Tom Riddle



        O rapaz escrevia freneticamente em um diário, o suor percorria seu rosto e a todo o momento consultava sua janela a fim de ver o tempo que tinha. Jacob Potter tinha um objetivo muito importante e perigoso, nesse dia em especial havia colhido os frutos de suas pesquisas, porém eram frutos podres. Logo depois que teve uma conversa com o Alvo Dumbledore, conselheiro e fiel amigo da rainha do reino de Hogwarts, se aventurou em uma busca que até o momento não tinha consciência do quão arriscada era. Três meses haviam se passado depois dessa conversa e finalmente conseguiu respostas, e nesse dia marcou um encontro onde poderia confirmar suas suspeitas.
        A noite já ia tomando espaço, Jacob enrolou seu livro e o guardou em seu bolso da calça. Desceu rapidamente pela escada, mas foi detido por seu pai. James fitou o filho e por alguma força sobrenatural temeu pela figura que se postava a sua frente. Jacob era uma cópia de sua mulher, ao contrário de seu filho mais novo em que a única característica que não o puxou foram os olhos verdes, Jacob já tinha os mesmos traços de Lílian, os mesmos olhos, a mesma cor acaju dos cabelos, até mesmo em sua personalidade havia herdado a tranqüilidade de sua mulher, nunca foi de esconder segredos e se meter em aventuras, porém nesses últimos tempos o garoto agia de forma estranha e misteriosa, muitas vezes o pai até brigou com ele por ter medo do jovem estar envolvido em coisas obscuras.
- Mais uma vez saíra dessa casa sem dizer aonde vai não é verdade? – James perguntou de uma forma brusca.
- Sim, e não pense que poderá me impedir, não cederei a suas chantagens como fiz da última vez. – não era intenção do rapaz fazer seu pai sofrer, mas o que lhe aguardava era mais importante.
- Não farei isso, só peço que se cuide. – como se pressentisse uma despedida o pai acrescentou – E não se esqueça de retornar o mais breve possível.
        O rapaz se limitou a um sorriso. O garoto deixou a casa e caminhou ligeiramente pelo jardim, mas uma pessoa o chamou a atenção, seu irmão Harry estava com uma espada de madeira e golpeava uma estátua enquanto Josefina lhe dava sermões.
- Ora Josefina porque atormenta o mais nobres dos guerreiros? – Jacob perguntou rindo da cara enfezada de seu irmão.
- Imagine senhor que seu irmão e aquele Rony Weasley aprontaram para a menina Weasley, roubaram-lhe a sua boneca e a enterraram Deus sabe onde, a pobrezinha está aos prantos e esse insensível se recusa a dizer onde a deixou. – Josefina se irritou ainda mais quando Harry lhe mostrou a língua, a mulher se retirou resmungando sobre os maus-modos do menino.
- Vamos Harry respeite Josefina. – em nenhum momento Harry se deixou intimidar, Jacob achou graça da teimosia do irmão, apesar de levado não podia deixar de adorá-lo – Você pedirá perdão pelo que fez a Josefina e irá revelar onde escondeu a boneca da filha dos Weasley.
- Não irá me convencer nem se me oferecer um dragão em troca, posso até me desculpar com Josefina, mas me redimir àquela banguela da Gina é coisa que nunca farei, ela é uma chata, vive querendo se meter nas minhas brincadeiras, eu sei que é irmã do Rony, mas não consigo suportá-la.
- Harry está sendo injusto com a menina, deixe que ela brinque com vocês, ela pode até ser uma amiga divertida.
- Nem em meus mais aterrorizantes pesadelos. – Harry pediu para que seu irmão se abaixasse para ficar a sua altura, o menino verificou se ninguém os ouvia e então certo de que estava seguro voltou a falar – Hoje quando fui a casa dela para falar com o Rony ela me revelou uma coisa nojenta, aproveitou que o irmão havia ido buscar seus materiais de aventura e me disse que guardava sentimentos por mim, só que não era amizade e sim de quando uma mulher se interessa por um homem, ela ainda disse que estava inclinada a aceitar um pedido de casamento meu se me fosse conveniente, veja só Jacob, aquela chata acha mesmo que eu trocaria meus futuros anos de aventura para me enlaçar com ela.
        Jacob analisou a figura revoltada de seu irmão e logo em seguida se pôs a rir. Os risos pelo pequeno problema de Harry cessaram assim que se deu conta do quanto se atrasou para seu encontro, ele se despediu de seu irmão e voltou a caminhar para o inseguro.




