Fourth Day



Fourth Day


 


Photobucket


Narrado por: Ronald Weasley


 


Porque Hermione tinha que mexer naquela droga de carta? Porque ela tinha que abrir todo e qualquer pergaminho que passasse pelos seus olhos? Essas eram coisas que nem remotamente eu conseguia entender.


E eu sei o que você deve estar se perguntando. “O que ele quer com ela se fica mandando cartas apaixonadas para Lilá?”. Mas eu realmente queria a minha camiseta, de verdade. Sei lá, vai que aquela louca resolve fazer uma macumba braba ou alguma coisa do tipo? É melhor prevenir do que remediar.


Então, eu a beijei.


A Hermione, não a Lilá.


Ela estava lá, falando como só ela sabe falar do quanto eu era galinha, cafajeste e outros tantos adjetivos mais. Sua cara estava vermelha e ela ficava se sacudindo enquanto falava. Não sei se foi mais para calar a boca dela ou porque eu estava realmente com vontade, mas passei as mãos pela sua cintura e a puxei para perto de mim, minhas mãos apertando seu cabelo enquanto ela me socava no peito, tentando se livrar de mim.


Mas aos poucos suas mãos foram ficando mais flácida e a boca menos contraída, como se ela estivesse desfalecendo e se entregando. Sorri ao perceber isso e aprofundei o beijo, pedindo uma passagem que ela me concedeu.


Foi melhor do que eu esperava – bem melhor. As mãos que me socavam agora a pouco tinham, ágeis, se enroscado no meu pescoço ao passo que seus lábios deram a passagem que eu estava buscando; quando nossas línguas se entrelaçaram, bom… Não sei o que aconteceu. Parecia que um monstro tinha se despertado em mim, me fazendo esquecer até o nome, e só fixar a mente em seu cheiro, em sua pele, em seu toque…


- Pare com isso! – ela se afastou sem que eu percebesse como – O que pensa que está fazendo?


- Te beijando – respondi, erguendo às mãos em gesto de exasperação. O que há de errado com essa menina, meu Merlim?! – Pensei que você tivesse percebido, estava até ajudando há cinco segundos, eu poderia jurar.


- Você é um cachorro! – ela cuspiu. Não literalmente, graças a Deus – Mas você não vai me usar, Ronald Weasley! Não vai mesmo!


Revirei os olhos. Não pelos motivos que ela deve ter pensando, por ser um cachorro, porque eu realmente não era. Mas porque essa conversa estava extremamente irritante! Eu preferia muito mais quando ela estava calada, me beijando. Era uma utilidade muito melhor para sua boca.


- Hermione, dá um tempo, ok? – pedi.


Fechando totalmente a cara, ela desferiu um golpe de direita que eu nem vi de onde saiu. O problema é que eu vi muito bem onde chegou, me fazendo cambalear de dor, o choque da pancada somado à ardência pelo sol. Ela saiu batendo o pé, me deixando, literalmente, vendo estrelas.


Talvez eu devesse ter sido um pouco mais delicado.


*


Photobucket


Narrado por: Lavinnia Pterson


 


O dia amanheceu lindo, mas ninguém levantou cedo. Nem eu. Tínhamos tomado a poção de Hermione, e depois todo mundo capotou na sala, do mesmo jeito que a gente tinha sentando lá pra ver o filme.


Aparentemente todo mundo estava com uma cara feia. Harry porque não sabia o que tinha acontecido com a garrafa de tequila, Gina porque tinha sido acusada pelo meu primo de ter entornado ela toda, e Rony e Hermione por algo que eu não fazia ideia, mas acreditava ter sido a razão da pancada surda que ouvimos ontem. Até Black estava de mau humor, mas acho que esse era por minha causa. Eu tinha levemente comentado que meu namorado era três vezes mais másculo do que ele, acho que não gostou muito de ter ouvido isso.


Só sei que eu não estou mau humorada, então vou me contentar em sentar na grama com meu Halerquim e me dedicar a um maravilhoso dia lendo romances totalmente água com açúcar. Tenho certeza que, se todo mundo fizesse isso, as caras estariam dez mil vezes melhores. Mas ninguém parece me entender. Você sabe, TPM é um caso sério.


