Capitulo IV



Capitulo 4


- Vamos ficar aqui. – disse Rose quando o sol começava a se por no horizonte.


 Guiara Malfoy pela floresta durante todo o restante da noite e o dia inteiro, parando apenas para pegar algumas frutas e beber água num riacho que por acaso acharam. Estava faminta, sedenta e cheia de cansaço. Tentava por tudo não demonstrar nenhuma fraqueza.


Scorpius não parecia em melhor estado que ela. Já haviam olheiras sob seus olhos e ele desprendia um nítido ar de exaustão. No entanto, os passos dele não vacilavam como os da ruiva. Rose estava cansada de andar segurando uma arma apontada, para que ele não fugisse.


- Cansada? – ele ainda tinha energia o suficiente para provocá-la.


- Sente-se e fique quietinho antes que eu mate você. – resmungou ela


Rose preparou um montinho de galhos e folhas secas no meio da clareira onde eles se encontraram. Tomou o cuidado de deixar tudo isso isolado das outras folhas secas e árvores. Tudo o que não precisava era um incêndio na floresta. Apanhou duas pedras do tamanho do seu punho e começou a batê-las.


Aquilo devia ser fácil. Era apenas uma questão de aplicar a força certa de atrito, logo ela conseguiria. É claro que sim.


 - Qual é o seu nome? – Malfoy perguntou olhando-a com atenção


- Isso não é da sua conta.


- Ora, vamos, mon petit! – ele revirou os olhos – Que importância tem eu saber seu nome?


- Você já tem informações suficientes sobre mim para fazer um retrato falado. – ela  retrucou – Não precisa saber de nada a meu respeito. E cale a boca.


- Achei que você fosse me matar. – ele cantarolou com aquele sotaque francês irritante – Que importância tem um mísero condenado saber seu lindo nome?


- Eu não descartei a possibilidade de uma fuga. Você não está lidando com uma iniciante arrogante, Malfoy. Eu penso em tudo o que pode dar errado e me previno. No caso de você fugir, não quero que possa me localizar.


- É só um nome, mon petit. – ele rolou os olhos outra vez.


Rose resistiu ao impulso de dar um soco no belo rosto do rapaz. Teve que se segurar para não mostrar a língua a ele. Quem ele pensava que era para tentar enganá-la? Quem ele pensava que era para chamá-la de mon petit? O que isso significava afinal?


Rose passou a bater as pedras com mais força. Não obteve nem uma faísca.


- Vou chamá-la de Rose. – decidiu ele distraidamente.


Rose soltou as duas pedras, em choque. Logo estava em pânico. Como ele descobrira? Será que deixara escapar alguma coisa? Ele era mais perceptivo do que ela supunha?


- Vai me chamar de... QUE? – ela arfou


- Rose. – a expressão dele era inocente – Algo contra esse nome?


- Por que Rose? – ela perguntou, ainda muito chocada.


- Bem... “Rosalinda” não foi o nome que você apresentou pra mim? Traduzindo isso para sua língua ficava... Beauty Rose, não é? Rosa Bonita... Então decidi chamar você só de Rose.


- Não quero que me chame de Rose. – ela falou perturbada


- E por que não? – ele perguntou. Uma ponta de malicia começava a surgir em sua expressão.


Ela engoliu em seco. Ele estava começando a desconfiar e ela não podia permitir isso. Disse a si mesma para pensar rápido e respondeu:


- Era assim que meu namorado me chamava. – mentiu – Ele me chamava de “minha rosa”. Magoa lembrar dele.


Repentinamente, Scorpius não era mais o cavalheiro francês que tinha se mostrado até ali, apesar de estar sob ameaça de morte. Ele pareceu furioso sem motivo aparente e quando falou, foi de modo grosseiro:


- Então ele te deu um pé na bunda e você sente dor de cotovelo por lembrar dele?


Rose boquiabriu-se. Por algum motivo, não queria parecer “por baixo” então continuou a mentir:


- Não! – falou ofendida – Ele me amava. Ele morreu. Em missão. Ele também era da CIA.


- Ah. Claro.


Scorpius fechou a cara para o monte de galhos de Rose. Aquilo era tão... Nojento! Como algum marmanjo ousara sequer se aproximar daquela boneca de porcelana? Por mais que ela fosse uma ruiva demoníaca... Ela ainda era tão... Delicada.


- Quantos anos você tem, Rose? – ele perguntou de repente.


- Mas que coisa, eu já não falei que não quero dar informações a meu respeito?


