A história de Riddle - Parte 2

A história de Riddle - Parte 2



- Quem ouvisse a história de Tom jamais acreditaria que o rapaz que chegou a Hogwarts junto de seu tio era o mesmo garoto perturbado que sofreu com uma mãe doente e um padrasto violento. Tom era o jovem mais inteligente e disciplinado de todo o reino, encantava a todos com sua beleza e linguagem fina. Ele apareceu aqui junto com um homem que julgava ser seu parente, nunca negou que não era de seu sangue, mas para quem perguntasse a ele sobre o mercador que o acompanhava ele dizia a mesma coisa: um tio que o criou desde pequeno. De fato fora isso mesmo que aconteceu a Ernesto Stornius, o velho o encontrou quando era uma criança e desde então passou a criá-lo como um sobrinho. O fato que intrigava a todos era que Tom tinha modos muito distintos do tio, enquanto o mais velho não passava de um homem como todos os outros (gordo e sem o menor senso de educação), o rapaz enchia a estrada de sorrisos e admiração, já que possuía boa lábia e sem contar uma beleza incomum. Rapidamente aquele jovem ganhou espaço em nossa cidade e tinha a simpatia de todos, até mesmo dos mais carrancudos o esperto conseguiu obter respeito. As moças se rivalizavam, pois todas queriam conquistar o coração do rapaz, mas ele parecia não demonstrar interesse por nenhuma delas e acabou se tornando o partido mais cobiçado de toda a cidade. Não será difícil para você acreditar que não foi trabalhoso para Tom conquistar um posto de destaque ao lado da realeza, nossa querida rainha se maravilhou com o rapaz e não tardou a construir uma grande amizade com ele. O jovem tornou-se seu confidente e companheiro em suas atividades que incluíam desde um simples chá no jardim a uma grande comemoração.


- Muito esperto da parte dele se incluir na nobreza, aposto que depois daí a vida dele ficou bem mais fácil. - interferiu Harry.


- E Tom é uma pessoa esperta, provavelmente a mais esperta que eu já conheci. - Dumbledore acrescentou - Só que a felicidade de Tom não durou muito, pois Stornius era um mercador andarilho e como você bem deve saber eles não lucram estando em um mesmo lugar pelo resto de suas vidas e Riddle não sujaria sua impecável reputação deixando que seu tio já de idade viajasse sozinho, para seu desgosto se tivesse que mostrar o quão bondoso ele era teria que partir junto ao companheiro. Por coincidência, dias antes da partida deles Ernesto Stornius teve um ataque de coração e acabou falecendo no meio de uma venda. Tom fora tomado pela tristeza e compadecida pela tragédia que se abateu ao rapaz, a rainha Minerva se decidiu por cuidar dele, trazendo-o para viver junto dela e do nosso rei.


- Engraçado como essas tragédias o cercam. - comentou Harry amargo.


- Pois é, porém ele era um anjo aos olhos de todos e certas características de uma pessoa acabam por escondendo outras.


- Certo e o que aconteceu depois? - essa versão da história de Riddle o deixou muito temeroso quanto a Gina, era difícil ouvir aquelas coisas terríveis da vida daquele homem sem recear que ela estivesse tão próxima a ele.


- Ele tornou-se como um filho que nossa querida rainha não teve. O rapaz teve tudo o que qualquer pessoa como ele jamais conquistaria com facilidade: um lugar na nobreza. - Alvo prosseguiu - A repentina amizade não fora um incômodo para o rei no começo, mas com o passar do tempo ele começou a se inquietar com as constantes intromissões do rapaz quando se tratava de assuntos pessoais da rainha. Nosso rei Julian começou a vigiar Tom de perto e tornou-se hábito as perguntas em relação a vida passada do jovem durante as refeições...


- Meu pai disse que o rei Julian era um homem muito esperto, não é de se estranhar que ele desconfiasse de Tom. – disse Harry.


