Third Day



Third Day
 


Photobucket


Narrado por: Gina Weasley


O dia hoje não poderia ter amanhecido de uma maneira mais diferente do anterior: não eram nem oito horas da manhã ainda e o sol ardia com toda a força lá em cima. Lavinnia acordou cedo para ver isso e dava pulinhos de alegria em vez de andar. Isso, é claro, antes de se largar na cama e voltar a dormir como uma pedra, como se não estivesse pulando em cima das pessoas e as acordando segundos antes. Ela fazia isso sempre.


Na verdade, eu acho que sou a única que já se levantou, embora eu ainda esteja de pijamas. Lucie também não está por aqui, talvez ela tenha ido à casa dos Potter, imaginando que só vamos levantar mais tarde, para contar a mãe dele tudo o que fizemos ontem. E, é claro, eu tenho absoluta certeza de que ela vai contar pra minha mãe, e eu vou levar uma bela bronca quando chegar em casa.


- Já de pé, Weasley? – disse alguém que chegou sorrateiramente na cozinha, e como eu estava perdida nos meus pensamentos, não notei nada e pulei de susto, quase derrubando o copo de leite que tinha acabado de tomar.


Esse alguém atendia pelo nome de Harry Potter.


- Não, Potter, o que você está vendo é a minha sombra, eu ainda estou dormindo lá em cima – revirei os olhos. O Potter tem o dom de ser assustadoramente burro de vez em sempre quando.


- Ah, sim – ele me olhou maliciosamente, e eu não gosto nem um pouco desse olhar. Então eu me dei conta que o meu pijama não era exatamente decente – Então, sombra, diga à Weasley, quando ela acordar, que não é de bom tom andar por aí com esse pijama de oncinha, principalmente numa casa de família onde vivem pessoas tão… puras. Eu não sabia que ela dormia de calcinha.


E, dito isso, ele olhou descaradamente para a parte de baixo do meu pijama, que não era uma calcinha, era só um daqueles shorts que são um pouco mais curtos do que o habitual.


- Muito engraçado – revirei os olhos sem corar dessa vez. Foi então que eu olhei pro Potter, e permita-me dizer: u-lá-la! Era muito melhor do que vê-lo sem camisa, e por um instante fugaz eu tive o devaneio de nós dois enroscados no sofá de sala. Depois eu me lembrei de quem ele era e me senti enjoada e enojada ao mesmo tempo. Mas isso não importa, porque ele estava com uma samba-canção preta, de seda, e os cabelos ainda mais bagunçados do que o normal, e os óculos tortos no rosto de um jeito que era muito erótico.


E eu não acredito que escrevi a palavra “erótico” para me referir ao Potter. Um segundo, vou ali no mar me afogar.


- O que foi, Gina? – ele sorriu, me olhando, porque eu estremeci com os pensamentos que estava tendo. Dei graças a Deus por ele não poder ler meus pensamentos – Está tremendo na base só com a minha presença? Achei que tinha dito que eu não era bom nisso.


Isso me fez rir, mas não quero comentar o episódio de ontem, se me faz o favor.


- Muito engraçado – disse pela segunda vez, com uma dose a mais de sarcasmo agora. Era o meu melhor amigo, o sarcasmo – O que você fez ontem, Potter, não era nem remotamente bom. Uma lula gigante seria capaz de fazer melhor, tenha certeza.


- Está duvidando das minhas habilidades, Weasley? – perguntou ameaçadoramente baixo, apertando os olhos e me encarando ao mesmo tempo. E eu soube instintivamente que estava indo longe demais, mas se pensa que me importei com isso, se enganou terrivelmente.


- Não estou duvidando, Potter – respondi – Estou tendo certeza. Suas habilidades de sedução são ridiculamente infantis.


- Vale lembrar que você nunca as provou de verdade – ele piscou o olho – Aquilo foi somente uma consequência de um jogo. Se você leva coisas daquele tipo a sério...


- São nos pequenos momentos que nós percebemos se uma pessoa é boa ou não, você deve saber disso – foi a minha vez de piscar o olho.