Mas não acho que os meninos estejam assim. Só se forem travestis e a gente nunca tenha sabido de nada.


Espera, tem mulher travestida de homem?


- Não sei porque você está lendo essa porcaria – reclamou Gina, apontando para o meu livro. Fiquei ofendida, ninguém chama meu livro de porcaria e sai imune. Mas, como hoje estava todo mundo estressado, eu acho que vou deixar passar.


- Porque eu gosto – reclamei. Gina era muito pouco romântica – Você deveria ler também, faz muito bem, sabia?


Murmurou qualquer coisa. Do outro lado do jardim, no quiosque, Harry preparava alguma bebida. Acho que ele finalmente achou o que estava procurando. O povo dessa casa só sabe beber e reclamar, credo. E talvez beijar na boca, porque eu tenho certeza que foi isso que aconteceu entre Rony e Hermione ontem, embora não tenha dito nada pra ninguém. E não duvido nada que vá acontecer logo logo com Harry e Gina. Então, ao que parece, eu vou ficar vendo navios.


Acho que estou ficando deprimida. Você sabe, por causa do meu namorado. E a distância, e bla bla bla. Então eu vou só ficar aqui a tarde toda, mofando...


Essa coisa de mau humor pega mesmo.


- Noiva do Desejo... – murmurou Vinicius Black, lendo o título do meu livro.


Fiquei um pouco corada. Não porque ele estava perto de mim, nada disso. Mas porque a parte do livro era um pouco inapropriada para se ler à luz do dia. E vai que ele tira o livro das minhas mãos e lê a parte que estou lendo? Seria constrangedor.


Os Halerquins são mesmo os melhores. Romances totalmente água com açúcar, com doses altas de envolvimento físico que fazem você, solteira ou abandonada pelo namorado russo, quererem morrer.


Mas não quero que Black saiba disso.


- Já li esse livro – comentou, sentando do meu lado, como quem não quer nada.


AI MEU DEUS. Como assim? Como assim? Desde quando Vinicius Black sabe ler alguma coisa? Ainda mais um livro de romance tão... perfeito quanto esse? Fiquei absolutamente chocada. Tanto que minha boca caiu e eu fiquei olhando para ele como se nunca o tivesse visto realmente...


E, de verdade, acho que nunca vi. Porque a pele dele estava bronzeada, numa coloração perfeita, totalmente diferente de ontem. E o cabelo estava começando a clarear por causa do sol, o que deixava estranhamente interessante. Mas o olhar dele era ainda mais bonito do que o conjunto todo. Era como se ele me olhasse com... admiração sincera. Mas como a palavra ‘sincera’ não combina com ninguém da família Black, eu resolvi ignorar qualquer impulso que estivesse sentindo no momento.


Tirando o de ficar constrangida por ele ter lido esse livro. Aliás, tenho que parar de ler essas porcarias, se vou começar a imaginar coisas assim...


- Hmmm, surpreendente – falei ácida – Não tinha bem certeza de que você sabia ler alguma coisa.


Ele riu e murmurou alguma coisa numa língua que eu acho que foi francês. Mas eu não falo francês, então fiquei ofendida. Como ele sabia falar uma língua que eu não sabia? Que droga, eu sempre disse a minha mãe que seria mais interessante aprender francês num acampamento do que ir a um de comida afrodisíaca.


É, eu fui num acampamento de culinária afrodisíaca, mas isso não é uma coisa da qual eu me orgulhe.


A não ser do meu camarão, se é que você me entende.


- Há muitas coisas sobre mim que você não faz ideia – disse. – Mas, no tempo certo, eu vou ficar imensamente feliz de te contar.


E, dito isso, ele saiu.


Não vou dizer que não me senti um pouco mal por isso. Quero dizer, ele fez uma cara que era realmente bonitinha sabe, como se eu estivesse infringindo a ele uma dor maior do que poderia suportar. Só que isso era totalmente ridículo, porque ele não tem coração. Então porque agora estou me sentindo como se ele tivesse e eu estivesse quebrando-o?