- E seu pai está com toda a razão, nada escapava dos olhos de nosso amado rei. - disse Dumbledore - Só que Tom percebeu as intenções do rei e temeu seu destino, mas também era esperto e logo tratou de cuidar da situação. Nossa alteza, a rainha também notou a atitude do rei perante o rapaz e isso a enraiveceu, era compreensível que tenha ficado do lado de Tom, já que ela o tinha como um fiel amigo e como tal deveria ser tratado assim. Devido às freqüentes brigas, o rei se decidiu por esquecer o assunto, pelo menos na frente da rainha, a amava demais para ter que conviver com seu desprezo. O castelo ficou em paz depois da trégua do rei Julian, as coisas correram normalmente até o dia em que nosso amado rei não acordou em um doloroso dia quando seu mordomo fora aos seus aposentos lhe entregar o desjejum e se deu conta que vossa majestade não despertaria nunca mais. - Dumbledore se calou por um tempo, absorvendo as lembranças da partida do rei para o desconhecido.


- O senhor disse que Tom poderia ser um possível responsável pela morte do rei, porém eu não compreendo como isso possa ter acontecido. - Harry tirou Dumbledore de seu breve luto - Eu sempre ouvi sobre a morte do rei por pessoas que eram vivas quando o rei faleceu, como o meu pai e meus tios, e não me parece cabível que Riddle possa ter feito algo contra ele, afinal o rei faleceu de causas naturais e não de assassinato.


- Eu não tenho provas e muito menos argumentos que me levam a crer que fora Tom que matara nosso querido rei, o que me faz analisar esse ponto são coisas benéficas que o rapaz conseguiu após a morte do rei de Hogwarts. - Dumbledore sorriu - A rainha estava mais frágil e por conseqüência mais acessível ao rapaz. Ele, indiretamente, passou a governar Hogwarts, a rainha acatava todas as suas decisões. Não posso dizer que foram tempos difíceis, afinal Tom ainda tinha uma imagem a preservar e seria estupidez se ele começasse a agir como um tirano, estou seguro em dizer que este ainda não era seu trunfo e acrescento que ele ainda não conquistou o que almeja.


- Mesmo que ele tivesse a rainha em seu comando, ainda não podia se auto proclamar rei. - Harry concluiu.


- Exato, só que infelizmente essa não era uma coisa impossível de acontecer, pois um reino necessita de um rei e por mais grandiosa que nossa rainha possa ser, ela não é suficiente para comandar um reino e Tom sabia perfeitamente disso. Uma certa vez a rainha me confessou um pouco relutante que estava em seus planos se casar com Tom e com isso transformá-lo em rei.


- Mas ele não é um legítimo herdeiro do trono. - Harry riu da idéia absurda.


- Só que não havia outros herdeiros, o rei e a rainha não tinham filhos, Julian era o único filho da família real e todos os seus tios e primos já estavam velhos demais para tomar conta do reino, nem mesmo seus primos mais novos não eram aconselháveis para isso, que a alma de nosso amado rei permaneça em paz, mas seus outros parentes não passam de porcos, burros e sem o menor tato para a realeza. - Dumbledore se ajeitou em sinal de que recuperava a compostura - A questão é que a rainha poderia fazer o que planejava, porém para grande alívio da população, uma revelação chegou aos seus ouvidos e a fez desistir de seus objetivos. - Dumbledore disse a frase a seguir em um sussurro - O rei tinha um filho com oura mulher. - Harry tapou a boca para abafar o espanto. Não que isso fosse uma novidade naquela época, mas o fato de um bastardo chegar a se tornar rei era algo inesperado, geralmente ele era morto por outros também candidatos a realeza, já que devido a sua posição acabavam se tornando uma segunda opção. As coisas eram assim: se ninguém soubesse da existência de tal pessoa, então não havia do que se preocupar.


- E onde ele está? - Harry conseguiu perguntar.


- Escondido em um lugar que jamais me atreverei a contar até o momento em que ele esteja pronto e que as coisas estejam seguras para sua revelação. O rapaz é alguns anos mais novo que você e devo dizer que não haveria ninguém melhor para tomar lugar no trono do que ele, um rapazinho honrado e nobre. - Dumbledore esperou Harry absorver as revelações - Creio que Tom tenha desconfiado de algo depois que percebeu que a rainha não iria mais lhe entregar a coroa, não é de minha característica sorrir diante as frustrações alheias, mas devo confessar que gostaria muito de ver a expressão de Riddle quando a rainha Minerva lhe contou que ele não poderia ser rei, é claro que ele tentou disfarçar, mas eu saberia notar a sua indignação.