        O sol iluminava a sala em que James se encontrava, de onde estava era possível ver o estábulo e era de lá que observava seu filho e Rony cumprirem seu castigo. Assistindo aos meninos pagarem pela suas faltas ele não pode deixar de lembrar de Jacob e da última vez que teve contato com ele, e foi assim, vendo-o pela janela que presenciou sua partida, horas depois Pedro apareceu junto dos guardas do reino, seu amigo trazia a notícia do assassinato de seu filho. A angustia o consumia à medida que Rabicho contava como foi que encontrou Arthur Weasley com a espada que perfurou Jacob e em seguida ele pulou do morro onde estava preferindo morrer a pagar pelo seu crime. James se apoiou no parapeito da janela e chorou pelas lembranças que teve, se ao menos o impedisse, mesmo sem saber o que aconteceria com seu filho ele tinha a esperança de poder salvá-lo, não importando se o garoto o odiasse por não deixá-lo cumprir o que quer que pretendia naquela noite. Conseguiu sorrir ao constatar que Harry se divertia com seu castigo, apesar de sofrer pela falta de Jacob não queria transmitir isso para sua família, todos tinham sua própria forma de sentir falta do rapaz, mas procuravam se manter firmes e felizes.




        Tom Riddle estava sentado em sua poltrona e acariciava sua amiga, era sempre um hábito que gostava de fazer, porém era escondido dos Weasley, temia que eles pensassem ser uma coisa suspeita ter uma amizade tão incomum com uma cobra. Nagini era esse seu nome, de todos os animais de estimação que poderia ter ele a escolheu, tinha uma afeição imensa pela cobra. Não era só o fato de Tom ter uma cobra como animal de estimação ser estranho, mas ele muitas vezes se comunicava com ela e agia como se ela pudesse lhe responder.
        Ele continuou dessa forma até que uma pessoa apareceu em sua porta e ele teve que obrigá-la a se esconder, jurando trazer uma caixa inteira de ratos para ela se deliciar. Severo Snape abriu a porta após uma permissão. Severo era um professor contratado por Tom para lecionar para os Weasley. Era um homem alto e sombrio, tinha cabelos na altura o ombro, eram de cor negra, muitas vezes os gêmeos o chamava de narigudo e seboso pelas costas.
- Oh, é você Severo, avise-me antes de entrar, assim não preciso fazer Nagini se esconder. – Tom voltou a buscar Nagini que estava atrás de um armário.
- Trago notícias interessantes meu senhor, Alvo Dumbledore retornou a cidade e planeja reunir toda a população amanhã par inaugurar uma biblioteca, uma forma que a rainha encontrou de lhe dar boas-vindas. 
        Tom que estava entretido com Nagini parou o que fazia ao ouvir o nome do visitante. Ele fitou Severo com ganância nos olhos e sorriu maquiavélico.
- Então o velho finalmente resolveu retornar, o que será que ele deseja, se o que ele quer é reviver fatos esquecidos pelo tempo, então não será uma boa idéia aquele enxerido ficar por aqui. – Tom assumiu uma posição inquieta, ele se contorceu um pouco, como se estivesse tendo um ataque, sua crise prosseguiu por alguns segundos até que pouco a pouco ele voltou a si – As coisas vão ficar complicadas agora, tenho que ser cauteloso.
- Não creio que Dumbledore seja algo a se preocupar muito, ele não sabe de nada, eu mesmo me certifiquei disso.
- Não devemos descartar a esperteza do velho, ele pode não saber nada, mas é capaz de cavar fundo para descobrir. – Tom disse num sussurro – Não vou admitir falhas, reúna todos e lhes transmita a notícia, diga-lhes que dessa vez tenham muita cautela.
        Severo se curvou para Tom, mas antes de partir uma outra companhia surgiu. Bellatriz Lestrange, a chefe de todos os criados, trazia uma bandeja com alimentos, ela depositou o objeto em uma mesa e em seguida voltou sua atenção a Tom.
