Um encontro entre livros



        O retorno de Alvo Dumbledore a Hogwarts causou diversas reações na população, alguns preferiam que ele permanecesse no lugar onde se escondeu durante tantos anos, outros deram vivas pelo reaparecimento de uma pessoa tão cativante e também aqueles que não sentiam nem gosto e nem desgosto pela volta do homem. De uma coisa estavam cientes sobre Dumbledore, era um homem de inteligência sobrenatural e por isso era bastante respeitado pelas pessoas, não era só o conselheiro da rainha como também muitos indivíduos o procuravam para escutar seus valiosos conselhos. Era nítida a felicidade da rainha quanto ao retorno de um grande amigo, em resposta a presença de Dumbledore na cidade ela mandou fazer mais uma biblioteca no reino, todos estavam ansiosos pela festividade, uma coisa que não faltaria em Hogwarts seria comemoração, Dumbledore era conhecido não só pelo cérebro, mas pela animação, era um homem de idade, porem adorava festas e sempre que podia organizava uma.
        Quem mais se entusiasmou com o presente de Dumbledore fora Hermione, a menina não parava de tagarelar sobre a biblioteca, a quantidade de livros trazidos de fora e como seu conhecimento se abrangeria, coisa que não foi receptiva por seus amigos que não estavam tão empolgados com a biblioteca quanto ela.
- Imaginem a variedade de livros que essa biblioteca vai ter. Ouvi dizer que pretendem fazer dela a melhor biblioteca de toda a Bretanha. – Hermione sonhava enquanto se dirigiam de carruagem até o centro da cidade.
- Mione você fala a mesma coisa desde que soube dessa biblioteca, quer, por favor, esquecer o assunto nem que seja por alguns segundos. – Rony falou deixando a menina emburrada.
- Desculpe se incomodei você com meu entusiasmo, devia imaginar o quão difícil é para algumas pessoas se contagiarem com a felicidade dos outros quando não se tem nenhuma relação com isso. – ela provocou o amigo.
- Seria possível que os dois possam se controlar? – Harry os cortou antes de prosseguirem com uma discussão – Atrevam a trocar uma próxima palavra ofensiva e serei obrigado a mandar parar a carruagem e separar os dois, um terá que acompanhar meus pais.
        Harry nunca havia percebido quanta força tinha suas palavras, Hermione e Rony se calaram imediatamente e ele se lembrou de usar essa tática de “separação” quando os amigos iniciarem mais brigas futuramente.
        O passeio até o centro foi bastante complicada, havia pessoas de diversas cidades curiosas em saber do retorno de Dumbledore e de como se encontrava o sábio homem. Harry sentiu uma certa dificuldade em se situar, e não era o único, seus pais e amigos também aparentavam confusão com tamanha multidão. De longe ele pode ver o motivo de tanto alvoroço, Dumbledore conversava alegremente com as pessoas em sua volta, ele as cumprimentava, ria de seus comentários, parecia o próprio rei em pessoa. Harry sempre o achou muito parecido com um mago, era um velho, porém tinha a aura de um jovem cheio de vida, seus longos cabelos e sua barba imensa davam jus a sua aparência mágica, e ainda tinham seus óculos em forma de uma meia lua, o homem ao avistá-lo lhe fez uma reverencia com a cabeça e sorriu para o garoto.
        Harry estava tão encantado com o astral da cidade que não notou uma carruagem que parou próximo de onde sua família estava, mas quando ele viu a figura que saia de seu interior não conseguiu tirar os olhos daquela região. A garota que atormentava seus sonhos surgiu e como se lembrava dela na noite em que a conheceu, bela e graciosa e com um toque de divertimento no olhar, ela o fisgou de tal forma que ele duvidou poder escapar dessa teia que se formou. A garota ao notá-lo não pode deter um sorriso de satisfação que se formou em seu rosto, mas talvez por medo o escondeu depressa, porem não desviou seus olhos do dele.
        Essa magia não foi compartilhada pelos pais dos dois que trocaram um olhar de raiva, fazia muito tempo em que não se encontravam, eram raras as ocasiões em que tinham que suportar a presença do outro. Harry nem se lembrava de quanto a família Weasley era imensa, todos tinham cabelos vermelhos, mas eram diferentes em personalidade. Harry notou também que a senhora Weasley lançou um olhar rápido para Rony e sua expressão ficou triste, o amigo não deixou de mostrar a surpresa em ver sua família, Hermione percebeu o estado de Rony e como conforto afanou sua mão, mas logo a soltou envergonhada de sua ação.
- Ora, mas é um prazer em ver ambas as famílias. – Dumbledore se aproximou contente, conseguindo tirar o clima de hostilidade.
- Fiquei muito feliz quando soube de seu retorno. – Molly falou cordialmente.