*


Photobucket


Narrado por: Gina Weasley


 


Que Harry Potter é um idiota, todos nós sabemos. Ficou me acusando o tempo todo de roubar sua maldita tequila, pra depois achá-la entocada embaixo de umas 20 garrafinhas de Ice no quiosque da piscina. Bem feito pra ele, teve que me pedir desculpas de joelho.


Ok, talvez não de joelho, porque eu troquei isso por um coquetel de morango. Céus, adoro coquetel de morango! E ele realmente sabe fazer isso muito bem.


Mas aposto como é só isso que ele sabe fazer.


- Porque está me olhando com essa cara? – perguntou Harry, assim do nada...


Eu hein, só porque eu estava olhando dois segundos pra cara dele. Ou talvez tenham sido três.


- Que cara? – rebati.


Eu estava apoiada no balcão que tinha no quiosque, meio que encarando-o enquanto ele fazia alguns drinques. Estava usando um avental de florzinha que tinha ali, o que o deixava estranhamente gay e másculo ao mesmo tempo. Era uma coisa linda de se ver.


- Essa que você está fazendo – revirou os olhos, me oferecendo outro coquetel que eu aceitei de bom grado.


Talvez, se eu ficar bêbada, paro de pensar besteiras.


Não que, veja bem, eu esteja pensando alguma coisa do tipo agora. Só que olhar Harry Potter assim faz muito bem aos olhos, e meio que me dá uma vontade estranha de pular em cima dele e arrancar o avental de florzinha com os dentes.


Mas não é como se eu gostasse dele ou algo do tipo.


- Bom, não sei que cara essa... – disse totalmente a verdade.


Hoje está todo mundo muito estranho. Aliás, desde que chegamos tudo está muito estranho. Estou desconfiando que Rony fez alguma idiotice pra Hermione, porque tenho certeza que ouvi um barulho de choro ontem quando fui dormir. E, se ele fez alguma coisa com ela, eu nunca vou o perdoar por isso. Além do que, tenho certeza que notei um ou dois olhares da Lavínia para o Vinicius, enquanto ela fica lendo aquele livro idiota.


É como se estivesse alguma coisa circulando no ar que nos faz pensar besteiras.


- Oi! – disse Lav, pulando em cima de mim e aceitando um dos drinques do Harry.


Acho que o plano secreto dele é deixar todas as meninas da casa bêbadas ao ponto de tirarem as suas roupas.


Por isso só vou aceitar mais um...


- Onde está a Lucy, Harry? – perguntou Lavínia.


Era mais ou menos umas quatro da tarde, e não me pergunte como. O dia praticamente voou, e acho que a única coisa que tenho no estomago são os drinques que Harry fez e os moranguinhos que vem neles. E umas duas ou três barras de chocolate. Adoro orgias gastronômicas!


- Saiu – ele deu de ombros – Parece que minha mãe a chamou lá em casa, acho que só volta amanhã.


- E O QUE NÓS VAMOS COMER???? – gritei.


Porque Lucy era, totalmente, a única criatura que nos mantinha vivos. Como vamos todos sobreviver até amanhã sem comida? Porque ninguém aqui sabe fazer mais do que um ovo frito. E eu estava mesmo precisando colocar coisas de verdade no meu estomago, senão vou começar a vomitar de bêbada aqui...


Então fez-se a luz no meu cérebro.


Ou no cérebro do Potter, mas tanto faz, vou fingir que foi no meu para ter algum mérito em nossa sobrevivência.


- Lav, porque você não cozinha alguma coisa? – disse Harry. Depois virou pra mim e explicou, porque acho que eu fiz uma cara de quem não tinha entendido nada, mesmo que a ideia tenha sido minha, sabe... – Lavínia foi a um acampamento de culinária quando era mais nova, entende...


Cachorra, nunca me contou nada. Eu teria adorado ir a um acampamento de culinária com ela. Vadia, vadia, vadia.


- Er... – ela corou – Eu vou. Hmm, ver se acho alguma coisa pra... pra cozinhar. Mais tarde.