- Mandou me chamar Meu Lorde? – ela era de certa forma bonita, mas sua aparência era um tanto estranha, seus longos cabelos encaracolados lhe davam um ar de bruxa má de contos de fadas.
- Sim Bella, gostaria de saber se resolveu aquele problema com a cozinheira?
- Não há nada com o que se preocupar Meu Lorde, mandei a moribunda para um lugar onde não poderá mais nos atrapalhar. – a mulher sorriu maldosa.
- Muito bem Bella, está fazendo um excelente trabalho, não se esqueça de prestar bastante atenção nos assuntos dos Weasley, não quero que nada saia como antes.
- Disso não há o que temer Meu Senhor, cuidarei para que os Weasley não façam nada sem que o senhor esteja ciente. – como um cão que vê seu dono ela se abaixou e beijou a mão de Tom, o ato demonstrava uma devoção imensa a um líder.
- Certo, agora tenho que me retirar, há mais um detalhe que tenho que me certificar. – dizendo isso ele se dirigiu à porta.
        Aproveitando-se do fato que os Weasley estavam tomando chá no jardim com a família Brown, Tom foi até uma sala reservada para aguardar uma visita, pediu a Bellatriz que ficasse vigiando a porta para não haver nenhuma intromissão.
        A jovem de cabelos loiros e cacheados entrou pela porta e aguardou que Tom retirasse sua atenção da lareira e a dedicasse a ela.
- Senhorita Brown sente-se e não se preocupe que tentarei ser breve. – ele indicou um sofá, assim que Lilá se acomodou ele colocou uma caixa redonda e azul em cima da mesa – não sei se reconhece essa caixa, mas se não sabe pertence à produção Nelly, os chocolates mais desejados por toda a Bretanha e são raras as pessoas que podem consegui-las. – a menina olhava cobiçosa para a caixa – Creio que se lembre do nosso trato não é mesmo senhorita Brown? Contudo não vejo resultado nenhum de sua parte então eu quero que o cite para mim.
        Com certa dificuldade, Lilá tirou os olhos da caixa e os dirigiu para Tom.
- Certamente que me lembro de nosso trato senhor Riddle, é se queres que eu o cite farei como deseja. – a menina se levantou e se postou como se fosse recitar uma poesia – o senhor me pediu para ser amiga da Gina, eu terei que vigiá-la e transmitir exatamente tudo que sei dela para o senhor, em troca o senhor me dará alguns agrados. – a menina voltou a se sentar.
- Vejo que não é esquecida e que sabe perfeitamente bem o que quero, mas não é o que faz. Eu notei que Gina está desatenta, a senhorita é amiga dela, deveria saber o que se passa na mente dela.
- Talvez seja pelo que ocorreu ontem no baile, o senhor sabe que o irmão dela invadiu a festa, Gina sente falta do irmão e é normal que esteja dessa forma.
- Não é só isso, conheço Gina, sei quando uma coisa a incomoda, mas infelizmente não consigo saber o que. Conte-me o que viu na noite passada e não se atreva a esconder nada.
- Bom, quando eu a conduzi ao encontro do filho dos Malfoy, ela tentou me dizer algo sobre uma pessoa, eu não entendi o que ela queria, parecia desnorteada, mas fora isso ela não me disse nada. – Tom a fitou cheio de dúvidas – Juro senhor Riddle que não sei de nada, Gina é muito discreta quando se trata de seus sentimentos, mas sempre faço o possível para desvendar os mistérios dela.
- Pois me parece que o seu impossível não me adianta de nada. – ele se aproximou de Lilá, seus olhos mostravam fúria, era bem capaz de destruir a menina somente com seu olhar mortal – Preste bem atenção Brown, não deixe Gina escapar ao seu olhar, esteja sempre vigilante e qualquer fato estranho não deixe de investigar, sei que pode fazer isso, seu faro para coisas que não te interessam é bastante apurado. – Tom ajeitou sua postura e a forma ameaçadora sumiu de sua expressão, não era sua intenção assustar Lilá, ainda precisava dela e qualquer ameaça poderia fazer com que a língua da menina deixasse escapar coisas que não deveriam para pessoas erradas – Na próxima semana farei uma pequena viagem e dela trarei um presente especial. – Tom adoçou a voz, o resultado foi como imaginou, a cobiça de Lilá se alertou, como era fácil lidar com esse tipo de pessoa – Consiga mais informações e eu te presentearei com uma coisa bela, brilhante e cara, fique com os bombons como lembrança de nosso trato.