- Ah, em nome de Deus, é só uma idade, sua paranóica! – Scorpius gemeu


- Vinte e três. – respondeu Rose de má vontade, pegando novamente suas pedras.


Scorpius arregalou os olhos e ficou tão boquiaberto quanto ela estivera segundos antes:


- Você não pode ter vinte e três anos! – ele arfou – No máximo 17!


Rose lançou a ele um olhar carrancudo. Era verdade que era muito baixa e magra. Não chegava a um metro e sessenta, mas não ia admitir ter sua idade diminuída!


- Tenho vinte e três anos! – ela teimou – Estou terminando a faculdade de moda esse ano e tudo.


Rose xingou-se de todos os palavrões que conhecia em pensamento. Agora ele sabia sua idade, sua aparência e sua faculdade. Como podia ser tão burra? Além de tudo, ele “sabia” seu verdadeiro nome.


- Faculdade de moda? – ele ergueu as sobrancelhas – Disfarce muito bom mesmo. Eu mesmo nunca suspeitaria de você.


- Obrigada. – Murmurou sem jeito – Eu acho. Não suspeitaria mesmo? De jeito nenhum?


- Nunca. – ele assentiu – A mim você parece uma garotinha inocente que acabou de terminar o colégio. Não parece fazer mal a uma mosca.


- Ah, muito obrigada mesmo.


- Você é tão temperamental! – ele riu – É uma coisa boa. Ser neutro. Ninguém jamais vai suspeitar de você. Mas é claro que eu reconheço que você é mesmo uma excelente agente e que foi bem impressionante o jeito que você me capturou.


Rose sentiu o rosto corar e um leve sorriso subiu para seus lábios. Oras, era bom ser reconhecida como agente, ela pensou ainda batendo as pedras, por mais que Scorpius fosse seu refém, ele a agradara... Um instante! A agradara?


Céus, o que estava fazendo? Corando e sorrindo como uma boba por receber um elogio de um homem! Era óbvio que Scorpius não era nenhum iniciante, pois a atingira bem no ponto fraco. Como ele podia saber que o elogio que ela mais gostava de receber era sobre suas habilidades de agente secreta?


Rápida como Victoire em dia de liquidação, Rose forçou o rubor a sumir, fechou o sorriso e disparou:


- Não fale comigo como se fossemos amigos nos conhenendo. – Ela lhe lançou um olhar frio – Estou seqüestrando você e não levando pra passar. Se você acha que vai me ganhar com elogios, está frito, por que eu não sou esse tipo de agente.


Scorpius sorriu. Notou que ela se rendera por um instante, mas logo se controlara. Não, aquela não era uma garota comum.


- Você quase cedeu.


- Morra, bastardo.


- Você é quem vai me matar?


- Não sem antes saber onde estão os arquivos da CIA que você roubou. – ela ergueu o queixo de modo arrogante.


- AHÁ! Então você admite que eu dizendo ou não onde estão os arquivos, você vai me matar? – Scorpius sorriu como se saber que ia morrer de qualquer modo fosse uma vitória enorme.


- Em nome de Betsey Johnson, como você é desconfiado! Eu já falei que se me disser onde está a merda dos arquivos, eu deixo você ir!


- Você falou um palavrão. – observou Scorpius, sem se perturbar – Gosta de Betsey Johnson?


- As roupas dela me inspiram. – Rose bateu as pedras com mais intensidade.


Scorpius suspirou e tirou as pedras das mãos dela, começando ele mesmo a batê-las com muito mais rapidez que Rose. Ela não gostou. Bater as pedras era uma boa desculpa para não olhá-lo. Agora que ele tomara o serviço para si, ela tinha que observá-lo e admitir o quanto aquelas mãos eram grandes e fortes e o rosto...


Scorpius fez o fogo e devolveu as pedras a ela.


- Merci. – agradeceu Rose tentando esconder o rubor que tingiu suas faces.


O que estava havendo com ela? E daí se ele era o assassino mais lindo que já vira? E daí se ele era, na realidade, o homem mais lindo que já vira em vinte e três anos? Ele não passava de um criminoso charmoso e patético, e ela não devia ter pensamentos impuros com ele.


- Ce n’était rien. – Respondeu sorrindo.


- Como?


- Não foi nada. – ele riu – Achei que você fosse poliglota, mon petit.


- Onde estão os arquivos que você roubou? – Rose finalmente perdeu a paciência.


Ela não tinha o direito de ser tão charmoso. Não tinha direito de falar inglês com aquele sotaque francês. E tampouco tinha o direito de encantá-la chamando-a de mon petit, o que quer que aquilo significasse.


