esperarem pro sorvete!


- Nós demos uma volta no quarteirão, e você desapareceu! Nós voltamos pro hotel e nada, fomos até falar com a tal vidente! Que por sinal, disse que você estava bem acompanhada, mas quem é que vai acreditar numa vidente desconhecida que monta sua tendinha por aí?


- Eu acreditei, e você também devia ter acreditado, Rony, ia ter te poupado muita irritação! Eu realmente estava bem acompanhada...


- Só espero que não tenha sido pelo Malfoy, Gi... nós ouvimos seus gritos do corredor. – Falou Jorge, e acabou aliviando o clima entre os irmãos, fazendo todo mundo cair na risada.


- Ai, não! Não me falem do Malfoy! Ele é um imbecil! Por que Merlin trouxe esse traste até aqui com a gente? Credo!


O comentário da caçula foi o suficiente para que todos os irmãos começassem a retaliar Draco e sua família.


- Ele é um idiota!


- É a miniatura do pai dele, aquele crápula.


- E aquela varinha com cabeça de cobra que ele carrega por aí? O cara deve adorar alisar uma cobra pelo jeito...


- HAHAHAHAHAHA!


Os irmãos estavam fazendo comentários cada vez mais e mais maldosos e não conseguiam parar de rir, quando Percy, Arthur e Molly finalmente apareceram.


- Isso são horas? – Falou Carlinhos quando os pais entraram, e todos riram ainda mais.


- Nós perdemos a hora, ficamos olhando as obras daqui... são muito bonitas, principalmente as trouxas! – Disse a sra. Weasley encantada.


- Vocês perderam uma ótima visita. – Resmungou Percy, e então todos finalmente foram tomar banho e se vestir para depois irem a um famoso restaurante italiano, que servia o melhor spaghetti dali. Depois de jantar, todos comeram muito bem, obrigado, e as circunferências abdominais de todo mundo estavam maiores em alguns centímetros; então eles voltaram ao hotel e foram dormir.


Na manhã seguinte, toda a família desceu para tomar café, e a vista da beira da piscina provocou vários comentários indignados.


- Olha lá, a doninha albina e o paizinho comensal dele!


- Argh! Essa doninha vem nos encher o saco até aqui. Ele é um paspalho! Tenho vontade de partir a cara dele em três! – Disse Ron.


- Rony, não fale assim... olha só, que coincidência amigável! A Narcisa não me disse que ela e a família viriam pra cá nos mesmos dias que nós; se soubéssemos, poderíamos ter jantado com eles ontem...


Os outros ruivos à mesa fizeram cara de nojo.


- Mãe, como você pode ser amiga da Narcisa Malafoy? Ela é mulher do Lucius Malfoy, aquele assassino, e mãe daquele bichinho asqueroso! E eles não são nem um pouquinho agradáveis pra se ter ao lado durante um jantar... vivem nos chamando de traidores do sangue!


- A Narcisa é uma boa mulher, Fred! Mesmo que o marido dela não seja dos mais tolerantes, mas... bem, eu vou falar com ela depois do café!


- Tá bem, mãe, você quem sabe.


Os Malfoy tomaram seu café da manhã aparentemente bem, então Lucius se levantou, deixando a mulher e o filho na mesa, e dirigiu-se para dentro do hotel. Molly Weasley interpretou aquilo como uma oportunidade para se aproximar, e foi em direção à Narcisa e Draco.


- Olá Narcisa!


- Olá Molly! Que prazer lhe ver... então, pelo jeito, nos encontramos até em Roma! – A loura sorriu, elegante.


- Olá, Draco!


- Olá. – Cumprimentou o herdeiro dos Malfoy, aparentemente de má vontade.


- Sente-se, Molly, por favor... estão aqui há muito tempo?


- Há quatro dias, Narcisa... e vocês, quando chegaram?


- Chegamos na noite do dia anterior... Lucius disse que está indisposto, não quer sair do hotel por hoje, o que é uma pena... eu adoraria visitar Roma mais uma vez, é uma cidade fabulosa!


Draco levantou-se da mesa e seguiu o caminho que seu pai tinha feito anteriormente, deixando as duas mulheres sem dizer palavra alguma.


