A história de Riddle - Parte 1

A história de Riddle - Parte 1



        Demorou um pouco para que Harry se acostumasse com a idéia de estar dentro de um compartimento secreto no interior do castelo. O lugar era a cara de Dumbledore, coberto de livros e objetos desconhecidos. Harry se pegou perguntando o porquê do conselheiro real possuir esse esconderijo, sem dúvida isso faz com que o homem se tornasse cada vez mais intrigante.


        Dumbledore lhe indicou um lugar para que se sentasse, mas teve que esperar que o vislumbre de Harry cessasse. Não era de se admirar que o rapaz estivesse tão surpreso, afinal não é todo dia que se encontra um lugar como aquele e tão cheio de objetos que o rapaz provavelmente não saberia do que se tratava.


- Então o que achou? - Dumbledore questionou enquanto Harry se detinha em um livro grosso e da capa dura.


- Eu nem sei o que dizer. - Harry deu um sorriso - A Mione iria adorar passar as tardes aqui. - sabia que quando contasse aos seus amigos sobre aquela tarde, ele teria que se demorar  contando todos os detalhes daqueles livros.


- Sua amiga é uma apreciadora de livros assim como eu, e devo acrescentar que é uma excelente qualidade que nós temos. - disse Dumbledore.


        Harry largou o livro e se voltou para o conselheiro. Pensou bem sobre o que estava fazendo ali, queria tomar cautela, já que um compartimento secreto poderia não ser um bom sinal. |Mesmo com as melhores intenções do velho, não se podia negar que ter tantos segredos não transmitia confiança.


- Alguém mais sabe sobre este lugar? - Harry averiguou.


- Apenas mais duas pessoas, só que infelizmente uma delas não está mais viva. Eu contei a nossa querida rainha Minerva e ao nosso amado rei Julian, que Deus o tenha. - ao mencionar as palavras finais, Dumbledore e Harry levaram a mão ao peito e abaixaram a cabeça em sinal de respeito.


        Isso pegou Harry desprevenido, achou o fato do lugar secreto tão coisa de contos sobre feiticeiro malvado que tramava contra a realeza que não imaginou a possibilidade de a rainha também estar ciente dos fatos.


        Harry voltou a olhar em volta pelo aposento, era impossível não se distrair com toda aquela infinidade de coisas.


- Como foi que o senhor descobriu esse lugar?


- Como todas as outras coisas geralmente são descobertas: mero acaso. - Dumbledore passou a mão em uma mesa próxima a ele e pegou um colar que estava entre outros adornos - Em um belo dia quando eu vasculhava o castelo a procura de meu pássaro de estimação, sem querer puxei uma tocha que ficava cravada na parede na entrada. Fiquei muito espantado ao ver que havia outra sala escondida, mas devo admitir que considerasse a idéia muito interessante. Eu estudei mais sobre essas portas secretas e troquei a tocha pelos tijolos, gosto mais da idéia da chave não ser algo tão fácil de se encontrar, uma pessoa poderia puxá-la sem intenção e acabar descobrindo o segredo. - Alvo acrescentou - Troquei meus aposentos no alto da torre por aquele quarto do outro lado, o qual devo ressaltar bem menor do que eu tinha.


- Nossa. - disse Harry - Essa história é um tanto absurda.


- As histórias às vezes podem parecer sem sentido, mas digo que tive sorte por encontrar tal lugar. Contribuiu para muitos dos meus estudos e convenhamos, é tremendamente difícil controlar o tagarelar das criadas quando arrumavam meu quarto e encontravam coisas que não entendiam. Não é muito confortável ser chamado de servo do Diabo. - Dumbledore se referia ao fato de o julgarem um feiticeiro das trevas, naquela época certos estudos eram considerados tão estranhos que se diziam ser obra dos infernos.


- E por que contou ao rei e a rainha?