E, dito isso, saiu de novo, me deixando com o energúmeno do primo dela. Mal posso esperar para o jantar.


(...)


Caramba, Lavínia é uma vadia mesmo. Não dá pra acreditar que ela escondeu da gente todos esses anos que cozinhava melhor que os elfos de Hogwarts. Você precisa ver. Ela fez um camarão a alho e óleo pra gente com arroz que está deslumbrante. E o Potter fez uma caipirinha pra acompanhar, então está tudo divino e eu estou comendo loucamente. Vou ter que malhar rios se quiser caber no meu biquíni outra vez!


Fico aqui pensando porque só eu que não tenho talento nenhum... é altamente deprimente!


- Uau, Lav! – elogiou Potter, estranhamente gostoso sob a luz da lâmpada. Sabe, eu acho que tenho mesmo que aprender a chamar ele pelo primeiro nome. – Isso aqui está uma delícia.


Eu tenho de verdade que admitir isso. Harry Potter é gostoso. Ele tem aquele tipo de beleza que insinua noites ótimas na cama. Céus, não dá pra acreditar que eu escrevi uma coisa dessas, mas é totalmente verdade, mesmo.


Lavínnia murmurou um obrigado e corou de novo. Não sei porque está com tanta vergonha de cozinhar assim tão bem. Nunca comi um camarão tão bom como esse. É como se a cada bocada eu estivesse beijando um cara diferente e gostoso.


Super bom.


Sabe, eu acho que nunca reparei o quanto essa casa era legal! Agora que estamos aqui, todos juntos e comendo, eu sinto como se tivesse alguma coisa emanando dela, sabe? Nem vi a noite chegar, mas agora parece que o tempo está passando lentamente... é demais.


Terminamos o jantar em silencio, praticamente devorando porções e mais porções de camarão, até Lavínia não resistiu, e olhe que no começo ela tinha dito que não estava com fome. Sei lá. Acho que só quem não está comendo é Vinicius, porque ele é alérgico, mas ninguém mais parece reparar nisso...


- Bom, o que vamos fazer agora? – perguntou Hermione, feliz.


O que é bem bacana, ela estar feliz, já que passou o dia todo extremamente irritada.


- Vamos tomar um banho de piscina? – sugeriu Vinicius.


Adoro entrar na piscina de noite! É tão... sexy. Todo mundo fica molhado e branco por causa do luar e isso me faz pensar em me atracar com alguém.


Sei lá.


Fomos colocar nossos biquínis lá em cima, agradecendo aos céus por Lucy não estar aqui e ver a gente entrando na água logo depois de comer. Mas é que tudo estava tão bom que não deu mesmo pra resistir...


Estou me sentindo um pouco estranha... formigando, sabe? É como se eu estivesse a muito tempo sem fazer alguma coisa e agora esteja prestes a fazer, então todo o meu corpo fica tremendo em excitação. Era como se eu estivesse prestes a cantar e gritar ao mesmo tempo, sabe-se lá Deus o que isso significa.


Quando chegamos lá fora, os meninos já estavam dentro da piscina. Tudo estava exatamente como eu pensei, praticamente berrando a palavra “sexy”. Nunca tinha reparado, mas falar sexy é tão sexy!


- Deixe-me te ajudar – falou Harry, pegando minha mão e me ajudando a entrar na piscina.


Ele estava tão gostoso que eu nem reclamei nem nada, só queria sentir como seria a mão dele tocando alguma parte de mim. Acho que estou ficando louca. Acho que estou ficando seriamente louca.


- Claro – respondi, sorrindo e aceitando a mão dele. Tocar nele era como se mil faíscas estivessem passando por mim. Super bizarro.


Fiquei olhando pra cara dele. Ele me olhava de um jeito que fazia com que eu quisesse mergulhar de vergonha, como se estivesse me despindo com os olhos. Mas não era como se eu nunca tivesse visto esse olhar antes. Era como se ele estive... escondido.


Balançando a cabeça, mergulhei. Não sem antes vê-lo lançar um olhar de cobiça pra mim. Olhar este que eu tenho quase certeza de que retribuí.