Eu sei que é errado fazer isso, mas que se dane tudo, porque aquilo estava me satisfazendo muito por dentro. Potter fazia umas caretas engraçadas e me olhava como se fosse capaz de me agarrar ali mesmo para provar que eu estava errada. E uma parte de mim queria mesmo que ele fizesse isso, principalmente quando olhava aqueles braços fortes e aquela barriga de tanquinho, mas foi esmagada aos punhos pelas outras partes, o que me deixou imensamente aliviada.


- Está me desafiando? – ele falou e um lampejo muito esquisito passou pelos olhos dele. Eu já comentei que ele tem olhos inacreditavelmente verdes? Tem.


Mas, antes que eu pudesse responder, Hermione e Lavinnia apareceram na escada, ambas já completamente vestidas e rindo. Hermione ainda não estava muito feliz com Lavinnia e prometera se vingar, mas afora isso, estava tudo perfeitamente normal.


- Hey, aqui está você! – disse Lavinnia para mim – Estávamos imaginando onde você poderia ter ido.


Harry olhou para prima com uma careta engraçada.


- Ei, Harry, porque você não sobe e vai acordar os meninos? – disse Hermione, olhando de Potter para mim com as sobrancelhas erguidas – Pensamos em ir para praia e almoçar por lá, podemos fazer um piquenique... o que você acha?


Harry murmurou um “certo, certo…” e subiu as escadas em direção ao quarto dos meninos sem olhar nem uma vez para mim enquanto andava.


- Ok, o que estava acontecendo aqui? – perguntou Hermione, me encarando muito desconfiada.


Eu dei risada. Antes de subir as escadas para ir acordar os meninos, Harry me lançou um olhar do tipo “acertamos isso mais tarde”, o que me deixou imensamente satisfeita. Veja bem, e não é porque eu esteja a fim dele ou qualquer coisa do tipo, não! E sim porque eu adoro fazer Harry Potter de idiota e provar que ele não é o dono do mundo, como ele pensa. Porque todo mundo sabe que ele se acha o irresistível sedutor...


- Não tava acontecendo nada, não – ri, colocando uma mexa do meu cabelo atrás da orelha.


- Não é o que tava parecendo – Lavinnia olhou com cara de desconfiada.


Merlin me livre!


- Querem parar com isso, pelo amor de Deus? – reclamei – Até parece que vocês podem ficar fazendo essa cara pra mim. Quero dizer, é o Potter, gente! Pelo amor de Deus!


E, dito isso, subi as escadas pra me arrumar pro segundo hound. Quero dizer, pra praia.


*


Se praia já é bom quando está cheia de gente disputando as cadeiras à beira mar e ambulantes vendendo sorvete e brinco de conchinha (?), quando esta completamente deserta a não ser por você e seus amigos (mais uma cesta de piquenique) é ainda melhor.


- Ufa, chegamos! – disse Vinicius, largando a cesta na areia e olhando em volta e arregalando ligeiramente os olhos. – Como foi que eles conseguiram alugar uma casa de frente pra uma praia deserta?


- E quem se importa? – Potter riu e abriu a cesta, tirando um pedacinho de chocolate – O que importa é que esse lugar é demais.


Eu ergui as sobrancelhas, vendo uma oportunidade perfeita quando Rony largou o pacote onde colocamos as bolas, toalhas e coisas do gênero. Me abaixei como se fosse pegar uma coisa ali dentro e disse, de modo que só o Potter ouviu:


- Comendo desse jeito… isso explica o porquê dessas gordurinhas aqui e ali na sua barriga, não é mesmo?


E tive a satisfação de ver a cara de choque dele, enquanto Hermione me gritava pra pegar as cangas e Rony para eu pegar a bola, e eu tive um motivo real para estar ali.


- Hey, que tal uma partida de vôlei antes de entrar no mar – sugeriu, pegando a bola da minha mão (atrevido) e atirando-a para Rony, que separava dois times – Então você quer mesmo brincar comigo, Gina Weasley? Só não se arrependa das consequências depois.


E eu estava refletindo sobre como ele era terrivelmente tosco de dizer isso, como se ele fosse o Poderoso Chefão ou coisa assim, quando ele fez uma coisa realmente idiota e exibicionista: ali, do meu lado, ele tirou a camisa bem lentamente, ficando só de bermudão preto. Como se isso fosse me fazer agarrá-lo! E, tudo bem, não é exatamente o físico que você queira que o garoto que você mais odeia na vida tenha, não é mesmo. Porque eu podia passar dias e dias olhando para aquela barriga perfeitamente definida, pra memorizar cada pedacinho dela… mas ele era o Potter, e por isso ele podia ter a barriga definida que fosse que não abalaria minha convicção em odiá-lo.