- Por lealdade. - Dumbledore respondeu com firmeza e as dúvidas de Harry quanto ao conselheiro começaram a se dissipar - Não acho justo que nosso rei e nossa rainha não conheçam os segredos de seu castelo. - Harry acenou a cabeça e sentiu admiração pelo conselheiro. Qualquer outra pessoa no lugar dele preferiria esconder a descoberta e usufruir como bem entendesse - Agora Harry deixemos essas questões de lado, há outro assunto mais importante. Se não se importa, eu gostaria que nos sentássemos. - Dumbledore apontou os assentos e eles se acomodaram nos lugares - O que vou lhe contar é uma longa história e crucial para que você entenda minha posição em relação à morte de seu irmão. - Dumbledore deu uma pausa para observar Harry. Não havia mais como voltar a trás, se era correto ou não envolver o rapaz, ele não tinha certeza, mas tinha iniciado aquilo então o único caminho era prosseguir. - Muito bem... Você sabe como Tom veio parar em Hogwarts?


- Não, eu só sei que ele era muito jovem quando surgiu no reino. - disse o rapaz.


- Exato, mas a história dele não começa na primeira vez em que ele pôs os pés em Hogwarts. Partiremos de quando ele ainda era uma criança. - Dumbledore limpou a garganta para que pudesse continuar - A mãe de Tom morreu quando ele era um menino, pelo que me consta ela fora atacada por muitas doenças até chegar o dia em que não suportou mais. A pobre mulher era muito fraca e mal conseguia sustentar a si e ao próprio filho. Mérope, a mãe de Tom, engravidou cedo e o pai da criança abandonou-a. A mulher sofreu muito tendo que cuidar do filho sozinha, já que nem os próprios pais dela deram-lhe auxílio, fora expulsa de casa sem um tostão para que pudesse começar a vida. Quando o menino Tom fez seus cinco anos, Mérope encontrou um homem e casou. Não que fosse de seu agrado se casar com Fausto Bertold, mas na situação em que se encontrava ela não teve muita escolha. Era uma mãe solteira e cheia de problemas, a primeira pessoa que demonstrou interesse ela logo aceitou.


- Não a julgo mal, acredito que tenha pensado no filho quando tomou tal atitude. - Harry interferiu.


- Também acredito que esse tenha sido o objetivo de Mérope, mas infelizmente se casar com Fausto não fora uma boa solução para os problemas que ela estava tendo. Fausto era um homem violento e possessivo. Não vou mentir que Mérope sabia disso bem antes de se casar, mas como bem disse, ela não viu outra escolha senão aceitá-lo como seu marido. Tom assistia ao sofrimento da mãe sem poder fazer nada, até ele arcava com a ira de Fausto muitas das vezes. O homem tinha ciúmes até do menino, não gostava do fato de outro homem se aproximar da mulher, mesmo que esse ainda fosse uma criança.


- Mas isso é loucura. Como ele poderia ter ciúmes do filho dela? - sem nem mesmo conhecer Fausto, Harry já criava repulsa pelo homem.


- Fausto era um homem doente Harry, não aceitava o fato de Tom ser filho de Mérope com outro, isso o enfurecia.


- Ele sabia disso antes de se casar. - Harry interpôs.


- Certo, e nunca gostou de Tom nem antes de conseguir que Mérope fosse sua mulher, sequer fingia que sentia afeto pelo menino. A dificuldade que a mulher passou foi tão grande que ela foi obrigada a aceitar. - Harry abanou a cabeça, pensando o mesmo que qualquer um pensaria quando ouvisse uma história dessas: uma mãe jamais deixaria que seu filho ou então ela mesma passassem pelo o que ela passou - O que mais causava raiva em Fausto era o fato de Tom não se parecer em nada com a mãe, seria muito mais fácil lidar com isso se ele lembrasse Mérope. Mas era nítida a diferença, fisicamente Tom era a cara do pai, assim como não dá para negar que você é filho do James. - Dumbledore acrescentou, o que aliviou bastante a tensão de Harry, o rapaz deu um leve sorriso - Era demais para Fausto ver Tom perambulando pela casa, até para Mérope a semelhança entre seu filho com o pai a afetava. A mulher tinha muita mágoa pelo abandono do homem e ver as características físicas tão comuns entre a criança e o pai fazia com que ela sentisse dificuldade de afeição pelo filho. Apesar de se esforçar para mostrar o contrário, Tom percebia os sentimentos da mãe.