(...)


Então agora estamos todos jogando vôlei na água. E é tão divertido que eu sinto que poderia gritar de felicidade. Eu, Harry e Rony estamos no mesmo time e estamos ganhando, de modo que eu tenho certeza que, quando for abraçar Potter pela vitória, ele ai pegar na minha bunda.


E é quase como se eu estivesse esperando a minha vida toda por isso.


Hermione jogou uma bola com raiva na gente que acabou pegando na cabeça de Rony e saindo da piscina. A bola, não Rony ou Hermione. Ela está meio com raiva dele ainda, então eu tenho quase certeza que foi proposital. Fazer o quê?


Rindo, sai da piscina pra pegar a bola. Ela tinha rolado até um lado meio escurinho do jardim. Me abaixei pra pegar a bola quando vi que tinha mais alguém vindo atrás de mim. E, por um instante eu considerei seriamente pegar a minha varinha, mas ela estava lá dentro da casa, e eu duvidava muito que fosse um monstro ou um bruxo mau.


A não ser que estes respondam pelo nome de Harry Potter.


Lobo mau. Au au (?)


- Você está fugindo de mim a noite toda – ele disse, me olhando de um jeito meio sexy.


Meio não, completamente.


- E porque eu iria fugir de você? – me empertiguei, ignorando os trinta centímetros de diferença entre nós dois e o olhando diretamente nos olhos – Eu fugi para pegar a bola, caso não tenha reparado.


Ele riu de lado, de um jeito bizarro e me encostou na parede com os dois braços, daquela coisa que a gente não tem como fugir. Nem se quisesse. Algo que eu estou duvidando que eu queria agora.


Fugir, quero dizer.


- Eu acho que você está fugindo de mim, Gina Weasley – falou, se aproximando.


Estava tão perto de mim que eu podia ver o quão verdes eram os seus olhos... isso se eu não estivesse ocupada demais sendo hipnotizada por eles.


- E porque eu faria uma coisa dessas? – respondi, deixando a boca meio aberta.


Sabe, só para o caso de ele resolver me beijar ou algo parecido.


- Porque você está completamente apaixonada por mim – e, dito isso, ele me beijou.


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


Ok, não me beijou, mas foi como se realmente o tivesse feito. Porque ele ficou me olhando bem nos olhos de um modo que me fazia querer subir pelas paredes. Tocou o nariz no meu, e eu queria rir, porque aquilo fez cosségas, mas não o fiz, porque não me parecia o momento certo pra rir.


Então, quando eu fechei os olhos, quase sentindo o hálito dele no meu, alguém gritou:


- EI, SERÁ QUE DÁ PRA TRAZER LOGO ESSA BOLA?

E essa foi a segunda vez que eu quase beijei Harry Potter.


 


Photobucket


Narrado por: Lavínnia Pterson


 


Eu nunca devia ter feito aquela comida idiota. Minha mãe, pra começo de conversa, não devia ter me mandado para aquele acampamento trouxa quando eu tinha 13 anos. Ela não tinha como saber que não era de um tipo de culinária qualquer... porque então foi me meter lá?


Mas não posso fazer nada agora. Toda coisa que eu cozinho acaba saindo assim, exatamente como saiu... quero morrer de vergonha! O que vão dizer quando finalmente entenderem que o que está acontecendo não é normal?


Queria pelo menos não estar me sentindo tão... estranha. Sei que deveria me trancar no quarto e esperar meu organismo digerir aquela comida toda, mas está impossível. Eu quero ficar aqui e arrancar roupas com os dentes. Se pelo menos eu pudesse ter nas mãos uma passagem para a Rússia...


- Ele realmente é real? – perguntou alguém baixinho no meu ouvido.


Merlim, tire Vinicius Black daqui! Eu lhe imploro. Não quero olhar pra cara dele, não quero olhar pro peito dele, não quero olhar pro braço dele, não quero olhar pra bunda dele, não quero olhar pro...


Nadei uns dois centímetros pra ganhar tempo (?). Quero muito me virar e agarrar o pescoço dele enquanto tiro todo o meu atraso, mas sei que isso é errado e eu só estou com esse desejo por causa da comida.