        A menina agarrou a caixa rapidamente com medo de que Tom mudasse de idéia, os bombons tinham um formato arredondado e o gosto de amansar qualquer fera. Não se julgava vil por ser tão comprável, pensava que todas as pessoas eram assim, em seu lugar quem não cedia aos presentes que lhe eram oferecidos? E, aliás, em troca não teria que matar ou roubar, somente contava sobre as ocupações de uma pessoa. O trato entre Lilá e Tom fora firmado há quase três anos, ela somente tinha que relatar tudo o que Gina fazia e pensava, nunca perguntou o por quê, no dia em que um colar que na época era o que suas amigas mais ansiavam e ela seria a primeira a tê-lo, ela aceitou sua proposta e em troca ganharia mais presentes como esse. Lilá também encontrou mais uma vantagem no acordo, ela teria que ser a melhor amiga de uma moça cuja família era uma das mais reconhecidas de toda Bretanha, conseguiu se infiltrar em eventos que nem imaginava conseguir tendo sua vida sem nenhum contato com Gina.  
- Como queira senhor Riddle, farei exatamente o que pediu, mas não se esqueça de que gosto de muito brilho. – ela fitou a caixa em sua mão e em seguida voltou a olhar Tom – Nunca questionei sobre isso, mas minha curiosidade não deixou passar despercebido esse fato, só queria saber por que tamanho interesse na Gina, ela não é uma garota tão interessante assim, na verdade eu a acho muito rude, às vezes parece um menino, brinca com seus irmãos como se o fosse, atrás dessa classe toda existe um verdadeiro gato selvagem.
- Peço que me poupe de suas perguntas e de seus comentários, se repeti-los seus presentes perderão certos dons que o fazem tão desejados. – a menina se calou em segundos e prometeu não se meter mais em seus limites – Agora saia, você tem trabalhos a fazer e não quero que Gina estranhe seu sumiço.
        Após Lilá se retirar, Tom repensou sobre sua situação, algo de estranho ocorreu e ele sabia perfeitamente disso, ele não tinha medo de surpresas, sabia lidar com elas e até manipulá-las de forma a se tornarem convenientes, só queria estar ciente do que ocorria. Ele se lembrou da última vez em que as coisas pareciam estar fugindo de suas mãos, mas um único vacilo de seu adversário fez com que ele pudesse reverter a situação. Tom também não pode se esquecer de Dumbledore, aprendeu a não subestimar o jeito de maluco do homem, ele era inteligente e difícil de se enganar, na última vez o velho quase estragou tudo o que planejou e poderia estragar agora, mas Tom tinha plena certeza de que os únicos que sabiam de seus objetivos e poderiam atrapalhar não poderiam fazer mais nada de ameaçador. Dumbledore era uma ameaça, mas Tom estava preparado para ele, se o que o velho queria era desenterrar uma história lacrada há muitos anos, então ele terá que arcar com as conseqüências de seu atrevimento.


 


 



* Oi gente!!!! Então mais um capítulo e esse dá uma volta ao passado, não fala muito do Jacob, mas espero que tenham gostado dele. 
O Tom como realmente é... Mas então estão curiosos para saber o que aconteceu com Jacob???
Quanto a Lilá, amiga da onça eim....
* Kilua bem-vinda, que bom que gostou da minha fic, obrigada pelos parebéns...
*  Flavinha estou na esperança de fazer uma complicação logo, só que tem que esclarecer umas coisas antes né, obrigada por sempre comentar e espere para o próximo que até eu estou ansiosa por escrever...
* Bjusss a todos...
Bye

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