- Não direi. – ele falou calmamente.


Rose levantou bruscamente, tirando a arma que guardara na bainha da saia e apontando diretamente para a testa dele. Era bom ele não testar uma garota com a pontaria dela.


- Você vai falar, sim. – ela rosnou


Scorpius levantou lentamente, talvez para mostrar a ela quem era o mais alto. Dane-se, pensou Rose


- Eu fico realmente muito... Hmm... Animado... Com garotas bravas que seguram armas, mas se quer arrancar algo de mim, não está usando direito os seus... Atributos.


Ele sorriu malignamente e desceu o olhar para os seios da garota. Rose abandonou sua fachada furiosa e encarou Scorpius por longos cinco segundos. Ele não queria dizer...


- Ora, seu...


Antes que se desse conta do que estava fazendo, Rose deu um belo tapa no rosto dele. Seus dedos chegaram a arder.


- Aaaai! – sibilou Scorpius parecendo chocado com a atitude da garota – Qual é o seu problema?


- Escute aqui! – gritou ela sacudindo a arma de um jeito não-tão-responsável – Eu sou uma agente e não uma prostituta. Você não ouse tentar me assediar assim outra vez ou eu vou cuidar pessoalmente de castrar você, está ouvindo, seu projeto mal feito de Al Capone.


Scorpius teria rido, se não estivesse tão surpreso. Ela lá havia lidado com agentes da CIA. Por princípio, eram todas lindas e a sedução era sua maior arma. Ele estava apenas provocando Rose, não esperava realmente que ela tirasse a roupa e transasse com ele em troca de informações.


- Você ficou doida? – ele praguejou – Eu não estava falando sério, não precisava ter batido tão forte. Mas você tem que admitir que ficar uma semana sem sexo no meio do mato é difícil.


Rose pareceu tentada a disparar a arma outra vez. Um rubor muito forte subiu pelo pescoço da ruiva e pareceu ainda mais forte à luz alaranjada da fogueira que só agora começava a iluminar de verdade. Então o queixo de Scorpius caiu à idéia que veio a sua mente: Talvez o ex-namorado de Rose também achasse que ela era angelical demais para ser tocada. Talvez ela ainda fosse...


- Mon Dieu! – exclamou horrorizado – Mon Dieu! Que tipo de agente da CIA você é? Ah... Ah, nossa! Você não é... Você é... Virgem!?


- E daí? – Rose ficou ainda mais vermelha – É um opção!


- Ai, não! Só pode ser brincadeira! – ele berrou – Eu estou perdido no meio da selva com uma agente virgem! MON DIEU!


- PARE DE FALAR EM FRANCÊS, QUE INFERNO! – Rose berrou


- Se você não fosse virgem, mais cedo ou mais tarde não ia agüentar... – ele gemia – Mas se agüentou até os vinte e três anos... Que tipo de monstro você é? Como conseguiu suportar esse tempo todo sem sexo?


-JÁ CHEGA! – berrou Rose descontroladamente – Você vai deitar agora. Minha vida sexual não interessa em nada a você, já que eu não transaria com um assassino nojento nem que fosse o ultimo homem da terra e nós estivéssemos mesmo perdidos. Eu sei exatamente onde estamos!


- Ah, é? E onde estamos?


- Na floresta, ora bolas.


- Ah, é bom saber que você sabe onde estamos.


- Vire-se de costas. – ela rosnou – Agora.


- O que vai fazer? – ele zombou – Não vai tentar me estuprar vai?


- VIRE-SE DE COSTAS AGORA! – Rose berrou erguendo a arma.


Scorpius fechou a cara e obedeceu. Rose sacou o par de algemas preso à sua sandália e prendeu os pulsos de Scorpius nas costas.


- O que você está fazendo? – ele perguntou, mal-humorado


- Você não achou que eu ia deixar você dormir soltinho, pronto pra fugir quando eu fechasse os olhos, não é? – ela perguntou e empurrou-o levemente.


Scorpius sentou junto a uma árvore. Rose sentou-se junto a uma árvore, de frente pra ele.  Os dois se encararam por um longo instante. Rose engatilhou a arma e a manteve pronta para atirar na sua mão. Scorpius ergueu o queixo de um jeito arrogante.


- Bonne nuit, mon petit. – disse Scorpius ironicamente.


- Boa noite pra você também. – ela compartilhou a ironia – Espero que tenha um pesadelo e morra de ataque cardíaco durante o sono. – resmungou


Scorpius fechou os olhos e tentou relaxar de encontro a superfície dura da  árvore. Talvez o sono dele fosse maior que o desconforto e a sede e a fome e todas as outras sensações que Rose sem dúvida sentia, pois ele adormeceu em poucos minutos.