- Bem... se quiser, poderíamos sair esta tarde para visitar a cidade! Arthur, Percy e eu fomos a passeio ontem, mas infelizmente não passamos por todos os pontos turísticos...


- Oh, eu gostaria muito! – Narcisa sorriu mais uma vez. – Então, quando irão?


- Depois do almoço, eu imagino... falarei com você, Narcisa! Até mais! – Disse Molly, se levantando para voltar à mesa onde estava sua família.


- Até, Molly!


(N/A: Uma ressalva sobre a Cissa nessa fic! Ela não é nojenta e maldosa como o Lucius, e sim, mais narcisista, – eu tinha que fazer esse trocadilho – procura aquilo que pode lhe satisfazer... no caso da Molly, como ela é a mulher do Ministro da Magia, pra Cissa seria bom fazer contatos e ter influências, e foi por isso que ela se aproximou da Molly; mas reconheceu nela também uma pessoa amiga, e pelo fato da Cissa ser um tanto quanto sozinha, ela se rendeu a uma possível amizade com a  Molly. Pronto, podem continuar a ler! :D)


A mulher ruiva voltou então para onde estavam seus filhos e marido, que estavam visivelmente contrariados com a relação entre sua mãe e Narcisa. Depois do café da manhã, alguns Wesley voltaram para o quarto, para descansar e tomar um banho, outros se dirigiram para o salão de jogos do hotel, e alguns outros para a piscina, mesmo apesar do vento estranho que teimava em soprar; até que todos voltaram a se reunir no grande salão para a hora do almoço.


Após a refeição, Molly se dirigou novamente ao encontro da mesa dos Malfoy; notando, contudo, que Lucius estava ausente. Tanto Narcisa quanto Draco haviam acabado de comer, e a loura se pôs de pé ao notar a amiga se aproximando.


- E então, Molly, a que horas vamos fazer turismo por Roma? – Ela parecia levemente ansiosa.


- Bem... podíamos ir até a recepção e pedir um táxi agora mesmo, o que acha?


- Por mim, é uma ótima idéia. Draco, você gostaria de nos acompanhar?


O filho de Narcisa fez a mesma expressão que faria se alguém lhe tivesse pedido pra cavar minhocas no estrume, mas assentiu e acompanhou as duas mulheres, sem dizer nada, até a recepção, onde elas chamaram um táxi e esperaram, enquanto uma fina chuva começava a cair e aumentar a cada instante.


O táxi chegou, e Molly, Narcisa e Draco foram para a rua, já sob uma chuva considerável. As duas entraram no veículo, enquanto o garoto ficou parado na porta.


- Mãe,?


- Sim, Draco?


- O que eu digo se o pai chegar antes de você e pergunta onde você está?


- Ora... diga... que eu saí, e fui fazer uma visita à cidade! – Respondeu ela, hesitante. Afinal de contas, é o que eu vou fazer não é? Tchau, meu filho!


- Tchau, mãe.


Narcisa fechou a porta e o táxi acelerou, quando Draco ouviu um par de passos que vinham correndo desde a escadaria do hotel.


- MÃAAAAE!


Ele se virou pra poder encarar a caçula Weasley, olhando desapontada para a rua vazia e para o táxi que dobrava uma esquina, já distante, parecendo não se importar com a chuva que caía e lhe molhava os cabelos.


- Elas... foram? Já?


- Não, estão aqui, você não tá vendo? – Respondeu o sonserino, com escárnio.


- Malfoy, seu idiota! Droga, eu precisava falar com a mamãe... ela foi sem falar comigo! – Gina fez um beicinho involuntário. – E agora, você sabe quando ela vai voltar?


- Não, Weasley, não falei com a sua mamãe. – Ele satirizou o modo de falar da ruiva. – E mesmo se soubesse, não te falaria, só pelo prazer de te deixar preocupada.


- Ai Malfoy, como você é podre! Imbecil, retardado!


- Weasley, me poupe dos seus xingamentos idiotas!


- Seu porco imundo, asqueroso, maldi...


A frase ficou pela metade. Uma mão sem a menor delicadeza segurou a boca de Gina, e a última lembrança que teve foi a de seu corpo amolecendo repentinamente, antes de seus olhos ficarem pesados demais e a escuridão surgir.


 

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