- Eu só gosto de brincar com bons jogadores, Harry Potter – falei, depois de uns cinco segundos. Mas acho que ele não percebeu. Ou será que percebeu? – O que não é exatamente o seu caso, não é mesmo?


E assim, eu mesma tirei o vestidinho branco que estava usando: mais lenta e delicadamente do que ele, fazendo questão de balançar o cabelo para esquerda e para a direita, e arrumar o lacinho do meu biquíni rosa choque de bolinhas. Era meio ridículo, mas passar por Harry dando uma piscadinha enquanto ele me olhava com os olhos semicerrados e boca um pouquinho mais aberta do que o normal valia totalmente o gesto. Mas eu resisti à tentação de passar um dedinho pela barriga dele, sabe? Por pouco.


 


*


Photobucket


 Narrado por: Lavinnia Pterson


 


- Ok, qual o meu grupo? – perguntei, chegando com uma latinha de refrigerante na mão. Eu adoro essas bebidas trouxas!


O dia de hoje não podia estar mais diferente do de ontem, não sei se alguém já lhe disse isso. O céu está azul bem clarinho, e tá fazendo um calorão nesse lugar, não que isso seja ruim. Vou voltar bem bronzeada pra escola. Espera só até eu mandar uma foto minha pro meu namorado.


Quê? Eu não te contei? Eu tenho um namorado, e ele é a melhor coisa que já aconteceu comigo, mesmo estando na Rússia. O que, venhamos e convenhamos, não é uma coisa boa. Em parte, quer dizer. É bom porque não fica ninguém no meu pé todo dia, eu detesto isso. Mas é ruim porque, bom... É muito fácil esquecer que ele existe quando Vinicius Black fica fazendo carinho na minha mão.


Ok, esquece que eu disse isso.


- Nós três – Gina apontou pra ela, pra mim e pra Rony – Contra eles três – apontou pros outros.


Eu ri. É claro que Gina ia se por no time adversário de Harry, ela adorava isso. E vou te contar uma coisa, eu duvido muito que ele não tenha adorado também. É como se eles estivessem em um jogo próprio, sei lá. Vou me surpreender muito se, até o fim do verão, eles não estiverem se engrunfinhando em algum canto da casa.


Mas isso não vem ao caso agora. Não quando eu tenho uma partida de vôlei pra vencer.


*


Duas horas depois (sim, a partida foi incrivelmente longa. Ninguém aqui aceita perder muito facilmente, se é que você me entende), as solas dos pés muito queimadas e várias calorias perdidas, resolvemos dar um tempo no vôlei. É claro, antes que você pergunte, que a minha equipe venceu. Harry e Black não estão muito satisfeitos, mas a Gina parece estar nas nuvens.


- Vou dar um mergulho – disse Rony, largando a garrafinha de whisky ou outra coisa qualquer que estava bebendo.


Eu ein, esse povo que fica enchendo a cara de manhã cedo (espera, acho que já é meio dia. Enfim) eu não sei não. Por isso que eu fico aqui com o meu refrigerante mesmo.


Mas ninguém precisa realmente saber que eu ele foi batizado com vodka, precisa?


- Vamos dar um mergulho também? – chamou Hermione. Os meninos estavam todos na água. Gina ergueu as sobrancelhas quando Harry deu um mergulho particularmente extravagante. Acho que ela não ouviu uma palavra do que dissemos.


- Vamos – respondi. Gina ainda olhava pro mar com uma cara estranha – Você vem, Gina?


Ela riu.


- Ah, mas é claro que vou.


Então ela praticamente ignorou a gente e foi em direção ao mar dando aquela corridinha digna de filmes, balançando o cabelo a cada passo que dava. Parou quase em frente ao Harry, se virou e disse:


- Hey, venham!


Então se virou de novo e deu um daqueles mergulhos tipo de sereia, sabe? E depois eu sou a insana do grupo, muito bem.