- Sou eternamente grato pelo carinho que sua família tem por mim Molly. E vejam só como estão crescidos seus filhos. – Molly sorriu orgulhosa, Dumbledore voltou sua atenção para a mais nova dos Weasley – Se não estou enganado você é a pequena Gina. Sim, e como está bela, a última vez que a vi era pequenina e olha só o que o tempo fez a você.
- Eu agradeço o elogio senhor Dumbledore. – Gina se curvou.
        Dumbledore deu mais uma vistoriada nos Weasley até encontrar com Tom, o rapaz continha os mesmos traços que a última vez que o viu, só que algo sombrio prevalecia em seus olhos. Alvo nunca confiou muito no rapaz, nem mesmo quando ele era companhia inseparável da rainha, mesmo com tanta desconfiança nunca pode confirmar nada, se ele aprontava alguma coisa era muito esperto em esconder tão perfeitamente. O garoto o cumprimentou, mas assim como ele, não mostrou conforto em vê-lo, era bem provável que estivesse certo quando optou por retornar ao reino e mais uma vez desvendar o real motivo para tanto sofrimento entre os Weasley e os Potter.
- James está como lembro, um maroto sempre é um maroto. E Lílian, vejo que o tempo não significa nada para você. – Lílian sorriu e agradeceu ao comentário – E onde está o pequeno Harry? – Harry levantou a mão para se mostrar presente – Ora, um equívoco meu não é mais tão pequeno assim, e continua parecido com seu pai. Bom agora que já fomos devidamente reconhecidos, não vejo o por que continuar sem visitar a biblioteca. – com esse comentário Dumbledore pode perceber uma inquietação de uma menina de cabelos espessos – E a senhorita quem é?
- Oh, meu nome é Hermione Granger e quero dizer que a biblioteca foi uma esplendida idéia. – ela não conseguia controlar o entusiasmo, Dumbledore riu.
- Não quero me gabar, mas em geral minhas idéias são muito boas. – dizendo isso ele pediu que o acompanhasse.




        A biblioteca merecia os elogios que ganhou, era tão grande quanto falavam e tão repleta de livros, Gina se encantava a cada estante que passava, livros de aventuras, piratas, romance, terror... Era como se o universo se reunisse naquele lugar. Com certa dificuldade ela conseguiu se esquivar de Dino e sua família, não que fossem uma companhia desagradável, mas naquele momento sentia a necessidade de se aventurar sozinha.
        Ela percorreu uma variedade de estantes e a cada livro que lhe chamava a atenção ela o folheava, em uma seção em especial ela encontrou um livro que lhe agradou de certa forma, o livro cujo nome era “O amor ao luar” como ela percebeu na introdução tratava-se de um romance proibido entre dois amantes que por desventura do destino não podiam ficar juntos. Gina observou a estranha coincidência e sua mente vagou até o encontro de um par de olhos verdes cujo dono perturbava seus pensamentos. A menina prosseguiu com a entorpecente lembrança e como se o chamasse ele apareceu em sua frente, Gina se assustou e caiu no chão, demorou a se dar conta de que a imagem era real e o Harry que estava com a mão estendida para ajudá-la a se levantar não era objeto de sua imaginação e sim de carne, seria mais difícil lidar com o próprio a sua frente.
- Não precisa se assustar. – ele sacudiu a mão para a menina aceitar sua ajuda, quando ela se levantou sua situação piorou, ele estava tão próximo e isso lembrava o que tanto queria fazer na noite do baile quando se aproximou de tal forma – Espero não tê-la machucado.
- Não se preocupe eu é que estava distraída.
        Temendo que essa aproximação pudesse atormentar ainda mais sua cabeça Gina se afastou e foi atrás do livro que com a queda soltou de sua mão. Ela o pegou e abraçou o livro junto ao peito, Harry curioso com a escolha da menina pediu para ver o livro, com relutância ela o entregou.
- Do que se trata? – Harry alisou as letras do título escritas em relevo.
- É um romance. – Gina respondeu.
- Sim, mas qual é a história?
- É sobre um romance proibido. – Gina sussurrou. Como se pensasse o mesmo que ela Harry sorriu.
- Gosta de histórias de amor complicadas senhorita Weasley? – a menina corou – Dizem que são as mais belas e verdadeiras histórias, você pode provar seu amor ao extremo, nada melhor que a impossibilidade para um individuo ver o que sente por outro.
- Pois na minha opinião são histórias que tendem ao sofrimento. – ela falou tentando não se afetar pelo sorriso do rapaz.
- E desde quando existe amor sem sofrimento senhorita? Tem coisas que fortalecem o amor, e o sofrimento pode se tornar uma delas. – Harry buscava se aproximar da menina que relutava em tê-lo tão próximo.
- É loucura o que diz, irá me perdoar senhor Potter, mas não concordo com tamanha insanidade. – por mais que se esquivasse Harry sempre encontrava um jeito de se aproximar.