- Foi o senhor quem descobriu sobre o herdeiro do rei não é mesmo?


- Na verdade isso não cabe a mim o triunfo, Jacob era um excelente pesquisador, eu somente pedi para que ele descobrisse sobre Tom e seu admirável irmão acabou por descobrir sobre o futuro rei. - Harry deu um sorriso orgulhoso - E não fora somente isso que seu irmão descobriu, pois acho que ele tenha conseguido provas concretas sobre as ações de Tom e devido a isso ele teve um triste fim. Infelizmente tudo o que se podia tirar sobre a vida de Tom se perdeu junto com Jacob.


- Nem tudo está perdido. - Harry disse com vigor e Dumbledore o fitou com curiosidade - O senhor sabe mais da vida de Tom do que qualquer pessoa, se levar tudo a tona tenho certeza de que ele será julgado pelos crimes que cometeu.


- Harry o que mais um contador de histórias é além de um contador de histórias? Eu sou mais um espectador de tudo o que ocorreu a ele, não passo de um Tobias Rockwood ou de qualquer outro personagem na vida de Tom, não tenho provas para afirmar o que eu digo e é por isso que preciso de sua ajuda, apesar de toda a minha inteligência, eu não consigo vencê-lo, sempre me escapa pelos dedos. O pior de tudo é que agora não tenho a mínima idéia de seus propósitos, já que ele vive entre os Weasley, uma família que por mais nobre que seja, jamais irá lhe proporcionar o poder que tanto almeja.


Harry pensou com seus botões, imaginando o quanto Dumbledore estava certo. Não conseguia enxergar as armações de Riddle tendo como domínio os Weasley.


- É plausível que não entendamos as razões de Tom em se demandar para junto da família da Gina. Depois que seus infortúnios foram eliminados, ele tinha toda a liberdade para prosseguir com seus planos, contando com o fato de que ele não sabia da existência de um herdeiro não é mesmo?


- E eu acredito que ele não saiba. Se soubesse, ele não perderia a chance de fazer alguma coisa contra o filho legítimo. - Harry acenou em sinal de concordância - Eu penso que a família Weasley fora um refúgio para ele, com toda certeza ele previu os riscos que ele corria estando no castelo. - Dumbledore apontou pra si mesmo - Mas minha teoria quanto ao motivo de ele ter permanecido com os Weasley é seu interesse em na menina Weasley, não se pode negar que ela se tornou uma garota encantadora no seu processo de crescimento e qualquer uma a queria para si. - Harry fechou os punhos com força.


- Eu não permitirei que ele toque um dedo sequer daquelas mãos repugnantes na minha donzela e se eu tiver que ter o mesmo destino que o meu irmão para conseguir isso então eu o aceito com prazer. - Harry cuspia sua raiva.


- Sim Harry, só que dessa vez eu assumirei os riscos para que não aconteça o que ocorreu da última vez. Não estou disposto a fazer sua família sofrer novamente.


- E o que o senhor tem em mente?


- Eu preciso que você pergunte a senhorita Weasley sobre as atividades de Tom, eu quero estar informado sobre tudo o que ele já fez desde que ele se infiltrou naquela bondosa família e também preciso que você fique atento aos passos de Pedro Pettigrew. – disse Dumbledore – Essa será sua primeira tarefa.


- O que eu puder fazer eu farei para desvendar esse mistério, o senhor pode ter certeza. – Harry disse com firmeza.


       


 


 


 


        Em uma residência bem distante do castelo, outra pessoa fazia seus próprios planos. Sua raiva ficava cada dia mais constantes com a demora de seus objetivos. Particularmente uma coisa que flagrou o fez mudar de rumo, Gina pegou uma carta de um garoto que a fez ter suspiros desnecessários. Ele chamou Severo Snape para seu quarto a fim de contar as boas novas.


- Mas eu pensei que o desejo de meu senhor fosse que os bárbaros atacassem o jovem Potter? – Snape questionou confuso.


- E ainda é Severo, acontece que eu preciso apressar o fim desse romance entre ele e a Gina. – disse Tom com um sorriso doentio – Agora chame a Molly, pois devemos conversar.


        Snape se retirou do quarto como Riddle pediu.

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