- Isso é revoltante. - mesmo que Harry não quisesse, ele não podia evitar sentir pena da criança Riddle.


- Sim, mas as coisas ficaram piores quando Mérope faleceu. Apesar de ter sentimentos tão injustos pelo filho, ela era a única proteção de Tom contra Fausto, depois que morreu não havia mais motivo nenhum para que o homem evitasse as agressões. - Harry murmurou um "monstro", Dumbledore prosseguiu - Sua infância complicada foi um motivo relevante para Tom ter se tornado o que provavelmente penso que se tornou, mas não posso deixar de considerar que ele fora uma criança diferente das outras. Nunca fez amigos com ninguém, os outros tinham muito medo dele e sempre que tentavam se aproximar, ele agia de forma cruel. Uma vez brincando de esconde com uns garotos, Tom fez com que um deles entrasse em um buraco e jogou uma cobra no lugar, simplesmente porque esse menino não quis lhe emprestar um dos brinquedos dele. O pobre teve pesadelos por durante semanas, nenhuma criança quis voltar a lhe chamar para suas atividades de novo e nenhuma mãe permitia que seus filhos se aproximassem de Tom, o delinqüente como o apelidaram. E se pensa que ele se sentia infeliz assim ou até mesmo que tenha se arrependido, está muito enganado, ele não via necessidade em ter amigos e muito menos que as pessoas gostassem dele.


- Essa é a pior história que eu já ouvi falar de uma pessoa. - disse Harry - Parece a história de um demônio que renasce na Terra.


- E apesar dessas coisas serem horríveis, não chega nem perto do que aconteceu depois. - Harry sentiu calafrios, era difícil pensar que a história ficasse pior - A vida de Tom com Fausto como eu mencionei antes não foi fácil. Ele viveu junto com o padrasto até completar doze anos, isto porque Fausto faleceu. Na última noite em que ele foi visto estava se embriagando com os amigos na sala de estar, ele havia trancado Tom no quarto, pois o menino sempre o envergonhava quando tinha visitas. Os amigos se foram depois de muitas horas bebendo e falando alto. No dia seguinte quando uma das empregadas da casa entrou no quarto de Fausto para fazer seus serviços, encontrou o homem estirado no chão. A mulher deu um grito tão alto que atraiu todos da casa para o quarto e lá encontraram o morto com os olhos arregalados de terror e a cara arroxeada. O médico do condado constatou que se tratava de um veneno que quando inalado tapa as vias respiratórias e a pessoa morre sufocada. Depois de alguns dias de investigação, Tobias Rockwood, o rapaz que cuidava do estábulo, fora preso e enforcado, já que encontraram um vidro do veneno em seus aposentos.


- E por que ele fez isso?


- Ao que tudo indica, Fausto havia tido uma briga feia com Tobias, Rockwood encontrou o patrão aos beijos com a noiva e isso causou uma briga feia e o juramento de vingança. Acredita-se que Rockwood tenha tido ajuda de alguém que o deixou entrar na casa, mas como nunca acharam o cúmplice então o caso ficou por isso mesmo.


- Uau! Imagino que tenha sido um alívio para Tom se ver livre do padrasto e sem ter que fazer nada para causar isso. - disse Harry.


- Creio que tenha que discordar de você Harry. - Dumbledore olhou fixamente nos olhos de Harry - Acredita mesmo que Tom seja inocente?


- Mas o senhor disse que foi o criado... - Harry expressou sua confusão - Estou certo de que Tom tenha seus motivos, mas se as provas apontam para Rockwood então não há mais o que contestar.