- Devo contrariá-la dizendo que somente quem sente o verdadeiro amor sabe do que se trata. – nesse momento Harry colou seu rosto no de Gina – É claro que existem aqueles que o sentem, mas se negam a crer.
- O que pensa estar fazendo senhor Potter? – Gina o empurrou de forma brusca – Peço que me respeite e não se aproxime mais de mim dessa forma. – Gina estava ofegante, mal acreditou nas forças que teve que reunir para manter Harry a distancia, não por ele ser forte, mas ela mesma desejava que ele prosseguisse.
- Então me esclareça uma dúvida senhorita, se não acredita em complicações no amor qual o motivo de se interessar por esse livro? – Harry se apoiou em uma estante para se controlar.
- É apenas uma literatura para mim, eu o vi e decidi lê-lo, mas já perdi o interesse por esse conto. – ela devolveu o livro ao seu lugar.
        Gina passou muito perto de Harry, o rapaz pode perceber o ser que não poderia ser tocado, pois o destino os havia amaldiçoado com uma guerra entre suas famílias. Harry sentiu ódio pelas contradições da vida, a única garota que desejou não poderia ser sua, era injusto o fato de não poder ficar com sua paixão. Ultrapassando mais uma vez os limites impostos por Gina ele tocou seu cabelo, era tão macio aqueles fios vermelhos e tão convidativos aqueles olhos, o chamavam para o tão desejado paraíso.
- Me explique mais uma coisa Gina, e quando o conto se torna real, quando somos atingidos por essa força que nos eleva ao mesmo tempo em que nos destrói? O que faremos nós meros mortais perante tamanha grandeza? E se as coisas se tornarem tão impossíveis de se controlar?
        Harry olhou com dor para Gina, era esse o sofrimento pelo qual tinha que passar, se sofrer era o que estava destinado a encontrar então que provasse do aroma do pecado, de nada adiantava se não pudesse se deleitar com aqueles lábios e se perder com seus olhos. O que ele mais desejava era beijá-la, tocar cada centímetro de Gina e demonstrar o quão dela ele pode ser.
- Existem coisas que devem permanecer o que são, um conto deve permanecer como é: só um conto, quando nos atrevemos a trazer fábulas a realidade deixamos que os sentimentos tomem posse da razão. – Gina tocou os cabelos de Harry – Afasta-te de mim como lhe pedi senhor Potter, obedeça à lógica que nos rege.
        Com pesar maior ainda ele se desprendeu de Gina a fitando de uma segura. Seria aquele seu destino? Fingir que a noite do baile não passou de um sonho, do mais belo sonho que teve em sua vida? Se as respostas para suas dúvidas fossem encontradas ele não tinha certeza de que as encontraria com facilidade, mas lutaria até o fim para viver o amor que lhe privavam de ter, mesmo que Gina descordasse, ele mostraria a ela que não haveria nada a temer.
        Dumbledore e Molly apareceram um tempo depois na seção onde estavam, apesar de desnorteados pela conversa Harry e Gina procuraram manter naturalidade, como se o encontro naquele local fosse mera casualidade.
- Gina meu anjo não desapareça dessa forma, mandei seus irmãos a procurarem e nada de lhe encontrar. – Molly olhou de esguelha para Harry.
- Não há motivo para repreendê-la por isso Molly, como viu a biblioteca é enorme, é perfeitamente normal que Gina se perca dentre essas estantes. E por falar nisso, o que os jovens acharam de minha biblioteca?
- É muito esclarecedora. – Harry falou sem se dar conta no nó de dúvidas que faria na cabeça de Dumbledore e Molly, mas logo alternou o comentário – Quero dizer que me foram muito úteis os livros, consegui tirar algumas conclusões com eles. – Harry sorriu discretamente para Gina.
- Certo, fico contente em ver o quão “esclarecedor” os livros foram, seja lá o que quer dizer com isso. E a senhorita o que achou? – Dumbledore se dirigiu para Gina.
- Eu gostei muito da coleção senhor Dumbledore e procurarei outra oportunidade para me alimentar da sabedoria dos livros, mas por agora peço licença, creio que o passeio não tenha me feito bem e desejo voltar para casa.
       Gina se despediu e disse para sua mãe não se alarmar que era só uma exaustão passageira. A noite do baile poderia passar muito bem como um equivoco e pensou que poderia esquecer facilmente Harry julgando sentir o que sentiu somente por ele ser um rapaz de aparência muito bela, mas após o reencontro pode ter certeza de seus temores, se apaixonou pelo rapaz e nada seria capaz de fazer esquecer o sentimento que nasceu por ele.





* Hey para quem aguardou o reencontro do harry e da Gina eis o capítulo....
* Pois é né Kilua demorou, mas o Tom está começando a se mostrar, então gostou desse capítulo???
* Oi Flavinha q bom q gostou do Jacob, depois de pensar nele tb fiquei com pena de tê-lo matado, mas é a vida né....
* Bjusss
* Bye

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