- O que deu nela? – perguntei, enquanto eu e Mione andávamos pro mar como duas pessoas normais e civilizadas.


Hermione deu de ombros.


Não ia ser lindo, a Gina entrando pra família? Ela podia usar o mesmo vestido que a Tia Lily usou no casamento dela. E ia ser o máximo, porque Gina e tia Lily são realmente parecidas, assim como Harry e tio James. A minha família tem uma ótima mão para homens bonitos, você não tem nem idéia do quanto.


- Você não sabe nadar muito bem, sabe? – alguém disse no meu ouvido, e me fez tomar um baita susto.


Eu tinha preferido, depois de mergulhar muito rápido, sentar na beira do mar e sentir a água tocar meus pés cada vez que a onda vinha. Estava fazendo um papel melhor do que o de Gina, que agora está boiando do lado de Harry, que fica olhando pra parte de cima do biquíni dela.


- Qual o seu problema comigo, Black? – perguntei enquanto levantava a cabeça pro sol.


- Você é o meu problema – ele riu, ficando na mesma posição que eu.


Apertei minha aliança com os dedos, só por via das dúvidas, sabe...


- Onde está aquele seu namorado sueco? – perguntou – Você não parecia estar muito lembrada dele ontem.


- Ele não é sueco – respondi calmamente – Ele é russo, seu imbecil.


- Tanto faz – respondeu.


Odeio esse garoto! Não sei porque diabos ele tem que ficar implicando comigo o dia todo, falando comigo! Eu não o suporto! Parece até que ele gosta de ser maltratado, esse imbecil! Bom, se ele gosta, o problema não é meu, é?


- Mas, diz aí, quantas vezes vocês já se viram? – ele me olhou com curiosidade – Quantas vezes já se beijaram, uma?


- Porque isso é tão importante pra você? – revirei os olhos.


- Então, acho que acertei – ele falou, como se eu não tivesse dito nada.


- Black, quer fazer o favor de parar com isso? – olhei pra cara deslavada dele.


Eu não gosto de fazer isso. Quero dizer, quando ele está com trajes mínimos. Ele era miseravelmente bonito para um cara tão idiota assim, eu tenho que admitir. Com seus cabelos negros e lisos displicentemente bagunçados, é como se estivesse sempre ventando na cabeça dele. O que era bem provável, levando em conta que a cabeça dele é de vento.


Mas isso não importa agora.


- Vai dizer que você não sente falta nenhuma, Lav? – me olhou com intensidade. Desde quando ele tem permissão pra me chamar de “Lav”?


- Não que isso seja da sua conta, mas o meu namorado me mantém muito satisfeita, obrigada – resmunguei – E quem te disse que pode me chamar pelo nome de batismo?


- Harry e Gina são idiotas ao ponto de ficar nessa de Potter e Weasley – ergui as sobrancelhas – Eu te conheço há sete anos e não vou ficar nessa idiotice também.


Abri a boca de espanto. Credo, que menino mais grosso! Onde já se viu falar assim comigo, pelo amor de Cristo? Prefiro meu sueco russo mesmo.


- Isso é jeito de falar comigo, Black? – me espantei.


- Talvez não, me desculpe – ele piscou o olho, e se levantou, me deu um beijo na bochecha e saiu.


E eu não sabia se ficava realmente surpresa porque ele tinha me cortado legal com o negócio do nome e depois pedido desculpa, e Vinicius Black nunca se desculpa, ou se ficava realmente brava porque o energúmeno me deu um beijo na bochecha.


Mas como estava muito calor, o sol estava praticamente me fritando e eu não estava com animo pra ficar brigando com ninguém, resolvi deixar pra lá e dar risada. Mas foi só por isso.


*


Photobucket


Narrado por: Hermione Granger


 


Eu – estou – MUITO – assada.


Bem que minha mãe falou quando eu estava arrumando a mala pra vir pra cá: “Filha, evite o sol quando ele estiver muito forte, ok? E passe protetor solar, porque você sabe que a sua pele é muito sensível. E fale para aquela sua amiga ruiva e o irmão dela passarem também, ok?”. Eu ouvi? Tecnicamente, porque coloquei o protetor na bolsa. Mas esqueci de usar. E agora estou completamente vermelha, não consegui um terço do bronzeado que queria. E Gina está chorando de dor, porque está tudo ardendo, e a poção que eu preparei pra fazer tudo voltar ao normal só vai ficar pronta daqui à uma hora.