Que diabos.


É só por causa da comida, eu juro.


- Quem? – cantarolei.


- Seu namorado sueco – falou, se aproximando novamente de mim.


Estava cansada demais pra dizer que ele era russo, e não sueco.


E não deu mesmo pra ficar sem olhar pra cara dele. Eu podia contar cada gotinha atrevida se espalhando pelo peito másculo dele, do mesmo jeito que eu mesma queria me espalhar, me peguei pensando. Cada poro, cada fio de cabelo, cada parte daquele corpo que pedia, mudo, por um beijo meu.


Um beijo que, de repente, eu queria mesmo dar.


- É claro que ele existe – falei, mexendo na água – E é bem mais bonito do que você.


Ele riu torto, como se soubesse que eu estava mentindo. Acho que deixei minha aliança no quarto, porque minha mão direita parecia estranhamente leve e descompromissada.


- Eu gosto de você de verdade, sabia? – disse, se encostando na piscina e ficando de frente pra mim, os braços cruzados na frente do peito. – Porque você não entende isso?


Ele tinha um olhar estranho. Como se estivesse realmente triste. Era o único que não tinha um olhar libertino. Tenho que admitir que até eu estava assim. Ele só estava... normal. O que me fez querer ainda mais agarrá-lo e nunca mais soltar.


Juro que jamais voltarei a me aproximar de uma cozinha na vida!


- Porque não é verdade – murmurei.


- Como você pode saber? – falou, afagando minha bochecha e me fazendo ofegar – Eu gosto realmente de você, de verdade. Você nunca me deu uma chance, ou acreditou em mim. E eu realmente não entendo. O que prende você?


- Eu tenho um namorado... – murmurei fraquinho, entorpecida. O carinho dele era tão bom que me fazia querer ficar ali a noite toda...


Mas eu não podia pensar nisso, por eu tinha um namorado.


Quero dizer, tenho.


- Um namorado que está a milhões de quilômetros de distância! Um namorado que você nem vê, que não sabe o que está fazendo longe de ti! – disse, encostando a bochecha na minha e cheirando a minha pele – Um namorado que lhe é inseguro... Porque não vê que eu posso fazê-la realmente feliz? Que eu estou acessível, perto de você? E que eu te amo? Eu te quero de verdade, Lav. Porque você se recusa a entender isso?


E, então, o meu último pensamento consciente foi que eu estava traindo o meu namorado. Que eu estava puxando pra perto de mim uma boca que não era a dele, mordendo um lábio que não era o seu e me enroscando em um corpo que não lhe pertencia.


Mais tarde naquela noite, longe de tudo aquilo, eu iria chorar de arrependimento e me chamar de tola. Mais tarde eu sentiria toda a culpa e toda a tolice que se apossou de mim. Agora, nesse momento, eu só queria ter o melhor beijo da minha vida.


E não menos do que isso.


*


 


n/a: oi gente! Então, eis o quarto dia. Perdoem-me a demora, de verdade. Estou em aulas, projetos e blábláblá. Em breve estarei divulgando duas novas fics JL, pra quem interessar possa. Por isso também estou demorando de postar aqui. Quero postar as fics novas já tendo escrito todos os capítulos.


Some isso às aulas e... bom, é complicado.


Por ora, é só. Não deixem de comentar. Eu sei que não mereço, mas sinto muita falta dos comentários de vocês!


Beijos, Deb.


Respostas


Pedro Freitas – oi Pedro! Que bom que você ainda acompanha as minhas fics, ficou muuuuuito feliz com isso! Vou tentar não demorar tanto agora, rsrs. Beijos!


Àgatha Liana – Eu demoro, mas posto, Agatinha USHAUHSUAHSUAHS também, com minhas ameaças de morte na escola... é melhor postar (;


Gabrielle Guido – Postado, Gabi! Que bom que está gostando :D


 


Deixei de responder você? Deixe eu novo comentário reclamando, rs. BEIJOS.


ps: quem quer me dar uma capa nova? ;p

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.