Calla lilás

É melhor eu me apressar, se não esse será o segundo dia sem almoçar.
Assim que eu chego a mesa, a primeira coisa que a Gina me pergunta é:

- O que você estava conversando com o Dino?
- Oi, pra você também, e eu estou bem, obrigado por perguntar.- eu disse, irônica.
 - Ah, Hermione, para de ser chata e responde logo...
- Ele veio com um papo doido de que queria me levar para o baile...
- Porque você não mandou ele ir com a Invi?
- Invi? - Eu perguntei, não lembrando de nenhuma menina que se chamava Invi.
- É a Invi... A invisível, minha melhor amiga.
- Putz, essa foi totalmente PEI.
- O que é “PEI”? – ela perguntou.
- Piada extremamente infame. Gina, se você continuar assim, vai roubar do Malfoy o Oscar de “piadas mais idiotas do ano”.

Pelo menos, ela sabia o que era Oscar. 
Depois que almoçamos, a Prof.ª Minerva organizou o salão principal para começarmos com a aula de dança. Eu não via o Draco em canto nenhum... Eu vou matar aquele loiro. 
A professora ficou no meio do salão, para que todos a escutassem... 

- Quem não tem um par, ou por algum motivo ele não pode vir... Vá para a sua respectiva sala de aula.
- Mas, professora... Ele deve estar chegando.
- Lamento, Granger... São as regras.

Então, eu ia embora... Até que:
- Hermione! Hermione! – eu virei, era o Malfoy que vinha correndo, só Deus sabe de onde. Mas, não vou reclamar, pelo menos, ele chegou. (mentira, eu vou reclamar sim).

A aula começou e antes que eu pudesse perguntar o porque do atraso, ele ajoelhou-se na minha frente, com uma flor, calla lilás (como ele soube que essa é minha flor preferida?), na mão e disse:
- Hermione, você me perdoa por eu ter sido um total estúpido? – ele perguntou, oferecendo a flor.
- Draco levanta daí, tá todo mundo olhando. – mas ele me obedeceu? Não, claro que não. Ficou me olhando, esperando a resposta. 
– Sim, eu aceito suas desculpas. – e com um sorriso, ele me entregou a flor e finalmente levantou.
- Precisava de tudo isso? – eu perguntei.
- Precisava de mais, mas acho que você não gostaria que na hora do jantar, eu subisse em cima da mesa da grifinória e –
- Não, chega... Assim foi melhor mesmo.

Eu já estava me saindo bem melhor, na dança.
Quase no final da aula, Minerva avisou que amanhã teríamos uma surpresa o/ Eu quero saber o que é!

 E quando a aula, finalmente, acabou íamos jantar (sim, a Minerva explora a gente). E antes que eu desse um passo, Patil chegou e falou (ou gritou):
- O que você falou para o Dino?
- Eu não fa- interrompida de novo.
- Não importa... Só vim aqui pedir pra você se afastar dele, depois que ele conversou com você, ficou muito triste. Bem que a Lilá falou, você gosta de estragar a felicidade alheia. – depois de falar isso, ela saiu. Do pó de flu (vencido) que o Dino cheirou, ela também experimentou um pouquinho. E o mais incrível é que eu não tinha dito NADA! 
Draco (que ainda tava do meu lado) não tinha entendido nada, eu fiz um pequeno resumo de toda a situação, e ele começou a rir. Sim, ele riu, principalmente da “declaração” do Dino. 
E quando o salão voltou ao normal, nos avançamos imediatamente para nossas respectivas mesas. 
Todos nós (do curso de dança) estávamos morrendo de fome, e não sei o deles, mas todo o meu corpo doía. Por isso foi um alivio sentar e comer.
Enquanto voltávamos para a sala comunal, Harry e Gina iam à frente... Eu não agüentava mais segurar vela, por isso fiquei pra trás, cantarolando minha música favorita (dessa semana):
- Eu não vou pro inferno, eu não iria tão longe por você... (8)
- Não se preocupe, eu também não vou para o inferno. – disse aquele loiro metido. Que tinha aparecido do nada. Eu o ignorei e continuei cantando.
- Eu não vou pro céu também, eu não sou tão bom assim... (8)
- Sempre suspeitei que por baixo desse rostinho de anjo, escondia-se uma diabinha. – ele disse, com sorriso maroto. E dessa vez, ele conseguiu que eu parasse de cantar.
- Vê se me erra, Malfoy.
- Você tá com raia de mim? O que eu fiz dessa vez?
- Um pouco, ficou rindo do Dino... Pelo menos, ele teve coragem de se “declarar”... Nem isso eu tenho.
- Ah, então é por isso que você ainda não se declarou pra MIM.
- Quando você era pequeno, porque não fugiu com o circo, ô palhaço?
 E novamente, ele não entendeu o que eu disse.
- Deixa pra lá – eu disse, depois que ele pediu uma explicação.
- Tudo bem, agora eu tenho que ir, Mi Hermosa. – já estávamos de frente ao quadro da Mulher Gorda. 
- Tchau, Draco. – E antes que eu fizesse qualquer coisa, ele me abraçou. Ele tem um cheiro tão bom. Ai, ai... Nunca mais lavo minha farda. 
- Vai ficar aí de agarração ou vai entrar logo, decide menina, eu tenho mais o que fazer... – disse a Mulher Gorda, ah quadro enxerido, aquela encardida.
- Tenho que ir... – eu disse. Ele me soltou e fez cara feia para o quadro.
 
Eu entrei. E logo Gina me bombardeou de perguntas, sobre a flor, sobre o que eu e o Malfoy conversamos na aula da Minerva (Harry com certeza tinha dito a ela, aquele fofoqueiro), sobre o que estávamos falando agora, sobre o vestido... 
Demorou tanto tempo, até que ela me liberou da perguntas e eu fui, como sempre faço no nesse horário: fazer os trabalhos (que era só o relatório), tomar banho e finalmente, dormir. 

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