Nunca mais vou tomar sol depois dessas duas semanas.


Chegamos da praia devia ser uma cinco horas, porque já estava começando a escurecer e toda a comida tinha acabado. Lucie disse que, se a gente tomar banho logo, ela faz um macarrão com queijo pro jantar. Nunca vi um elfo mais humano do que ela, vou te contar. Mas isso é ótimo, sabia? É realmente ótimo.


Ai, estou ardendo tanto!


- Hermione, o jantar está pronto – Lavinnia gritou lá de baixo, porque eu estava no quarto dando os últimos retoques na poção, acho que vai dar tempo de tomar depois do jantar.


Então, eu estava andando pelo corredor, louca de fome, quando passei pelo quarto dos meninos, e tinha um papel no chão, um envelope, que eu peguei pra colocar de volta em cima da mesa de onde eu acho que ele tinha caído. Mas parei no ato, porque o envelope estava endereçado à “Lilá”.


Seria muito errado ler, não é verdade? Seria. Mas, por um lado, a carta poderia ser um término, não poderia? Ele não disse ontem que não gostava dela? Ele disse que gostava de mim... Então eu poderia ler, porque já estava envolvida naquela história, certo?


Abri o envelope.


Amor,


Espero que você esteja bem, esteja se alimentando direito e não esteja mais chateada comigo por causa da tal da cada de férias! Nem é tão bacana assim, se você quer saber. Você me faz uma falta terrível, querida, e nada tem graça pra mim aqui se você não pode estar comigo.


Aliás, eu queria saber se você ficou com aquela minha camiseta verde, lembra? Eu a usei na última vez que fui ao seu dormitório. Acho que a deixei lá de manhã cedo, talvez você a tenha levado para casa com as suas coisas? Se tiver aí, tem como você me mandar ela, amor? Está realmente fazendo falta!


Mas não tanto quando você.


Preciso ir agora, mas vou mandar a carta assim que achar a esganada da minha coruja!


Se lembre todos os dias que eu te amo, querida. Você é a minha vida, é a única mulher que eu penso e a única que realmente tocou meu coração. Estou morto de saudades.


Rony.


*


- Hermione, você está meio pálida – Gina disse quando cheguei à sala de jantar e me sentei – A poção já ficou pronta?


- Acho que você errou, Mione – comentou Harry – Está ficando meio esverdeada.


Sorri meio trêmula, nem reparando o tapa que Gina deu em Harry e seu grito de dor, tão absorta que estava em meus próprios pensamentos.


Eu não estou tendo um ataque de ciúmes, porque não sou ridícula ao ponto. Eu não estou com vontade de me matar, nem de chorar rios, nem de me afogar em centenas de potes de sorvete de chocolate, porque isso é o que se deve esperar de um cafajeste como Ronald Weasley, que faz juras de amor para duas garotas ao mesmo tempo. A idéia do que ele dizia de mim para Brown me divertiu por alguns minutos.


- A poção ainda não está pronta gente – sorri com mais força agora – Mas acho que o tempo do jantar é o necessário para que ela termine de cozinhar em fogo lento.


Olhei para Rony, sentando ali absolutamente normal, com o rosto horrivelmente vermelho, e senti uma fisgada de dor. Como eu conseguia gostar de um garoto tão idiota assim, em nome de Merlim? Ele merecia aquela namorada bulêmica (“esteja se alimentando direito”, tomara que morra!) (perdão, Merlim) e cada chilique que ela dava, e eu era uma idiota completa por ficar imensamente feliz todas as vezes que eles terminavam uma discussão cada um em um canto do salão comunal, e ele ao meu lado, sorrindo e me pedindo ajuda no dever de Transfiguração. Ele merecia cada pedacinho daquela namorada idiota dele, que previa todos os dias na aula de adivinhação, segundo minhas fontes, que ela e Rony iam se casar em um lindo campo e teriam 19 filhos, todos ruivos. Ah, tomara mesmo que ela tenha 19 filhos e que fique tão gorda que nem possa subir a escada da casa dela. Tomara que ela dê a ele uma corrente de “Meu Marido” no dia do casamento, e que passe o resto da vida usando meias contra varizes, porque não sabe fazer uma poção para prevenir, de tão burra que é. E ele, aaah, que ele fique careca, gordo e que depois dos 19 filhos não consiga engravidar nem uma mosca, de tão inútil que vai ser. E que todos os 19 filhos nasçam morenos (ele é ruivo, ela é loira e ele é corno, nada mais justo).