Ele parecia realmente adormecido, mas Rose queria poder não dormir. E se ele estivesse fingindo? E se ele acordasse antes dela? Mas como não sucumbir ao cansaço que tomava conta de todo o seu corpo? Sabendo que não agüentaria muito tempo, Rose teve uma idéia. Mexeu na arma e encostou a cabeça na árvore. Cinco minutos depois, estava adormecida.


 


Quando Scorpius acordou, estava torcendo para que aquele sol forte fosse uma ilusão de sua mente. Ele devia ter caído de sua confortável cama e o sol estava em seu rosto agora. Tudo aquilo que ele lembrava havia sido um pesadelo.


Não fora.


Ao abrir os olhos, ele estava mesmo numa floresta. A fogueira que ele havia acendido na noite anterior era agora um montinho de galhos carbonizados e, dormindo junto a uma árvore, estava a ruiva demoníaca. 


Ela estava realmente dormindo! E com a arma no chão ao seu lado! Aquela era a chance perfeita. Levaram vários minutos de luta, mas Scorpius conseguiu passar seus braços algemados por baixo do corpo e logo suas mãos podiam ser usadas com certa facilidade.


Ele levantou. Aproximou-se da ruiva e pegou com cuidado a arma. Agora só precisava matá-la e fugir. Scorpius apontou diretamente para o meio da testa dela. Não queria que ela sofresse. Ela nem se daria conta de que estava sendo morta.


Mas talvez fosse um erro apontar para o rosto dela. Afinal o rosto era tão perfeito... Ela estava adormecida, não passava de uma criança que crescera demais. Aquele anjo não faria mal a ele nunca. Por que ele devia  matá-la? Ela era só uma garota que gostava de parecer ameaçadora. Mas ela era tão perigosa quanto um gatinho que rosnava.


Não, não podia matá-la. Scorpius engoliu em seco.


- Faça. – disse a si mesmo.


Scorpius fechou os olhos com força e não conseguiu apertar o gatilho. Não ia matá-la. Talvez o melhor a fazer fosse colocar a arma no lugar e voltar para a árvore, fingindo que nada tinha acontecido.


- O que você acha que está fazendo? – perguntou Rose


Scorpius arregalou os olhos e apertou o gatilho por instinto. Acabara de apertar o gatilho da arma diretamente apontada para a testa de Rose.


 


N/A: Ooops, acho que matei minha personagem principal. Yeah, depois de mil anos sem dar as caras, eu volto matando todo mundo (?). Mas eu tenho uma boa desculpa! Meu pobre computador pegou vírus, adoeceu e veio a falecer, levando com ele todos os capítulos das minhas fics. Não é uma vida de merda? Recomecei a escrever tudo do zero e deixei pra postar HOJE em especial, adivinhem por que. A AUTORA TÁ FICANDO VELHA! Yeah, Luh Sales está completando 15 invernos de vida HOJE! Enfim... Deixem comentários de presente xingando, elogiando, falando o que vocês acharam da “morte” da Rose. Terão que aguardar o próximo capitulo para saber o que Scorps fará! Espero que gostem, prometo não demorar mais tanto assim a postar. Bjs =*


 


N/A2 posteriormente inclusa: Barbara Moolight, tive um verdadeiro ATAQUE quando vi a sua capa =D Me deu até ideias (MHUAHAU 66') para os capitulos seguintes! OBRIGADA!

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Comentários (2)

  • Keriane

    Aaaah!Que fanfic maraaa,você tem que continuar a escrever!Nunca li uma fanfic assim,como a Rose sendo agente da CIA e o Scorpius um criminoso,mais ADOREI!Não demore a postar ok?! Eu preciso urgente ler mais um capítulo dessa fic,li ela só hoje de noite e preciso continuar a ler. Esperando o próximo capítulo. Beijos*-*

    2011-12-11
  • Sarah-Malfoy

    Ameei a fanfiiic! A história ée muiito criativaa! Adoreei tudinhooo tudiinhooo! Gosteei muito do apelido  RUIVA DEMONÍACA! E eu esperoo realmentee que a Rose nãoo tenha morridoo! E beem eu ameei o Scorp maas vaii ele bem que merece sofrer um pouquinho na mão da Rose nãoo é? Parabéens e pleasee postee o próximo cap logoo! ;D Beeijãooo♥

    2011-10-09
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