- Não julgue as pessoas injustamente rapaz, não cometa o mesmo erro que cometeu com Arthur. - disse Dumbledore. Harry não se pronunciou, ficou calado refletindo. Tom era muito ardiloso, se foi capaz de cometer um assassinato e mandar um inocente para a forca em seu lugar quando era apenas uma criança, por que não poderia ter feito o mesmo no caso de Jacob? - Quem iria desconfiar de uma criança que durante toda a ocasião estivera presa em seu quarto? - Dumbledore trouxe Harry para sua história - Um pobre órfão que agora não tinha mais ninguém para tomar conta dele.


- Eu não duvido dessa história senhor, mas como é que pode ter certeza disso se todos pensam que o responsável era Rockwood? - Harry usou sua lógica.


- Por acaso eu conheci uma mulher que disse ter sido uma criada na casa dos Bertold, ela me disse pedindo total sigilo de sua pessoa que na noite do suposto assassinato ficou acordada um bom tempo, Fausto era um homem barulhento por natureza e quando estava bêbado ficava insuportável, muitos dos outros criados já haviam se acostumado com sua condição, mas essa mulher era nova na casa e então não conseguiu deixar de se assustar. Nessa noite ela ouviu gritos vindos do andar de cima e resolveu ver do que se tratavam. Assim que chegou perto do corredor dos quartos dos patrões, ela avistou o homem esbravejando em frente a porta do menino, o bêbado batia e xingava. Assustada com aquilo, a mulher se escondeu atrás de uma mesinha de canto, como estava escuro julgou que não a veriam. Depois de tanto insistir nas batidas, Fausto pareceu se lembrar que havia trancado a porta, pegou as chaves e entrou, ficou um bom tempo lá e quando saiu estava estranho, tinha problemas com a respiração. Conseguiu trancar a porta do quarto de Tom e foi aos tropeços para os próprios aposentos. Na época ela ficou atordoada demais com tudo aquilo e não contou nada por medo, ouvia as histórias do pequeno delinqüente e temeu o que ele faria com ela se nada fosse provado contra ele. Devo dizer que tinha razão em temer, já que as provas foram encontradas no quarto de Tobias e Tom não seria piedoso em se vingar.


- Mas ela deixou que um inocente fosse condenado a morte. - disse Harry.


- Sim, mas veja bem que os receios dela foram comprovados. Mesmo que ela dissesse qualquer coisa sobre o ocorrido, Tom seria absolvido da culpa, pois as provas estavam no quarto de Rockwood. Pobre rapaz, mas nada poderia ser feito para ajudá-lo, eis o exemplo do julgamento errado feitos por todos, inocentes são condenados sem a mínima chance de se defender. - o lugar foi tomado pelo silêncio.


- E o que aconteceu com o Tom? - perguntou Harry.


- O menino foi mandado para um orfanato. Um lugar que não permaneceu muito tempo, fugiu de lá depois de um ano na convivência daquelas pessoas que tanto detestava. Depois disso não se tem mais notícias de por onde ele andou, descobri fatos do rapaz Riddle, de quando ele estava com dezesseis anos e é a partir daí que vamos conhecer o Tom que conhecemos hoje...


 


 


* Gente quero me desculpar pela demora de postagem, mas a vida está corrida e eu estou ficando com pouco tempo para escrever os capítulos.... Não é minha intenção parar com a fic, não gosto de coisas incompletas, então vou postar quando puder e se demorar muito mil desculpas....


Eu ia fazer um capítulo maior, mas com os atrasos eu resolvi dividi-lo...


* Flavinha está ficando surtada mulher... rsrsrsrsrs.... Tudo bem sei como é comentar em várias fics e acabar se perdendo.... Valeu por continuar com a fic, vc é uma das minhas leitoras mais fiéis... Bjusss grandes....


* Ai carol Potter eu acabei demorando, mas veio... E o que vc está achando??? Ficou um pouco clichê essa história de criança problemática, mas geralmente é o perfil de assassinos em série então eu não vi o por que de não deixar a história assim....


* Bjusss a todos....


 

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