- Vou ver se a poção está pronta – falei assim que terminei o jantar e a sobremesa, sentindo uma coceira engraçada no canto dos olhos.


- Eu vou com você – disse a única voz que eu não queria ouvir no momento.


Segui pelo corredor sem nem ao menos ter dado o menor vestígio de que tinha o ouvido, esse grande idiota.


- Hermione, me espere! – ele falou, chegando ao meu lado. Suas pernas eram bem maiores que as minhas, e eu estava o odiando no momento por isso – Eu quero falar com você sobre… sobre o que aconteceu ontem.


Então eu explodi.


- Sabe o que eu acho que você deveria fazer, Ronald? – me virei com as mãos na cintura e falei com um pouco menos de ferocidade do que eu havia planejado. Afinal, eu não ia fazer uma cena ou algo parecido. Não mesmo. – Deveria ir ao seu quarto e mandar a carta para sua Lilá antes que ela tenha tempo de fazer algum feitiço com aquela sua camiseta verde ao invés de ficar aqui contanto lorotas para mim!


Tive o estranho prazer de ver seu rosto ficar de todos os tons de vermelho possíveis, considerando que ele já estava daquela cor por causa do sol. Mas ele não pediu as desculpas que eu esperava intimamente, nem se jogou aos meus pés me pedindo perdão. Ao contrário, disse com ferocidade:


- Quem mandou você ler a correspondência que eu ia enviar?


Por um minuto não acreditei o no que estava ouvindo, e pensei seriamente que deveria estar sonhando, que esse não era o garoto que estava dizendo, ainda ontem, que gostava de mim. Não podia ser – não mesmo.


- Mas é muita cara de pau sua! – falei, ignorando a coceira de novo – Você não tem vergonha não?


- Vergonha de quê? – ele ergueu as sobrancelhas.


- De estar sendo um completo canalha com a sua namorada – falei um pouco mais alto do que deveria, porque as conversas na sala pareceram diminuir de volume – E comigo!


- Hermione? – a voz de Gina me chamou da escada – Tudo bem aí em cima?


Mas ele não me deixou responder. Me segurou pelos braços com força, aquelas mãos grandes apertando a minha pele, e me empurrou pro quarto dele, que estava mais próximo, e fechou a aporta com força.


- Escute aqui – ele falou – Eu não gosto dela, ok? Seja lá o que você tiver entendido ao ler a carta – ele me silenciou com a mão, porque eu fazia o ensaio de falar - Eu não gosto dela, Hermione. Não gosto.


Cínico.


- Pare com isso, Rony – pedi – “Se lembre todos os dias que eu te amo, querida. Você é a minha vida, é a única mulher que eu penso e a única que realmente tocou meu coração. Estou morto de saudades” – e recitei um trecho da carta – Eu não sei quem você pensa que é, nem que tipo de jogo está fazendo – foi a minha vez de mandá-lo se calar com a mão – Mas eu não vou jogar com você, entendeu? Não vou.


Porque eu não ia mesmo. Ele estava me parecendo o perfeito cafajeste que sempre me disseram que ele era, mas que eu sempre me recusei a acreditar que fosse. Mas agora ele estava ali, praticamente sugerindo que queria ficar com as duas ao mesmo tempo. Mas eu não era idiota. Não ia cair nesse papo, eu ia...


Ele me beijou.

_________________________________________________________________________
n/a: Capítulo sem betagem. Acreditam que eu achei ele pronto no meu PC? Acho que estava assim há SÉCULOS. Me desculpem pela demora. Acho que o quarto não vai demorar tanto tempo assim.
Obrigada pelos comentários. E, respondendo algumas perguntas, e não tenho mais a versão original, perdi com a formatação do computador ):

BEIJOS. 

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.